tiatatu Tatu Albuquerque

Para Bakugou, sua vida havia começado quando foi encontrado pela trupe itinerante da banda Yuuei, passando a integrá-la como DJ e ajudando-os na estrada rumo ao sucesso. Não era como se ele rejeitasse o passado e sim como se tudo antes disso tivesse sido apagado em sua cabeça. Estava quase tudo zerado e era por isso que ficava tão incomodado em não entender porque aquele cara de cabelo vermelho que viu na plateia lhe chamava tanto a atenção.


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Capítulo I

Via fogo em altas labaredas por todos os lados, aumentando a já infernal sensação de calor que fazia seu corpo suar mais ainda. Ergueu os braços, rindo descontrolado, olhando para as mãos, sendo capaz de jurar que o brilho que saía delas eram meras e fascinantes estrelas.

As jogou para o alto, pulando entre os poucos destroços que ainda não haviam sido consumidos pelo fogo por inteiro, fazendo mais e mais “estrelas” brilharem, gargalhando como louco, ouvindo fortes estrondos que já não o deixavam perturbado, mas ainda eram capazes de atormentar sua audição, afetando seu senso de equilíbrio.

Girou, girou, exausto e sentindo dores, mas incapaz de se controlar. Já não sabia se era um louco ou uma marionete de alguém que apenas observava, em uma distância segura, o que ele era capaz de fazer no auge do uso de suas habilidades.

Era como se dançasse uma melancólica melodia tirada das cordas de um violino e desejasse mudar a música para algo mais forte, que combinasse mais consigo e as fodendo estrelas que conseguia fazer. Todos tinham que apreciá-las, pensou.

Olhou para aqueles que o observavam por uma janela de vidro e lhes mostrou mais e mais delas estrelas. Riu prepotente e orgulhoso de si mesmo, continuando a se exibir de uma forma descompensada demais para que fosse admirável, mas, fora o descontrole mental, tinha algumas das melhores notas ali e isso bastava.

— Fim de teste! - fim? Não, Bakugou não queria o fim.

Quis continuar ali, ditando suas próprias regras e dançando os acordes mais “eletrônicos” produzidos por suas explosões, fazendo qualquer coisa que desse em sua telha apenas para sentir que se comandava e afastar a maldita sensação de que era um fantoche.

Riu com desprezo para eles, estreitando os olhos e unindo as mãos para soltar mais fogo, dando uma maior demonstração de força.

—Você pode fazer o que for, traz uma bala, uma espada, as minhas estrelas ainda são melhores! - rebateu demonstrando mais de sua instabilidade.

Rebelde e insano, rodopiou, decidido a mostrar a eles quem mandava em si e no que fazia, voltando às estrelas mesmo que os sensores de incêndio voltassem a ser ativados na sala de testes recém destruída, rindo abertamente para elas, as vendo diminuir cada vez mais em seu brilho, tal como ele próprio diminuía em disposição ao respirar o ar pesado que tomou conta dali.

Caiu de joelhos, rendido ao efeito do tranquilizante em gás que saía disfarçado entre os jatos de água que deram conta de todo o fogo produzido por ele, controlando desde seu rebelde cabelo até o incontrolável de seu ser, que tombou no chão entre as cinzas úmidas das quais ainda era capaz de sentir o desagradável cheiro.

Gritou algum tipo de xingamento ao proteger a última das estrelas, com uma luz já fraca e sem poder algum após o resfriamento de seu corpo, em suas mãos, apagando junto ao brilho dela.

xXx

O estridente barulho do arranhar das pick-ups o fez despertar. Era um saco pensar nos sonhos idiotas que tinha quando estava em pleno show como aqueles e só de imaginar a bronca que ganharia de Jirou, a vocalista, por errar naquele crítico revirou os olhos, rosnando irritado consigo mesmo pela distração.

Devia diminuir o uso de álcool, as alucinações estavam mais frequentes desde as festas que começou a ir depois de integrar a banda Yuuei, mas aquela projeção de estrelas no teto da casa noturna não ajudava em nada.

