sra_capitu Luzia Tôrres

Isso é um casamento! A simplicidade de poucas horas junto ao seu amor é tão importante na vida de um casal quanto o sexo! Até mais, digo eu. Quando ele sorri sobre o que falo, faz piadas sobre a vida, me agracia com o som da sua risada estranhamente fofa, Seokjin está sendo mais que um simples marido que pesca, ele está me oferecendo sua companhia agradável demais, cuja nunca vou cansar, passe-se dezenas de anos! Nunca temi a rotina desde que casei-me com esse homem. Porque isso é casamento


Fanfiction Bands/Singers All public.

#seokjin #bts #Imagine-Jin
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porque isso é um casamento

Escutei o barulho de porta abrindo e depois fechando, sendo esse o pequeno som que me fez acordar. Afinal, meu sono não estava tão pesado aquela noite mesmo.

Noites de sextas costumam ser cansativas para muitas pessoas, pois é quando o corpo se dá conta que o cansaço da semana será assassinado com o descanso no fim dela. Mas meu marido havia saído cedo e até agora não chegara, nesse tipo de situação a preocupação falava bem mais alto que o meu cansaço.

Sai da cama e vesti meu roupão rosa – ele ama rosa. Andei com passadas leves, denunciando totalmente que eu me aproximava dele. Cheguei na cozinha e não lhe encontrei, andei até o quintal e lá o vi de frente a pia, a sua frente uma grande pesca e na sua mão direita uma tesoura.

Escorada no umbral da porta, questionei:

— Foi boa a pesca? — Ainda tentava fazer meus olhos se acostumarem com o sono interrompido.

Seokjin, depois de mais velho, começara uma prática de pescar nas tardes de sexta até uma boa parte da noite. Confesso, a preguiça de tratar os peixes sempre falava alto em mim, e por muitas vezes reclamava do cheiro ruim que ele ficava depois de tratar tantas pescas. Contudo, depois de umas cinco semanas seguidas, apreciei a prática do meu marido em pescar, por isso momentos como esses eram comuns; onde eu me levantava, vestia um avental e lhe ajudava a tratar os peixes.

— Foi ótima! Cada peixe grande! Dará ‘pra fazer deliciosos bolinhos de peixe. — Sua voz me contagiou arrancando-me um sorriso.

Logo peguei o avental ali sobrando e o vesti. Me aproximei dele passando a mão em suas costas – lindas costas esse moço tem, a propósito. Peguei a faca ali perto e tomei posse do peixe que ele acabara de cortar as barbatanas e descamei-o. Fazia movimentos rápidos e contidos para não me machucar, abri o peixe no meio e comecei a tirar tudo inaproveitável dele. Enquanto isso nós conversávamos, falando sobre a tarde dele e sobre a minha, tendo um momento carinhoso e confortável ali, apreciando por demais o fato de estarmos juntos. Por isso não vimos o tempo passar, e não demorou muito e Jin fazia o mesmo que eu. Um silêncio agradável durou até que meu marido tratasse poucos peixes que sobrara, enquanto outros eu lavava.

— Hoje o Jimin se reclamou de novo da esposa. — Neguei com a cabeça enquanto dei um muxoxo. Jimin era um grande amigo do Jin e meu, nossos filhos sempre brincavam horrores quando nos encontrávamos ou íamos um na casa do outro. Mas o relacionamento dele com sua mulher era complicado, e por muitas vezes o Jin e eu aconselhamos o casal Park a não se separar por briga boba. Não que eu e meu marido fôssemos um exemplo perfeito de casal, de jeito algum, temos nossas desavenças, mas entendemos que faz parte do casamento e por isso tentamos evitar as brigas desnecessárias. — disse que está quase voando em cima dela e lhe gritando para parar com os ciúmes. — Negou. Seu cenho franziu ao ter que usar da força para retalhar um peixe.

— Aish*, deve ser mesmo chato para ele. Mihi parece não notar que ele morre de amor por ela. Me dá a vasilha, yeobo*. — Esperei Jin me entregar para poder continuar o trabalho.

— Ele também não ajuda, sabe? O ciúme deles é grande, não só da parte dela, como da dele também. — Seokjin me olhou com um sorriso convencido no rosto, se aproximou e beijou minha testa. — Agradeço por te ter, agradeça por me ter também. — Exigiu alegre. Sorri, sempre tão gabador, mas sempre com razão.

— Não vamos julgar eles. O casal só sabe da realidade do seu próprio convívio. — Essa era uma lição que minha mãe sempre ensinou a mim… bem, ensinar é redundante demais a afirmar, na verdade, ela me dizia como um prévio aviso caso um dia eu casasse, e eu, adolescente incapaz de admitir que um dia casaria, apenas concordava com ela.

