pcyooda Park Yooda

Fazer lives cantando e tocando piano de madrugada pode agradar fãs do outro lado do mundo, como no Brasil; mas para os vizinhos de Byun Baekhyun, era mais um pesadelo. Do Kyungsoo estava cansado de ouvir as bagunças naquele dormitório em que viviam os idols mais barulhentos que ele havia conhecimento. Já não lhe bastava ter que ouvir a voz dos membros todo dia no trabalho da lojinha em que trabalhava, mas em casa, ainda tinha que lidar com o vocalista berrando de madrugada. Mas ele ia dar um jeito nisso! Ele ia lidar com Byun Baekhyun.


Fanfiction All public.

#exo #baeksoo #cracfic #humor #reallifeau #real-life
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Meu vizinho é um maluco!

Meu nome é Do Kyungsoo, e tenho 25 anos, sou caixa em uma lojinha de conveniência perto de casa (das 8h às 19h, na teoria, já que na prática meu chefe sempre excede o horário do neu serviço).

Eu sou capricorniano, que pra muitos é sinônimo de ser chato. Mas eu te convidaria para vir viver no meu lugar.

Moro do lado do dormitório daquele grupo de kpop bem famoso, o EXO. Não, isso não é a segunda temporada do Exo Next Door, é a minha triste realidade.

Todo os dias eu trabalho nessa lojinha de conveniência e, por infortúnio do acaso, sou cercado pelas músicas do EXO todos os dias, onde quer que eu vá. Quando chego em casa, e acho que vou ter algum descanso depois de horas trabalhando pesado, eles estão aqui novamente, ensaiando ou gritando muito alto para meus pobres ouvidos.

Mas hoje, quando chegarei em casa, vou finalmente tomar uma decisão: acabar com a festa deles.

Logo que eu desci do ônibus, já avistei minha casinha linda e confortável, três casas depois da esquina.E uma casa antes do meu pesadelo.

Mas hoje, eu finalmente ia colocar um fim naquele barulho. Eu finalmente iria relaxar.
Já havia comprado o vinho, a tainha, e muito se-... er, quer dizer, muito Exo. Porque eu ia lidar com aquela barulheira, e não passaria dessa noite.

Abri a porta e já fui logo colocando o vinho na bancada. Ainda era cedo, então nenhum deles estava de volta de sei lá onde eles iam todos os dias. Parecia tudo calmo e tranquilo, mas eu saberia que não ia continuar assim por muito tempo.

Eu preparei meu jantar (ou melhor, pedi jajangmyeon para entrega), e coloquei meu filme favorito para assistir, Room 7, que já havia estreado faz alguns meses, mas que a Netflix já tinha feito o favor de colocar no catálogo (o que era uma maravilha, já que o filme era ótimo e eu mesmo havia ido ao cinema 7 vezes para vê-lo; recomendo).

Já estava quase chegando no ápice do filme, quando ele chegou em casa.

O mais barulhento deles.

Byun Baekhyun.

Quem o olhava não diria que pra todo aquela falta de tamanho, haveria tanta disposição para gritos e berros que a frequência humana não captava. Era muito irritante, mas ele parecia se gabar com isso, porque, aparentemente, existiam pessoas loucas (denominadas de fãs) que achavam aquilo fofo e bonitinho. Mas, hey, há louco para tudo nesse mundo.

Eu estava na sala de estar, que dava do lado pro quarto dele, e uma parte da sala onde eles faziam a maioria das reuniões. O que era extremamente irritante, porque eu escutava TODAS elas.

Assim como eu suspeitei que aconteceria, mal o Byun chegou, e já começou a cantar. Ele sempre fazia isso. E sua voz era maravilhosa, limpa e cristalina, mas ele não podia saber disso. Para ele, eu era mais um vizinho antipático, que reclamava de qualquer respiração que vinha daquele dormitório, do que qualquer coisa.

