crisojuara Cristina Araújo

— Bom dia! – Cumprimentou a recepcionista com um belo sorriso em seus lábios. — Bom dia. – Respondeu a moça a sua frente. — Em que posso ajudá-la? – Perguntou simpática. — Eu quero me internar. – Disse a morena, tranquila. Isso causou espanto na atendente, pois era a primeira vez, que ela presenciava uma coisa daquelas. — Posso saber por que a senhorita quer se internar? – Perguntou curiosa e confusa, mesmo sabendo que aquilo não era de sua conta, muito menos o seu trabalho. — Porque eu tenho vontade de me matar.


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#original #violência #suicídio
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Prólogo

Era uma manhã tranquila na cidade de Nova Iorque. Em plena segunda feira, todos estavam em suas respectivas rotinas, alguns na correria de sempre para o trabalho, outros indo estudar, ou até mesmo fazendo uma bela caminhada matinal.


Estavam em seus dias normais, menos uma certa morena, dona dos olhos castanhos escuros que estava em seu apartamento fazendo a mala. Ela colocava apenas o necessário em uma mala média, preta, de rodinhas.


A moça vestia uma calça jeans, preta. Uma blusa de manhã cumprida, branca. Botas pretas, sem salto, com cadarço. O longo cabelo preto, solto e com a cara lavada, sem nenhuma maquiagem em seu rosto.


Assim que terminou de arrumar tudo, pegou uma pequena mochila, marrom escura, colocou seus pertences inseparáveis, como documentos, celular e o notebook. Ao ajeitar tudo, jogou a mochila em seu ombro esquerdo, pôs a mala no chão e saiu do local, tranquilamente.


Caminhando até a saída do prédio, parou na calçada e deu sinal com a mão, ao ver um táxi vindo. O mesmo parou e ela entrou com a mala e a mochila no veículo.


— Bom dia. – O motorista disse assim que ela fechou a porta. – Para onde deseja ir?


— Centro Hospitalar Psiquiátrico, por favor. – Pediu.


— Certo. – Afirmou.


O motorista dirigiu em direção ao local e enquanto isso, a morena mexia em seu celular, vendo as poucas mensagens que ela não fez questão alguma de responder, já que não eram importantes.


Apagando uma por uma, a garota desligou o aparelho assim que terminou e o jogou novamente na mochila, encarando a paisagem da janela, vendo como o dia estava bonito, ensolarado, mas com a brisa fresca.


— Vai visitar algum parente? – O motorista perguntou, tentando puxar assunto.


— Não, exatamente. – Falou, mas ela não queria entrar naquele assunto.


O motorista não lhe fez mais nenhuma pergunta até chegar ao local.


— Pronto. – Disse estacionando seu carro. – Vinte e cinco dólares.


A moça tirou as notas do bolso e lhe entregou. A morena retirou suas coisas do carro, fechou a porta e caminhou em direção às portas de vidro do local. Era o maior centro hospitalar psiquiátrico do estado de Nova Iorque.


Ao entrar, foi direto a recepção, onde havia uma recepcionista, ela estava toda vestida de branco e com seus cabelos loiros amarrados em um rabo de cavalo. Em seu crachá estava escrito seu nome, que era Lúcia.

— Bom dia! – Lúcia a cumprimentou com um belo sorriso em seus lábios.


— Bom dia. – Respondeu a moça a sua frente.


— Em que posso ajudá-la? – Perguntou simpática.


— Eu quero me internar. – Disse a morena, tranquila.


Isso causou espanto na atendente, pois era a primeira vez, que ela presenciava uma coisa daquelas.


— Posso saber por que a senhorita quer se internar? – Perguntou curiosa e confusa, mesmo sabendo que aquilo não era de sua conta, muito menos o seu trabalho.


— Porque eu tenho vontade de me matar.


Lúcia se assustou com a resposta e engoliu o seco. A garota a sua frente era tão tranquila, ninguém imaginaria que ela queria fazer tal coisa.


— Só um segundo. – A loira pediu, se levantando e saiu de seu posto.


Lúcia caminhava pelos corredores, com uma certa velocidade, até parar em frente à porta de John Connor, psicólogo daquele setor.


Dando três batidas da porta, ela logo é aberta por ele, que a encarou, esperando por uma justificativa.


— Tem uma moça na recepção, ela quer se internar. – Explicou e antes de John abrir a boca para respondê-la, Lúcia continuou. – Acho que o senhor vai querer falar com ela.


John resolveu não questionar é apenas confirmou.


