valotdeadly Nayara Cristine

[HANCHUL || INSPIRADO EM LO SIENTO || HEECHUL!MÚSICO || UNIVERSO ALTERNATIVO] Hangeng estava voltando do trabalho quando se perdeu no olhar e na música daquele que não conseguia compreender.


Fanfiction Bands/Singers For over 18 only.

#SUPERJUNIOR #hanchul #pwp
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Esto está mal, pero no puedo parar

Lo siento, pero no puedo entenderlo

Esto está mal, pero no puedo parar

"Seus olhos de medusa não me enganam

Se faço ocorrer fogos de artifícios em você

Mexa comigo em um quarto trancado

Esquentando até o amanhecer

De 75°c até 151°c, pouco a pouco"
Lo Siento - Super Junior e Leslie Grace

   Não era a primeira vez que se encontrava perdido em meio à multidão. Não era nem de longe a segunda ou terceira vez. O estresse o consumia como o fogo consome uma vela, pouco a pouco queimando e derretendo a parafina. Hangeng perdia-se imaginando que se também seria a tua alma queimada por tudo que o cercava.

   E talvez não fosse o único a pensar de tal maneira. O mundo corria com suas engrenagens de forma rápida demais, fazendo que que as pessoas precisam se encaixar o tempo todo, correndo atrás dos ponteiros que giravam. Ele era mais um na multidão, mais um sendo corroído pelo mal do século - o maldito estresse que consumia o mundo enquanto o mundo se consumia em uma velocidade alucinante. Era mais um perdido em sonhos que nunca se realizariam, com a gravata perdendo a garganta e matando os sonhos que um dia carregou.

   Como mais um em uma multidão calada seguiu em frente.

   Estava um pouco alterado, talvez. Tivera que sair para beber em plena quinta-feira para conseguir convencer um cliente a comprar seus produtos. Com a mente nebulosa das bebidas que tomou algumas que nem mesmo sabia o nome , e com o corpo leve seguiu sem rumo.

   Se havia conseguido fechar o contrato não fora exatamente por si, mas pelo belo clube que levara o cliente e pelas belas moças que os serviam com as bebidas que ele nem mesmo queria saber o nome. Andando sozinho com o olhar vazio pelos ideais perdidos aos longos dos anos em que mundo ele estava que compactuava com o rebaixamento feminino daquela forma? , acabou por seguir, sempre em frente, ao progresso, aos lucros.

   Perdido na mente.

   Perdido em seu próprio corpo.

   E ainda mais perdido na alma.

   Sem saber onde estava e o porquê de estar ali. Talvez a consciência que a bebida lhe tivera dado ao ver no mais longínquo de sua alma vontades e ideais, liberdade e prisão; perdia-se. Não gostava da pessoa que havia se tornado, mas era essa pessoa que pagava suas contas e que mantinha a boa vida que gostava.

   A música talvez o tivesse encantado.

   Sim!

   Era o som que o atraía para a rua de forma a nublar a mente enquanto apenas seguia aqueles acordes de violão. Gostava de música, sempre gostou e naquele momento em que sua vida rodava pela mente cheia de álcool e culpa aquilo parecia certo. Algumas pessoas poderiam julgá-lo por não estar em casa em plena uma quinta-feira. Todos poderiam lhe julgar quando chegasse no trabalho acabado por não conseguir dormir o suficiente, mas no momento a música guiava-lhe.

   Como uma forma mística, como um objeto que mexia consigo.

   Como a liberdade do mundo que desejava desde quando se entendia por gente. E talvez fosse isso mesmo: liberdade.

   Gostava de pensar assim, e foi assim que encontrou aquele corpo perfeito sentado naquele tapete vermelho delicado – parecia ser feito a mão, Hangeng julgou. Olhou em volta e viu meia dúzia de pessoas envoltas nos acordes que saíam dos dedos finos e da mão bonita e grande que segurava o violão com firmeza.

   Xingou-se mentalmente por pensar naquelas mãos longas, de dedos finos e com as unhas maiores que o normal de formas que não deveria – ainda era culpa da bebida, certo? -, mas aquele naquele momento a vermelhidão que tomou conta de seu rosto tímido e a cena foi capturada pelo dono daquelas mãos que sorriu de forma sacana.

   Pelos deuses, aquilo era uma provocação.

   Hangeng abaixou a cabeça enquanto tentava distinguir a linguagem que aquele ser de sorriso sacana tirava da garganta em sons que faziam seu mundo girar.

   Okay.

   Ele não sóbrio.