Mas, mesmo assim, ele nunca me tratou mal. Sempre foi sorrisos por todos os lados, e eu nunca entendi.

Dessa vez tentei continuar o filme que estava assistindo, me revezando na concentração entre as cenas que se passavam diante dos meus olhos, e do canto que estava me seduzindo, do outro lado da parede. Humm, talvez eu devesse abaixar só um pouco o volume do filme… ah, sim, bem melhor. O que? Não! Não fiz isso porque queria o ouvir, longe de mim. Eu… preciso de… uh, provas. Sim, provas. Preciso provar que ele não respeita os horários dos outros, com essa linda voz.

Ah, o que? Ele parou?

Me aproximei da parede para tentar ouvir o que estava acontecendo. Minha sorte era que meu sofá ficava em um ponto estratégico, onde eu poderia escutar tudo ajoelhado no assento. Não, eu não tinha feito isso de propósito. No começo, eu achei um saco que o único lugar da sala em que eu poderia deixar o sofá era de costas pra parede do barulho, mas valia a pena quando era tempo de ensaios.

Tentei colar o ouvido na parede, para ver se conseguia ouvir alguma coisa, mas só conseguia escutar o barulho das teclas como tapas. O que ele estava fazendo?

“Aaah. Aaaaaaarrrggg.” O QUE? M-Meu Deus. Ele estava? Não! Mas não era possível.

“Aaaaah... uhnnn.” Isso era um choro de…? Meu Deus! Ele estava vendo pornô? Eu não acredito nisso.

Me afastei da parede, assustado demais para encará-la. Isso não podia estar acontecendo. Eu teria ouvido os gemidos de Byun Baekhyun, fazendo… aquilo? Eu não posso acreditar. Deus, isso não está acontecendo comigo.

Droga, eu preciso tirar certeza disso.

Me aproximei de novo, e eram os mesmos gemidos chorosos, como se ele estivesse frustrado. Ou excitado. Vai saber.

As teclas continuavam a bater forte, e eu comecei a ficar com medo do que ele estaria fazendo naquele computador.

“AAAH, UUUHH, AAAH DESGRAAAAAAÇAAAAAAAA. AAAAAH.”

Meu… Deus?

“Aaaah, caralho. Eu não acredito nessa porra. Como você foi capaz de perder essa, Minseok? O time estava perfeito. Era a nossa jogada.”

Pera aí. O que? O que ele estava dizendo?

“Sim, sei… da próxima vez você joga com outro personagem, eu acho que esse está amaldiçoado. Nós nunca ganhamos com ele.”

Oh, não acredito. Ele estava jogando LOL? E gemendo daquele jeito? Qual era o problema dele?

Desisti de ficar espionando o garoto. Sim, estou admitindo tá legal? Mas, até que não seria tão ruim ouvir a voz dele novamente… Não! Kyungsoo, se controle. Você odeia ele, se lembra? Não seja seduzido por uma voz angelical, suave e rítmica, que se parece mais com pétalas de rosas sob o leite em uma banheira morna…

Argh. O que estava havendo comigo agora?

Me afastei dali, e fui pro meu quarto. Que não adiantava de muita coisa, pois era grudado com o quarto dele também. Eu decidi que iria dormir de vez, e não prestar atenção em mais nada que vinha daquele quarto.

Aprontei minha cama, coloquei a venda nos olhos e me forcei a dormir. Rolei na cama por bastante tempo, até finalmente conseguir pegar no sono. Lá pelas 3h da madrugada, eu comecei a escutar um piano tocando.

Era tão lindo e tocante, que quase acordei chorando. Até que ele começou a cantar e acompanhar a música.

Primeiro a voz seguiu suave e melódica, como se estivesse se lamentando por um amor perdido. Depois foi crescendo em notas altas, que mais pareciam picos do monte evereste, estava lindo. Cada vez que ele cantava uma nota, parecia que a harmonia da sua voz só seguia com a frequência das notas do piano, naturalmente. Era um conjunto lindo.

