witchygir1 nana 🦋

[Jaebeom/Jinyoung] Na famosa revista Flawless publicada pela editora Motion Reports, existe uma coluna muito popular chamada Total Coverage sobre artistas bonitos e bem sucedidos. Park Jinyoung tem trabalhado na Motion Reports por dois anos e um dia seu sonho se torna realidade, ele recebe a chance de escrever um artigo para Total Coverage. Jinyoung fica ainda mais animado quando descobre que vai escrever sobre Im Jaebeom um famoso e misterioso músico. Durante o tempo que passa com ele Jinyoung se apaixona por um JB que todos desconhecem, um lado que ele só mostra quando está com ele. Jinyoung conseguirá lidar com a vida pública do seu amor ou abrirá mão da sua felicidade pelo sucesso de sua carreira? ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ 🚨 Aviso de possíveis gatilhos e conteúdo muduro: ➜ Homofobia;  ➜ Uso de drogas lícitas;  ➜ Insinuação de sexo.


Fanfiction Bands/Singers For over 18 only.

#got7 #jinyoung #jjp #bnior #jaebeom #marktuan #jacksonwang #markson #yugyeom #bambam
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Capítulo 1

— Tudo bem, está bom, mas você pode apenas mudar isso? Precisa ser enviado até amanhã.

O homem sorrindo para Jinyoung é Son Hyunwoo, o editor chefe da Flawless, famosa revista feminina da editora Motion Reports, uma das maiores editoras da Coreia do Sul. Esta era a terceira vez que ele pedia isso com o mesmo sorriso.

— Claro, mas só porque você tem esse sorriso tão incrível.

Jinyoung deixou seus sentimentos escaparem por um instante correndo o risco de parecer um idiota.

— O que você disse?

— Oh! Nada, hyung! Vou arrumar isso de novo agora mesmo.

— Ótimo, obrigado Jinyoung-ah!

Ele lançou outra vez um maravilhoso sorriso e saiu em direção a sua sala.

Jinyoung olhou a pilha de papéis na sua mão e suspirou. Ele estava muito orgulhoso daquele artigo, mas não tinha tempo para pensar sobre isso.

Vou reescrever e desta vez ficará perfeito.

Sentindo-se motivado caminhou de volta para sua mesa, encostado na bancada ao lado estava Mark Tuan, seu colega de trabalho.

— Você já soube? Flawless vendeu muito bem esse mês. A 'Total Coverage' estava incrível.

Mark contava sua novidade com um sorriso enigmático no rosto. Jinyoung desviou do seu colega e sem olhar para ele afundou na cadeira atrás da mesa.

Mark e Jinyoung começaram a trabalhar juntos na revista e acabaram se tornando melhores amigos chegando a dividir apartamento por alguns meses.

— Você não disse que escrever para uma coluna principal como a 'Total Coverage' era seu sonho quando começamos aqui?

Mark passou a mão nos seus cabelos loiros arrumando algumas mechas que cobriam a testa e cruzou os braços em frente ao seu corpo mudando de posição na bancada em que estava encostado.

— Sim, mas eu continuo cometendo erros e tenho que voltar e mudar quase tudo — Jinyoung sacudiu no ar os papéis que ainda segurava — Preciso trabalhar mais, preciso ser perfeito.

Ele suspirou fundo jogando os papéis na mesa e se ajeitando na cadeira.

— O-Olá!

Jinyoung se assustou com a voz que os cumprimentava.

Seu colega Choi Youngjae, um adorável rapaz que havia começado há poucos meses na editora, os olhou como se fosse chorar a qualquer momento.

— Eu não sei o que vou fazer — disse com a cabeça baixa — O estúdio para as fotos de amanhã não está confirmado.

— O quê?

— Eu sinto muito hyung!

Jinyoung olhou para Youngjae e ele era a face do terror, estava apavorado, incapaz de ser rude com ele, respirou fundo tentando se concentrar no problema.

— Bem, então vamos achar outro estúdio.

— Sim! — disse aliviado.

— Não se preocupe. Eu vou ajudá-lo.

Mark tocou o ombro de Youngjae, e lançou um sorriso para o amigo tentando tranquilizá-lo. O dia já estava agitado o suficiente com o prazo para o fechamento da edição se aproximando e agora ele não podia se preocupar com Youngjae.

Jinyoung considerava seu trabalho quase sempre difícil, mas era muito gratificante. O desafio de escrever para uma revista feminina o fazia querer se superar a cada artigo. Toda aquela agitação e até mesmo os problemas que surgiam durante a produção de um novo número era prazeroso, e ele se considerava privilegiado de trabalhar naquilo que ama.

Aos vinte e cinco anos ele morava sozinho, era independente, bonito, inteligente e tinha um bom emprego. Sempre fazia escolhas responsáveis, sua vida era organizada e nunca teve fortes emoções. Ele gostava das coisas assim na maior parte do tempo.

Às vezes Mark o tirava da sua zona de conforto fazendo com que ele saísse com ele para dançar e ficar bêbado, e ele era grato a isso também, o fazia lembrar da época da faculdade. Se permitir cometer algumas loucuras durante uma noite era saudável na sua opinião.


[...]


No fim do dia Jinyoung ainda estava perdido no meio daquele artigo que ele precisava entregar para o dia seguinte. Não havia quase ninguém na redação quando se deu conta do adiantado da hora. O barulho e a correria que havia mais cedo diminuíram bastante. Agora só se podia ouvir teclas de computador e algumas conversas em voz baixa.

Uau, está ficando bem tarde. Preciso terminar isso agora mesmo.