Estalou os lábios, embicado e frustrado por si mesmo. Queria demais o prêmio de melhor DJ do ano para prejudicar a si mesmo e à banda itinerante que o acolheu com tanto carinho após achá-lo vagabundeando por aí, sem rumo e sem história.

Respirou fundo, tentando deixar de lado o que tinha, ajeitando melhor as luvas e voltando ao que fazia de melhor. Por sorte a plateia estava tão envolvida pelo chão – e chapada pelo o que usava –, que não havia percebido ou achava que fazia parte da apresentação, que misturava elementos do eletrônico, pop e às vezes até hip Hop na música que levava o público ao total delírio.

Se dedicou no manejo do equalizador, fazendo brilhar a mesa de som, sacudindo a cabeça como seu público, embalados pelo beat reproduzido ali e que combinava perfeitamente com os demais instrumentos.

O instrumental da Yuuei, composto por ele, o baixo de Jirou, o teclado de Momo, o cajon de Tsuyu e a sôfrega Dark Shadow, guitarra de Tokoyami, era de uma qualidade tão absurda que brilhavam sozinhos, deixando a vocalista mais livre para conter a euforia que vez ou outra prejudicava sua respiração e, consequentemente, seu canto.

Ainda era novo estar no topo do sucesso e devia isso à Bakugou, em partes, já que desde que ele apareceu no caminho da caravana e passou a integrar sua banda, seu talento nas pick-ups fizeram-os estourar na cena nacional. Um achado, literalmente!

Era um andarilho cansado e perdido, vagando pelos arredores de uma área destruída após um desastre terrorista, ferido e largado à própria sorte. De aparência alternativa, com direito à membros mascarados de pássaro ou sapo, alguém desmemoriado era o de menos e por isso o resgataram e adotaram como um dos seus.

Por mais que fosse um porre para todos aguentar as crises de mau humor e, vez ou outra, de estrelismo que ele tinha, deviam admitir que deviam muito ao cara que dava tudo de si para compensar as falhas anteriores e fazê-los brilhar cada vez mais.

Antes que ele, um tanto quanto mimado pelo sucesso, formasse um bico e ficasse irritado com todos ali, deixaram com que ele brilhasse sozinho em um solo na passagem de uma música para outra, já que ele gostava de “fazer a terra tremer”, como chamava as introduções hardcore improvisadas que fazia no palco e que era os momentos mais aguardados pela plateia que o acompanhava no bate cabeça.

Aquela intro era especial. All Stars era a mais famosa música da Yuuei e eles precisavam fazer valer as estrelas que brilhavam no teto e as cifras que aquele povo fazia valer em suas contas bancárias.

Graças a eles tinha uma identidade e motivações para seguir apesar da névoa de sua amnésia e por isso tentava dar o seu melhor, sempre em máximas proporções pois eles mereciam tanto quanto julgava que merecia o tal prêmio que queria ganhar – e que precisava dos votos dos fãs pra ter.

Os fãs estavam agitados, com as mãos para o alto, o ovacionando de forma que alguns de seus companheiros de palco sentiriam inveja se já não fossem acostumados com o fato de que, apesar de todos serem estrelas, Bakugou era basicamente um sol entre eles e aquela quase veneração do público para com ele provava aquela teoria, assim como aumentava, em níveis astronômicos, a sensação de que tudo girava ao seu redor. Sentia que não era sua culpa se cobriam sua pele em ego por conta de seu talento natural.

Não pedia por nada daquilo e, bom, era essa sua forma de recompensar o bom ato de seus amigos consigo, o que não significava que ele deixava de gostar de sua popularidade, pelo contrário, adorava ver a platéia agitada, como naquela noite. Eles gritavam seu nome(?) para receber a ovação, ergueu os braços, enquanto pirotecnia fazia sua função de encantá-los.

Logo Iida, o rapper do grupo, tomou os holofotes, contando com o efeito robótico que os equalizadores produziriam nas caixas de som e Bakugou acabou cantarolando com ele o refrão que não saía da cabeça de nenhum dos fãs e nem da sua própria.