Pouco tempo depois, a música acabou. Não antes de eu me perceber com algumas lágrimas no rosto.

“É isso pessoal. Eu só queria mostrar essa pra vocês, bem rapidinho. Na verdade, eu já estou saindo. Obrigado a todos que assistiram a live, e tchau, tchau!”

O que? Já havia acabado?

“NAAAAAAOOOO!!”

Meu Deus, alguém tinha gritado. Ai meu Deus, fui eu? Aaaaah, que vergonha. Alguém me tira daqui, e que seja agora.

Ah, espere um pouco.

Eu estou na minha própria casa. Isso tudo só piora.

“T-tem alguém aí?”

Aaah, inferno. Ele me descobriu. E agora? Pense Kyungsoo. Você não pode deixar que ele saiba que você estava espionando ele.

“Não tem ninguém aqui.”

Ai ótima escolha de palavras, seu anta.

Dava pra ouvir uma risada baixa do outro lado da porta, um pouco rouca até.

“Me desculpe, cara. Eu não queria te acordar, pensei que a casa estava vazia.”

Vazia? Por Deus. Eu limpo essa casa todo dia pra ela ter aparência de abandonada? Nem ferrando.

“Não está nada vazia. E você! Você não pode ficar aí cantando de madrugada. Alguns de nós tem que trabalhar para sobreviver.” Eu sei, eu estava sendo bem chato, mas não dava pra controlar.

Ele suspirou fundo, e ouvi um farfalhar de lençóis que insinuou que ele se aproximava.

“Eu já lhe pedi desculpas, cara. Não tem motivos para vir me atacar. Eu tenho orgulho do trabalho que faço, e paixão pelo meu canto. E, além disso…” ele riu baixinho, o que eu considerei que deveria ser ilegal uma risada tão fofa e rouca ao mesmo tempo “Você é quem estava gritando ‘não’ quando parei de gravar.”

Esse trapaceiro! Quando foi que o jogo virou pra mim? Eu não estava pedindo por nada. Estava quieto aqui, no escuro do meu quarto. Aaah, que cara chato.

Me recusei a responde-lo, quando ouvi a maldita risada deliciosa de novo, zombando de mim.

“Foi o que eu pensei.”

Mas que filho de uma… Acalme-se Kyungsoo. Você ainda tem 25 anos, e não quer ter um ataque de coração. Pense na sua saúde.

Quer saber? Que saúde uma ova.

“Olha aqui, se você quer saber mesmo, eu estou cansado. Cansei dessa barulheira aí do lado, cansei dessas canções maravilhosas tarde da noite. Cansei desse piano tocando lindamente que me faz chorar. Eu cansei de ser seu vizinho.”

“Canções maravilhosas, é?” Eu poderia ouvir o sorriso no rosto dele. Cretino.

“ESSE NÃO É O PONTO AQUI.”

“Olha quem está gritando agora.”

“Arrrggh, você é impossível.”

“Você realmente odeia tanto as minhas músicas?”

“Sim! Eu não aguento mais todos vocês. Mas você é o principal.”

“Posso fazer um trato com você, Kyungsoo.”

Como ele sabia meu nome?

“O que? Que trato?”

“Se ouvir uma das minhas músicas sem se comover eu paro com as lives, a os treinos em casa tarde da noite.”

“E se eu perder?”

“Então eu tenho direito de escolher sua punição. Trato?”

Eu não sei o que ele iria escolher, mas imaginei que não seria nada demais, até porque ele é um idol, não faria nada de perigoso.

Certo?

Bem, infelizmente, eu estava muito errado.

Eu estava do lado de fora da casa de Byun Baekhyun, esperando a porta abrir para a minha futura experiência antes da morte.

Porque eu provavelmente ia morrer ali.

Eu estou totalmente consciente que fui enganado e levado a acreditar em algo que não foi como o planejado. Mas, né, é assim que a vida funciona.