O problema de Youngjae já estava resolvido graças a Mark, e de alguma forma ele havia conseguido escrever o artigo a tempo. Levantou da cadeira e imediatamente sentiu as costas doerem por ficar na mesma posição o dia inteiro, nem mesmo almoçou aquele dia, Mark trouxe café algumas vezes e se manteve determinado a acabar o que estava fazendo. Endireitou sua postura e caminhou devagar até a sala do seu editor, bateu de leve na porta e logo escutou sua voz mandando que entrasse. Ele estava concentrado em algo no computador, mas assim que o viu passar pela porta redirecionou toda sua atenção para ele. Em silêncio entregou-lhe os papéis e esperou nervoso que ele dissesse algo. Permaneceu em pé, mesmo quando seu chefe fez sinal para ele se sentar, os braços cruzados em frente ao seu corpo mordendo os lábios em antecipação.

— Está ótimo. As leitoras vão amar isso.

Quando ele finalmente falou, Jinyoung sentiu seu coração dar um pulo. Seu chefe o olhou e sorriu satisfeito.

— Muito obrigado hyung!

A sensação de alívio tomou conta do seu cérebro e ele sentiu como se estivesse voando. Finalmente ele havia aprovado o artigo depois de Jinyoung ter reescrito três vezes.

Suspirou fechando os olhos por um momento. Ainda olhando para Jinyoung Hyunwoo soltou uma pequena risada.

— Esse é seu segundo ano aqui, certo?

— Sim.

— Eu estava pensando sobre a 'Total Coverage'…

Jinyoung prendeu a respiração por um instante.

— Precisamos achar alguém para escrever sobre o próximo tema da coluna em breve. Você gostaria de dar uma chance?

Ele não conseguiu falar nada e não sabe por quanto tempo permaneceu calado encarando seu chefe. Puxou o ar para os pulmões de uma vez quando sentiu necessidade de respirar. O coração batia tão forte no peito que ele tinha certeza que ele também podia ouvir.

Sem perceber, começou a se segurar na borda da mesa procurando apoio.

— Posso fazer isso. Deixe comigo!

Declarou começando a ficar muito animado.

— Isso é exatamente o que eu queria ouvir. Conto com você Jinyoung-ah!

E outra vez ele lançou aquele sorriso radiante.

Jinyoung foi para casa aquela noite flutuando.

Eu, encarregado da 'Total Coverage'? É um sonho que se torna realidade. Sobre quem eu vou escrever? Vou fazer esse artigo ser o melhor que eu já escrevi.

Seu peito vibrava de felicidade. Apertou os punhos com força. Essa era a chance que ele estava esperando. Ele só precisava que Hyunwoo achasse a pessoa perfeita e fácil de lidar para cobrir sua rotina. Mas também precisava ser alguém que tivesse algo mais embaixo de uma boa imagem para tornar o artigo mais interessante.

*****

Chegando ao seu apartamento ele não conseguiu relaxar mesmo depois de um banho, ele estava ansioso demais para começar. Quem ele iria entrevistar? Deitou no sofá da pequena sala vestindo apenas as calças do seu pijama e um capuz cinza cobrindo seus cabelos ainda molhados, pegou uma taça de vinho para tentar acalmar seus nervos e começou a olhar as notícias do dia no celular, e então uma nota chamou sua atenção. JB ou Lim Jaebeom, um famoso músico e produtor musical estava prestes a lançar seu novo álbum, Jinyoung leu a matéria no site rapidamente e parou diante da foto dele.

Ele era realmente muito bonito. Na foto ele usava uma jaqueta de couro preta, seu sorriso era discreto e tinha algo misterioso em seu olhar. Lim Jaebeom se tornou muito popular principalmente entre as mulheres nos últimos anos após lançar suas músicas que fizeram um sucesso absurdo. É sempre destaque em algum jornal ou revista relacionado a música e está sempre com um ar entediado em todas as entrevistas que concede. Relatos dizem que ele é educado e tranquilo com todos apesar de não gostar da atenção que recebe da mídia. Ainda encarando a foto ele observou os detalhes, cabelo comprido na altura dos ombros, piercings em seu rosto e uma maquiagem que lhe dava um ar misterioso e até mesmo perigoso. Mas o que Jinyoung queria saber, era o que havia sob aquela imagem de bad boy.

Aquele homem seria perfeito para a 'Total Coverage'. Ele quase podia ver a capa da revista.

Jinyoung dormiu aquela noite com esse pensamento, e mais tarde, bem mais tarde ele concluiu que às vezes é preciso ter cuidado com o que deseja.


[...]


Park Jinyoung finalmente iria começar a trabalhar na coluna naquele dia, e mal podia conter sua empolgação. Hyunwoo disse que daria mais informações naquela manhã e ele esperava ansioso na sua mesa se perguntando sobre quem ele pediria que Jinyoung escrevesse. Ele estava preparado, sentia-se tão confiante e satisfeito que não se importava com quem fosse o artigo ele faria o seu melhor para ser perfeito, de jeito nenhum ele iria perder essa oportunidade. Sentado na sua cadeira ele cruzava as pernas sem parar e alisava seu jeans escuro esperando pelas suas instruções, ele acreditava estar pronto para tudo.

— Ei, Jinyoung! Aí está você.

Escutando a voz do chefe arregalou os olhos.

— Bom dia!

Virou-se girando a cadeira e deu de cara com aquele sorriso. Mas havia muito mais que um sorriso bonito no seu chefe, naquele rosto também havia seus olhos castanhos intensos, Hyunwoo era alto, forte e tinha uma postura confiante, é um homem bonito e educado. Aos vinte e oito anos já era famoso e bem-sucedido, mesmo jovem já havia ganhado prêmios por seu trabalho em outras editoras, ele tinha uma carreira brilhante até agora.

