namelessfakeless Nameless Fakeless

Num mundo caótico e futurista vive Ichiro Sasaki, um garoto japonês que logo percebe mudanças na sua vida e no conforto da vida adolescente.


Science Fiction Not for children under 13. © Direito da obra, Namless Fakeless (2020)

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Sem truques dessa vez.

FIRST BUTTERFLY

Capítulo 1: Sem truques dessa vez.

2004, o ano que marcava o fim do Reino Unido. Seu fim começava na noite do dia 20 de Abril, com a explosão do Big Ben, na Inglaterra, e um apagão em todo o território do Reino Unido. Horas depois, seres não identificados estavam espalhados por todo o território. Muitos civis fugiram pelo mar por veículos aquáticos, outros saíram do país em um avião a tempo, porém por fim, todo o território estava dominado por aqueles monstros que haviam feito mais de 1.000.000 de vítimas espalhadas por toda sua região. Ainda nos dias atuais em 2038, não se sabe o causador do apagão e nem a origem dos seres não identificados. Mas o que catalogava-se, sim, era de que no mês seguinte de 2004 o tráfico de drogas havia aumentado pelo menos 20% em todos os países do Ocidente e do Oriente com a entrada de uma nova droga no mercado. Uns acreditavam que a existência dessa nova droga era apenas uma conspiração, outros, caçavam sua origem. Posteriormente, em 2010, era catalogado a existência de alterações biológicas em uma nova linhagem sanguínea de seres humanos. O índice era baixo, porém, posteriormente em 2020 cerca de 50% da população portavam as mesmas, sendo uma imensa preocupação aos governantes mundiais, chegando a ser falado na OMS sobre isso. O governo da maioria dos países então viu essa mudança como uma ameaça. Em alguns países, a população ainda se mantinha predominantemente ''pura'', com pouca taxa de "novos humanos". Em outros, a situação já era mais agravante. No decorrer dos anos, o medo era espalhado por toda a população em relação aos "novos humanos", sendo estes chamados mais tarde de... Bioterroristas.

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5 de setembro de 2038.

Nagoia, Japão.

Uma matéria era apresentada nas televisões naquele dia:

– Hoje, neste Domingo foi registrada mais uma tentativa de bioterrorismo, desta vez em um banco situado em Tokyo. Eram quatro criminosos, porém apenas um foi apreendido pela HCD. Os outros três se encontram foragidos. O criminoso foi dirigido para o departamento de controle humano (HCD), junto com várias evidências deixadas no local do crime. 6 pessoas foram feridas no local e uma foi morta. – A repórter dizia enquanto mostravam-se gravações do ocorrido.

O despertador em um quarto de uma casa toca.

O garoto no quarto abre os olhos e encara o teto branco de seu quarto enquanto o som tocava. Seus olhos eram cansados, não havia expressão sentimental, o que ressaltava-se era apenas o vazio que ecoava em seu olhar.

Ele se levantou e então foi até o banheiro tomar seu banho para assim começar seu dia.

Após isso descia as escadas de sua casa e ia até a cozinha, onde toma seu café da manhã, o lamen instântaneo Cup Noodles, um Onigiri e suco de laranja.

"Que dia é hoje?" – Ichiro se perguntava, inquieto. – "Aliás, que horas são?"

Ichiro liga seu celular.

''7:00"

"Bom, não tô atrasado, mas é melhor eu já ir indo." – Ichiro pensa.

Ichiro adianta seu material, põe seus fones e então sai com sua bicicleta e vai até a escola. Chegando na escola, deixa sua bicicleta num local apropriado e então vai pra sua sala. A aula ainda não havia começado, então pega seu caderno e começa a esboçar. Em poucos minutos, uma colega chega e o deseja bom dia.

Ichiro faz o mesmo, porém sem demonstrar tanta importância. Seu foco era no desenho. O rabisco era contínuo e rústico, mas Ichiro não se importava em deixar sua borracha de lado.

Outro colega chega, desta vez, um mais próximo de Ichiro, um amigo. Este se senta ao lado e começa a ler a Weekly Shounen Jump.

O tempo passa até todos os alunos chegarem e o professor começar a aula.

– Então, abram seus livros na página 25 e vamos corrigir o dever de casa. – O professor fala.

Quase todos os alunos fazem o dito, com exceção de Ichiro que é o único cujo não segue o comando do professor. Ichiro, então, decide dormir.

Alguns minutos de aula passam.

– Senhor Sasaki, venha até o quadro. – O professor chama a atenção de Ichiro.

Ichiro não escuta e continua dormindo.

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Na casa de Ichiro, o telefone toca. Sua mãe atende.

