Entretanto, sinto-me estranhamente fatigado.
Quando isso acontece, entro para o meu refúgio mental e fico a rabiscar letras num caderno. Frase soltas que se contorcem, como serpentes caprichosas, entre desenhos estilizados. Figuras que esvoaçam na minha cabeça que precisa de acalmar o turbilhão, reencaixar-se na serenidade que me é absolutamente necessária.
Chester desaba aos pés do sofá, perto de mim. Encosta a cabeça no assento e suspira. Olhos fechados, abandonado numa postura derrotada, pernas e braços esticados.
E eu esqueço o meu estado de pura exaustão e preocupo-me com ele.
- Queres ir para casa? Já terminámos.
- Mike… alguma vez achas que não vale a pena?
- O quê?
- Todo o esforço.
- Não. Porque faço sempre tudo, primeiro, para mim.
- Ah… certo.
- Podes ir para casa.
Continuo a desenhar, a escrever e a inventar coisas aleatórias. O Chester fica ali e de repente dou por mim a desenhá-lo. Faço um boneco engraçado, traços simples, uma caricatura.
Depois desenho-me a mim e estamos os dois sobre um pequeno palco, num festival de província.
Qualquer dia, vou fazer uma série animada da banda. Só para me divertir.
Entretanto, sinto-me melhor. E o Chester adormeceu ao meu lado.
Thank you for reading!
We can keep Inkspired for free by displaying Ads to our visitors. Please, support us by whitelisting or deactivating the AdBlocker.
After doing it, please reload the website to continue using Inkspired normally.