th_taegguk Thayla Kim

Depois da eclosão da Segunda Grande Depressão, o número da população decai desesperando á todos. Anos após, descobre-se que devido a carência de afeto em excesso o organismo foi modificado para suprir essa necessidade, as pessoas já não poderiam ficar sozinhas, precisavam ter uma ligação mais do que íntima com outra e foi quando o mundo deparou-se com a criação de marcas, onde o DNA de duas pessoas seriam compartilhadas, assim como as almas. Jeon Jungkook precisava ter alguém para marcar para, literalmente, sobreviver a esse novo fenômeno. Embora fosse perdidamente apaixonado por seu melhor amigo, Kim Taehyung, ele já não era uma opção, pois além de não ser correspondido, o castanho tinha uma linda namorada a quem desejava marcar. Jungkook não sabia o que fazer, seus sentimentos estavam embaralhados e não conseguia mais controlá-los. Mas... de uma coisa ele tinha certeza: mesmo que morresse, não deixaria de amar seu tão adorado dongsaeng.


Romance Not for children under 13.

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Cap.1


Eu andava despreocupadamente pelas ruas de Seoul, o dia estava agradável. Passava pelas pessoas tentando imaginar a rotina de cada uma; tipo o homem de terno que praticamente corria segurando um café enquanto atravessava pela faixa de pedestre, ele deveria ter uns trinta e poucos anos, sempre corrido com o trabalho que devia ser uma das coisas mais importante em sua vida, tinha uma família linda que estava sempre o esperando em casa de braços abertos. Ou como a mulher que estava passando por algumas lojas e andava de cabeça erguida passando as mãos pelos cabelos toda vez que um homem atraente passava por si, parecia ser alguém prepotente que sempre teve o que pediu, na hora que desejava, talvez de personalidade forte... Mas em seu olhar, eu conseguia captar sinal de tristeza. Era vazio. Será que não tinha seu par?


Balanço a cabeça dispensando esse ar melancólico. Não queria me lembrar das tristezas da vida, só me fazia mal. Ainda mais agora que estou prestes a fazer vinte anos, e todos sabem o que isso quer dizer, principalmente para mim, que não marquei ninguém. Marcar alguém... isso era a razão de todos. Ter uma pessoa que ama para o resto da vida.


Antigamente não tinha essa história de pessoas serem marcadas, contudo, nossa sociedade atualmente é formada por anima mates — almas gêmeas, em latim —, seu nome foi dado depois da eclosão no mundo inteiro da "Segunda Grande Depressão", esse episódio foi parecido, ou não tanto, com o primeiro, só mudava o seu motivo. No século XXI, o mundo entrou em desespero, houve muitos casos de suicídios e depressão. Pelo que pesquisei, naquela época as pessoas não davam a mínima para isso, mas chegou uma hora em que os índices ficaram muito altos, não teve como controlar e todo o planeta Terra foi tomado por esse fenômeno. Diversas famílias foram destruídas por isso, a depressão chegou em último nível para todos. Naquele século o amor já não era muito compartilhado, o ódio predominava. Ninguém mais sabia o que era ter alguém ao seu lado, estavam tomados pela infelicidade e só pensavam que ninguém os amava ou que não eram merecedores de amor. Foi esse o motivo que diferenciou as duas grandes depressões, a primeira foi por falta de dinheiro e a segunda por falta de amor.


Após esse episódio, teve um tempo de acalmaria e foi quando outro evento aconteceu: o mundo estava necessitado. Necessitado de amor, de carinho. As pessoas estavam muito carentes de afeto, se apegavam facilmente a outros indivíduos. Era como se realmente precisassem estar com outro alguém, como se o corpo não sobrevivesse sozinho. Necessitava de um segundo corpo, de uma alma ligada à sua. Isso só piorou com o tempo, e então, quando tentavam ficar sozinhos adoeciam, pois não só o corpo precisava de outra pessoa, mas também a alma. Esse carecimento tomou uma proporção absurda, tão inacreditável que até o corpo se modificou para suprir essa necessidade. O organismo humano alterou-se, suas composições, algumas funções... tudo. O corpo humano teve que ser estudado novamente, durou muitos anos até termos a descoberta de que sim, todo e qualquer indivíduo precisa ter um compartilhamento mais do que íntimo com outro para poder viver — que nem mesmo o amor e afeto da família seria capaz de suprir essa necessidade.


Descobriram também que entre as novas funções do organismo, há uma em que mordendo o pulso direito mutuamente com a pessoa amada, cientificamente comprovado, é compartilhado o DNA — todas as pessoas nascem com os dentes caninos um pouco grandes e afiados justamente para esse propósito. Nessa troca de sangue, criam seu próprio DNA, diferente de todos os outros. O corpo se reconhece e só procura por aquele que foi compartilhado, esse fato ficou muito famoso entre os românticos. Entretanto, o que acabou com esse "mundinho romântico" foi a revelação de que esse novo sistema do organismo se sustentaria sozinho até no máximo vinte a vinte três anos.