– Alô? – A mãe responde o telefone enquanto digita alguns trabalhos no computador.

– Senhora Ayame? – Alguém com uma voz distorcida fala no telefone.

– Pois não? – Ayame responde desconfiada.

– Fique parada. Tem um rifle de precisão em um raio de 1 km mirado exatamente em você nesse momento. – A voz fala. – Responda calmamente as perguntas e nada acontecerá.

– Tudo bem, eu farei o seu jogo. – Ayame se rende. – Pergunte o que quiser.

– Você conhece Ichiro Sasaki, correto? – A voz a interroga. – Ele é o seu filho único.

– Sim. Ele é o meu filho único. – Ayame continua respondendo.

Ayame começa a estralar seus dedos.

– Não tente nada. Ou morrerá. – A voz no telefone continua no controle.

Ayame começa a balançar sua cadeira e então, derruba a mesma no chão.

Ao instante em que a cadeira começa a cair, o tiro do rifle percorre pelo ar.

Rapidamente, este passa por cima de Ayame, porém não a atinge e nem raspa.

''Achei você." – Ayame diz enquanto olha a bala passando lentamente por cima de si mesma.

O corpo de Ayame num instante se desintegra em raios de luz e segue o rastro por trás da bala do rifle.

Se aproxima de um vidro de um prédio, onde o vidro se destruía e se fragmentava pelo ar.

A luz se espalhava e então se reintegrava novamente, formando o corpo de Ayame novamente.

Ayame se joga no vidro, fragmentando-o mais ainda e então desarma o assasino num único momento, pegando rapidamente sua arma e colocando-a contra o sujeito.

– Cheque-mate. – Ayame fala enquanto aponta o rifle contra a cara do sujeito.

Os olhos de Ayame apresentavam duas cruzes opostas em ambos. Tinha uma coloração vermelha e claramente não era algo comum. Sua expressão era vazia.

Ela puxa o gatilho sem hesitar e então joga o rifle pra longe. Após isso, se levanta e olha todo o sangue e o estrago espalhado no chão.

– ''Eu sinto muito... Você tentou tirar de mim quem eu amo... Nunca poderia te perdoar.'' – Ayame pensa com sua consciência pesada enquanto vê suas mãos sujas de sangue.

Ayame vê as alturas pelo buraco no vidro a escola de Ichiro ao longe.

– ''Não posso me lamentar agora. Tenho que salvar o Ichiro.'' – Ayame pensa concentrada.

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13:00

O intervalo começa.

Os alunos se misturavam em meio ao pátio, com movimento normal.

Algo acontece. O barulho de fuzil carregando ecoa em todo o pátio.

Eram dois sujeitos de máscara. Eles atiram para cima.

Os alunos correm na direção contrária rapidamente. Nenhum ferido.

Um terceiro sujeito entra, um homem de sobretudo, com óculos escuros e um chapéu cujo as sombras camuflavam seu rosto.

O sujeito vai até as salas de aula e então entra na sala onde Ichiro se encontrava dormindo.

Ele se aproxima lentamente, até que quando chega na mesa onde o mesmo se encontra, a chuta, o derrubando e acordando-o.

– Ahn?! – Ichiro acorda confuso e tonto.

Instintivamente, Ichiro se arrasta pelo chão, tentando recuar do sujeito.

– Ichiro Sasaki... 14 anos... – O homem susurrava em tom de risada.

– QUEM É VOCÊ?! – Ichiro gritava amedrontado enquanto se afastava.

O homem saca uma desert eagle vermelha por dentro de seu sobretudo e então aponta até Ichiro.

– PARA! PARA! PARA! NÃÃO!! – Ichiro gritava enquanto se encolhia como uma tentativa de defesa. – POR FAVOR!

O sujeito não hesita e então puxa seu gatilho.

Rapidamente, o tiro antes que chegasse até Ichiro, é repelido por um guarda-chuva aberto.

– Devia arranjar alguém ao invés de tentar matar as outras pessoas. – Ayame fala irônica, fadigando.

– Mãe?! – Ichiro fala confuso. – Mas o-

– E você devia morrer o quanto antes, Ayame Sasaki. A paz lhe agradecerá. – O homem fala em tom grave e claro. – Devia ensinar bons modos ao seu filho também, escória humana.

– Hunf. – Ayame o ignora.

Ayame fecha seu guarda-chuva.

– Minha vez. – Ayame ergue sua mão contra o sujeito e então faz o símbolo de uma arma após um estalar de dedos.

Um flash de luz se concentra na ponta do dedo de Ayame e rapidamente percorre até seu adversário.

Num instante, o sujeito gira sua desert eagle e rebate o flash de luz.