E assim que eu acabei de tocar a campainha pela 3 vez, o próprio Byun me abre a porta. De moletom. E uma blusa que provavelmente estaria agarrada demais nos seus músculos. Okay, talvez essa tenha sido uma péssima ideia.

“Isso é uma péssima ideia.”

“Olá pra você também, vizinho.” Ele estava rindo. De mim. E da minha cara. Meu deus, sou tão idiota.

Baekhyun abriu um espaço para que eu pudesse entrar no apartamento e, incrivelmente, estava tudo arrumado. Eu definitivamente não esperava isso de um quarto onde viviam 8 jovens homens: parecia mais como a sala real da Rainha Elizabeth. Não tinha sequer uma poeira no chão, ou copos pela mesa.

“Uau. Belo lugar.”

“Nos esforçamos pra deixar tudo aqui com cara de uma moradia, seria feio se tivéssemos descuido. Mas boa parte da limpeza vem de Minseok. Ele é bem fissurado com isso, o que acaba sendo bom pra gente.”

Olhei de cara feia pra ele.

“Vocês não tem vergonha na cara? Usando o amigo de vocês como empregado? Só por que ele é o louco da limpeza?”

“Louco da limpeza?” ele riu “Não, não é bem assim que funcio-”

“Uau, isso é uma Tv 3D? Dá pra ver filmes aí?”

“Ora. Você não estava me dando sermões agora pouco? Por que o interesse na minha Tv?”

“Eu adoro filmes. Sempre foi uma paixão, e um dos meus sonhos era ter um próprio cinema em casa.”

“Bem, minha sala está aberta pra quando você quiser.” Ele sorriu com aquela boca malditamente provocante. Eu o odiava.Tentei transpassar toda a minha raiva canalizada em um olhar.

“Cala a boca. Vamos ao que interessa. Bom, cadê o piano?”

“Está no meu quarto.”

“Onde?”

“Meu. Quarto. Francamente, vizinho, achei que você era uma pessoa mais ágil.”

“O que? Que desaforo!”

Baekhyun riu, antes de pegar na minha mão me puxando para o quarto dele. E eu estava chocado demais para qualquer reação.

O quarto era… bem normal, para um idol. Okay, talvez eu tenha idealizado muito tudo ao redor deles, mas… eu podia me controlar? Eles eram idols. E por mais que eu morasse, exatamente, do lado deles, ainda vivíamos em realidades diferentes. Eu ainda achava que eles era diferentes. Pelo jeito, me enganei.

“A maioria das coisas aqui foram presentes de fãs. Não quero que pense que sou narcisista ou algo do tipo.”

Foi quando percebi que havia várias coisas com a sua cara estampada. Desde lindos quadros e obras de arte que poderiam ter saídos de uma galeria, até posters, almofadas, e qualquer tipo de goodie que se possa imaginar.

“Uau.”

“Eu sei. Minhas fãs são as melhores.”

“Convencido. Não sei como eles te aguenta. Você só sabe berrar e gritar. Aposto que não fazem a mínima ideia sobre esse seu lado.”

Baekhyun riu como se eu tivesse contado a piada do século.

“Aah… se você soubesse.”

Há! Esse garoto, todo convencido. Nada estava fazendo mais sentido, então resolvi me sentar ali mesmo, em sua cama. Eu já nem sabia o que estava fazendo dentro do quarto de Byun Baekhyun, um dos idols mais famoso em toda a Ásia. Okay… talvez ele estivesse certo. Eu realmente não “sabia”.

Mas era irrelevante agora, certo? Eu já estava ali e cumpriria a aposta.

Enquanto eu estava pensando em tudo, não percebi que Baekhyun já estava se sentando no piano. Eu conseguia ver apenas as suas costas, cobertas pela camiseta preta agarrada. Eu tinha que concordar que aquela era uma boa visão.

“Então… o que vai cantar?”

“Não sei. Você quer fazer algum pedido?”