Love, let's talk about love
Is it anything and everything you hoped for?
Or do the feeling haunt you?
I know the feeling haunt you

Sacudiu a cabeça, 100% puto por nunca conseguir entender o que tinha na música para lhe impactar tanto. Por alguma razão, aquilo lhe afetava. Nunca conseguia ouvir aquele trecho sem ficar pensativo e por isso ficou mais calado que o normal, meditando aquelas palavras que pareciam não ter sentido algum em sua vida – ou, ao menos, não lembravam que tinham.

Chegado aos vocais de Jirou, relaxou um pouco, deixando tudo no modo automático e confiando no instrumental dos outros integrantes da Yuuei. O trabalho era tão glamouroso quanto desgastante e dizer que não estava cansado seria mentira, por isso aproveitou o momento em que era ofuscado para sentar um pouco.

Suava bastante e isso era um problema.Algo em si fazia com que seus braços parassem de responder aos seus comandos e achava que tinha a ver com a luva que poucas vezes havia tirado nos meses em que lembrava viver, mas não se sentia confortável em retirá-las, ainda mais em público.

Sentia que ameaçava sua própria vida ao fazê-lo e evitava as conversas com a psicóloga indicada por Hagakure, a assistente de palco quase que invisível entre eles e que, sem ele sequer perceber, lhe deixou uma squeeze com energético perto de seus equipamentos.

Em segundos, acabou com as 500ml contidas na embalagem, tamanha a sede sentida. Talvez a palavra exaustiva fosse pouco para julgar seu trabalho, mas valia a pena para ver a empolgação da plateia.

Era uma sensação única a de ser ovacionado por tanto, mas, naquele dia, não foi o ovação que lhe chamou a atenção e sim algo que, entre centenas de pessoas, fez focar em um único cara que parecia fazer o mesmo consigo.

Ser ele um dos poucos que não pareciam eufóricos, fosse pela música ou pelos alucinógenos que alguns dos fãs ingeriam ali em baixo, não era a razão para lhe deixar intrigado – ou seria melhor dizer puto? –, e sim algo que Bakugou parecia ver nos olhos do rapaz de olhos vermelhos que mais pareciam lentes de contato.

Contato… Por que essa palavra lhe veio à cabeça e porque desejava tê-lo com o cara que logo começava a sumir entre as pessoas que pulavam animadas, como se fosse uma ilusão?

Fechou os olhos com força e, quando os abriu, o tal cara já não estava lá, lhe fazendo, novamente, duvidar de sua sanidade mental.

Havia alucinado? Aquilo havia sido real, não havia? Ficou puto novamente só por não conseguir entender se havia sido real ou não e o porquê de incomodar tanto que a segunda opção fosse a verdadeira.

O toque sofrego do violino de Ayoma, que fazia parte da mistura de sons do beat de “All The Stars” nunca antes havia feito tanto sentido em sua cabeça quanto no momento em que viu apenas os relances ruivos daquele rapaz, que, aos poucos, Tom a Tom do vermelho tão vivo quanto o sangue de suas lembranças, pareciam pintar uma imagem que remetia ao local que havia deixado quando perdeu a memória.

Puto mais ainda ficou ao ver que não poderia ir atrás do tal cara que lhe causava essas impressões e, pra falar a verdade, a dúvida dentre estar ou não tendo apenas ilusões com seu rosto cheio de vida lhe causava um desconforto e desespero até então desconhecidos.

— Volte aqui, cabelo de merda! - sussurrou mesmo sabendo que ele não ouviria, sentindo o peito pesado ao não vê-lo mais por entre a multidão.

Ele tinha que ser importante demais para, entre tanta gente, focar justamente em seu rosto que certamente ficaria em sua cabeça por mais tempo do que o de qualquer outro fã e era angustiante não entender o porquê. 

Nov. 5, 2018, 11:42 a.m. 0 Report Embed Follow story
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Meet the author

Tatu Albuquerque Mãe de Konohamaru, madrinha de Hanabi, adepta da Fé do Sagrado KonoHana. Você tem 5 minutos pra ouvir a palavra da minha igreja? Kaiten no cu e gritaria, kore!

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