Sim, o meu sistema imunológico que me protege contra as doenças estava sendo desintegrado, ou seja, deixando de existir. Isso acontecia por não compartilhar meu DNA com alguém até o momento, meu corpo identifica que estou sozinho, é como se dissesse que se não tenho ninguém é porque não tenho motivo para continuar vivo. Então, daqui a alguns meses, aos poucos, estarei morrendo. Terei no máximo três anos vivo após completar meus vinte anos — mas sei que o meu limite será um ano, pois sempre adoeci por coisas pequenas.


Entretanto, não é como se eu não tivesse escolhido a pessoa com quem queria viver o resto dos meus dias, ela foi escolhida há muito tempo. Kim Taehyung, era o nome de quem eu amava mais que tudo, sempre foi ele. Taehyung era meu melhor amigo de infância, quando ouvia sobre felicidade o que me vinha na mente eram somente momentos ao seu lado, ele era quem me fazia feliz, sempre foi. Porém, Tae já tinha escolhido a quem marcar, Kym Yang Mi, sua namorada de longos dois anos — embora não a amasse como o indicado, contudo, gostava dela e se davam bem, como ele mesmo me disse. Eu mesmo não gostava muito dela e sabia que era mutuo, algumas vezes Taehyung tentou nos aproximar e não deu muito certo, não era apenas por ciúmes, mas eu realmente não gostava dela — talvez ela também não gostasse de mim por imaginar que eu era apaixonado por seu namorado. Kim era maravilhoso, não sabia como namorou logo aquela garota que se fingia de meiga na frente dele, acho que por isso, Tae era tão bom que não via maldade nas pessoas. Pra mim, ela servia de prova viva de que a humanidade não tinha evoluído nem um pouco.


Ok, talvez eu tenha exagerado, porém ainda continuava não indo com a cara dela.


Estava a caminho para a cafeteria perto do meu apartamento, lá me encontrava todas as manhãs com Taehyung antes de ir para o trabalho de meio período. Ele me ligava todos os dias me desejando bom dia e me dando ultimatos de que eu deveria estar na cafeteria — que também fica perto do seu apartamento — em dez minutos, era só o Kim falar que eu o obedecia.


Entrei no estabelecimento sentindo o cheirinho gostoso de café, doces e pães recém-saídos do forno. Olhei aos arredores e vi o garoto, que faz meu coração acelerar só em olhá-lo, sentado em umas das mesas espalhadas que haviam ali.


— Ggukie! — sorriu ao me ver, balançando as mãos me chamando pelo apelido que só ele tinha direito de dizê-lo, segundo suas próprias palavras.


Ri com a lembrança do dia em que o castanho quase brigou com um garoto que havia me chamado pelo mesmo apelido, ele tinha ficado puto.


— Bom dia, TaeTae. — sentei na cadeira á sua frente, sorrindo ternamente para meu dongsaeng.


— Bom dia, hyung. Já fiz os pedidos, daqui a pouco Jin hyung vai trazê-los.


— Pediu o meu croissant de chocolate? — perguntei mesmo sabendo a resposta. O Kim me conhecia melhor que qualquer um, sabia de todos os meus gostos.


— Claro que sim! E o cappuccino também. — sorriu largo. E eu o admirava terno.


Sempre o observava com extremo carinho, qualquer gesto dele para mim era encantador. Sua voz surtia efeito sobre mim como um canto de sereia que te enfeitiça e faz sua cabeça se perder, só tendo em mente de como aquela voz te seduz. Tae era extremamente adorável, de todas as formas. Sua personalidade me atraia muito, tão amável, extrovertido, doce e, em certos momentos, inocente. Mas também firme e muito maduro em suas decisões e pensamentos.


— Hyung? — sai dos meus pensamentos ao ouvir Taehyung me chamando.


— Hum?


— Não vai comer? Já faz um tempo que Jin hyung trouxe a comida e você está olhando pro nada com um sorriso bobo. — riu, colocando uma garfada de torta de limão na boca.


— A-ah... estava distraído. — olhei pro cappuccino em cima da mesa com as bochechas ardendo.


— Percebi. — sorriu para mim. — Isso tem a ver com seu aniversário? Aliás, você nunca me apresentou a pessoa que vai marcar. Isso é injusto, sou seu melhor amigo. — reclamou enquanto comia mais um pedaço da torta, gesticulando ameaçadoramente — bom, era isso a sua pretensão — para mim com o garfo.


— Não é importante. — disse nervosamente. Taehyung nunca tinha desconfiado da mentira que contei há um ano, quando ele ficou preocupado pelo meu vigésimo aniversário estar chegando e eu não ter ninguém. No impulso, falei que já tinha alguém, mas não queria apresentá-la, Taehyung ficou chateado comigo naquele dia, contudo, não insistiu em conhece-la.


