tiatatu Tatu Albuquerque

Tão belo e turbulento quanto uma obra de arte. Podia ser a descrição dos sentimentos dela, ou uma perfeita descrição do que era ele. De qualquer forma, vinha do coração.


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#sasusaku #konohana #naruhina #gaalee #shiba #pintura #Belas-Artes #shikatema
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Prólogo

“Tire a roupa!”

A voz ecoou pelo ateliê quase vazio, ordenando que os quadros desenhados ou limpos passassem a ter a companhia do roupão no assoalho.

Ele riu malicioso, convencido da forma que mais a irritava ao desatar o nó do cordão, numa tentativa de sensualizar que se tornou tosca pela situação.

Sakura não estava nem aí para o que ele tinha a oferecer nu além de uma referência – e das melhores –, para sua nova pintura. Não que aqui coubesse o clichê de que sua resistência aos encantos do cara que todos gostavam de dizer estar ali para ser “a bela arte” da Escola era o que encantava Sasuke, mas de certo tornava mais divertido.

Ela não era a primeira e nem seria a última a ter tal postura, mas ela ficava tão concentrada naquelas horas mais íntimas, com o pincel limpo entre os dentes e a sobrancelha arqueada impaciente, perdida na arte de seu corpo, e não nele apenas, que se tornava mais interessante.

O jeito charmoso que ela tinha de mexer nos cabelos róseos sem retoque na raiz quando estava incomodada era outro ponto a se tocar, apesar de saber que não devia deixá-la irritada, terminando de obedecê-la antes de ouvir um resmungo nominal.

— Prontinho, como você deseja, “mi lady”! - debochou e ela revirou os olhos.

— Pensei que a donzela ia ficar de graça! - rebateu.

Só a estrela da Shinobi para perder tempo com gracinhas enquanto corriam tamanho risco de serem pegos em circunstâncias tão suspeitas fora dos dormitórios.

Não deu espaço para a frieza fodida que ele gostava de aparentar, não querendo desperdiçar mais da oportunidade única. Ordenou que ele ficasse parado, querendo aproveitar a aura contrariada que tirava o riso desgraçado ou a indiferença forçada de seu rosto.

Conferiu o traço e algo lhe incomodava. Talvez fosse a posição genérica na qual o desenhava, nu, usando as sapatilhas de ballet que havia pego emprestado com seu parceiro de dormitório, com o pé direito em ponta e o esquerdo sobre a bola que ela transformaria em uma cabeça quando tudo terminasse.

Pensou que poderia conseguir uma melhor perspectiva de estudo se fosse para o chão e assim fez. Mordeu o lábio inferior, animada ao vê-lo daquela ótica, onde ele parecia ainda mais soberbo.

A posição de seu corpo contra iluminação externa que entrava pelas janelas também valorizava mais o conjunto e ela se odiou por não ter notado isso antes. Era maravilhoso!

— Perfeito! - sussurrou e ele rosnou baixo, sabendo que não era um elogio sobre ele.

Chiou para que ele calasse a boca e não estragasse o momento e o silêncio mais gostoso da noite com alguma babaquice que confirmaria sua teoria de que ele era um ótimo concorrente ao curso de literatura quando calado.

Ele que deixasse isso pra quando ela não estivesse inspirada e naquela hora ela transpirava seus talentos e estudos artísticos, tal como o prazer de usá-los.

Traçar a tela com o lápis, moldando a figura máscula com seus defeitos e privilégios, em plena sala de pintura durante a madrugada era bem mais excitante que qualquer gracinha saliente que pudessem aprontar.

A adrenalina inspiradora era tão prazerosa de sentir que valia a pena o suor que corria por sua testa suja de tinta e grafite. Era uma loucura estar ali naquele horário nada usual, mas isso só aumentava a euforia com a qual ela lidava com sua arte.

Indicou para que ele erguesse mais o rosto, fazendo aparecer a micro-marca de queimadura que ele cobria com uma tatuagem de gosto duvidoso e que lhe era descartável, tendo a ideia de trocá-la por uma mordida.

A estética comum também seria desprezada. Os músculos dele não lhe eram tão interessantes. Pinturas de homens perfeitos, viris e fortes haviam aos montes, e ela se orgulhava de seu estilo único. O que ela gostava de marcar em seu esboço eram as marcas de nascença, de sol, de acidentes e quaisquer outras imperfeições que ele tivesse.