— Certo, vamos falar sobre o artigo.

Jinyoung levantou-se da cadeira tentando conter a excitação.

— Ok, quem eu vou cobrir dessa vez?

— Coloquei você em cargo deste artigo com um famoso músico. Seu nome é JB.

— Uau, isso é... JB? Lim Jaebeom? Uau!

Isso era uma estranha coincidência, há poucos dias Jinyoung estava pensando que esse homem seria perfeito para 'Total Coverage'. Sentiu uma estranha sensação pelo seu corpo, mas ignorou e manteve a postura diante do seu chefe.

— Sim, eu o conheço da época da faculdade, nós tínhamos amigos em comum. Longa história. Oh! Por acaso, ele acabou de chegar aqui.

Hyunwoo olhou rapidamente a tela do celular e novamente olhou para Jinyoung.

— Devemos ir encontrá-lo juntos?

Jinyoung piscou depressa algumas vezes enquanto ele o encarava esperando uma resposta. Era muita informação de uma vez só. Sentiu a redação girar diante dos meus olhos.

— C-Claro!

Lim Jaebeom era muito popular, suas músicas vendiam milhões. Seus três álbuns haviam ficado durante meses em primeiro lugar. Jinyoung chegou a escutar algumas de suas músicas antes, e era realmente incrível. E ele iria entrevistar aquele homem no trabalho mais importante da sua carreira até agora. Seguiu Hyunwoo até a sala de reuniões caminhando com cuidado para não tropeçar nos próprios pés, ele precisava manter a calma quando finalmente estivesse frente a frente com ele. Se perguntava no que ele estava trabalhando e não via a hora de fazer todas as perguntas que passavam pela sua mente.

Hyunwoo abriu a porta devagar segurando-a para que seu empregado passasse. Oh!? Merda! Pensou quando seus olhos o alcançaram. Na sua frente estava o mesmo Lim Jaebeom que ele via na TV. E ele era muito bonito, vestindo um casaco escuro e com o cabelo arrumado para trás deixando sua testa exposta. Jinyoung sempre o achou atraente quando o via na TV. Mas na vida real, ele era bem melhor!

Jinyoung sacudiu a cabeça tentando tirar esses pensamentos de lá, se Mark pudesse dar uma opinião agora diria que isso é resultado de abstinência. Jinyoung não tem um encontro sexual decente há meses e talvez isso esteja realmente começando a afetar seu juízo.

Começou a ficar nervoso outra vez apenas de imaginar trabalhar com aquele homem. Abriu um pouco os lábios puxando o ar e tentando manter a compostura. Não teve tempo de ir ao banheiro e conferir seu visual, não fazia ideia se seu cabelo estava comportado ou se sua camisa branca estava suja ou amassada demais.

O JB das entrevistas que ele assistiu estava sempre sério e sempre educado e apesar do seu ar superior ele dava boas entrevistas. Ele não precisava se preocupar, seu trabalho não seria tão difícil. Ele tinha certeza que tudo ia ficar bem, o homem parecia ser muito gentil pessoalmente.

Jaebeom notou a presença dos dois homens que entraram na sala, virou-se na direção da porta e inclinou a cabeça para o lado, analisando o novo rosto da pessoa que acompanhava seu antigo amigo.

— Jaebeom, esse é Park Jinyoung. Ele é a pessoa que irá trabalhar no artigo.

A voz de Hyunwoo fez Jinyoung despertar de seus pensamentos, limpando a garganta temendo que sua voz falhasse cumprimentou o homem.

— Olá. É um prazer conhecê-lo. Estou ansioso para começar a trabalhar com você.

Falou orgulhoso do tom confiante que conseguiu colocar na saudação. Caminhou em direção a ele e estendeu a mão para cumprimentá-lo, Jaebeom fez o mesmo apertando com força.

— Lim Jaebeom, prazer em conhecê-lo também.

Sua voz era sexy. Profunda e baixa. Mas bem diferente do tom que ele usava para cantar. E mesmo com todo seu esforço para manter a calma, Jinyoung sentiu seu coração bater forte no peito sentindo o efeito do contato com aquele homem.

— Jaebeom, eu escutei seu último álbum. É maravilhoso.

— Verdade? Obrigado.

— Estou mesmo ansioso para trabalhar com você.

— O prazer será todo meu.

Ele sorriu novamente. Jinyoung conseguiria escrever um artigo maravilhoso sobre aquele homem, ele se sentia muito confiante sobre isso.

E com isso sua coluna 'Total Coverage' tinha começado.


[...]


No dia seguinte Jinyoung dirigiu-se a casa dele ansioso. Ele havia relaxado nos últimos dias o suficiente, estava determinado a fazer um excelente trabalho e só precisava manter a calma e se concentrar no artigo. Se arrumou aquele dia para passar uma boa imagem. Usou uma calça skinny azul, uma camisa de gola alta e mangas compridas preta e um par de tênis branco. O outono se aproximava e o clima começava a esfriar novamente em Seul, então completou o visual com cardigã nude. Arrumou os cabelos escuros com cuidado para que nem um fio ficasse fora do lugar e decidiu depois de pensar um pouco usar seus óculos ao invés das lentes de contato.

A casa dele era bastante isolada, mas era bem grande. Tinha dois andares e um belo jardim florido e bem cuidado. Caminhou até a grande porta de madeira e respirando fundo apertou o botão da campainha.

Após alguns segundos sem resposta, tocou novamente.

Nós com certeza marcamos para esse horário, eu não estou atrasado e nem adiantado.