— Claro que é importante! É a pessoa que meu melhor amigo ama. — sentia o gosto amargo em minha boca toda vez que Kim se referia a mim como “amigo”.


— Um dia você a conhecerá. — disse enigmático.


Você já conhece a pessoa há muito tempo, Tae.


Suspirei desanimado. Tomei um gole do cappuccino não conseguindo sentir o doce da bebida pela amargura que estava sentindo.


Queria tanto que Taehyung percebesse meus sentimentos. Lembrei-me das vezes em que tentava confessar meus sentimentos para si, todas falhas. Nunca consegui dizer um “a” sequer sobre o assunto, minha voz falhava e paranoias em que Tae se afastaria de mim rondava minha mente. Eu era um covarde!


— Só quero ver... — me olhou desconfiado.


Rapidamente mudei de assunto. Falando aleatoriedades, passamos a manhã na cafeteria, logo depois nos despedindo com abraços apertados e indo para nossos trabalhos de meio período, pois a noite estávamos nos nossos cursos.


Eu trabalhava numa sorveteria como caixa, era um trabalho bem chato de vez em quando, devo admitir, mas era o que me mantinha além das mesadas que meus avós me mandavam mensalmente — meus pais não poderiam fazer o mesmo, pois morreram num acidente de carro quando eu tinha apenas três anos. Pelo menos haviam pessoas ali que compensavam os dias tediosos, meus colegas de trabalho: Park Jimin e Jung Hoseok. Eles se tornaram meus amigos após muito insistirem em mim, já que sempre fui muito tímido e, apesar de haver essa história de necessidade de afeto com outros indivíduos, nunca fui muito de contatos físicos, além de Taehyung e meus avós.


Meu dia não foi muito agitado, era feriado então o movimento estava fraco. Para completar Hoseok estava de férias e Jimin doente — o que era raro de acontecer já que ele era marcado —, como não falava com Minjoo e Taemin — outros funcionários da sorveteria — então fiquei calado no período da manhã e parte da tarde. Falei um tempinho com Taehyung por mensagem durante o horário de almoço, mas só isso. Poderia ir para o apartamento do castanho quando saísse da sorveteria para jantarmos e depois irmos juntos para o curso, mas só foi ele dizer que Yang Mi iria para lá naquela noite que eu desisti na mesma hora.


No atual momento, estava largado no sofá tendo uma crise existencial. Odiava saber que esse meu estado era pelo simples fato da droga do carecimento do meu corpo em ter alguém, ainda mais tão perto da idade limite. Essa necessidade agravava com a chegada dos meus últimos anos de vida. Era uma porcaria sentir isso.


Já percebia minha saúde fragilizar. Meu ânimo degradava, meu corpo enfraquecia, adoecia por qualquer coisa... até se pegasse uma simples chuva me deixava resfriado e, algumas vezes, passava dias de cama.


Taehyung estava ficando preocupado com minha saúde, mas eu sempre falava que ainda não queria marcar a suposta pessoa, que esperaria até meu aniversário. Todavia, depois desse aniversário eu iria para a casa dos meus avós, que se localizava no interior de Busan. Não havia decidido se me despediria da minha paixão secreta, não sabia se suportaria lhe dar um adeus definitivo. Eu estaria nas mãos dele, como sempre estive, bastaria apenas um “fique aqui comigo” para desistir de ir embora. Velaria pelo meu amor até o dia da minha morte, faria de tudo para Taehyung não perceber que estaria morrendo aos poucos, até finalmente, chegar o dia. Mesmo que não ficasse com ele, sempre faria de tudo para seu melhor, o que lhe deixaria feliz.


Quando menos esperei, senti algumas finas lágrimas escorrendo pelo meu rosto.


— Você é um idiota, Jeon Jungkook! — xinguei-me, irritado comigo mesmo por ser tão fraco por ele.


Plin-Plin


O meu celular avisou que uma mensagem chegou.


TaeTae


[17:56]

Ggukie, vem jantar comigo e a MinMin



— Só pode ser brincadeira. — bufei.


Mas como sou idiota por Kim Taehyung...



Eu


[17:56]

Claro, saeng! Já, já chego aí


TaeTae


[17:57]

Estarei te esperando



— Sinceramente Jeon, você deve ser um masoquista de merda. — resmunguei, afundando minha cabeça no estofado fofo do sofá.




[...]




— Oi Ggukie, entra. — Taehyung deu espaço e quando entrei a primeira coisa que ele fez foi me puxar para um abraço, logicamente retribui.


— Isso tudo é saudades? — brinquei, mas aproveitei o momento e funguei o seu pescoço com o habitual cheiro de rosas.


— Sim, você sabe que sou carente. — disse todo manhoso.


Ah, como eu sabia.


As vezes brincava com o Kim dizendo que ele se aproveitava dessa coisa dos humanos precisarem de afeto para tirar proveito de mim. Tae somente ria e confirmava o que eu tinha dito.