— Eu a espero aqui na minha sala. – Disse voltando a entrar no local e fechar a porta.


Lúcia voltou a recepção e tentou ser o mais simpática possível para ela, já sabendo que a garota tinha alguns problemas por querer cometer suicídio e a recepcionista não queria que isso acontecesse, ainda mais a uma garota tão jovem e bonita.


— Você pode me acompanhar? – Perguntou.


— Claro. – A morena respondeu dando um pequeno sorriso.


Lúcia a levou até a sala de John e bateu na porta novamente. O psicólogo a abriu e encarou as duas.


— Esse é o nosso psicólogo John Connor, ele quer falar com você. – Lúcia a explicou.


— Tudo bem. – Afirmou.


Lúcia saiu e John olhou a morena de cima em baixo, percebendo que não parecia haver nada de errado com a garota.


— Entre. – Disse dando espaço a ela, que entrou com suas coisas e em seguida fechou a porta. – Pode ficar à vontade.


A garota se sentou em uma cadeira e John se sentou de frente para ela.


— Qual o seu nome? – Ele a perguntou.


— Laura.


— Então, Laura... – Começou. – A Lúcia me disse que você quer se internar. Por quê?


— Porque as vezes eu tenho vontade de cometer suicídio. – Disse tranquila.

John não estranhou o fato de ela querer se matar, já que, infelizmente, esses casos eram comuns, mas o estranho era o modo tranquilo que ela fala, a postura calma que ela tinha, aquilo era bem esquisito.


— E você pode me dizer o motivo de querer fazer isso? – Perguntou curioso, tentando achar respostas.


Laura se manteve quieta, ela estava pensativa, como se estivesse se decidindo sobre o que iria dizer, ou se realmente queria se abrir para um completo estranho.


— Eu tenho vontade, mas não sei se quero morrer agora. Sei que minha hora está perto, mas sinto que não vivi o que tenho para viver ainda, por isso estou aqui, não quero acabar com minha vida antes saber o que ainda tenho para viver e se eu ficar sozinha em casa, eu vou acabar me matando... Literalmente. – Explicou.


— Ok. – Ele suspirou.


John compreendeu o que a garota quis dizer, mas queria entender o motivo dela querer "viver o que não viveu" dentro de um local fechado, cheio de pessoas doentes e médicos andando de um lado para o outro.


— Eu vou internar você. – Se levantou e a garota sorriu satisfeita. – Mas saiba que aqui você terá um acompanhamento psicológico, nos falaremos quase todos os dias, você vai se enjoar de mim. – Comentou sorrindo.


— Não, acho que não. – Disse se levantando. – Você parece ser um cara legal.


— Gentileza a sua. – Falou sorrindo. – Bom, me acompanhe, eu vou te mostrar como funciona as coisas aqui.


— Tudo bem.


John ajudou Laura a levar a mala, enquanto explicava para ela sobre o local.


O local era enorme, com vários setores e ela ficaria em uma ala bem tranquila, com casos mais comuns. Todos os pacientes havia um quarto próprio, parecia até um hotel. O quarto era decorado ao seu gosto, para que o paciente se sentisse em casa.


Além disso, havia refeitório, um belo jardim, sala de cinema e uma pequena sala de jogos. Tudo para que os pacientes se sentisse mais à vontade.


John pegou todos os dados de Laura, idade, número dos documentos, profissão e endereço. Em seguida a acompanhou até a ala dos quartos e parou em frente a uma das portas.


— Esse será o seu quarto. – John disse abrindo a porta.


O quarto era simples, havia uma cama, uma cômoda, mesa com cadeira, uma pequena poltrona e um banheiro.


— Eu posso usar meu notebook? – Ela perguntou. – É que eu adoro escrever.


— Claro, você pode ficar à vontade. Quero que se sinta em casa, Laura e saiba que pode conversar comigo a qualquer momento, estarei disponível 24hrs.


— Obrigada. – Ela disse dando um pequeno sorriso.


— Sabe onde me encontrar. – Falou e resolveu dar espaço a ela.


John voltou para a sua sala e Laura encarou aquele quarto, que nos próximos meses seria o seu novo lar. Ela entrou no local com suas coisas e a primeira coisa que fez, foi pegar seu notebook, colocar sobre a mesa, se sentou a cadeira e abriu o notebook para começar a escrever.


Ali ela teria paz, teria tempo, não tinha trabalho, pessoas atrás dela, família, nada disso. Ela teria a tranquilidade que precisava antes de partir.


July 31, 2019, 9:28 p.m. 0 Report Embed Follow story
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