E começando achar que a campainha estava quebrada tocou pela terceira e quarta vez, e então a porta finalmente abriu.

— Olá! E sou Park Jinyoung da Motion Reports. Me desculpe por ficar apertando sua campainha sem parar desse jeito.

Jaebeom estava diferente de todas às vezes em que Jinyoung o viu na TV ou mesmo pessoalmente no dia anterior, ele usava um moletom preto com capuz, e seu cabelo estava bagunçado, provavelmente por estar deitado. Assim de perto Jinyoung percebeu que eles tinham quase a mesma altura.

— Oh! O artigo…

Disse parecendo aborrecido.

Jinyoung hesitou por um momento, alguma coisa não parecia certo. Ontem ele parecia animado com a ideia da entrevista e agora era como se uma pessoa diferente estivesse diante dele. Seus olhos não tinham o brilho misterioso de ontem, estavam opacos, sem vida. Ele olhou para o jornalista desinteressadamente e voltou para dentro da casa sem dizer mais nada.

O que diabos está acontecendo?

Jinyoung pensou tentando entender a situação.

Talvez ele só esteja de mau-humor porque eu o acordei?

Ainda confuso, ele o seguiu para dentro da casa.

— Com licença…

Entrou na sala em silêncio. Jaebeom estava sentado lendo um livro no sofá.

— Sente-se em algum lugar por aí.

Falou sem olhar para o convidado que acabara de entrar.

— O-Ok.

Nervosamente, Jinyoung sentou-se de frente para o sofá em que ele estava. E de repente ele levantou-se sumindo por uma grande porta lateral, mas não demorou, voltou e colocou uma garrafa de água sobre a mesa.

— Oh! Obrigada…

Ao contrário de ontem ele olhava para Jinyoung friamente, seus olhos estavam lá, mas, ao mesmo tempo, não estavam. E isso estava o deixando perturbado. Ficaram sentados naquela grande sala arejada e iluminada por uma grande janela de vidro que dava para o jardim, os sofás de couro preto pareciam brilhar com os raios de sol que entravam por ela. A garrafa de água permaneceu intacta.

Encarando a garrafa Jinyoung notou mais algumas coisas na mesa, alguns papéis rabiscados, lápis, e algumas fotos que ele não conseguiu entender do que se tratavam. E depois de alguns minutos o silêncio começou a ficar incômodo.

O que eu faço?

Ele tinha que falar alguma coisa, esse era o seu trabalho.

— Tudo bem se eu lhe fizer algumas perguntas, Jaebeom?

Ele lançou um rápido olhar na direção de Jinyoung antes de suspirar, ele parecia estar tentando dizer que o jornalista o irritava.

— Estou ocupado, então apenas continue o que você está fazendo. Vamos acabar logo. Hyunwoo hyung me pediu para fazer isso, então não é como se eu tivesse uma escolha.

— Continuar com isso...? Mas eu não estou fazendo nada.

— Escrever é o seu trabalho, certo? Você não pode apenas escrever o que quiser.

— Mas eu não posso escrever qualquer coisa. E se... e se você está ocupado, podemos marcar para outro dia.

Seu olhar gelado ficou mais intenso e agora ele encarava Jinyoung diretamente.

— Você tem problemas para falar? Tem certeza que está preparado para esse trabalho?

— O quê?

— Porque diabos Hyunwoo me enviou alguém como você?

Suas palavras amargas chocaram Jinyoung. Esse não era o homem que ele conheceu ontem.

É este o seu verdadeiro caráter?

Jinyoung respirou fundo, ele estava irritado com a grosseria, mas não podia perder o controle. Ele sempre quis fazer esse trabalho, e se esforçou muito para merecê-lo. Ele precisava passar por isso, caso contrário, Hyunwoo mandaria outra pessoa e ele perderia sua chance. Olhou bem para ele mantendo um tom sério e controlado e com um pouco de esforço ele continuou.

— Jaebeom, mesmo que não queira fazer isso... — ajustou os óculos no nariz devagar — estou esperando por sua cooperação.

Ele franziu a testa e fechou seu livro com força colocando-o na mesa, mostrando sua irritação.

— Agora, mesmo eu dizendo que não cooperaria? Tudo que eu disse foi para você fazer o que quiser.

— Não é assim que funciona.

— Não é esse o seu trabalho?

O que há de errado com esse homem?

Apertou os punhos firmemente.

— Não posso escrever qualquer coisa sobre você. Preciso de informações novas. É assim que é feito.

Ele se levantou e começou a caminhar devagar em direção ao jornalista que continuava a falar.

— Claro, eu vou estar vindo aqui com frequência… Não, eu quero dizer, todos os dias.

— Vai vir novamente?

— Bom, caso você não tenha prestado atenção, o nome da coluna é 'Total Coverage'. Até eu poder escrever o meu artigo, vou vir aqui todos os dias. Sinto muito, mas eu não vou fazer metade do meu trabalho.

Jinyoung estava bem orgulhoso do tom que conseguiu manter na sua voz. Ele esperou muito por aquela chance, e ninguém iria impedi-lo de fazê-lo bem feito. Claro que ele poderia ter respondido à altura, mas Lim Jaebeom ainda era uma celebridade e um amigo do seu chefe.

Agora ele estava finalmente na frente dele parado, olhou para Jinyoung franzindo a testa.

— Pelo meu trabalho... vou fazer qualquer coisa.

Finalizou encarando o músico.

— Oh!

Jaebeom agarrou o braço de Jinyoung e o levantou do sofá de repente, seus narizes quase se tocaram. Ele podia sentir o cheiro do seu pós-barba que causou um arrepio quente no seu corpo.