— Hum-hum. — uma voz irritante pigarreou. Me contive para não revirar os olhos na frente do mais novo.


— Ah, amor! O Ggukie chegou.


Soltou-se dos meus braços e se pôs ao lado dela, que logo entrelaçou os braços no de Taehyung, fitando-me como se dissesse: “Ele é meu, ponha-se no seu lugar!”.


Fiz uma careta imperceptível.


— Percebi. Oi, Jungkookie. — sorriu falsamente, falando meu nome com desprezo.


Taehyung que me desculpasse, mas ele era muito sonso em não perceber a falsidade dessa garota.


— Boa noite, Min. — falei em mesmo tom. Não conseguia ser tão cínico como ela então não sorri e foi perceptível o desgosto em falar com ela.


— Então, vamos jantar? — convidou Kim, constrangido pela troca de farpas pelo olhar que eu fazia com sua namorada.


— Amor, sua comida está com um cheirinho tão gostoso. Imagina quando a gente se casar, vou virar uma bola comendo as comidas preparadas por você. — falou de um jeito melosamente nojento e deu um selinho nele.


Engoli em seco, controlando a vontade de chorar ali mesmo.


Aquela desgraçada gosta de jogar sujo.


— Ggukie? Está tudo bem? — Tae se aproximou, me olhando preocupado por eu ter ficado parado sem dar sinal de que os acompanharia até a cozinha.


Pisquei algumas vezes para aliviar a ardência em meus olhos e lhe lancei um sorriso fechado acenando afirmativo com a cabeça.


Fomos para cozinha e nos sentamos à mesa, que já estava servida. Comecei uma conversa com Taehyung tentando ignorar a presença da mulher ali presente, ele também pareceu esquecer dela por um momento, até que Yang encontrou uma brechinha e se intrometeu no assunto.


Realmente não desgostava dela somente por ciúmes, mas também por Yang Mi ser uma pessoa detestável.



XXX



— Jungkookie, eu vou te bater!


— Vai nada. — disse rindo.


— Tira isso! Eu disse que não queria de terror. — reclamou, emburrado, mais uma vez.


Ele estava reclamando do filme desde que começou, há mais ou menos quinze minutos, falando que não prestava e que era pra trocar por um de comédia romântica. Eu não cedi e deixava seus resmungos de lado enquanto assistia.


Estávamos no meu apartamento. Havia o chamado para passar a tarde de fim de semana comigo e Taehyung aceitou na hora, já que depois daquele episódio na casa dele eu meio que passei quase uma semana sem falar direito consigo. Não era culpa sua eu ficar com ciúmes dele com a namorada, então resolvi esquecer aquele dia e aproveitar mais o tempo ao seu lado.


— Ggukie, é sério! — choramingou ao ver o assassino esfaquear varias vezes a moça dentro do banheiro que estava completamente manchado com o sangue da vítima.


Ri um pouco tendo pena do mais novo. Peguei o controle que tinha escondido debaixo de mim e mudei o canal ouvindo seu suspiro aliviado, procurei algo que prestasse até que Taehyung segurou minha mão me impedindo de mudar o canal mais uma vez.


— Deixa aí! — exclamou animado, com seus olhinhos brilhantes.


— Ah não, esse filme de novo não. — foi minha vez de reclamar, enquanto observava a discussão dos personagens na tela.


— Cala a boca, esse momento é épico. — inclinou-se para frente ansioso pelo momento em que a personagem, Hermione Granger, dava um soco bem merecido em Draco Malfoy. E como em todas as vezes que via aquela cena, Taehyung gargalhou quando o loiro caiu no chão com a expressão chocada.


— Já viu, podemos mudar agora? — perguntei extremamente entediado. Até gostaria de assistir Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban se não fosse a quinquagésima sétima vez — havia realmente contado — que assistia aquele filme com o amigo que era fascinado por qualquer coisa que envolvesse Harry Potter.


— Mas por que? Finalmente encontramos um filme digno da minha atenção. — respondeu sem nem tirar os olhos da TV.


— Seria da minha também se você não tivesse feito o favor de me fazer pegar ranço da saga inteira.


— A culpa não é minha se você não sabe apreciar uma arte dessa. — encarou-me ofendido.


— Que arte? — Kim abriu a boca incrédulo, mas rapidamente a fechou para me fuzilar com os olhos.


— Não vou cair nas suas provocações.


— Quem é Harry Potter perto de Persy Jackson? — sorri provocativo.


— Não acredito que disse isso, Jeon Jungkook!


Raivoso, o castanho pulou em cima de mim dando tapas em qualquer lugar que aquelas mãozinhas delicadas — e pesadas — poderiam alcançar. No meu peito e braços Taehyung descarregava a ofensa que fiz a sua saga favorita, só o que eu fazia era rir enquanto tentava segurar suas mãos nervosas. Taehyung não parava quieto, então quando consegui segurar seus pulsos o fiz deitar no sofá e me deitei por cima dele levantando os braços por cima da sua cabeça.


