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Buscando a parte que falta, Encontro-a em teus braços A dor é grande, Mas é preciso partir Me concederia o prazer desta última dança?


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001 - Potter

Se pudesse escolher, Harry jamais teria escolhido ser ele mesmo. Ou pelo menos o Harry Potter que todo o mundo bruxo conhecia. Aquele que, ainda um bebê, havia “destruído” o Lorde das Trevas. O menino que sobreviveu. Ele não gostava nem um pouco do título e de toda a fama que o precedia. Já era difícil ser ele mesmo sem ser reconhecido por uma infinidade de pessoas em cada beco e esquina.

E mesmo assim, com toda essa fama, julgaram-no louco, ao dizer que havia sido o Lorde das Trevas quem matou Cedrico Diggory durante a última prova do Torneio Tribruxo alguns meses antes. Todos acreditavam que o grande bruxo das trevas estava morto, trazer aquela história à tona novamente era vista como a maior das loucuras, uma insanidade completa e sem fundamentos.

Harry tinha a impressão que, apenas os membros da Ordem da Fênix eram sensatos. Os únicos que pareciam ver toda a verdade diante dos seus olhos. Era como se todo o mundo bruxo estivesse de olhos fechados e negando-se a abri-los, mesmo diante do perigo eminente. Como se fossem uma grande nação de cegos seguindo a voz mais alta na escuridão. Se deixando levar pelas notícias sensacionalistas e mentirosos transmitidas pelo O Profeta Diário.

Dumbledore confiava em Harry, sabia que ele jamais iria mentir sobre algo tão sério quanto aquilo. O diretor tinha sido o primeiro a ficar do lado de Harry e defendê-lo publicamente perante todas as falsas acusações que estavam sendo levantadas, e por isso, por ter ficado ao lado de Harry e defender a verdade trazida pelo garoto, estava sendo visto como um louco, um velho senil que deveria estar em uma casa de repouso. Dumbledore poderia ser velho, mas gozava de todas as suas faculdades mentais, disso Harry tinha certeza. E acima de tudo, Harry sabia o que e quem ele tinha visto. Sabia muito bem quem havia matado Cedrico. Não importava o que dissessem, jamais teria dúvida alguma daquilo. O Lorde das Trevas havia retornado, e não importava o quanto o Ministério tentasse negar, aquela era a verdade, e não havia nada que pudessem fazer para contorná-la.

Apesar de tudo, as coisas seguiam normalmente como sempre, ou mais normal que poderia se dizer de tempos como aquele. O novo ano letivo estava para começar, e Harry não queria deixar Sirius. Queria ficar ali com o padrinho, recuperando todo o tempo perdido. Mas, depois de sua expulsão e readmissão, Dumbledore não deixaria Harry faltar à escola, sem contar que, permanecer em Hogwarts era mais seguro do que ficar as escondidas com Sirius no Largo Grimmauld.

Foi para Kings Cross acompanhado de Sirius em sua forma de animago e da Senhora Weasley e de Tonks, os outros iriam separadamente, para garantir a segurança de todos. Já próximo ao Expresso de Hogwarts, todos já estavam começando a embarcar para o trem na plataforma 9 ¾ junto dos amigos e de outros tantos colegas que haviam acabado de se conhecer. Junto com eles iam todos os alunos novos, via-se de longe os jovens primeiranistas, o brilho nos olhos, a animação estampada no rosto, principalmente dos nascidos trouxas, e outros tantos tristes, por terem de deixar a família para trás e dar início a um novo ciclo de sua vida. Apesar de tudo, a felicidade de jovens bruxos e bruxas partindo para o seu primeiro ano na famosa Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts era o sentimento dominante, tudo era novo. Haveria tanto para conhecer, tanto para explorar...

O final do verão havia sido estranho e conturbado e Harry mal podia esperar para voltar para Hogwarts, apesar da saudade que sentiria do padrinho. Sequer queria voltar a pensar na sua expulsão quase definitiva da escola, decretada pelo Ministério e em toda a confusão que haviam acontecido nos últimos dias. Estava feliz em estar ali com Rony e Hermione e de estar voltando para Hogwarts.

Despediu-se do sr. e da sra. Weasley, assim como de Tonks, Lupin, Moody e de Sirius, que estava em sua forma de animago, o grande cão negro. O apito do trem soou e os três amigos saíram da plataforma para o Expresso, correndo para encontrar uma janela vazia onde pudessem acenar para os familiares e amigos que ficaram para trás.

Já no trem, Hermione e Rony precisaram partir para o carro dos monitores e Harry ficou sozinho com Gina, era um pouco estranho para Harry ficar sozinho com a garota e logo tratou de sair com seu malão e Edwiges, em busca de um lugar para ficar. Os dois então, seguiram pelo trem tentando encontrar uma cabine vazia, onde pudessem seguir durante a viagem.