— Você diz que fará qualquer coisa pelo seu trabalho.

— Sim, mas…

Jinyoung estava tendo dificuldade para falar, seu rosto bonito tão perto dele o desconcentrou.

— Eu…

— Qualquer coisa... Então eu vou testá-lo.

Jaebeom puxou o jornalista e o empurrou contra a parede do outro lado da sala.

— O que você está…

O músico usou seu corpo para prender o dele contra a parede, Jinyoung tentou se desvencilhar, mas ele era muito mais forte. Ele pegou seu queixo em uma de suas mãos e virou seu rosto encostando os lábios no seu ouvido. Jinyoung podia ouvir seu coração batendo furiosamente no peito e pensou que ele fosse explodir.

— Por que você está tão vermelho Park Jinyoung?

Jinyoung estremeceu, e com certeza Jaebeom percebeu o efeito que sua voz causou no jornalista, pois em seguida ele abriu um pequeno sorriso malicioso.

Jinyoung engoliu seco, fechou os olhos e falou:

— Ameaçar-me ou tentar me assustar é inútil. Eu definitivamente vou escrever este artigo. E você vai responder minhas perguntas.

Ele ficou em silêncio por um momento. Sem palavras, ele olhou dentro dos olhos de Jinyoung. Era como se estivesse tentando olhar para a sua alma. Jinyoung desviou o olhar apenas por alguns segundos distraído pelas duas pintas que Jaebeom tinha em cima de um de seus olhos, antes de voltar a encará-lo mantendo sua determinação.

E então depois de o que pareceram horas ele desviou o olhar. Como se tivesse perdido o interesse, ele moveu sua mão para longe do rosto de Jinyoung, liberou o seu corpo e voltou a sentar-se no sofá abrindo seu livro onde parou de ler como se nada tivesse acontecido.

— Você tem uma voz muito alta e irritante. Tente falar mais baixo.

— Oh!

Jinyoung sentiu como se algo estivesse pressionando seu peito, fazendo com que fosse difícil respirar. Olhou para o seu relógio. Já era quase hora de voltar ao escritório da redação.

Como pode ter se passado tanto tempo sem que eu notasse?

Pegou seus pertences antes de se virar para ele.

— Estou ansioso para começar a trabalhar com você. Mas vou ter que ir agora. Até amanhã!

Saiu pela porta sem esperar uma resposta e atravessou o jardim depressa, sentia-se queimando por dentro, vergonha e raiva era tudo em que ele conseguia pensar. Seu corpo também ainda sentia o calor do corpo de Jaebeom e isso o deixava ainda mais perturbado. Mesmo se ele continuasse com essa atitude arrogante, não importava Jinyoung estava decidido a não falhar ou perder o controle. Ele certamente iria fazer um grande trabalho neste artigo.

No táxi a caminho do escritório Jinyoung se perguntava quem era de verdade Lim Jaebeom.


[...]


Quando o sol passou por uma pequena brecha da cortina quase cegando Jinyoung, ele torceu o nariz e soltou um suspiro pesado. Devagar ele sentou-se na cama, seus lábios carnudos formando um biquinho e seus olhos ainda fechados desejando mais algumas horas de sono. E estava definitivamente arrependido por ficar até tarde preparando o roteiro do seu artigo. Rolou para o outro lado da cama e pegou seu celular para olhar a hora, 7:45. Colocou o celular de volta na cabeceira e devagar levantou-se da cama, abriu as cortinas deixando a luz natural entrar pelo quarto e saiu em direção a sala.

Jinyoung caminhou até o meio do cômodo esticando os braços acima da cabeça tentando acordar os músculos ainda adormecidos, após respirar fundo mais uma vez ele baixou os braços e caminhou até o sofá em busca do controle da TV. Ligou no jornal matinal local e aumentou o volume. Apressado para tomar um banho ele largou o controle no balcão da pequena cozinha e caminhou até o banheiro.

Saindo do chuveiro ele enrolou uma toalha branca ao redor da sua cintura e usou uma pequena toalha enrolada no seu pescoço para secar o cabelo. Atravessou o quarto em direção ao closet abrindo a porta dupla e encarando suas roupas. Com uma mão ele continuava a secar o cabelo enquanto a outra procurava por algo para vestir. Acabou escolhendo uma camisa branca, calça kaki e um cardigã com mangas pretas e o torso cinza.

Rapidamente ele terminou de secar o cabelo arrumando-o com uma escova, colocou perfume, ajeitou o relógio no pulso e saiu do quarto em direção a cozinha. Enquanto preparava um rápido café na cafeteria ele arrumou sua bolsa de couro marrom com carteira, tablet e um pequeno bloco de notas. Colocou o café em um copo descartável com tampa e enfiou o celular no bolso checando a hora pela última vez antes de sair, às 9:05. Desligou a TV, jogando o controle no sofá e atravessou a porta trancando-a por fora.

No táxi ele pensava em como convencer Jaebeom a cooperar com o artigo. Desistir não era uma opção. Pessoalmente ele havia achado a atitude do homem no dia anterior rude e inadequada e lembrando da sensação dos lábios dele no seu ouvido Jinyoung sentiu suas bochechas corarem novamente Não sabia o que estava acontecendo consigo ou qual a razão do seu corpo estar se comportando daquela maneira apenas com uma pequena lembrança. Mas ele não era um covarde e iria tentar mais uma vez. Olhando Seoul pela janela do táxi ele bebia seu café e se preparava para a batalha. Lim Jaebeom não o venceria.


[...]


