hiro-hamada3921 Hiro Hamada

Jake Blackwell se perguntava por que se sentia tão sozinho no mundo. Separado de sua família caótica há anos, ele tinha como companhia apenas seu gato e um amigo de longa data. Ainda assim, ele tinha muito amor na fotografia e seu trabalho artístico rondava o Reino Unido e Europa. Num certo dia, quando estava indo fotografar o outono, Jake captou algo ainda mais belo. Lewis Hopkins devia ser a loucura em pessoa. Diagnosticado com o que chamava de Síndrome do Chapeleiro Maluco, Lewis vivia procurando coelhos de paletó e tentando atravessar espelhos. Mas Jake viu em Lewis a mesma solidão e ainda que ele fosse louco e o perseguisse apaixonadamente, Jake se apaixonou e o queria até porque as melhores pessoas são assim.


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#Yaoi #Romance #Drama #Psycho #Crazy #Madness
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Manhãs Solitárias

Acordar com o som da chuva poderia ser o sonho de qualquer preguiçoso em um dia ocioso, mas para um certo loiro adormecido até as 11h da manhã, isto já era mais uma das redundâncias modorrentas e vazias de sua vida.

Todas as janelas no apartamento pareciam chorar naquela manhã. Eram como olhos lacrimosos que mostravam um dia chuvoso de outono por trás, onde um mundo urbano se estendia longamente ornado com árvores vermelhas e laranjas em cada rua. Já era novembro e os dias pareciam se arrastar. Talvez, fosse a percepção distorcida de tempo dos humanos, ou a Terra estava com preguiça de fazer as suas rotações.

O quarto do apartamento estava vazio com a cama de casal milimetricamente arrumada como se fosse um hotel de luxo, pois era na sala que a bagunça imperava.

As duas grandes janelas da sala pareciam os olhos do tempo olhando para dentro daquele apartamento. A TV estava desligada. A mesa de centro estava empurrada para o lado e sobre ela tinham coisas como uma cumbuca vazia de macarrão com hashis, uma caneca melada de chocolate quente, embalagens rasgadas de chocolate Cadbury, um prato com migalhas de um saduba de baguete com almôndegas e dois controles remotos para TV e aparelho de DVD.

De fato, a única forma de vida que estava desperta naquele apartamento era um gato.

Da raça exótico laranja, Tarrant era um amado gatinho rechonchudo e peludinho. Ele olhou com seus olhos esmeraldinos para o grande sofá-cama aberto na sala e viu algo que parecia ser uma grande montanha de edredom ali em cima.

Rapidamente, o gato calculou todos os seus movimentos antes de pular em cima do sofá-cama e começar a explorar aquela terra de edredom. Ele sabia que havia alguém dormindo ali embaixo e sabia também que era o seu dono dormindo feito um urso em época de hibernação.

Andando um pouco mais, Tarrant viu um rosto lindo e masculino coberto por uma bagunça caótica de cabelos loiros. Ao encontrar o que tanto queria, o gatinho começou a lamber a bochecha do seu dono.

O susto foi tão grande que o gato pulou para o lado ao ver que seu dono finalmente acordara e se sentara no sofá-cama com os cabelos loiros mais bagunçados do que uma juba de leão. Essa tática nunca falhava. Agora, Jake Blackwell estava desperto.

Passando a mão preguiçosamente no rosto, Jake olhou para o lado com seus lindos olhos azul-esverdeados e viu seu amado gatinho o olhando de um jeitinho bem fofo e emburrado como se dissesse:”Anda logo, levanta. Eu quero comida”.

-Hmm, você está com fome, não é?-Jake sorriu e fez carinho atrás da cabeça de Tarrant.-Eu vou pegar leve hoje...

Então, se virando todo para o lado, Jake acabou despencando do sofá-cama e levantou boa parte do edredom consigo. Tarrant apenas o olhou de cima como se fosse uma força superior encarnada na forma de gato.

Era sempre assim todas as manhãs.

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Uma lata de ração felina foi aberta. Jake despejou todo o seu conteúdo cremoso com sabor de salmão selvagem do Pacífico dentro de um prato de porcelana e colocou sobre a mesa da cozinha.

Abaixando-se, o loiro pegou seu gatinho peludo e o colocou sobre a mesa. Rapidamente, Tarrant atacou o seu café da manhã delicioso, agachando-se todo peludinho sobre a mesa. Então, Jake voltou-se para a preparação do seu próprio café da manhã. Ele andava pra lá e pra cá só de cueca, exibindo todo o seu corpão musculoso e gostoso.

Estava fazendo ovos mexidos com queijo cheddar, bacon de peru, lingüiça de porco e torradas com geléia de frutas vermelhas. Hoje, Jake estava com muita preguiça para fazer as suas panquecas doces maravilhosas que costumava fazer quando estava de bom humor e com disposição – o que não acontece todos os dias, é claro.

Enquanto Tarrant continuava comendo sua ração gostosa, seu dono ia colocando creme de leite na mistura de ovos e logo depois entornando tudo na frigideira com manteiga derretida para derreter todo o queijo cheddar. A outra frigideira tinha algumas tiras de bacon de peru fritando, a grelha entre as seis bocas do fogão grelhava as lingüiças e a torradeira já cuidava das suas fatias de pão no calor de seu interior.