   E seu mundo girava sempre que a bebida caia em seu organismo, fazendo pensar na vida e em si mesmo.

   E talvez em mãos longas tocando-lhe devagar, sem pressa alguma.

   Estava alterado.

   Aquele não era seu normal.

   Sentindo-se um porco sujo e muito do sacana. Começou a andar novamente sem rumo saindo do meio daquelas pessoas – que também se dispersavam aos poucos deixando moedas ao rapaz de cabelos longos e mãos encantadoramente bonitas. Pensou que seria ainda mais sacana se não deixasse algum trocado ali. Parou em frente aquele rapaz bonito demais para estar na rua a noite tocando violão e vociferando palavras desconhecidas. Não soube o motivo, mas aquele rapaz sorriu mais uma vez – daquela maneira provocativa demais para a mente de Hangeng, puxando os lábios para o lado e soltando devagar.

   Colocou os trocados que tinha na carteira ali. Enquanto a música parava, olhou para a face daquele que antes tocava apaixonadamente e sorriu.

   — Você é um bom cantor – disse calmamente enquanto via-o colocar o violão de lado e o encarar.

   — Usted es un buen hombre — o outro vociferou enquanto pegava as moedas da capa do violão, deixando Hangeng confuso. — Eu disse que você é um bom homem.

   — Ah! Desculpe. — Hangeng não soube ao certo se pedia desculpas por não ter entendido o que o outro falava ou se era por imaginar aqueles lábios avermelhados em si. — Você é espanhol?

   — Mi madre eras colombiana, mi padre eras coreano – Sorriu vendo a confusão alheia – minha mãe era colombiana, meu pai é coreano. Vim aqui a poco' tiempo.

   — Usted estás embarazado con lo coreano? — Hangeng tentou, mas tudo que lembrou do espanhol que havia aprendido no ensino médio era pedir desculpas, pedir um favor e falar a palavra "você". A frase saiu com um sentido bizarro e Heechul gargalhou com a voz grossa preenchendo os ouvidos do Chinês.

   — Não sei se percebes, pero' não puedo engravidar – Pegou seu celular e confirmou a palavra no corretor. — Lo siento, pero no hablo muy bien.

   Hangeng gargalhou, sentindo-se idiota. Percebeu o outro usando um tradutor e rindo. Pegou o celular do bolso e confirmou que o mais próximo do espanhol que havia chegado era perguntando com todos os erros possíveis se o rapaz a sua frente estava gravido.

   — Eu também não falo muito bem o seu — disse, envergonhado, passando a mão no cabelo ralo e vendo o sorriso de canto surgir na face alheia. — Isso me deixa avergonzado'.

   Heechul entendeu o que o outro queria dizer, e sorriu. O outro estava tentando, geralmente quando parava de tocar as pessoas sumiam aos poucos, evitando falar consigo – por não lhe entenderem sumiam aos poucos. Sorriu feliz ao ver o outro tentando.

   Gostou disso.

   Gostou de alguém pelo menos tentar lhe entender naquele mar de pessoas que iam e vinham sem parar.

   Pegou mais uma vez o celular e digitou frenético o que queria dizer, tentando evitar as confusões tão comuns entre os dois.

   — Quer tomar um café? — Perguntou lendo exatamente o que o aplicativo do celular dizia, as pausas ao dizer as palavras evidenciam tal fator.

   Hangeng imitou-o pegando o celular e digitando, para depois ler com calma: — Soy chino, siento mucho por no saber hablar con usted.

   Heechul arregalou os olhos, surpreso. Então o homem bonito que sorria envergonhado também não era coreano, pegou o violão – que já estava na capa e com o tapete vermelho preso na alça dela –, e puxou o outro pelas mãos.

   — Sigueme – disse e viu o outro seguindo-o sem questionar.

Hangeng não fazia ideia de para onde estava sendo levado, mas o contato com as mãos macias lhe dizia que iria para um bom lugar.

   — Pra' onde está me levando? — Esqueceu do aplicativo e de tentar falar com o outro em sua língua.

   — Para um café, yo te dije.

   Hangeng concordou, apertando as mãos que poucos calos tinham – mesmo que fossem as de um músico —, deixando-se levar para um café — aquela palavra havia entendido.

   — Gostaria de mais que apenas um café — apertou a mão do outro, imaginando o quê do pouco daquela frase iria entender, então apenas disse o que passava em sua mente, imaginando o quê seria entendido – gostaria dessas mãos macias explorando todo meu corpo – acariciou o dedo alheio, em um carinho enquanto sabia que suas bochechas coravam por dizer tais coisas na rua, sentiu o toque alheio a lhe encorajar, então prosseguiu – gostaria dessa sua boca avermelhada me beijando por inteiro para depois gemer na sua língua o quanto gosta do meu sabor.

