Há muito tempo, entrei nesse mundo. Eu não sei como, estava ali, no meu quarto, sonhando acordada e, de repente, uma luz surgiu do interior do meu guarda-roupas.
Essa luz era ofuscante e parecia trazer segredos. Por causa dela, eu e meu gato — que dormia na minha cama naquele momento —, fomos sugados para o seu interior.
Fiquei confusa, e não levei muito tempo para me dar conta de que estava no coração de uma floresta. Uma floresta assustadora, cheia de monstros e assombrações.
Passei fome e frio por dias, tentando levar comigo o meu gato assustado, que sempre encontrava um lugar para se esconder. Para minha sorte, encontrei uma cabana no meio da floresta, exatamente no momento em que eu estava considerando cozinhar meu gato, porque a fome atacava meu estômago e levava minhas forças. Do interior da cabana saiu a minha patrona, a Bruxa que nunca soube o nome.
Ela me salvou.
Depois daqueles dias, as coisas começaram a ficar melhor. A Bruxa me adotou, e porque as pessoas do Império de Tameri sempre apareciam com o propósito de matá-la, ela me ensinou a me defender ― e também ao meu gato que ela chamava de familiar.
A Bruxa ligou a minha vida à de meu gato, transformando-o em uma besta que compartilhava minha alma. Agora, Mousse, para proteger a nossa existência única, poderia se transformar em algo que parecia um tigre enorme e branco.
Nem ele ou eu fomos capazes de lidar com a Bruxa. Ela morreu. Eu a matei, para falar a verdade.
Tempos depois, soldados me capturaram, levando-me para uma cidade chamada Hamunaptra.
A cidade foi o lugar que me contaram que me invocaram pela Sagrada Igreja do Herói; porém, por um erro de cálculo, transportaram-me ao lugar errado. Eu, chamada para ser a heroína que salvaria o mundo, fui completamente “pervertida” pelas artes sombrias que aprendi da Bruxa. Os sacerdotes da Igreja me descartaram, mas os gananciosos do exército me aproveitaram.
Para minha sorte, antes que eu morresse de fome ou fosse acusada de bruxaria, ganhei um amigo.
Dario.
Por que ele estava lá, sentindo pena de mim, Dario ajudou para que eu não fosse queimada na fogueira como discípula da Bruxa que havia me salvado.
Uma vez salva, tudo é uma longa história. Resumindo, fui usada como arma revolucionária pelo exército, e mal percebi quando me tornei a Rainha de Tameri ― não podia ser mais sortuda!
Vivia lá há mais de cinco anos. A missão de conduzir o país estava se tornando um fardo. Pensando nisso, meu vizir, Ivaran, resolveu convocar centenas de príncipes e senhores, nobres e pobres, qualquer um para dormir comigo e compartilhar os problemas. Conheci bons homens, mas nenhum deles olharam para mim, apenas para a coroa. A esta percepção, precisei desistir. Me dediquei somente ao meu cargo, ao país que agora precisava chamar de meu.
Enquanto me mantinha concentrada nas questões políticas, surgiu uma guerra ― eles chamavam de Guerra de Gorgon ―, que me trouxe consequências. Eu, que estava no campo de batalha, fui atingida por um machado na cabeça. Minhas memórias se tornaram uma bagunça, e estou viva por milagre.
Me recuperando, pacientemente, o que era estranho para quem se metia em confusões em cinco em cinco minutos, Ivaran voltou a seus planos de que eu precisava de um parceiro.
May 9, 2019, 2:41 a.m. 2 Report Embed 122Thank you for reading!
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