— Me solta! — esperneou.


— Não, fica quietinho aí.


— E o que vai fazer se eu não ficar? — me olhou desafiador. Sorri abertamente, adorava quando ele era adoravelmente teimoso.


— Vou te encher de cócegas. — disse simples, vendo a cara de desgosto que fez.


— E o que acontece se eu ficar quieto?


— Não recebe cócegas. — ele revirou os olhos e eu ri. — O que queria? Beijinhos?


— Idiota. — sorriu. — Quero assistir meu filme em paz.


— Não, esquece esse filme. Te chamei aqui para dar atenção a mim e não a TV. — fiz um falso bico chateado.


— Então solta meus pulsos. — o obedeci. Taehyung passou os braços pelo meu pescoço e começou uma carícia nos cabelos perto da minha nuca, seu carinho me fez fechar os olhos. — Você parece um gatinho manhoso. — sussurrou.


Não rebati, somente pousei a cabeça em seu peito apreciando o ato carinhoso que derretia todo o meu ser, era nesses momentos que eu percebia ser impossível viver sem esse dongsaeng atrevido na minha vida. Taehyung não percebia, mas só um simples gesto fazia meu coração bater acelerado e minha mente dá um pane por sua presença. Ele tinha um grande efeito sobre mim e não tinha a mínima ideia disso.


— Ggukie...


— Hum?


— Posso dormir aqui? — ri por um momento.


— Desde quando você pedi para dormir aqui?


— Yah. — deu um tapa leve nas minhas costas. — Eu posso?


— Claro que sim, TaeTae. — levantei a cabeça para fita-lo. — Você nunca pediu, por que isso agora?


— E-eu... — desvia o olhar constrangido. — É que você tem se afastado ultimamente, então pensei que, sei lá, estivesse cansado de mim. — enquanto falava a voz gradativamente abaixava.


Senti um aperto no coração por tê-lo feito pensar isso. Não era justo me afastar porque não conseguia controlar o ciúme que sentia dele, não era justo fazê-lo pensar que ele era uma pessoa que se pode desprezar por estar cansado de sua presença. Não era justo, não com Taehyung.


— Me desculpa. — meu pedido saiu como uma súplica. — Não queria que se sentisse assim, eu só... Só estava com algumas coisas na cabeça e queria ficar um pouco sozinho. Me desculpa, Tae-ah.


— Tudo bem, Ggukie. — sorriu com as estrelas em seus olhos voltando a brilhar lindamente. — Mas, tem alguma coisa te preocupando?


— Não é nada, foi só uma bobagem.


— Mesmo?


— Mesmo. — confirmo sorrindo pelo seu olhar desconfiado. — Quer dormir agora?


Taehyung balançou a cabeça afirmativo, saí de cima do mais novo — desliguei a TV e deixei aquela bagunça de caixas de pizzas espalhadas para arrumar no outro dia — e o acompanhei até meu quarto. Após escovarmos os dentes, nos enfiamos debaixo dos cobertores quentinhos, Taehyung aproveitou nossa pouca distância para passar a perna sobre a minha, me abraçou pela cintura e deitou a cabeça no meu peito, como sempre fazia quando dormíamos juntos. E eu simplesmente o abracei enquanto fazia um cafuné, que eu sabia que ele amava.


— Boa noite, Ggukie.


— Boa noite, Taehyungie. — beijei seus fios macios sentindo o aroma gostoso que desprendia deles.


Taehyung encaixou a cabeça na curvatura do meu pescoço deixando um selar delicado na pele exposta. Sorri ternamente o abraçando mais forte.


E aos poucos, acabamos adormecendo.




[...]




— HYUNG, EU NÃO ACREDITO NISSO!


Ri maquiavélico. Escondido no banheiro da casa de Taehyung, esperava a raiva do castanho passar, o que eu sabia que iria demorar um pouco até porque ele tinha motivos.


Eu tinha decidido passar o dia de domingo na casa dele e aproveitando que estava lá, Taehyung teve a brilhante ideia de me fazer o ajudar com o almoço, eu neguei durante muito tempo obviamente, ele só tinha a carinha de anjinho mas só eu sabia o quanto aquele garoto poderia ser maldoso. A última vez que o ajudei com o preparo do japchae Tae passou o dia inteiro zoando comigo e falando de como eu era um desastre na cozinha, agora ele só me chamava para tirar uma com minha cara.


Ah, mais dessa vez não podia deixar passar.