Por um momento, Duncan olhou pela janela da cozinha e viu a chuva caindo por Covent Garden. Até parecia que o mundo estava chorando pelas suas manhãs solitárias quando, na verdade, o mundo não estava nem aí pra isso. Ele deu as costas para o mundo e continuou mexendo a espátula nos ovos mexidos da frigideira, que já estavam bem macios, quentinhos e cremosos com uma cor linda e vibrante.

Quando foi morar sozinho, Jake não imaginava que iria adquirir alguns novos hábitos e perder algumas outras coisas também. Atualmente, ele vivia andando de cueca por aí e, às vezes, passava horas sem vestir roupa nenhuma depois do banho, o que até parecia um filme pornô de 24 horas. Deixava muita louça suja na pia e, para evitar que não criasse mau cheiro, ou aparecessem larvas, ele logo jogava tudo na lava-louças e pronto. E também tinha mais liberdade para desfrutar de seu corpo quando não havia ninguém por perto.

Agora pensando no que ele perdera foi simplesmente não ter companhia. Por um ano e meio, Jake permanecera sozinho naquele apartamento e, às vezes, ficava com a paranóia de alguém invadi-lo e sempre deixava uma luz acesa em algum cômodo como na cozinha, ou no corredor. Por causa disso, acabou trazendo Tarrant de uma loja de animais para o seu novo lar. Ainda não tinha certeza se u contato com animais era algo mais puro e natural do que um contato com humanos, que eram sempre tão instáveis e perigosos, mas ainda assim da mesma espécie.

De qualquer forma, Jake só continuava com a fantasia de ter alguém além de Tarrant para tomar café da manhã junto. Alguém que fosse mais original.

Mas ele sabia que a originalidade era algo raro neste mundo.

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Na parte da tarde, Jake deixou Tarrant muito bem alimentado e com a companhia da TV antes de sair de seu apartamento. Ele saiu pelo portão automático usando uma jaqueta de couro para se aquecer do frio do outono, um capacete negro e a sua amada e leal Vespa negra que o levava para viagens pelas ruas de Covent Garden.

No fechar do portão do prédio, Jake parou no meio-fio, olhou para os dois lados da rua antes de acelerar sua Vespa e sair zunindo por aí. A estilosa moto da cor da noite praticamente voou com grande habilidade, passando por entre os carros, ônibus de dois andares e suas irmãs, as outras motos.

De certa forma, quando corria montado em sua Vespa, Jake sentia-se mais livre. Ao mesmo tempo em que prestava atenção em cada veículo e sinais de trânsito, ele se deleitava com os ventos gelados que passavam por seu ser e a sensação de parecer estar voando sentado. A cada vez que parava num sinal vermelho, o loiro sentia a agitação de continuar correndo com sua moto assim que o sinal ficasse verde novamente.

Até parecia que Jake Blackwell fazia todas essas viagens quase todos os dias sem nenhum destino – mas ele sempre parava em algum lugar. Parava para descansar em algum lugar verde como o Hyde Park, ou comer alguma coisa na Starbucks, no entanto o seu destino de hoje foi diferente. Um restaurante.

Jake acelerou sua Vespa direto para a Seven Dials, onde havia um restaurante italiano muito famoso por lá conhecido como Il Gustoso. Do jeito que acelerava e pegava vários atalhos, não demorou muito para o motociclista loiro chegar lá. Estacionou sua moto ao lado de outras na calçada e saiu de cima dela. Pegou seu capacete e suas chaves, e subiu na calçada.

O restaurante lá dentro estava com muito movimento. Eram necessários até seis meses de espera para se conseguir uma reserva lá e tudo graças ao grande talento na culinária italiana de seu melhor amigo, James Harris, e toda a sua equipe na cozinha.

James sempre ouviria as reclamações de Jake sobre a sua vida solitária, apesar das suas tentativas meio inconvenientes de acabar com isso.

Antes de entrar pela viela que dava para os fundos do Il Gustoso, Jake olhou para trás, para o outro lado daquela rua da Seven Dials.

Num cruzamento de sete ruas, onde só haviam restaurantes, cafés, boutiques, pubs tradicionais e salões de beleza, era meio bizarro haver uma única floricultura bem ali exatamente do outro lado da rua ao que o Il Gustoso estava. As vitrines mostravam flores e movimentação lá dentro e o letreiro dizia o seu nome:”Hopkins Flowers”.

Apesar da sua curiosidade sobre a floricultura, Jake se virou e adentrou a viela do Il Gustoso.

March 5, 2018, 6:09 p.m. 2 Report Embed Follow story
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Tu'er Shen Tu'er Shen
Minha memória só funciona direito quando o assunto são livros e fanfics. Por isso me ferro em provas 😢
March 16, 2020, 14:41
Tu'er Shen Tu'er Shen
Caramba ❤ Não acredito que encontrei uma de suas fanfics por aqui. Você apagou seu perfil no Spirit (onde eu lia elas)😢😢😢. Eu amava elas... ainda me lembro de alguns personagens... (perai que to buscando na minha mente) Rainbow e um ruivo(aquele dos sonhos)... Tinha outro que escrevia e os personagens se tornavam realidade... Um outra era o Jardins das camélias... E tinha outro com um Homi de cabelo verde cheio dos problemas psicológicos. 💙Sua escrita é muito foda💙
March 16, 2020, 14:33
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