Inspira, expira, respira.
Traga o ar tenso que te soa venenoso.
Respira, expira, inspira.
Inspira a ti mesmo a chorar de agonia.
Respirar já não parece adiantar, o ar parece não chegar a teus pulmões.
Tua lágrima não sai. Até mesmo teus olhos estão sufocados.
E tua alma chora em teu lugar, já que teu corpo nem isso consegue.
Há um peso em teu peito, uma dor, uma nuvem que torna teu dia nublado.
Mas a chuva lá fora não refresca em ti dentro.
Mas a chuva lá fora não acorda teu eu.
Porque o mar em ti transborda.
Porque uma única gota em teu rio não é nada.
Porque tu respira e água te sufoca.
Seria água ou veneno a ti rodear?
Tu não sabes e isso ainda mais te sufoca e tu bate os braços tentando escapar.
Que ironia seria se teus braços fossem asas e elas do sufoco pudessem te libertar.
Tu acorda e desperta choroso.
Foi tudo um sonho passado, um pesadelo que enfim se findou.
Tuas mãos em teu peito descompassado, teu alívio em saber que tudo passou.
Da água agora só tens o suor nos lençóis de teu leito.
O repouso da cama quente que lhe aconchega.
Mas o sufoco continua, mas as lágrimas agora saem.
Porque tu percebe que o veneno ainda está no ar de tudo e todos o que te cercam.
E você se força a sorrir, esperando que o veneno faça seu efeito.
E que tu sufoque por uma última vez.
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