Então como era o melhor hyung que Taehyung poderia ter, aproveitei a pasta japonesa — chamada wasabi — que ele tinha comprado e odiado dizendo que nunca mais colocaria a pasta novamente em sua boca e logicamente me usufruir dessa informação para fazer com que ele provasse do veneno. Enquanto o Kim distraidamente enrolava um kimbap sem ao menos imaginar o que se passava na minha mente maligna, eu fazia um enrolado de algas com arroz e recheio de wasabi, enchi com gosto aquele kimpab com pasta verde. Tae iria querer me matar, mas não pensei nisso na hora em que dei aquele pedaço de veneno para ele e sai correndo para o banheiro com medo de apanhar.


— Jeon Jungkook! — me assustei com as batidas fortes na porta. — Saia daí agora.


— Não, deixa você se acalmar que eu saio.


— Se você demorar mais aí eu pego a chave reserva e te encho de tapas.


Bati a mão na testa, tinha me esquecido que Tae era tão paranoico em perder as chaves e ficar preso do lado de fora que além da cópia que eu tinha, havia outra que ficava no grande jarro do lado do apartamento dele e continha as chaves de todas as portas desse lugar, incluindo do banheiro que estou escondido.


— Eu vou abrir.


Hesitante, abri a porta aos poucos vendo a carranca do Kim. Ele entrou em passos firmes e por impulso andei alguns passos para trás.


— Você não está bravo não é, TaeTae? — sorri amarelo.


— Imagina hyung... Por que estaria bravo? Por causa da sua brincadeira eu quase explodir de tanto tomar água e minha boca quase cair de tanto escovar os dentes? Claro que não estou com raiva. — falou irônico. Se aproximou mais um pouco e eu me encolhi.


— E-então está tudo bem não é? — ri sem graça. — Vou almoçar, estou morrendo de fome. — ia passar por ele quando Taehyung me segurou pela camisa me arrastando até o box. — Yah! O que está fazendo?


— Me vingando, ora essa. — sorriu malicioso.


Poderia até sentir uns arrepios pelo corpo por ele está sorrindo desse jeito para mim se eu não soubesse que não viria coisa boa dali.


— M-mas Tae-ah, foi só uma brincadeirinha. — o olhei com cara de cachorro abandonado tentando o comover, porém, Taehyung consegue ser duro quando quer e não deu a mínima.


Quando me vi, já estava debaixo do chuveiro gritando fino por causa da água completamente gelada que saia. Me sacudi buscando sair dali, mas Taehyung segurava meus braços firmemente me mantendo debaixo daquele gelo líquido.


— Taehyungie... — choraminguei.


— Isso é pra não querer me matar envenenado novamente. — ele gargalhava enquanto via meu sofrimento, mas eu não conseguia nem ter raiva. O riso dele era encantador.


— Tae, eu estou com frio. — minha boca tremia. Apesar de ainda ser outono, o inverno estava próximo e já era presente o frio.


Taehyung teve piedade e me tirou de dentro do box. Me encarou um preocupado por eu estar tremendo, provavelmente se lembrando de que minha saúde era frágil e qualquer coisa me faria ficar doente.


— Ggukie, me desculpa. — pegou rapidamente uma toalha grossa do pequeno armário debaixo da pia, me empacotando. — Eu me esqueci.


— Tudo bem. — sorri adoravelmente, mostrando que não me importava. — Mas agora você vai ter que me aquecer se não quiser cuidar de um catarrento. — brinquei.


Contudo, parece que Taehyung não reparou que era brincadeira, pois ele passou os braços pela minha cintura e me encaixou no seu corpo quentinho. Acho que suspirei audível pelo contato porque ouvi a risadinha meiga do meu dongsaeng.


— Melhor? — somente tive forças de afirmar com a cabeça.


Não queria nunca mais me soltar dele, era tão gostoso o seu abraço. Eu me sentia nas nuvens todas as vezes que Taehyung apertava meu corpo nele dessa maneira, que sentia seu cheirinho de perto. E não sei como não cai no momento em que beijou meu pescoço de forma tão carinhosa, porque minhas pernas viraram geleias nessa hora.


— Vamos nos trocar, você vai acabar doente desse jeito. — afagou meus cabelos suavemente.


— Se não parar de fazer carinho em mim eu não vou a lugar algum. — disse manhoso, fazendo Tae rir.


Ele se afastou e quase me arrependi de ter dito aquilo, mas Taehyung estava tão molhado por ter ficado colado a mim que achei melhor ele colocar outra roupa, não queria que ficasse doente também.


—Vamos logo hyung, prometo que depois do almoço faço quantos carinhos quiser. — sorrindo docemente, pegou minha mão e me puxou para fora do banheiro.


E enquanto eu era arrastado pelo apartamento eu só pensava na sorte que tinha em ter Taehyung na minha vida.




XXX




Era um dia radiante, perfeito para passear e esse foi o motivo que me fez sair de casa para correr na praça perto do condomínio. Logo que acordei e vi o sol radiante, fiquei animado para espairecer, comi algumas frutas, coloquei roupas esportiva e sai com meus fones de ouvido escutando músicas que me energizavam.


