Cedo ou tarde, você vai aprender, assim como eu aprendi, que existe uma diferença entre CONHECER o caminho e TRILHAR o caminho.
"Alana Beaumont"
Nova Iorque - 22:30
Há dias em nossas vidas que apenas sobrevivemos, cansados de sempre repetir a mesma rotina imposta pela sociedade. Isso é claro, a menos que nasça em "berço de ouro", então não a nada que você precise se preocupar.
Desde muito nova aprendi a me virar como consegui, abandonada ainda recém nascida por meus pais biológicos, ou assim foi me dito pela diretora do orfanato, quando tive idade suficiente para entender que eles não voltariam para me buscar como nas historias.
Aos dez anos fui finalmente adotado, uma família Texana que achei finalmente ter meu final feliz, mas isso não foi verdade, vivi muito pouco tempo com eles. O casal queria um filho, mas a mulher tinha problemas para gerar uma criança, já com meus doze anos a noticia chegou como uma bomba: ela estava grávida. Depois disso tudo foi um borrão em minha mente infantil, tão rápido quanto respirar eu havia sido devolvida ao orfanato novamente, por se tratar de um casal com uma situação financeira muito acima da média não tiveram problemas em se livrar de mim, assim me jogando para escanteio.
Logo quando completei meus quinze anos novamente fui adotada, agora por uma senhora já idosa, ela muito doente adotou-me apenas para ajudá-la. Não tenho do que reclamar, ela sempre foi muito bondosa comigo, e quando enfim meus tão clamados dezoito anos chegaram me vi a perdendo para a morte. Recebi uma boa quantia de dinheiro deixada por ela de herança a mim, e logo pude organizar minha vida do melhor modo possível, comprei um apartamento modesto e comecei uma faculdade de Pedagogia.
Hoje me encontro no penúltimo ano do curso e tenho vivido muito bem sozinha até então. Não tenho pessoas que posso chamar de amigos ou até mesmo algum familiar, mas mesmo na solidão que me cerca sinto-me bem comigo mesma, sempre fui sozinha e não é como se algo fosse mudar da noite para o dia.
Nunca tive um namorado, ou dei alguns amassos, como muitas das minhas colegas, sempre me guardei para mim mesma. Tenho medo de algo acontecer, sei que muito podem me achar estranha por isso, mas prefiro terminar minha faculdade e ser alguém na vida.
Olhando meu relógio posso ver o quão atrasada me encontro, ainda tinha de limpar meu apartamento e lavar algumas roupas. Aperto o passo vendo que ainda estou a duas quadras do meu apartamento, o beco de Chestnut era algo sombrio como sempre, mas tento não prestar atenção no arrepio que passa por minha coluna.
Sinto uma sensação estranha que faz com que o suor escorra por minha têmpora, atrás de mim percebo uma BMW totalmente negra me seguir. Como qualquer pessoa em minha situação, aperto ainda mais meu passo, na esperança de que chegue a portaria de meu prédio e possa correr para a segurança de meu apartamento.
Eu ainda não sabia, mas não adiantava fugir, ou correr por salvação.
Minha sentença estava marcada, eu só ainda não podia imaginar o quão ruim isso poderia ser.
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