Pensei. Se eu fosse ouvir aquela voz maravilhosa, talvez eu poderia me aproveitar disso…

“Hummm… que tal… Amazing You, Han Dong Geun?”

“Ooh, é uma música bonita. Você tem bom gosto, Kyungsoo-ssi”

“Hum… obrigado. Eu acho.”

“Bom, então, vou começar.”

Ele pigarreou, mexeu a cabeça para os lados estalando, como se preparando para uma maratona.

“Olá pessoal. Aqui é o Baekhyun. Tô fazendo essa live, novamente, porque meu vizinho favorito fez uma aposta comigo, e acho que todos vocês deveriam ver.”

O QUE? ELE ESTAVA LOUCO?

Corri para o lado dele, e lá estava o celular. Apontando para as nossas caras. Isso não estava acontecendo, não estava acontecendo.

“BAEKHYUN!!”

“Oh! Ele está aqui. O nome dele é Do Kyungsoo. Kyungsoo-ah, por favor, se apresente.”

Mas que...

Eu estava chocado. Chocado pela audácia dele de começar uma live sem ao menos me avisar. Chocado por ele me tratar de uma maneira tão informal, quando acabou de me conhecer. Chocado porque ele me colocou em uma situação que eu não tinha como sair: ele não podia simplesmente desligar a live, milhares de pessoas já estavam assistindo. E, ainda por cima, chocado por ele sequer começar uma live essa hora da… manhã? Eu nem sabia mais que horas eram. Ele, definitivamente, era louco.

Eu respirei fundo e rezei para todas as almas que ainda tiverem piedade de mim, pois precisava de uma força divina para não socar a cara dele ao vivo, na frente da Coreia inteira. Meu deus, em frente do mundo todo, que eu tenho certeza que estava vendo isso.

“Baekhyun… Baekhyun-ah, eu acho que deveríamos conversar.”

“Que nada. Bom gente, a história é o seguinte: Kyung aqui é meu vizinho já faz um tempo e, mais cedo quando estávamos tocando aqui, ele reclamou pra mim do barulho. E então estou aqui de novo, dessa vez com uma proposta para ele. Querem escutar?”

AH NÃO. ELE NÃO FALARIA DA APOSTA.

“Oh, eles querem saber o que é. Hahaha. Vocês são demais.”

MAS É CLARO QUE QUEREM SABER O QUE É! Meu Deus. Eu morreria de nervoso antes mesmo de terminar a faculdade que eu ainda nem comecei. É um terror. Um pesadelo. Alguém, por favor, me acorde.

Eu comecei a rir como quem não estava achando nenhuma graça. Se parecesse tão falso quanto eu estou achando, estava péssimo.

“E-ele está brincando gente. É tudo mentira. Vo-vocês… sabem como o Baekkie aqui é brincalhão.”

“Ooh. Mas eu não brinco com minhas Eris. Se eu falo que vou fazer uma live por causa de uma aposta, então é uma live por causa de uma aposta. Não minto pra eles. Nunca.” Ele sorriu dessa vez, como o próprio diabo. Eu não sei como ainda conseguiam cair naquela carinha fofa e amassável dele. Com aqueles olhinhos caídos e o biquinho e… bem. Talvez eu tenha uma ideia.

Fechei a cara. Odeio esse cara.

“Ta bom, ta bom. Eu falo.” disse, desistindo. Ele ia levar aquilo à frente mesmo, não haveria nada que eu possa fazer. Olhei pra cara dele, fazendo bico, antes de me voltar para a câmera.

“Bem, Olá pessoas de todo o mundo. Eu sou Do Kyungsoo, como vocês bem sabem. E eu estou aqui porque meu vizinho é tremendamente arrogante, e não respeita os horários das pessoas, fazendo barulho de madrugada.”

“Não é bem assim…” Ele estava ficando desconfortável agora, e eu, muito feliz de finalmente fazê-lo pagar.