Jinyoung chegou à mesma hora combinada. E estava preparado psicologicamente para lidar com aquele homem. Respirou fundo antes de tocar a campainha, mas acabou tendo uma surpresa quando Jaebeom abriu a porta quase que imediatamente.

Lançou um olhar inexpressivo para o jornalista e sem dizer uma palavra ele o conduziu até a sala de estar bem rápido.

Isso foi fácil demais.

Tinha sido absolutamente horrível no dia anterior. E Jinyoung esperava que ele nem sequer o deixasse entrar na casa hoje. Sentado do outro lado da sala, ele estava ocupado lendo um livro como na primeira vez.

E então como se lembrasse de algo, de repente ele se levantou sumindo por uma porta lateral retornando rapidamente colocando uma garrafa de água na mesa na frente de Jinyoung. Era tudo exatamente como antes.

— Obrigada.

Jinyoung olhou para ele procurando seus olhos. Tentando achar algo que ele não sabia bem o que era.

O jornalista tirou a bolsa do ombro enquanto a abria e pegava um bloco de notas e uma caneta, Jaebeom levantou-se e saiu.

Ele está fugindo?

— Jaebeom-ssi! Por favor, espere um momento!

Levantou-se depressa e caminhou passando por ele, bloqueando o caminho.

— Por favor… Eu realmente preciso começar a fazer esse trabalho com você hoje.

— Saia da minha frente!

Declarou com o olhar gélido de sempre. Jinyoung endireitou sua postura.

— Não.

Com seu bloco de notas na mão e a caneta na outra, ele permaneceu bloqueando o caminho. Jaebeom olhou para ele em silêncio, seus olhos percorreram rapidamente os traços do rosto do jornalista parando novamente nos olhos.

— Eu não vou deixar você apenas fugir de mim.

Ele manteve-se calado apenas olhando para Jinyoung e confiante ele continuou.

— Jaebeom-ssi você não é o primeiro homem teimoso com quem eu tive que lidar. Você estava me testando ontem, queria ver quais são meus limites. Hoje vou lhe mostrar que não estou disposto a desistir deste artigo. Já percebi que não gosta de mim e sinceramente eu não me importo, mas me deixe fazer meu trabalho.

— Eu não estou interessado. Saia da frente.

Jaebeom empurrou Jinyoung para o lado. Chocado, ele tentou seguir o músico.

— Espere…

Jaebeom virou-se e olhou para ele, uma expressão irritada em seu rosto.

— Não se atreva a tentar me seguir.

— Não há muito que eu possa fazer se você fugir.

Ele franziu a testa visivelmente perdendo a paciência com o jornalista que continuava a falar.

— Onde você vai? Se você está indo para algum lugar, eu vou acompanhá-lo com prazer.

Sua expressão mudou imediatamente e ele agora tinha um brilho desagradável em seus olhos e o sorriso malicioso que Jinyoung já conhecia do dia anterior.

— Você vai me seguir até o banheiro então?

— B-Banheiro?

— De verdade, vejo que você está mesmo disposto a tudo. Tudo bem, você precisa me acompanhar até o banheiro. Eu entendo completamente.

— N-Não... Isso... Não é necessário…

Jinyoung sentiu as bochechas queimarem, ele se afastou e tentou esconder seu rosto avermelhado. Jaebeom olhou para ele como se estivesse sorrindo um pouco, ele parecia se divertir com a cena.

— Então, você não vai se juntar a mim?

— N-Não, eu não vou!

— Então se comporte e espere aqui Park Jinyoung.

Jinyoung abriu a boca para responder, mas ele saiu sem lhe dar nem uma chance. Da sala ele podia ouvir o barulho da água correndo do fim do corredor. Não havia nada que ele pudesse fazer. Sentou-se no sofá e esperou.

Esta é realmente a hora que ele normalmente toma banho? Talvez ele tenha trabalhado muito durante a noite e dormiu tarde assim como eu.

Pensando no que tinha acabado de acontecer, Jinyoung balançou a cabeça com vergonha. Tudo que ele podia escutar era água que escorria do chuveiro. Estava tudo tão tranquilo e silencioso.

Eu preciso fazer alguma coisa… Não posso ficar imaginando esse homem tomando banho.

Abriu o bloco de anotações e agarrou sua caneta. E decidiu pensar sobre o que poderia vir de tudo isso.

Será que ele vai me deixar relatar tudo isso? Sua dificuldade em aceitar ser um entrevistado?

Pensando em sua atitude desde que começou a vir aqui, não parecia provável. Mas era seu trabalho como repórter fazê-lo sentir-se confortável com a entrevista e até agora estava falhando miseravelmente.

Frustrado, Jinyoung levantou-se do sofá e deu a volta na mesa de centro se aproximando das fotos e papéis que permaneciam no mesmo lugar desde ontem. Observou que a maioria eram fotos abstratas de paisagens, e passando a mão pelos papéis na mesa conseguiu ler algumas linhas de frases desconexas. Pegou o livro que Jaebeom estava lendo e conferiu a capa, era um bom livro Jinyoung reconheceu o título e lembrou-se de ter lido a algum tempo atrás.

Jinyoung se lembrava de ter lido sobre a paixão do músico por livros, mas as fotos eram uma novidade e ele estava curioso sobre isso.

Pessoas que gostam de ler têm uma imagem positiva. Embora esse tipo de imagem não parecia corresponder ao que estava acontecendo ali.

Jinyoung reconheceu em uma das fotos uma paisagem como algum lugar no Japão e quando ele estava prestes a tocá-la…

— O que você está fazendo?