   Hangeng suspirou, sua mente estava toda dominada por aquele sorriso de canto e aquelas – malditas – mãos grandes e finas.

   — Y después? — Heechul olhou para trás e suspirou observando a face vermelha alheia – e depois? — forçou a mente para lembrar da sentença.

   — Después? — Hangeng sorriu repetindo a palavra como o outro havia dito — Después eu beijaria essa boca, sem pressa nenhuma, sentido cada cantinho e sabor dela.

   — Yo no tengo prisa – Heechul se aproximou de Hangeng e quando estavam com os rostos próximos disse de forma lenta e metódica, deixando que os seus lábios encostassem nos lábios alheios para verbalizar algumas palavras em uma clara provocação. — vamos lento.

   Hangeng olhou nos olhos alheios e viu ali uma constelação inteira enquanto aos poucos deixava seus olhos fecharem para então sentir a boca ser beijada – como na promessa alheia —, de forma vagarosa. Podia senti-lo sorrindo em meio aos beijos, aproximou ainda mais os corpos, tocando aqueles cabelos macios e longos, sentindo o perfume que emanava daquele corpo que lhe encandecia.

   O beijo findou com Heechul puxando o lábio inferior de Hangeng que sentiu todo seu corpo estremecer com cada toque que aquele corpo quente lhe proporcionava. Estava perdido, constatou, mas gostava de estar perdido naqueles braços que lhe seguravam a mão e puxavam rumo ao desconhecido.

   O chinês apenas seguiu, deixando-se ser guiado, ouvindo os cantarolares do outro que carrregava o violão preso a capa, mas que também carregava toda e qualquer sanidade que possuía outrora. Era um homem centrado, oras. Dificilmente se envolvia sem conhecer a pessoa, mas estava deixando-se guiar por um desconhecido de voz melosa, corpo quente e beijo caliente.

   E nada nem ninguém poderia mudar esse momento. Gostava de ver os olhares se cruzando e talvez estivesse gostando do perigo, e por Deus, queria aquele homem diante de si, sussurrando em língua materna, pedidos e mais pedidos por sexo. Pois se havia uma coisa que Hangeng gostava era de ver a sua perdição nos olhos alheios. E ele estava completamente perdido. Muito mais que perdido.

   — Ainda está me levando para um café? — Perguntou sabendo muito bem da resposta quando se viu entrando em uma viela escura com a única luz resplandecendo do lugar sendo um letreiro bem claro de um motel.

   — Sabes que não — Heechul verbalizou deixando de puxar o outro pelas mãos e vendo que o chinês o seguia de bom grado.

   Entraram no lugar escuro e subiram para um quarto que cheirava a mofo. Heechul aproximou-se e beijou mais uma vez os lábios carnudos do chinês que sentia tudo de forma densa demais, para enfim envolver o corpo no seu em meio a um abraço desengonçado que logo foi solto para que pudesse sentir o calor do corpo alheio.

   Em nenhum momento Heechul deixou que o contato visual fosse findado, guiando as mãos do outro para dentro de sua roupa e sorrindo.

   Os dois não conseguiam se entender quando falavam, mas os corpos podiam muito bem se entender com os toques e as sensações. Aproveitando-se disso, guiou o chinês de forma lenta, como gostava. Não tinha pressa nenhuma, queria sentir cada pedaço da derme alheia e não media esforços para isso. Queria sentir cada sabor e se deliciava enquanto via os olhos do outro em si.

   Gostava de ser observado assim, gostava da sensação de dominar alguém apenas com o olhar e era exatamente o quê fazia, conduzia, comandava, guiava, fazendo o outro se perder em arfares e suspiros. Em gemidos e pedidos.

   E foi assim a noite toda.

   Com o calor do quarto — que ainda cheirava a mofo, mas agora também a sexo — subindo drasticamente e com os estranhos a se entender usando todas as formas de linguagem que possuíam, já que os corpos falavam muito mais claro que qualquer idioma.


June 6, 2018, 1:34 a.m. 2 Report Embed Follow story
3
The End

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Anna Luisa Anna Luisa
Maravilha, aaaaa <3 <3 beijos :3
June 07, 2018, 22:05

  • Nayara Cristine Nayara Cristine
    que bom que vc gostou aaaaaaaa <3 mil beijinhos <3 June 08, 2018, 03:19
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