Resolvi tirar umas férias em Londres. Estava frio, ótimo para ficar em casa.
Eu estava ouvindo Battery, do Metallica, e cantando junto.
Senti falta da minha guitarra, uma Tagima Woodstock Tw-61.
— (Algumas coisas têm que voltar…)
Recebo uma ligação. Dessa vez olho e vejo que é Luiz.
— Oi,Luiz. Como você está?
— Bom, tive que enfaixar o braço, mas estou inteiro ainda. Luzia mandou eu me afastar de você, mas… não posso esquecer os amigos.
— Aiai - rio um pouco - Ela passou aí?
— Passou — ele suspira — Disse que estava arrependida, chorou e tudo mais. Perdoei, e você?
— Não posso. Não depois de tudo…
— Olha, nem sempre podemos guardar rancor no nosso coração. Isso machuca.
— Eu sei...
— Pensa melhor, algum dia você muda.
Ele desliga e fico sozinho, ouvindo A Love Unreal, do Black Label Society.
— (Cada coisa que tenho que ouvir...)
O telefone toca novamente.
— (Número desconhecido...). Olá?
— Esqueceu-se de uma coisa...
Ouvi a voz e lembrei.
— Nem fodendo...
— Diga olá para sua cabeça sendo caçada!
— Nem fodendo... Me dá alguns dias só para eu relaxar.
— VOCÊ MATOU ELA!
— Nem fodendo que você conhecia ela...
— CONHECIA!
— Cara, meu problema não tinha nada a ver com você.
— VOCÊ MATOU MEU IRMÃO!
— É... aí já tá feio mesmo. Um dia só.
Ele desliga.
— Nem fodendo…
Letícia estava dormindo no quarto. Como ela manda em tudo, fiquei no sofá. Fui até o quarto, acordei ela e passei a situação.
— Nem fodendo — falamos junto.
— Eu vou para casa de Débora — Letícia disse.
— Eu tenho que sobreviver!
— Eu sei. Quando eu tiver um computador, tudo fica mais fácil.
— Eu sei.
Saio do quarto e deito no sofá.
— (Nem fodendo).
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