nathymaki Nathy Maki

- É uma pena que tenha decidido ir embora sem dizer nada. Poderíamos ter feito muitas coisas antes. - As palavras sussurradas em seu ouvido enviaram arrepios pelo corpo de Shouto. - Afinal, eu também estava apaixonado por você.


Fanfiction Anime/Manga Not for children under 13.

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Prezado chefe gostosão

Notas iniciais: Fanfic feita para o desafio do Deku seme do grupo do Congregação  Deku Seme do Facebook. Meu tema foi a música: Don't cry for me Argentina. Boa leitura!

***-***

Não havia espaço para o velho clichê de "Todoroki acordara com o sol batendo em sua face." Não. Isso estava incorreto. Pois não havia sido o sol que batera em sua face e sim o seu cérebro que parecia bater em cada espaço disponível de seu crânio. Virou de lado e gemeu, amaldiçoando o momento que fraquejara e deixara a bebida entrar sem controle. Maldito nervosismo. Depois de dois anos afastado, a simples visão daquela massa de cabelos verdes e daquele sorriso ainda fazia seu coração queimar no peito. E claro, não podia esquecer as sardas, as malditas sardas adoráveis que lhe davam um ar inocente, mas que podiam muito bem se tornarem maliciosas se assim ele quisesse. E, naquele momento, ele havia querido. Lembrou-se de engolir uma taça após a outra em uma tentativa de aplacar o nervosismo que sentia. Tudo em vão. Não conseguia se lembrar do que havia acontecido durante a noite e agora sua cabeça parecia um sino de igreja tocando suas badaladas intermináveis.

Afundou a cabeça nos travesseiros, usando-os para abafar quaisquer ruídos externos que o viessem a perturbar. Porém, havia uma pessoa que não podia ser evitada, nem mesmo com o mais eficiente dos tapa-ouvidos, e esse alguém era Aoyama.

- Bom dia, Cinderela! É um belo dia! - O garoto adentrou o quarto sem pedir permissão, como sempre. Shouto apertou mais os travesseiros contra a cara.

- Não, apenas não. Hoje eu só quero dormir e esquecer que estou vivo. - Respondeu, a voz abafada.

- Isso é jeito de agradecer por ter te trazido para casa ontem? - O loiro sorriu se divertindo com o quanto o amigo parecia acabado. E ele nem ao menos sabia da metade. - Trouxe remédio para dor de cabeça, não vai ao menos agradecer?

- Obrigado. - Todoroki se ergueu minimamente, agradecendo sem vontade ao fitar a expressão radiante que o outro ostentava.

- Depois de ontem, nunca mais eu abro a boca para dizer que você não sabe como se divertir. - Aoyama disse estendendo um comprimido para dor de cabeça e um copo de água.

- O que quer dizer? - Todoroki aceitou o remédio que ele lhe estendia e massageou as têmporas para ajudar a dor a se dissipar.

- Estou falando do show que você deu no karaokê ontem, claro.

- Karaokê? Não tínhamos ido para a festa de inauguração da empresa do Midoriya? - Franziu as sobrancelhas, forçando a memória. Lembrava-se de ter ido à festa e ter bebido champanhe demais, mas o resto da noite era apenas um buraco escuro em suas lembranças. Ficou preocupado. O que teria feito que pudesse ter causado essa expressão tão satisfeita no rosto dele?

- E fomos. Mas depois da festa, o pessoal decidiu ir para um karaokê ali perto. E eu tenho que dizer que estou muito chateado por você não ter me contado que sabia pole dance. - Um bico emburrado tomou seus lábios.

Ah, não. Ah, não. Ah, não. Levou as mãos ao rosto, envergonhado e sem acreditar no que tinha feito. Após viajar por vários países em suas expedições fotográficas, havia cedido ao pedido de um dos modelos para aprender uma nova arte. Aceitara e no fim, acabara gostando. Porém, este não era um talento que queria sair espalhando por aí. E mesmo assim seu eu bêbado fizera questão.

- Por favor, me diga que ninguém mais viu isso. Me diga que ele não viu isso!

- Não viu? Eu ficaria surpreso se não tivesse visto. Você praticamente se jogou em cima dele enquanto se pendurava no poste.

- Isso é horrível. É a pior coisa que poderia ter acontecido agora! - Voltou a afundar na cama, desolado. - Eu vou trabalhar na empresa dele a partir de hoje, com que cara vou aparecer lá?

- Ah, meu amigo, isso não é o pior. - Aoyama riu. - Não se lembra que além de dançar, você chamou ele de Argentina e começou a cantar Don't cry for me Argentina?