— O nosso é perfeito, né amor? — Sorriu-me, lindo como sempre, dando a certeza de suas palavras

— Até nas imperfeições! — Retribui aquele sorriso e antes de voltar a salgar os peixes senti os lábios carnudos de Jin cobrirem os meus num selo demorado. — Esse aqui é grande. — comentei. O peixe que eu tinha em minhas mãos devia pesar, no mínimo, dois quilos e meio. — Deu trabalho? — Geralmente Jin tinha histórias engraçadas para sobre as pescas.

— Muito! Jimin quase não consegue pegar, se molhou todo e ficou durante horas resmungando, tive que prometer de jogar ele no lago se continuasse daquele jeito. — Ele gargalhou, e aquela risada era tão estranhamente linda que me provocou risos também.

Eu amo um homem e ele se chama Kim Seokjin.

— Ele vai dar um bom assado! — Terminei de pôr o sal e lavei as mãos. — Deixa esses para outras coisas, meu bem. — Ele assentiu enquanto terminava de tratar mais um peixe. — Ah, antes que eu esqueça: Namjoon ligou e nos convidou para um jantar na casa dele. A esposa dele está grávida. — Sorrimos. — E Hoseok disse que era ‘pra estarmos lá, ele está comemorando a adoção daquela criança. Parece que ele e Yoongi finalmente conseguiram. — Era tão bom ver nossos amigos construindo suas famílias, Seokjin assentiu e comentou que ficaria feliz pela chegada de ambas as novas crianças da roda de amigos.

— Terminou aí? — Fiz apenas um uhhum e encarei-o.

Seokjin lavou as mãos e começou a lavar os peixes restantes e em seguida guardá-los numa vasilha com tampa. Depois de todos os peixes prontos para irem ‘pra gelar, devidamente tratados e embalados, levamos cada pote para a geladeira e colocamos empilhados. Me virei para ele e lhe sorri feliz.

— Nossa, já são quase duas horas! — exclamei ao olhar o relógio de parede.

— É, são sim! Quem diria que a moça: eu não vou tratar isso com você, ajudaria o maridinho até essa hora, hein? — Dei um tapa nada agressivo em seu ombro, mas logo sorri com aquilo, pois sim, um dia fiz parte daquelas que se negam a ajudar o marido depois de uma pesca, e me arrependo totalmente disso.

Isso é um casamento!

A simplicidade de poucas horas junto ao seu amor é tão importante na vida de um casal quanto o sexo! Até mais, digo eu. Quando ele sorri sobre o que falo, faz piadas sobre a vida, me agracia com o som da sua risada estranhamente fofa, Seokjin está sendo mais que um simples marido que pesca, ele está me oferecendo sua companhia agradável demais, cuja nunca vou cansar, passe-se dezenas de anos! Nunca temi a rotina desde que casei-me com esse homem.

Porque isso é casamento!

— O que te fez mudar de ideia? — perguntou assim que saiu do banho. Lhe encarei sem entender, logo ele explica. — O que te fez vir me ajudar com a pesca? — Pensei um pouco e sorri logo depois, encarei aquele homem lindo que eu tinha o prazer de me acordar ao lado todos os dias e respondi simplista:

— Adélia Prado. — Ele franziu o cenho e refletiu sobre a resposta. Me aproximei dele ainda sorrindo e lhe puxei pela mão, já estava na hora de eu ter meu homem em nossa cama.

E eu não diria que foi Adélia Prado quem me abriu os olhos, estava cansada demais para isso.

— Quem é? É uma pessoa, né? É uma mulher? — Ele não conhecia, e eu também não até uns dias atrás antes de reencontrar minha professora de português numa dessas redes sociais, cuja veio se tornar uma amiga e tanto.

— Vamos dormir, amor. — chamei, achando muito engraçada a confusão dele.

— Mas quem é Adélia Prado, minha rainha? — Gargalhei.

— Vem dormir, meu rei! — desconversei, levando-o para nossa cama e lhe abraçando forte, deixando seu corpo me aquecer e assim eu retribuir com meu calor.

Foi mais uma noite rotineira, e essa rotina eu fazia questão de manter. Afinal, o problema não é cair na rotina, o problema é cair na rotina com a pessoa errada, e Kim Seokjin não era a pessoa errada ‘pra mim!

Há mulheres que dizem:

Meu marido, se quiser pescar, pesque,

mas que limpe os peixes.

Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,

ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.

É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,

de vez em quando os cotovelos se esbarram,

ele fala coisas como "este foi difícil"

"prateou no ar dando rabanadas"

e faz o gesto com a mão.

O silêncio de quando nos vimos a primeira vez

atravessa a cozinha como um rio profundo.

Por fim, os peixes na travessa,

vamos dormir.

Coisas prateadas espocam:

somos noivo e noiva.

Casamento – Adélia Prado







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Reviews são bem-vindos akaka

Espero que tenham gostado, isso era pra ser um projeto... mas... é isso ái!

Bjs, até o próximo.








Aug. 28, 2018, 9:41 p.m. 0 Report Embed Follow story
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The End

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