Ele congelou antes de alcançá-la. Jaebeom estava ali no meio da sala usando nada além de uma toalha de banho. Ele estava completamente nu da cintura para cima.

— Oh meu Deus!

Seu cabelo estava úmido e suas bochechas estavam ruborizadas... Jinyoung sentiu seu rosto queimar novamente.

— R-Roupas! Por favor, ponha algumas roupas!

— Estou usando uma toalha. Não seja tão puritano. Você é tão fácil de provocar.

— Por favor, coloque uma camisa. Saiba que isso não vai me fazer ir embora.

Ele rapidamente virou as costas para ele. No entanto, ele não conseguia tirar a sua imagem da mente. Ele caminhou na direção de Jinyoung que tentava não entrar em pânico.

— E-Eu…

Ele desviou seu olhar para as fotos. Percebendo que ele estava olhando para a mesa, sentiu-se aliviado.

— É isso que você estava olhando?

— S-Sim… Me desculpe…

— Eu prefiro que você não fique bisbilhotando por aí.

— Eu sinto muito. Eu só pensei que as fotos eram tão diferentes, então... Você gosta de fotografia?

— Elas são ok.

— Essa não é uma boa resposta. Em todo o país, você tem fãs que querem saber mais sobre você.

Ele não disse mais nada e permaneceu ali parado olhando as fotos sob a mesa. Jinyoung podia sentir o cheiro do sabonete de seu banho e seu coração começou a bater mais rápido novamente. Era difícil não encarar o corpo dele.

Jinyoung estava exausto daquela situação, ele não entendia aquele homem.

— Posso perguntar por que aceitou essa entrevista?

A pergunta saiu sem intenção, em um esforço para tentar fazê-lo falar, mas ele não respondeu imediatamente. Colocou a foto de volta à mesa junto com as outras e se afastou.

— Honestamente? Eu não sei. Hyunwoo hyung me pediu, ele é um cara legal, e eu não pude dizer não.

— Oh... Okay…

Jinyoung não esperava uma resposta tão sincera. Ele até mesmo pareceu um pouco gentil.

Jaebeom reposicionou sua toalha na cintura e olhou para Jinyoung.

— Você está interessado nas fotos?

Jinyoung foi pego de surpresa, era a primeira vez que ele se dirigia a ele sem grosseria ou provocações.

— Eu... Pensei que elas pareciam tão bonitas e reconheci o Japão em uma delas.

— Hum... Esse é meu processo criativo — Disse olhando diretamente para o jornalista — é como eu encontro inspiração para minhas músicas. Eu uso livros, fotos e coisas do tipo.

Jinyoung não podia acreditar que ele estava finalmente falando.

— Huh? Posso usar isso no meu artigo?

— Eu não me importo.

— Obrigada.

E isso foi tudo que ele disse. Ele olhou para o jornalista uma última vez antes de sair da sala. Rapidamente Jinyoung anotou tudo no seu bloco de notas.

Se as coisas continuassem dessa maneira, Jinyoung tinha certeza que tudo ficaria bem. Ele iria acabar cooperando.

— Huh?

Levantando a cabeça Jinyoung percebeu que ele não havia saído da sala, estava parado na porta ainda olhando para ele. Ele parecia confuso.

— Alguma coisa errada?

— Por que você pergunta?

— Parece que você quer falar alguma coisa.

Ele se manteve ali parado olhando diretamente para Jinyoung.

— Fiz algo de errado?

— Não.

Seus olhos não diziam nada. No entanto, ele baixou o olhar.

— Se há algo em sua mente, por favor, apenas diga. Se eu não sei qual é o problema, não consigo corrigi-lo.

— Hmm… Nesse caso, quero que você apenas escreva sobre o que quiser sem me incomodar mais.

— Err…

Apesar de o que havia acabado de dizer ele não parecia ter falado sério, sua expressão era apenas vazia.

— Já falamos sobre isso, Jaebeom-ssi. Não posso escrever qualquer coisa…

— Oh, certo. Bem, então vá embora!

— O que?

— Não tenho tempo agora. Volte para o seu escritório. Nós acabamos por hoje.

Jinyoung puxou a manga do seu cardigã olhando o relógio no seu pulso e suspirou.

Bom, posso aproveitar para almoçar com Mark antes de voltar ao trabalho.

De fato ele sentia que insistir agora seria demais.

— Tudo bem, estou indo. Mas quero reforçar o que disse antes. Eu não vou desistir dessa entrevista.

— Eu já percebi.

Os dois se encararam por alguns segundos antes que Jinyoung levantou-se do sofá de repente.

— Obrigada pelo seu tempo hoje.

Se curvou para pegar sua bolsa e saiu depressa da casa.


[...]


A risada histérica de Mark chamava a atenção de todos no restaurante lotado. No táxi a caminho do escritório ele telefonou para o amigo e os dois marcaram de se encontrar em um restaurante que ficava a poucas quadras do prédio da redação. Mark ria alto ele simplesmente não podia controlar e lágrimas começavam a se formar no canto dos seus olhos.

Mas Jinyoung não estava incomodado com a cena. A risada de Mark era divertida e ele ficava radiante quando ria.

Se Mark não fosse tão bem casado com o lindo Jackson Wang, Jinyoung pegaria o amigo para si. Ele é lindo, bem sucedido, cheiroso e se veste bem. Seria perfeito.

— Sério Jinyoung eu não me lembro da última vez que ri tanto assim. Obrigado.

Ele respirou fundo tentando se recompor.

— Mas que cara é essa?

— Que cara é essa? Me desculpe se minha desgraça é tão engraçada pra você Mark, mas pra mim, tem sido um pesadelo.