- Quero morrer. - Todoroki sentenciou. - Nunca mais vou poder colocar os pés fora de casa de novo.

- Não seja idiota. Ele deve ter adorado! Afinal, quem não adoraria ver um cara gostoso como você tirando a camisa para si enquanto canta e dá um show de pole dance? - Aoyama revirou os olhos. - Só pode ser um louco mesmo.

- Mas por que me deixou fazer isso? Por que não me impediu? - O loiro apenas riu e deu uma piscadinha.

- Você precisava de um empurrãozinho, não podia te deixar passar mais um ano sofrendo de amor por ele sem fazer nada. - Aoyama escapou das mãos estendidas de Tododoki, prontas para lhe estrangular. - Você precisa brilhar mais, darling. Além disso, eu estava curioso sobre o que ia acontecer. - Shouto jogou um travesseiro no outro que sorria como se houvesse feito a maior boa ação da face da Terra. - Apesar que se fosse eu, teria escolhido outra música. Aquela foi quase uma declaração.

Shouto já preparava outro travesseiro quando viu o brilho do celular anunciando um novo e-mail. Desbloqueou a tela e apertou na mensagem para ler. As mãos tremeram enquanto os olhos percorriam as duas únicas linhas de texto.

"Sala do presidente, reunião às 15 horas.

Chegue cedo.

Midoriya Izuku"

- Ele quer me ver. - Voltou os olhos para o amigo ainda parado ao lado da porta como se estivesse prestes a fugir. - Acha que foi por causa de ontem?

- Eu ficaria surpreso se não fosse. Mas, hm, talvez você deva saber que tudo isso começou com o bilhetinho que você insistiu em escrever para ele em um guardanapo na festa.

- Bilhete? Que bilhete? - A situação ainda pode ficar pior? Se perguntava, jurando nunca mais tocar em uma gota de álcool na vida.

- Um que começava com "Prezado chefe gostosão" e foi tudo que eu consegui ver.

Todoroki não tinha mais reações. Cogitava pular da janela se aquilo significasse apagar toda a vergonha que havia passado. E tudo era ainda pior pois não se lembrava de nada. Se tivera coragem para colocar as mãos em Midoriya como há muito desejara, que ficasse ao menos com algumas lembranças antes de sumir da face da Terra.

- Ah, e caso queira saber, são quase três horas. Você dormiu a manhã inteira.

- Por que não disse antes? - Gritou, levantando-se com um pulo da cama e correndo para o chuveiro numa tentativa de se livrar da ressaca. Vestiu o terno e ajustou a gravata antes de sair correndo em direção a empresa. Seu estômago reclamava, faminto, mas ele tinha a sensação de que qualquer coisa que comesse não duraria mais de um minuto.

Enjoado e nervoso, com o coração aos pulos no peito, parou em frente a porta e bateu. Midoriya em pessoa a abriu ao invés de apenas mandá-lo entrar. Sorriu ao fitar o outro e o convidou a sentar à sua frente. Shouto o fez, sentindo as batidas do coração ecoarem nos ouvidos. Era agora.

- Suponho que você saiba por que está aqui. - Todoroki baixou os olhos para os próprios sapatos e não viu o olhar malicioso que o Izuku lhe lançava em meio a sua ação de estender as mãos por baixo da mesa e alcançar a garrafa e as taças que escondera ali.

- Acho que foi por eu ter te mandado um bilhete escrito: Prezado chefe gostosão, acidentalmente.

- Exatam... mas o quê? Acidentalmente? - Midoriya congelou na ação de encher as taças com o vinho que havia pedido especialmente para a ocasião.

- É, acidentalmente. - Continuou ainda fitando os sapatos, contando a história que havia inventado durante o percurso. - Veja bem, eu não estava muito sóbrio na hora, me lançaram um desafio para fazer isso e bom... o resto você já sabe. - O silêncio se estendeu e Todoroki ergueu um pouco a cabeça para ver a expressão dele. Era impressão sua ou havia decepção ali? E o que significavam aquelas taças e o vinho?

- Isso é uma pena. - Midoriya suspirou, agarrando uma das taças e provando o vinho. - Eu estava ansioso por uma noite inimaginável com eu, você e uma garrafa de vinho, como você próprio escreveu. - Se pudesse cavar um buraco no chão agora, o faria de bom grado. Porém, permaneceu onde estava, controlando a expressão para não evidenciar a surpresa ou a alegria que sentia.