Encontraram apenas uma cabine vazia, onde se encontrava Luna Lovegood. Neville não queria sentar junto da garota e Harry não conseguia entender o motivo, porém, foi Gina quem os incentivou a se sentar com a garota, afinal, ela era só uma garota, mesmo que um pouco biruta.

Algum tempo mais tarde, Hermione e Rony voltaram e seguiram o resto da viagem falando sobre os monitores e as novas responsabilidades que teriam e tantas outras coisas, assim, de um modo geral, a viagem foi tranquila.

Ao chegarem a plataforma de Hogsmeade, seguiram nas carruagens para o castelo, os mesmos que haviam estado na cabine do trem. Harry viu criaturas puxando as carruagens, mas não quis estender o assunto, não queria que o achassem ainda mais louco, ainda mais que Luna também via as mesmas criaturas. Já bastava de impressões erradas sobre Harry. Durante todo o caminho até a escola, a conversa foi pouca e o trajeto foi um tanto silencioso.

Já no salão principal, Luna seguiu para junto das outras garotas de sua casa com quem tinha uma proximidade e os grifinórios seguiram para a sua, cada um sentando em seu próprio canto e com seus amigos mais próximos, Harry como sempre, sentou-se junto de Rony e Hermione. Neville também estava ali perto, embora estivesse conversando com outros grifinórios.

O jantar teria sido perfeito se não fosse o longo e entediante discurso da mais nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas, Dolores Umbridge, se a mulher gorda com cara de sapo tinha a intenção de colocar a Escola inteira para dormir sem o uso de nenhuma magia, certamente havia conseguido com maestria. Harry se lembrava dela de sua audiência no Ministério, e lembra-se também de que ela havia votado contra ele.

Quando o jantar chegou ao fim, Hermione e Rony, como monitores, precisavam ajudar os alunos do primeiro ano a encontrarem seus dormitórios, e assim, Harry havia ficado sozinho. Os corredores estavam lotados de alunos de todas as casas subindo e descendo as escadas, indo para todos os lados, uma grande multidão de estudantes de todos os anos, cada um seguindo seu próprio caminho, com os monitores gritando ordens aos novatos ou tentando encontrar algum primeiranista que havia se perdido do grupo.

Entre os grupos de alunos, Harry vislumbrou Draco de longe. O Malfoy mantinha a pose esnobe de sempre, vez ou outra gritando ordens aos mais jovens, enquanto seguia na frente como se fosse o líder de um pequeno bando, Pansy seguia logo atrás dele, fazendo todo o trabalho de verdade e explicando as particularidades de sua casa aos novatos. Harry temia pelo que Draco poderia fazer, agora que era um monitor. Tinha quase certeza de que iria usar isso para castigar alunos mestiços e nascidos trouxas.

O Potter decidiu por fim sair de todo aquele tumulto e seguir por algumas entradas secretas, passagens essas contidas apenas no Mapa do Maroto, até onde Harry sabia, além de evitar a multidão, evitaria todos os olhares estranhos designados a ele. As coisas pareciam ter ficado bastante estranhas na escola para Harry depois do Torneio Tribruxo e das últimas manchetes do O Profeta Diário.

Usando as passagens, mantenha-se longe das pessoas e dos olhares, e também, chegava mais rápido a torre. Chegou a Torre da Grifinória antes mesmo da maioria dos alunos. A Mulher Gorda, apesar de conhecer Harry de todos aqueles anos, recusou-se a abrir o portal enquanto ele não lhe desse a senha nova.

Para a sorte de Harry, Neville apareceu e, pela primeira vez, lembrava-se da senha.

O Salão Comunal continua o mesmo, sempre acolhedor, embora Harry não se sentisse mais tão acolhido assim, quase como se todos ali estivessem contra ele e houvesse lhe dado as costas.

Dino e Simas já estavam no dormitório e pararam de conversar quando Harry entrou. Ele não pode deixar de se perguntar se eles estavam falando dele ou se estava ficando paranóico. Talvez fosse um pouco de cada.

Toda aquela coisa com o retorno do Lorde das Trevas e a morte de Cedrico, o Profeta Diário atacando Harry e Dumbledore, acabou levando os amigos a uma discussão. Harry logo perdeu a cabeça e estava para atacar Simas quando Rony entrou no quarto e pôs fim aquela briga.

Harry deitou-se, e mesmo depois de a última vela ter sido apagada, não conseguia pegar no sono, ponderando se voltar para a Escola havia sido mesmo uma boa decisão.

O ataque de Simas havia sido apenas o primeiro de muitos que estavam por vir e Harry sabia que teria de aguentar cada um deles se quisesse manter a sua sanidade e a sua dignidade. Teria de ouvir calado todas as acusações, entretanto, pensar no que deveria fazer era muito mais fácil e simples do que concretizar o ato.

