Uma princesa que nada sabia sobre o mundo decidiu guardar seu coração em uma caixa.
“Aqui você está seguro.”, pensou ela.
Pobre princesa, como estava errada.
Certo dia um rapaz apareceu, um duque de terras distantes com nomes impronunciáveis. Por diversas vezes ele pedia a ela que lhe mostrasse seu coração, nem que fosse uma única vez sequer. “Apenas para dar uma olhadinha”, era o que o duque dizia. No começo a resposta era um definitivo “Não”, sem nenhuma esperança de barganha; ao passar do tempo virou um indeciso “Talvez algum dia”, e, por fim, como o rapaz tanto ansiava, veio o tão esperado “sim”.
Foi em uma tarde agradável, no chafariz que ficava no pátio do castelo. A princesa o esperava sentada na fonte, com uma pequena caixa vermelha adornada com detalhes em ouro; ele sorriu, um sorriso tão grande que foi de uma orelha a outra; ela se levantou, graciosa, como fora ensinada desde criança, e lhe entregou a caixeta com as faces ruborizadas, e, de forma rápida e descuidada, o beijou na bochecha. Eles conversaram pouco, em segredo, e logo depois a princesa saiu apressada do local; era proibida de ser vista com qualquer outro homem que não fosse seu prometido, e bem, o duque não era esse homem.
Em casa, ele colocou a caixa em cima da mesa de jantar, a encarou pensativo… sentindo aos poucos os dedos gelados do medo apertarem sua barriga pelo nervosismo que o invadia, mas enfim tomou coragem, e retirou a tampa da caixeta, olhando receoso para dentro. Seus olhos arregalaram-se e suas mãos começaram a tremer enquanto segurava aquela forma pulsante de vida, ele sentia cada batida reverberar entre seus dedos, entrando na sua alma, e sendo marcados ali a ferro e fogo, pelo que parecia ser para sempre.
Ele era mais pesado do que ele esperava, era o coração de uma rainha, e, ele não estava pronto para aquilo. O coração da princesa era demais para ele, aqueles sentimentos eram sinceros demais para ele! A princesa era o mar e ele… era um mísero grão de areia. Aquela moça não merecia um cafajeste; para o duque tudo aquilo não passava de uma brincadeira de criança, mas para ela não, aquilo era sério, algo que duraria anos, a vida inteira…
O duque ficou desnorteado, seu mundo girou e suas mãos afrouxaram.
O pequeno artefato foi ao chão, e um som agudo cortou o ar. Ali jazia todos os sentimentos da jovem, estilhaçados no tapete persa do homem. No momento em que seu coração quebrou, a princesa foi junto.
Ela entrou em coma por seis meses, e quando acordou sentiu algo gelado batendo em seu peito. A princesa olhou ao redor procurando o seu amado, mas ele havia ido embora do reino.
Colocou a mão em cima da cicatriz rosada, e a batida lenta do coração substituto respondeu.
O médico explicou: “ É gelo.”
Todos os outros homens que tentaram tocar seu coração transformaram-se em estátuas de gelo, ou queimaram suas mãos permanentemente. Talvez nunca mais qualquer um poderia tocá-la novamente sem sair com alguma sequela.
Mas, “nunca mais” é tempo demais, não é mesmo?
E em uma tarde, muito parecida com àquela que ela deu seu coração, em um julgamento de um ladrão, ela conheceu o plebeu do coração de fogo, um garoto ao qual a alma também fora estilhaçada, porém, não foi reposto com gelo.
Eles se olharam, os olhos frios dela, nos olhos calorosos dele, e naquele momento souberam… que iriam se odiar profundamente.
Mas, esta é uma história que merece ser contada outro momento…
XXX
Helou, meus corações de gelo e fogo! S2
Bem, esse foi um conto que eu achei no meu caderno de forma aleatória, então pensei, "Porque não postá-lo?"
Então aqui estou eu, oferecendo esse petisco literário para vocês kkkk
Gostaram?Que sabor tem?! 0_0
Comentem! Votem!Deem sugestões (se tiver algum erro pode falar)! Façam teorias malucas (a-do-ro), vou amar ouvir (ler) cada uma. :3
Então... é isso.
A gente se esbarra em algum livro por aqui. ;)
Adeus e obrigada,
Abraços da Beca ^^
Thank you for reading!
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