Imediatamente seu cérebro o lembrou de tudo que havia feito, de como não podia apenas ficar ali e vê-lo crescer enquanto o seguia nas sombras. Tivera que mudar, havia sido necessário. Levantou-se para sair, mas algo dentro de si o impediu, como se a voz de Aoyama jorrasse em seu cérebro e o compelisse a dizer tudo que estivera guardando. Deu a volta na mesa e o encarou de frente.

- É isso. Estou apaixonado por você desde o Ensino Médio. E agora estamos aqui, você o grande e poderoso presidente e eu apenas um fotógrafo viajante. - Uma risada escapou de seus lábios ao colocar para fora toda a situação. - Você pode não acreditar em mim, por isso eu precisei mudar. Ir para longe. Experimentar coisas novas. Me afastar mesmo que não tenha sido isso que você tenha pedido. Mas nada disso adiantou, não era a vida que eu estava procurando, não eram as mesmas surpresas, os mesmos sentimentos. Então eu percebi, o tempo todo, tudo que eu queria era você.

Antes que pudesse se afastar, sentiu a mão quente segurar seu braço e no minuto seguinte se encontrava prensado contra a parede. O calor do corpo de Midoriya o envolvia, fazendo seus batimentos descompassarem e a respiração acelerar.

- É uma pena que tenha decidido ir embora sem dizer nada. Poderíamos ter feito muitas coisas antes. - As palavras sussurradas em seu ouvido enviaram arrepios pelo corpo de Shouto. Midoriya sorriu, roçando a bochecha na dele e usando as mãos para afastar os cabelos de seu rosto de modo que pudesse olhar bem em seus olhos. As mãos escorregaram para as maçãs do rosto, desceram pelo pescoço e pousaram na cintura, puxando-o mais contra si. - Afinal, eu também estava apaixonado por você. Mas você sumiu no momento que havia decido lhe contar, e eu pensei que havia perdido minha chance.

- A verdade é que nunca deixei de pensar em você. Por todos os loucos dias da minha louca existência.

- O pole dance entra nesses dias? - O Izuku perguntou com uma risada.

- Sim. Com certeza. - Shouto riu. As testas se tocaram. - Não há nada mais que eu pense em dizer a você. Tudo que você tem que fazer é olhar para mim para saber.

Ele o fez. E naquele olhar Midoriya viu que tudo era verdade. Cada palavra. Cada sentimento. Apertou os corpos e os lábios se encontraram. Mãos correram pelos corpos, a pressa nas ações atrapalhando o retirar da gravata e o descer do paletó. Os beijos desceram pelo pescoço dele e Midoriya mordeu a pele exposta do seu ombro direito, fazendo Shouto arquejar. A porta se abriu de repente, nenhum dos dois haviam ouvido as batidas, absortos como estavam no momento.

- Oh! Desculpe, senhor. - A secretária, Uraraka, fitou a cena, o vermelho colorindo suas bochechas. - Eu volto depois. - Fechou novamente a porta e correu. Os dois encararam a madeira clara e o Izuku riu.

- Continuamos mais tarde. - Sorriu, se inclinando para mais um beijo, mordendo seu lábio inferior e o provocando.

- Eu levo o vinho. - Shouto ajeitou os cabelos e o paletó que ele bagunçara. - Vai ser uma noite inimaginável.

Midoriya o observou sair, satisfeito. Havia uma leveza em seus passos e um sorriso brincava no canto dos lábios. Voltou a mesa e juntou os papéis, um deles se destacando pela caligrafia torta e apressada. Viu o Prezado chefe gostosão escrito no topo e sorriu para si mesmo, guardando o bilhete no bolso. Aquela era uma história que ninguém mais precisava saber.

Sept. 5, 2018, 3:05 a.m. 2 Report Embed Follow story
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The End

Meet the author

Nathy Maki Fanfiqueira sem controle cujos plots sempre acabam maiores do que o planejado. De romances recheados de fofura a histórias repletas dor e sofrimento ou mesmo aventuras fantásticas, aqui temos um pouco de tudo. Sintam-se à vontade para ler! Eterna participante da Igreja do Sagrado Tododeku <3

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Tali Uchiha Tali Uchiha
HINO DE HISTÓRIA, AMO MUITOOOOO
September 05, 2018, 16:27

  • Nathy Maki Nathy Maki
    AAAAAAAAAAAAAA TOMARA QUE EU EXPLODA DE AMOR! OBRIGADA XUXU, VOCÊ É UM AMOR DE PESSOA <3 THE BEST! September 08, 2018, 04:11
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