Odiava o fato de ser chamado de mentiroso e de quase ter sido expulso de Hogwarts. Odiava mais ainda que chamassem Dumbledore de mentiroso, o diretor era um homem honesto e que já havia ajudado a comunidade bruxa uma centena de vezes, e agora, todos eles estavam lhe dando as costas. Harry tinha medo. Tinha medo de tudo o que poderia acontecer aquele ano. Tinha medo de o Lorde das Trevas mostrar a sua face e a Ordem não conseguir derrotá-lo. Tinha medo de tantas coisas. Tantas que já nem conseguia mais contar.

E para piorar, estava só. Com Rony e Hermione de monitores, Harry acreditava que iria passar a maior parte do ano sozinho. E ele tinha medo daquilo. Nunca havia ficado tanto tempo sozinho em Hogwarts. Os amigos sempre estiveram por perto, e agora, eles pareciam tão distantes.

Sem conseguir dormir, Harry pegou o mapa do maroto e resolveu tomar um ar. Levou consigo também a capa de invisibilidade, não gostaria de esbarrar com Snape novamente pelos corredores escuros do castelo. Mais uma vez, usou as passagens secretas e saiu do castelo em poucos minutos, entretanto, já devia ter passado da meia noite, quando Harry finalmente chegou aos jardins da escola.

A noite estava estrelada, e a lua seguia alta e brilhante no céu. Não havia nenhuma nuvem à vista. Harry deu uma última olhada no mapa, não havia ninguém por perto, tirou a capa de invisibilidade e deitou sob a grama.

Uma leve brisa outonal percorria os jardins, estava um pouco frio, mas Harry não se importou com aquilo, havia colocado um casaco bem grande antes de sair, e o frio não o incomodaria. Então, apenas continuou ali, deitado na grama, tentando não pensar no Lorde das Trevas e em todos os problemas que aquilo o estava causando.

Estava tudo tão tranquilo que acabou pegando no sono, acordou apenas quando os primeiros raios de sol começaram a despontar no horizonte. Ao levantar-se da grama subitamente, com medo de ser pego, um lapso de memória transpassou a mente de Harry e ele recordou-se de que havia tido um sonho um tanto quanto estranho aquela noite.

Em seu sonho, Harry estava sentado na poltrona de uma casa, parecia a casa de Sirius, mas ele não conseguia ter certeza, estava muito diferente. A mobília era nova e com cores vivas. O chão estava coberto de tapetes coloridos e as paredes haviam sido pintadas de verde claro. Harry lembrava de ter se perguntado o motivo de ter aceitado pintar as paredes daquela cor, aquilo gritava Sonserina.

Então, Harry levantou-se da poltrona e seguiu pelo corredor, e só aí se deu conta de que realmente era a casa de Sirius, mas o padrinho não estava lá. E nem a Ordem da Fênix, o lugar parecia vazio. Toda a casa havia sido reformada e agora ostentava cores mais vivas e aconchegantes, como se alguém estivesse vivendo lá há bastante tempo, Harry estranhamente se sentia em casa.

Ouviu um barulho vindo da cozinha e foi até lá, ao chegar no cômodo, encontrou um homem alto e loiro que parecia dançar pela cozinha enquanto preparava uma refeição para ambos e cantarolava uma musiquinha qualquer que parecia bastante familiar.

Harry aproximou-se em silêncio e o abraçou por trás, beijou-lhe a clavícula e o pescoço e dançou junto com ele. Então, o homem virou-se e seus lábios se tocaram, Harry sentiu-se o amor do outro sendo transmitido por um simples beijo, ele se sentia feliz ali, provavelmente como nunca fora feliz antes, e seguro, acima de tudo seguro. Como se aquele homem ali, fosse o seu único e verdadeiro porto seguro, tudo o que ele mais queria no mundo, era ficar em seus braços para todo o sempre.

Quando o homem separou-se do beijo e ia se virar e Harry então poderia ver seu rosto, os primeiros raios de sol despontaram e o rosto do homem loiro tornou-se uma forte luz incandescente que acordou Harry e todo o sonho desvaneceu.

Ele ainda estava pensando no sonho quando entrou no dormitório, realmente gostaria de ter visto o rosto do homem, embora aquele corpo lhe parecesse extremamente familiar, entretanto, cada vez que Harry tentava recordar, tinha a impressão de que a memória se desvanecia um pouco mais e o sonho aos poucos ia perdendo os detalhes, Harry ia se esquecendo dele.

Harry gostaria de ser como a Hermione, que prestava muito mais atenção nas coisas do que ele. Ela provavelmente não de esqueceria do sonho e logo iria descobrir quem estava nele ou o motivo de ter sonhado com aquilo, Hermione sempre conseguia resolver tudo. Mas, ele não era Hermione, ele era só o Harry.

April 21, 2019, 12:32 a.m. 0 Report Embed Follow story
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