Jinyoung revirou a salada no seu prato mais uma vez, seus lábios formando um biquinho.

— Não seja dramático, pelo que entendi você fez algum progresso hoje. Eu já havia lido algo sobre Im Jaebeom ser difícil com a mídia, mas aparecer seminu na sua frente para tentar te assustar é definitivamente outro nível.

Mark deu um gole no seu suco de abacaxi enquanto observava Jinyoung revirar sua comida.

— Eu só não consigo acreditar nisso — choramingou — Esse roteiro ruim de drama não devia acontecer comigo, eu sou uma boa pessoa.

Mark não respondeu o amigo imediatamente, abriu um pequeno sorriso e fez sinal para o garçom.

— O quê? Eu não sou uma má pessoa!

Jinyoung disse ofendido pelo olhar debochado que recebeu.

— Ei não desconte em mim. Eu também tenho meus dramas.

Jinyoung respirou fundo abandonando os talheres na mesa e recostando-se na cadeira.

— Então você e Jackson estão bem? Ele não tem falado muito no grupo. Ele ainda está na China?

Mark apanhou um guardanapo na mesa e começou a rasgá-lo devagar.

— Sim. Mas ele chega esse fim de semana. Mark fez uma pausa suspirando antes de continuar.

— Eu apoio que ele vá visitar a família. Eu entendo, eu também vivo longe da minha. Mas eu não consigo evitar ficar ansioso sempre que ele está lá. Ele nega, mas eu sei que eles não gostam de mim.

— Jackson ama você, Mark. Ele é louco por você.

— Eu sei disso.

Os dois trocaram um olhar carinhoso.

Jinyoung conhece de perto o drama do casal. Quando ele e Mark começaram a trabalhar na revista ao mesmo tempo, os dois criaram uma amizade imediatamente, na época Mark e Jackson haviam começado a sair juntos a pouco tempo e logo eles viraram um trio inseparável.

Jinyoung ainda dividia apartamento com um ex-colega de faculdade e Mark logo o convenceu a ir morar com ele. Os dias corriam e Markson como ele gostava de chamar o casal, estavam cada vez mais apaixonados, mas as brigas não eram incomuns. Jackson é bisexual e isso significava que ele tinha muitas ex-namoradas e Mark odiava isso.

De fato Mark era o primeiro homem que ele namorava e sua família achava que ele estava passando por uma fase e, por isso, não se meteram na vida amorosa do filho. Mas um dia Jackson pediu Mark em casamento e a fase não passou.

— Então — Mark disse acordando Jinyoung das suas lembranças — Você vai sobreviver? Ou você vai desistir?

Jinyoung levantou a cabeça depressa lançando um olhar ofendido.

— De jeito nenhum. Eu trabalhei duro para conseguir essa chance, e não vou deixar passar. Eu vou dar o meu jeito, Im Jaebeom vai dar a melhor entrevista da vida dele para a Flawless.

Mark riu para o amigo vendo uma chama acender no olhar dele, e apontando o dedo indicador na direção dele concluiu:

— Agora sim. Esse é o Park Jinyoung que eu conheço. Leve uma câmera da próxima vez, só para o caso de ele aparecer de toalha outra vez, eu também quero ver isso.


[...]


No dia seguinte Jinyoung foi para o escritório pela manhã. Seu encontro na casa de Jaebeom estava marcado para o final da tarde. E ele estava preparado e determinado a coletar dados naquela noite.

Mas ele tinha trabalho a fazer e a redação estava uma loucura, ele teria que se apressar se não quisesse chegar atrasado.

— Jinyoung-ah!

— O que... Nossa você me assustou hyung!

Jinyoung estava evitando Hyunwoo desde que começou a visitar Jaebeom. Ele tinha medo que ele perguntasse sobre as reuniões, e Jinyoung era um péssimo mentiroso que temia acabar se atrapalhando e falando demais.

— Me desculpe. Não tenho visto você por aqui. Você anda tão ocupado. Como está indo o artigo?

Jinyoung pensou por um momento o que ele poderia contar ao seu chefe sem precisar mentir.

Ele gosta de fotos e tem uma casa limpa e agradável... Isso era tudo que ele sabia. O resto dos acontecimentos ele não poderia escrever em um artigo para a Flawless.

— Está... Está indo.

Hyunwoo permaneceu calado por alguns segundos observando o nervosismo estampado na cara do seu empregado.

— Sério? Isso é ótimo. Jinyoung-ah! Jaebeom pode ser um pouco difícil às vezes, então tente ser um pouco paciente. Eu sei que você vai dar o seu melhor.

— Sim… Okay.

E com isso o homem se virou voltando para sua sala. Seria possível que Hyunwoo tivesse alguma ideia do que estava acontecendo nessas reuniões? Ele parecia conhecer bem Im Jaebeom.


[...]


Finalmente, estou quase acabando. Se eu continuar assim, eu vou terminar na hora certa.

Jinyoung não conseguia parar de pensar em Jaebeom, e no pequeno progresso que fizeram no dia anterior.

Bem, ele falou comigo um pouco ontem. Espero que possamos nos comunicar melhor hoje.

Jinyoung lembrou-se do olhar gelado e vazio do músico. Apesar de desprezar a atitude arrogante de Jaebeom, ele queria saber qual o motivo de toda aquela frieza e fazer o seu melhor para melhorar a relação dos dois. Assim, enquanto estava se encorajando, Jinyoung sentiu o celular vibrar em cima da sua mesa. Olhou a tela e não acreditou quando viu quem estava ligando.

— Jaebeom-ssi?

Jan. 10, 2022, 2:38 p.m. 0 Report Embed Follow story
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