Lembro do tom escuro dos seus olhos.
Era uma cor forte. Eu só conseguia pensar na infinidade de coisas que você escondia. Você cerrava os olhos quando não entendia algo e virava o rosto com deboche quando alguém tentava explicar.
Tínhamos só onze anos e eu ainda lembro claramente quando seus olhos viraram uma piscina ao saber da morte do seu irmão.
Foi a primeira vez que eu te vi tão vulnerável em público. Tentando segurar o choro e se afogando em uma imensidão de sentimentos que nunca fui capaz de compreender totalmente, embora eu tentasse muito entender.
Naquela época, eu não sentia nada por você.
Queria saber por que seus olhos tinham aquele tom escuro magnífico enquanto os meus eram verdes como a grama do pátio. Ao meu ver, o negro presente em você era a cor mais mágica e significativa do mundo.
No fim, eu apenas queria, de alguma forma, ter seus olhos. Você enxergava as coisas em preto e branco ou o seu mundo era tão colorido quanto o meu?
Na época eu não sabia, mas foi pelo seus olhos que eu caí de amores primeiro. Sem perceber, eu descobri o que era aquela coisa estranha chamada “gostar de alguém”.
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