Escuro. Solidão. Tanto tempo ali, nem dava pra acreditar que havia qualquer outro lugar além daquele. Outro sentimento além do peso. Do quê? Ela não sabia, só sabia que aquele peso estava ali há tanto tempo que já fazia parte dela.
Será? Não queria se perguntar. Perguntar agitava uma inquietação por dentro, uma necessidade de respostas. Já estava ali, era só permanecer.
Mas a partir do momento que a pergunta nasceu, não havia o que se fazer. Ela também passou a estar ali, sempre. E crescer, como tudo que é vivo. O que fazia pensar, aquele peso não crescia, por quê? Talvez porque já fosse tão grande. Já havia morrido?
Ela não precisava tatear pra senti-lo, ele a tomava por completo, cada poro dela, ela não respirava, não se mexia. Se mexer? Será que algum dia isso foi possível? Parecia algo tão longe. Por que ela pensava tudo isso?
Era a pergunta. Crescendo, se multiplicando, gerando respostas que só geravam mais perguntas. Ela queria desligar. Doía e inquietava pensar tanto assim. Ela só queria ficar lá, imóvel. Era a única forma de o peso não doer tanto.
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