Adicionou ao desenho pré-pronto na outra noite de aventura os pontos e raios que quando “aperfeiçoados” seriam as pequenas estrias que ele tinha na bunda, os quase imperceptíveis vasos que ele, como alguém que passava muito tempo em pé, podia ter pelas pernas, e as várias pintas que ele tinha mas ninguém notava, decidida a lhes dar a luz e o destaque merecidos.

Fez também questão de valorizar as sutis dobras formadas pela pose em sua cintura. O realismo seria o mais importante e não pouparia o ego gigantesco de seu comparsa em nome dele.

Se conseguisse captar aquele olhar que mesclava a tentativa de sedução com a revolta ao não ser correspondido, sentiria-se tão talentosa quanto Sai, seu professor, mas por hora já ficava contente em colocar no desenho seu riso prepotente de quem encararia o desafio.

Frustrando suas intenções, ela parecia mais interessada em se achar nos vários lápis e lapiseiras que tinha espalhados pelo chão, cabelo e até nas dobrinhas de sua barriga que nas flexões de músculos que fazia.

O único impacto que aquilo lhe causaria seria a vontade de estudar mais sobre anatomia para reproduzir aquelas tensões. Deixou o desenho para anotar tal necessidade, aproveitando para listar os tons exatos de tinta que precisava para a finalização.

Quis matá-lo quando ergueu os olhos e ele tinha se virado, aproveitando os sapatos para tirar a ferrugem treinando alguns giros. Talvez ele tivesse esquecido que estava nu, só se dando conta quando ela riu do balanço de suas partes íntimas.

Pronto, havia acabado o encanto e Sakura pensou em dar nele um banho de tinta em vingança. Com as mãos, pediu o fim da sessão, não se sentindo mais apta a pintar, respirando fundo para se conter.

— Chega, não dá mais! - encerrou aos fim das risadas e ele deu de ombros, bocejando.

Estava tarde e, de qualquer forma, ouviam os latidos do cão do guarda da noite, o que fez com que engolissem seco.

Caso pegos, ele poderia ser cortado de sua banda e ela poderia perder o espaço de destaque na exposição de artes da Shinobi, pelo qual estava lutando desde o início do período. Advertências estavam fora de cogitação.

Nunca antes Sakura guardou seus materiais tão rápido na carteira de pincéis e Sasuke vestiu a cueca com a velocidade de um solo de guitarra, cobrindo-se com o roupão negro ao mesmo tempo que ela vestiu o sobretudo.

Se entreolharam, acenando cada qual para um lado, indicando por onde iam, mas, em vez de seguir seu curso, ele teve a ousadia de pegá-la pela cintura. Ela não lhe negou o beijo, afinal, o perigo continuava sendo excitante.

Segurou-o pela nuca, deixando ali a marca do grafite negro, realizando de certa forma o desejo de manchá-lo, mas era uma péssima hora para isso.

Os latidos ficaram mais próximos e os corpos mais distantes, com o olhar dos dois ainda conectados durante a mordida dada no lábio inferior dela que aos poucos acabava. Se Sakura os visse por outra ótica, viria a cena como artística também.

Estavam perdendo um tempo precioso, por isso ela sorriu e o empurrou, correndo cautelosa em direção à ala feminina enquanto ele suspirou pesado.

Ela escapava por entre seus dedos mais uma vez e não se sentiu capaz nem de pedir para que ela lhe mandasse uma mensagem para atestar sua chegada em segurança no quarto.

Mordeu a boca agoniado, mas não tinha o que fazer além de observar as sombras dela correndo por aí e fazer o mesmo, estalando as costas antes pelo cansaço.

Os petiscos que ela dava à Akamaru se mostravam uma excelente forma de driblar a ronda. Faria mais vezes, já que isso lhe ajudou a chegar em segurança aos corredores, cuidando agora das câmeras de segurança, confiando que estava seguindo os pontos cegos.

Preferiu garantir e usar a tela virada como escudo, indo assim até o quarto, largando o desenho e tirando o sobretudo e a bolsa, suspirando aliviada e contente ao cair na cama, sã e salva.

Sai dizia que, pela arte, deviam seguir o coração e ela concordava mais do que nunca, sentindo o seu agitado pela correria e pela entrega ao que amava. Ela não tinha tanta certeza se podia dizer que Sasuke também não fazia parte do pacote.

March 20, 2019, 10:49 p.m. 0 Report Embed Follow story
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Meet the author

Tatu Albuquerque Mãe de Konohamaru, madrinha de Hanabi, adepta da Fé do Sagrado KonoHana. Você tem 5 minutos pra ouvir a palavra da minha igreja? Kaiten no cu e gritaria, kore!

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