john-wesley1579640010 John Wesley

Memoria Escolar colocada em 3º lugar no prêmio anual no dia 7 de abril de 2019, aniversario da cidade de Cafarnaum, onde foi concorrido alunos de diversas escolas da cidade.


Historical All public. © JOHN WESLEY

#CAFARNAUM
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RECORDAR É VIVER

Escritor: John Wesley da Silva Santos

Entrevistado: Benedito Rodrigues


Cafarnaum, lugar onde vivi a maior parte da minha vida, mais precisamente 52 anos. Nasci no povoado de Alecrim de Morro de Chapéu. Sou conhecido como seu Didi, mas meu nome realmente é Benedito Rodrigues. Tive um único irmão chamado de Genésio Rodrigues, muito conhecido devido ter sido chefe de Escritório do INCRA que é Instituto Nacional de Colonização de Reforma Agrária e havia trabalhado como: Agricultor, Carpinteiro, Marceneiro, Mecânico, Eletricista e um dos fundadores da Assembleia de Deus em 1960, hoje falecido.

Algo que gosto de lembrar é de quando cheguei a Cafarnaum, como já mencionei não nasci aqui, mas vim com 6 anos de idade, fiquei 2 anos e retornei para minha terra natal. Em 1964, um ano após a emancipação de Cafarnaum, voltei já casado pela 2ª vez com Hildete Alves de Araújo popularmente conhecida como Detinha. Passamos 5 anos no Povoado de Mulungu, hoje cidade, mas antes município de Cafarnaum.

Em 1969 retornamos e Compramos uma casa na qual estou até hoje, que fica localizada em uma das ruas mais antigas da cidade e hoje a rua mais moderna que temos, Amerino Portugal, devido a uma grande reforma feita pela atual prefeita Sueli Fernandes. Ali por muitos anos foi também a feira livre onde vendia produtos da terra como: feijão, milho, mamona e etc.

Naquele tempo vivíamos de maneira muito simples as crianças já trabalhavam com seus pais e avós desde cedo mas também brincavam de: Cantigas de roda, Durinho, carro de lata, rodas, cavalo de pau, esconde-esconde, fogueiras de São João, onde não só crianças mas também adultos faziam e brincavam de fogueiras em pé, que era o período de maior diversão de todos, mas o que eu mais gostava mesmo era de badocar nos domingos.

Naquela época não tinha energia elétrica. Certo dia fui convidado pelo prefeito Carlos Xavier para trabalhar no motor que gerava energia elétrica, que funcionava das 17:00 horas as 22:00 da noite. Trabalhei por 6 anos 10 meses e 22 dias no motor de luz, conto como se fosse hoje, como aprendi? Só curiosidade, e até hoje aposentado conserto eletrodomésticos.

Lembro-me da primeira vez que vi uma tv. Seu Armando trouxe para cá em 1958. As pessoas não tinham dinheiro, e conhecimento do que era televisão, então ele cobrava 0,50 centavos por pessoa para assistir um programa de TV.

Uma história que ninguém vai acreditar é que o local da Igreja Batista independente localizada na Rua Euclides da Cunha, já foi o cemitério, incrível né? Acharam até ossos de pessoas quando foram fazer o alicerce da Igreja! Mudanças incrível em Cafarnaum como na Praça José Gonçalves que hoje também está modernizada. E o engraçado de relembrar é que morreram 2 pessoas com uma doença que na época não tinha um conhecimento de que doença era, mas colocaram o nome de doença da bexiga, que enchia a pessoa de caroço, e não tinha medicina naquela época, e sepultaram onde hoje é a batedeira pois tinham medo de enterra no cemitério local.

Mesmo com saudade da minha vida acho que a vida do século XXI está mais fácil para todos, com a chegada da tecnologia no mundo, pois tivemos melhorias na saúde, transporte, moradia.

Uma coisa que queria que voltasse era a união das pessoas, as rodas de conversas, mas hoje é conversa via WhatsApp, conversa de vídeo, acabou a atenção, a tranquilidade, sem violência, as pessoas não tinham tecnologia de segurança, e antes nós só precisávamos de tramelas para fechar as portas e já nos sentíamos seguros.

Transportes? Vocês não vão nem querer saber qual era, aliás, qual transporte? somente era o cavalo, mas não para todos só para aqueles que tinham condições de ir pois a escola era em Ponte Nova e eles iam e ficava a semana, eu mesmo fui estudar depois de adulto, A primeira escola de Cafarnaum foi a escola José Gonçalves que antes era pública e depois passou a ser particular e atualmente está localizada na Igreja Nova Jerusalém.

O fim da história não sei, pois Cafarnaum só tem 56 e eu muito mais 88, mas muitas histórias serão contadas talvez não mais por mim.

Jan. 21, 2020, 9:55 p.m. 2 Report Embed Follow story
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Amanda Luna De Carvalho Amanda Luna De Carvalho
Ótima história realmente! Parabéns!
January 13, 2021, 15:02
Amanda Luna De Carvalho Amanda Luna De Carvalho
Olá, tudo bem? Faço parte do Sistema de Verificação e venho lhe parabenizar pela Verificação da sua história. Em primeiro lugar, o relato de vida do entrevistado é muito interessante pelo fato de mencionar não apenas o que a pessoa vivenciou no passado, mas curiosidades da cidade onde esteve parte de sua vida. Isso é extremamente fascinante para alguns leitores. A coerência está boa em todo texto realmente e harmônico também. A estrutura está coerente e eu pude isso pelo tema do conto que é uma entrevista sobre as vivências de uma pessoa em determinado local. Deu para notar tudo no modo como é dito pelo entrevistado e como você conduz isso. O personagem está condizente com suas falas e as situações que viveu no município estão convenientemente delineadas com seu modo de se expressar. Eu consegui até mesmo imaginar as ocorrências que o entrevistado passou na localidade. A gramática está adequada, mas notei alguns deslizes e que sugiro uma pequena correção. "somente era o cavalo, mas não para todos só para aqueles que tinham condições de ir pois a escola era em Ponte Nova e eles iam e ficava a semana, eu mesmo fui estudar depois de adulto," — Indico começar "somente" com maiúscula pois se trata do início da frase. Indico trocar "ficava" por "ficavam" pois estamos falando no plural. E finalmente, indico terminar a frase com ponto final, já que a próxima frase está em maiúsculo. Apenas sugiro essas pequenas emendas e observar erros de digitação mais comuns. O conto está ótimo e bem atraente para quem estiver lendo. Eu achei excelente esse tipo de descrição e é bastante charmosa. Sinceramente, eu achei muito encantador como tudo se decorre na entrevista. Pude até pensar em como existe tantas diferença de tempos não muito remotos para as modernidades dos anos atuais e me senti um pouco imersa ali dentro. Continue escrevendo seus escritos e desejo muita sorte em suas obras futuras. Não desista e não desanime. Até mais!
May 11, 2020, 16:18
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