A praça que havia nas proximidades do condomínio era muito bonito e bem tratado, perfeito para passeios em família e piqueniques românticos. Já tinha feito vários piqueniques com Taehyung ali na esperança de que isso fosse o suficiente para lhe mostrar meus verdadeiros sentimentos — afinal, o que não faltava naquele lugar eram casais —, porém, infelizmente não era o bastante para abrir os olhos do meu doce dongsaeng. Acabei no final das contas abandonando a ideia de mostrar ao Kim que o amava, se ele não captava minha mensagem era porque estava feliz com — a detestável — Yang Mi, então não seria eu que iria atrapalhá-lo.


Corri por numerosos minutos até começar a sentir uma falta de ar terrível, tive que me esparramar na grama fofa para que não caísse de cara no chão pelo súbito cansaço que me abateu. Minha respiração ficou ofegante e minha garganta extremamente seca. Meu corpo dava alguns tremores, pingos de suor escorriam pela minha face e eu estava ficando assustado com essas coisas. De repente, um aglomerado de pessoas se formou ao meu redor, mas eu estava pouco me importando, na verdade, não conseguia focar em nada além da temperatura alta alastrando-se pelo corpo.


— Moço, já ligaram para a ambulância, quer que eu ligue para algum conhecido? — uma jovem perguntou preocupada agachando-se á minha direta.


— Taeh-hyung. — balbuciei ofegante, entregando o celular que estava no bolso.


— Taehyung, certo? — balancei a cabeça repetidas vezes. A vi mexer em alguma coisa, provavelmente procurando o nome do castanho na agenda, e depois aproximando o aparelho em seu ouvido. — Alô? Taehyung-ssi?


Ela falou por breves minutos, dando uma informação básica do meu estado e falando o hospital para qual seria levado. Não deu para a jovem dizer muita coisa, pois a ambulância chegou rapidamente me colocando na maca e transferindo para dentro do automóvel. A chegada até o hospital foi bastante veloz, o que dei graças a Deus porque meu pulmão parecia que ia explodir mesmo com o inalador me ajudando a respirar. Empurraram a maca até um quarto que estava com um médico a minha espera, habilidosamente introduziram uma agulha no meu braço e um inalador mais adequado para o grau da minha condição. O médico começou a examinar meu corpo tocando em vários lugares, que embora não estivesse confortável obviamente não iria contestar.


— Inspire profundamente e expire devagar, três vezes. — falou calmo, pondo o estetoscópio sobre meu peito por dentro da camiseta. Prontamente, fiz o que pediu. — Pronto, aparentemente você não tem nada, o que é um pouco estranho para ter esse tipo de crise respiratória.


Tentei o responder, mas o inalador me atrapalhou na hora. O médico vendo que aquele aparelho estava me impedindo de falar e que minha respiração já estava estabilizada, tratou de tirar.


— A marca. — falei simples. Ele me olhou surpreso.


— Quantos anos tem, rapaz?


— Dezenove, completarei vinte daqui a um meses.


— Jurava que você tinha quinze anos com essa carinha de bebê. — fiz uma careta de desagrado, odiava quando as pessoas me chamavam de "carinha de bebê". Ele riu divertido. — Não fique assim, aposto que muitas pessoas já te disseram o mesmo.


— Por isso mesmo que não gosto que falem isso. — respondi malcriado. O médico acenou com a cabeça em compreensão, mas não deixou de tirar o sorrisinho de lado.


Até que... suas covinhas eram bem fofas.


— Certo, me desculpe. Está se sentindo melhor?


— Estou sim, obrig-


— Jungkook! — Taehyung chegou afobado abrindo a porta e correndo até mim.


Não tive tempo nem de olhá-lo direito quando se lançou em cima de mim, me abraçando fortemente. Retribui o abraço mesmo desorientado com sua súbita presença, mas claro que não ia me importar com o Kim quase me matando sufocado pelo arroxo.


— Ah Ggukie, eu fiquei tão preocupado quando a moça ligou pra mim falando que você estava passando mal. — se afastou e segurou meu rosto com as duas mãos fitando firme meus olhos. — Você está bem agora, não é? Não senti dor em algum lugar? — ri fracamente.


— Não Tae-ah, estou bem.


— Que susto Jeon Jungkook, você quer me matar de preocupação? Vim desesperado pra cá pensando o pior... — suspirou pesadamente, porém, o cantinho dos seus lábios se repuxaram minimamente. — Mas estou feliz que esteja bem, hyung.


Ele sorriu brilhante e voltou a me abraçar. Um pigarreio do meu lado fez Taehyung se soltar de mim novamente e eu quase lancei um olhar irritado para o médico pela interrupção do meu momento com o mais novo se não estivesse corado por justamente termos feito essa demonstração na frente dele.


— Oh! Me desculpe, não havia visto o senhor. — curvou-se respeitosamente.