Ayame corre até o sujeito e tenta ir punho a punho contra o mesmo.

Inicia com um soco frontal, direcionando-se ao rosto, porém seu adversário segura o soco e então a pega pelo braço, e a joga até a parede. Ayame cambelea e então cospe sangue no chão.

– Mãe!! – Ichiro grita por Ayame.

Ichiro se levanta e então corre até o homem de sobretudo, tentando o apunhalar a ponta do guarda-chuva de Ayame pelas costas, porém, rapidamente o sujeito segura o guarda-chuva pela extremidade e dá um golpe de cotovelo em Ichiro.

Ichiro cai no chão. O sujeito ergue sua perna pretendendo pisar na cabeça de Ichiro, porém Ayame rapidamente se levanta com muito esforço e o surpreende com um soco no rosto.

O homem sente o soco, porém consegue evitar cair no chão.

– Por quê? Porque nós humanos somos tão apegados a vida... Sendo que a todos nos sobrará somente a morte...

Responda, Ayame! – O sujeito gritava.

Ayame corre até o sujeito e dá outro soco.

Neste, a mandíbula de seu adversário quebra e este cai jogado no chão.

– POR QUÊ? POR QUÊ, AYAME?! – O sujeito gritava sádico.

Ayame se aproxima e dá outro soco.

– Cala a boca! – Ayame grita e o dá outro soco. – POR QUE VOCÊS NÃO VÃO EMBORA? HEIN?!

– Aya- – O sujeito tenta falar, porém recebe um soco em cheio no rosto.

Ayame deixa sua mão eletrificada e então a fecha no rosto do sujeito.

O sujeito começa a se despedaçar e virar pó.

Ichiro observava inquieto.

Ayame então dá as costas ao sujeito e vai andando até Ichiro.

Ichiro percebe algo ao fundo. Uma mão do sujeito segura a arma e então puxa o gatilho. E depois, todo o sujeito some.

– MÃE!! SAI DAÍ!! – Ichiro grita desesperadamente.

Ayame andava com um sorriso até Ichiro, trêmula.

Ayame sente o tiro e então cai no chão.

– NÃO! NÃO! NÃO! – Ichiro se levanta e corre até sua mãe.

O sangue escorria pelo chão.

Ichiro rapidamente tira seu casaco e então põe na ferida.

– Ichiro... – Ayame falava lentamente, porém ainda com um sorriso no rosto.

– Não fala nada, mãe!!! Vai piorar! – Ichiro grita desesperado. – Alguém!!! Socorro!!!

– Ichiro... Tá tudo bem... – Ayame fala lentamente, ainda sorrindo.

– Não, não tá tudo bem!! Você tá morrendo!! – Ichiro grita enquanto seus olhos começam a lacrimejar. – Você não vai morrer!!

– Pega na minha mão, filho. – Ayame fala sorrindo.

Ichiro pega na mão de Ayame, coberta de sangue ainda trêmulo.

– Tá tudo bem... A culpa não foi sua, Ichiro... Você não precisa de mim... – Ayame fala enquanto segura firme a mão de Ichiro.

– Mas sem você... Quem eu sou? – Ichiro fala baixo, enquanto suas lágrimas descem pelo seu rosto. – Eu ainda... Ainda preciso provar que eu sou alguém pra você... Mostrar que eu sei fazer alguma coisa.

Várias lágrimas caiam no sangue e na ferida de Ayame, se misturando.

– Você não precisa me provar nada... Você sempre foi um ótimo filho... – Ayame fala encarando Ichiro. – Você é o número um, Ichiro.

Se passa em sua cabeça todas as vezes em que deixou sua mãe, suas brigas, seus xingamentos.

– Eu não posso ser o número um... – Ichiro cai em mais lágrimas, derramando cada vez mais na poça de sangue e na ferida.

– Você sempre será... – Ayame fala sorrindo ainda mais. – Eu sei que não fui a melhor mãe... Mas você com certeza foi o melhor filho!

Ayame ergue sua mão e então limpa as lágrimas de Ichiro, sujando seu rosto com o sangue de suas mãos.

– Que mãe idiota que eu sou... Feliz aniversário! – Ayame sorri enquanto derrama suas lágrimas.

Ichiro abraça sua mãe.

– Por favor, eu sei que você tem mais algum truque pra continuar viva. – Ichiro fala enquanto derrama mais lágrimas no sangue e em sua ferida.

– Desculpa... Dessa vez, não tenho mais nada... – Ayame fala enquanto fecha seus olhos e sorri uma última vez.

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Fim do capítulo.

Nota: terminado em 12/04/19 às 00:34.

March 23, 2020, 3:54 a.m. 0 Report Embed Follow story
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