Lay andava pelo hospital, Sehun o observava de longe.
A essa altura, Lay deixara de ser um simples garoto com estresse pós traumático para um dos zumbis que andavam pelo hospital.
— Ele não é mais de um nós. — Sehun falou virando-se para LuHan, que estava sentado ao seu lado. — Ele foi pego. Agora é tarde.
— Do que você está falando? — LuHan não estava prestando muita atenção em Sehun.
— Lay. Ele foi pego. É um dos zumbis.
— Eu não faço ideia do que você está falando Sehun. São as vozes novamente?
— Não. Olhe só para ele. Todo lerdo, andando arrastado. As suas palavras não fazem mais sentido. Ele foi mordido. Se tornou um deles.
— Isso não faz o menor sentido. — LuHan virou-se para Sehun em busca de uma explicação, o outro estava com seu olhar completamente vidrado em Lay.
— Eles são como zumbis. — Havia convicção em seu olhar. — Todas essas drogas que dão para eles, os torna zumbis. A forma como andam, arrastando os pés. Quando falam, é como um gruindo sem sentido. Eles são zumbis. E agora o Lay é um deles.
— Olha Sehun, eu não faço a menor ideia de como sua mente louca funciona, mas isso até que tem um pouco de sentido. Embora todos nós tomamos essas drogas.
— A diferença, é que não parecemos zumbis. — Sehun falou como se fosse a coisa mais óbvia de todas.
— Lay teve estresse pós traumático, e agora foi diagnosticado com demência. O que você esperava?
— Não sei. Eu não tenho demência.
Sehun levantou-se e foi até Lay.
— Hm. — Lay mal olhou para Sehun.
— Você está bem? Consegue entender o que eu falo?
— Quem é você? — Lay estava confuso, não lembra-se de conhecer o rapaz a sua frente. Sua voz estava um pouco rouca.
— Sou eu. Sehun. Nós estamos na mesma ala, a algum tempo.
— Ala?
— Sim, do hospital.
— Hospital? Eu estou doente?
— Talvez. Eu não sei.
— Que tipo de hospital é esse?
— Um hospital psiquiátrico. — Sehun estava começando a perder a paciência e a se arrepender de ter ido falar com Lay.
— E o que é um hospital psiquiátrico? — Lay estava começando a ficar cada vez mais confuso.
— É um lugar onde pessoas com problemas na cabeça são mandadas.
— E por que eu estou aqui? Eu tenho problema da cabeça? O que há de errado com a minha cabeça?
— Eu não sei ao certo, quando eu cheguei aqui, você já tinha alguns anos de estadia.
— E quem sabe por que eu estou aqui?
— ROBERTA! — Sehun gritou, e a enfermeira apareceu alguns instantes depois. — Por favor, tira o Lay da minha frente ou eu vou colocar fogo nele.
— Me pergunto com o que você colocaria fogo nele. — A enfermeira falou em tom irônico.
— Não me desafie. — Sehun a olhou com seriedade.
— Não estou o desafiando. Eu sei que você pode. Mas você não vai. Você é um bom garoto agora. Não coloca mais fogo nas pessoas.
— Por que alguém colocaria fogo nas pessoas? — Lay perguntou sem entender o rumo da conversa.
— Ninguém vai colocar fogo em ninguém Yixing. Agora vamos voltar para o quarto, ok?
Sehun olhou para trás, porém LuHan já havia ido embora.
— Roberta, posso ir com vocês? — Ele perguntou e a enfermeira assentiu positivamente.
— O que ele está fazendo aqui? Ele que queria colocar fogo nas pessoas, não? — Lay perguntou olhando para Sehun um pouco assustado.
— Relaxa, eu não vou colocar fogo em você Lay. Você não fez nada para merecer. Ainda.
— Quem é esse Lay que você tanto fala?
— Você é Lay e Lay é você. — Respondeu Sehun gesticulando freneticamente.
— Então por que essa moça me chamou de Yixing?
— Por que você faz tantas perguntas? — Sehun olhou um tanto irritado para o outro.
— Por que é tudo um borrão na minha mente. Eu não sei o que está acontecendo. Então eu faço perguntas.
— Pessoas normais não fazem tantas perguntas. Elas aceitam os fatos. E pronto. — Sehun falou, como se fosse um expert no assunto.
— Sehun, permita-me corrigi-lo. — Roberta falou. — Pessoas normais, quando tem dúvidas, elas perguntam as outras, em busca de respostas.
— Perguntar o porquê de tudo é infantil! — Sehun falou convicto. — E altamente irritante.
— Sehun, nós já conversamos sobre isso.
— Sobre o que?
— Essas suas crises de superioridade. De dizer o que é certo e o que é errado. Quem deve morrer e quem deve viver. Você sabe que Yixing tem problemas de memória. Não deve trata-lo dessa forma. Você não é deus.
— Eu posso ser deus. Se eu quiser.
— Não. Você não pode. — Roberta abriu a porta do quarto.
— O que é deus? — Lay perguntou sentando-se na poltrona do quarto.
— E lá vamos nós. — Sehun virou os olhos e se jogou na cama.
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