“É exatamente assim.” Eu disse sorrindo, me aproveitando do desconforto e vergonha dele. Eu sei, eu poderia ser bem malvado quando queria…

“O que acontece é que eu não fazia ideia de que ele ainda estava na casa ao lado. Sempre está escura e vazia… além de que…” dessa vez ele abriu um grande sorriso, como se guardasse um segredo que eu não sabia “Vocês mesmo escutaram o grande não do meu querido vizinho aqui, logo depois que terminei a live, não foi?”

MAS O QUE…

Me aproximei do celular para protestar inutilmente, já que haviam vários comentários:

@ohseahoon_94
ㅋㅋㅋㅋㅋㅋㅋㅋㅋㅋㅋㅋㅋ

@fake__pcy

ㅋㅋㅋㅋㅋㅋㅋㅋㅋㅋ NAAAAAOO NAAAAOO ㅋㅋㅋㅋ

@baekhyunislife

Eu acho que ele te ama oppa ㅋㅋㅋ

@exowearenine

ㅋㅋㅋㅋㅋㅋ Ngm resiste à voz do anjo

@BAEKSOOISREAL

BAEKSOO IS REAL!!!!!!

@juliaaperez__

BAEKHYUN SAY HI TO BRAZIL

@CHANBAEKISNOTDOLLAR

CHANBAEK IS REAL YOU BITCH STFU

Meu. Deus. Eles já estavam… shippando nós dois? O que era aquilo.

Baekhyun não parecia estar afetado com nada, apenas lendo os comentários, provavelmente acompanhando a briga das shippers. O que era aquilo que estava acontecendo? Foi tudo tão rápido. Eu nem ao menos sabia o que fazer.

“Bom gente. Eu ainda não disse, mas a aposta é a sério. Desafiei Kyungsoo ao ouvir uma música minha, sem julgamentos. Se ele, ainda assim, fosse capaz de reclamar, eu poderia dar uma punição à ele.” Ele sorriu, se maravilhando com a ideia de poder me punir, seja lá como ele imaginava que faria isso. Eu só sabia que não iria funcionar.

“Não vai funcionar.” foi o que eu acabei dizendo. Ele me olhou novamente, sorrindo de lado.

“Isso é o que vamos ver.”

Então ele se preparou para começar a tocar.

No começo, as notas eram doces e suaves, como uma pluma descendo no ar, apenas pelo efeito da força gravitacional. Era tão leve e suave, que lhe envolvia como um lençol fino de seda. Era assim que eu me sentia.

E então veio a voz. Igualmente linda e doce, suavemente adentrando meus ouvidos e aquecendo meu coração.

Eu não sabia que pessoas poderiam transar com os ouvidos, mas era como eu me sentia. Como se ouvir sua voz me proporcionasse um prazer descomunal, ao ponto de ser viciante e eu me ver querendo por mais.

Era ridículo. Sério. Eu era um homem feito, bem seguro de mim mesmo, e ainda assim, estava me derretendo por alguém por causa de uma canção. Eu não saberia nem dizer como aquilo estava me afetando.

Quando ele acabou novamente, ficou esperando minha reação. Mas eu estava muito preocupado tentando esconder algumas lágrimas que havia escapado.

Eu fiquei perto do céu, e perdido a aposta que desde o começo já sabia que não iria vencer.

Ele apenas sorriu, e voltou a falar com seus fãs, lendo algumas mensagens. Não ouvi quando ele se despediu, mas logo já estava do meu lado, me confortando.

“Não esperava que fosse chorar. Peço desculpas por iss-”

“NÃO ESTOU CHORANDO POR CAUSA DE SEU CANTO CELESTIAL, SEU IDIOTA.”

“Celestial?” ele riu.

“Cale a boca.”

Agora ele estava rindo mais, e demasiadamente perto. Muito perto. Era melhor que se afastasse.

“Então porque está chorando, Do Kyungsoo?”

“P-porque caiu um c-cisco no meu olho.”

“Aah é?”