— Não se preocupe com isso. — sorriu simpático. — Seu namorado está bem, receberá alta assim que o soro acabar, mas se sentir alguma coisa estranha terá voltar imediatamente.


— Ele não- — tentei desmentir a parte do Kim ser meu namorado, mas, como sempre, as pessoas gostam de interromper minhas falas.


— Acho bom você cuidar melhor da sua saúde e, não quero me intrometer, mas acho que o mais adequado seria que vocês não prolongassem muito para fazerem a marca se não quiser ficar doente frequentemente. — sorriu com aquelas covinhas fofas mais uma vez, se despediu e saiu do quarto.


Só bastou que o médico falasse aquilo para Taehyung me encarar com preocupação estampada na sua face e eu sabia que ele não me deixaria mais em paz sobre aquele assunto.


— Jungkook, eu sei que você quer esperar um tempo antes de marcar a tal pessoa, mesmo completando vinte anos, mas assim não vai dar. Essa pessoa deve estar preocupada com seu estado também, então por que continua adiando? — segurou minhas mãos como se me pedisse para confiar nele e falar o que estava me afligindo.


Contudo, eu não podia. Não podia lhe dizer a verdade e estragar toda a nossa amizade que construímos ao longo de tantos anos, eu não podia fazer isso de modo algum.


— Tae...


— Ggukie, até eu que tenho quase dezenove estou sentindo minha imunidade abaixar, imagine você que está prestes a fazer vinte. Me diga só o por quê. — suplicou, seus olhos refletiam a mais pura aflição.


E mais uma vez me senti culpado por fazer Taehyung ficar assim por minha causa, eu não tinha o direito, não de mentir descaradamente para ele.


Então decidi.


Se fosse para ser sincero teria que falar a verdade, nem que isso o fizesse sofrer, pelo menos estaria sendo verdadeiro. Só omitiria a parte de o amar, mas quanto ao resto diria absolutamente tudo.


— Eu menti sobre ter alguém para marcar. — pronto, agora estava feito e não tinha como voltar atrás.


Taehyung me olhou horrorizado e sua boca se abriu em incredulidade.


Nesta hora só esperava seu julgamento, as palavras feridas por ter lhe escondido isso. Fechei os olhos para não ver a decepção em seu olhar, não conseguiria me manter firme se contemplasse o universo estrelado que tanto admirava desmoronar, tornando-se sem brilho e sobrando apenas a mágoa e desapontamento.


Entretanto, algo que não previ aconteceu. Pingos molhados caiam no meu braço esquerdo, o lado em que o castanho estava, curioso para saber o que estava acontecendo, abri os olhos. As lágrimas do mais novo escorriam em abundância pelo seu rosto e pousavam sobre minha pele, sentia aquelas lágrimas queimando sobre mim porque sabia que aqueles pingos cristalinos caiam por minha causa. O remorso me corroía por inteiro.


— Por que não disse antes? Por que mentiu para mim? — indagou baixinho como se estivesse com medo da resposta.


— Tae, me perdoa. Não fiz por mal, só não quis te preocupar. Quando você começou a perguntar frequentemente sobre isso eu não queria que se incomodasse comigo, preferi mentir para, não sei, não te deixar angustiado. Você se preocupa muito comigo, não quis te dar mais um motivo. — disse apressado para que Taehyung tentasse me entender e não pensasse que não confiava nele ou coisa do tipo.


— Então preferiu mentir para mim, fingir esse tempo todo que tinha alguém só pra não me preocupar? — recitou descrente. Ele não estava mais chorando, agora encarava a mim com chamas nos olhos. — Você é idiota, Jungkook? Sabe o quanto fiquei aliviado por saber que meu melhor amigo estaria seguro por ter uma maldita marca?! Eu não acredito que fui tão burro para não perceber isso, estava claro que você não apresentava ninguém justamente por não ter ninguém e agora... você quer morrer, é isso? — esbravejou, as lágrimas voltando a encherem seus olhos.


Sentia os meus próprios arderem. Meu coração encolhia a cada frase que saia de sua boca, não queria o magoar daquela forma. Por que eu fazia tudo errado?


— N-não é isso, Tae. — nego com a voz embargada. — Eu te juro que não queria te magoar, só estava pensando no seu bem.


— O meu bem? — riu amargo. — Desde quando mentir sobre uma coisa tão importante dessa é para o meu bem?


— Não quer-


— Não queria me preocupar, já entendi Jeon. — disse friamente. Uma dor no peito se fez presente, dor por ter colocado tanta tristeza no olhar amendoado que sempre era regado de amabilidade e doçura. — Mas o que você ainda não entendeu é que o meu bem é ter você comigo, vivo. — dizendo isso, me encarou intensamente antes de dar meia volta e sair do quarto em passos largos.


— Taehyung! — chamei inutilmente, pois sabia que ele não iria voltar.

April 23, 2019, 3:58 p.m. 0 Report Embed Follow story
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