“É!”

“E por que acho que está mentindo?”

“P-porque é um idiota.”

“Não acho que seja por isso.” Ele riu. Uma risada rouca que deveria ser ilegal. Baekhyun se levantou, e estendeu a mão na minha direção.

“Venha. Vou te mostrar sua punição.”

Eu apenas o fiquei olhando me pergunto se ele estava louco. E me perguntando se EU estava louco, já que aceitei sua mão e fui até outro quarto que ficava na frente do seu. Sim. Eu estava louco.

“Sente-se na cama Kyungsoo.”

Eu engoli seco. O que ele estava planejando? E por que eu estava tão nervoso que não conseguia me mexer?

Me sentei do mesmo jeito e esperei pela próxima ordem. Ele se virou e foi até a cômoda, mas não antes de ordenar:

“Feche os olhos.”

E assim eu fiz. Já estava começando a me frustrar por ser tão fraco. Mas ainda estava abalado por escutar a voz dele tão de perto. Era diferente. Mas um diferente muito bom. Um diferente perigoso. Perigoso, pois eu iria pedir por mais.

Não senti quando ele se aproximou, mas quando dei por mim, sua respiração estava vindo quente, em cima do meu rosto. Ele se aproximou mais, e o contato os seus lábios não deveria ter durado mais que meio segundo, mas foi o suficiente pra me fazer suspirar.

“Sempre quis fazer isso.” sussurrou. Rindo profundo que nem o próprio Satanás. Achei que poderia morrer ali mesmo, quando senti algo pontudo cutucar minha barriga. Me retesei. O que era aquilo?

“Pode abrir os olhos.”

Eu os abri para olhar para uma caixa quadrada em cima do meu colo. Mais precisamente, o novo álbum do EXO. Autografado. Olhei confuso.

“Por que está me dando isso?”

“Sua punição.” Ele me disse. “Já que você odeia minha voz, terá que ouvi-la durante um mês inteirinho. Sem exceções. Essa é a sua tarefa.”

O que? Ele estava maluco? Logo já fiquei com raiva, pisando duro pra cima dele.

“Quer dizer que me expôs ao ridículo naquela live atoa? É isso?”

“Ooh, você é bem esperto, vizinho.” Ele riu.

CRETINO.

Eu não podia acreditar. Eu não acreditei que Byun Baekhyun tinha me enganado. Nunca houve uma punição. A punição era ele me expor na internet, para o mundo inteiro, ao ponto das pessoas criarem OTPs sobre nós, só para provar o seu ponto: que eu não resistia à ele. Ele queria expor isso. Que eu era totalmente viciado em sua voz. E nele.

Ele ainda sorria pra mim, e eu fiz a única coisa que achei que ele merecia receber de mim: o beijei. O beijei tanto e de tantas formas, que ele ficou atordoado. Minha língua praticamente lutava contra a sua e, logo quando ele achou que as coisas iam ficar mais agitadas, me separei, lhe faltando o ar.

“Não pense que você terá a última palavra. Agora estamos quites.” sorri, antes de deixar aquele apartamento para nunca mais voltar.

Chegando no meu quarto, eu fui para a cama. Teria que inventar alguma desculpa para o meu chefe amanhã de manhã (mais precisamente, daqui uma hora), mas eu não me importava mais.

Eu teria que aprender a viver com o barulho, mas Baekhyun teria que aprender a viver com aquele beijo.

Enquanto tentava pegar no sono, eu abracei o álbum que eu tinha acabado de ganhar, já pensando que seria um longo mês daqui pra frente.

Pra mim, e pro meu vizinho barulhento e tagarela.

June 30, 2018, 2:51 p.m. 0 Report Embed Follow story
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The End

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Park Yooda Esse perfil é uma monarquia em que a realeza é baeksoo e eu apenas uma serva. Twitter: @pcyooda (fc) Curious: https://curiouscat.me/pcyooda Spirit e ao3: @pcyooda

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