damngirl01 YMM Zaidan

Jaynet becker. Ela estava no meu quarto da minha casa nova, linda, esperando por mim, e eu nem a conhecia. É certo de que ela é um pouco arrogante, mimada, egoísta, irritante... Mas ninguém é perfeito, eu posso lidar com tudo isso se ela me der um simples sorriso encorajador. Só tem uma coisa me impedindo de namorar com ela, um simples detalhe: Ela é um fantasma. Está morta, só eu a vejo. E eu... Bem, eu sou Christian Randall. Eu sou o mediador. E até conhecê-la nem eu sabia disso. Depois que descobri, minha vida virou um inferno. Principalmente por ter ter de ajudá-la a ir dessa para... para frente, é o meu dever. Eu não quero que ela vá, mas também não quero que continue sofrendo, sendo invisível a todos. Por que eu a amo. Segredo.


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##Ficção ##Romance ##Morte ##Sangue ##Proibído ##Suspense ##Tragédia ##Violência
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Capítulo 01 - Sonho

Era quase meia noite da virada do ano. Meus amigos e eu sentamos em volta da fogueira, cercados pelas árvores da floresta perto da casa de campo dos meus pais. Geralmente passamos a virada na praia entornando garrafas de champanhe.

Esse ano não.

A floresta estava particularmente assombrosa hoje. O céu mergulhado em escuridão emanava uma energia forte e maligna, ao meu ver. O mais maligna e assustadora que uma árvore imóvel pode ser. O vento agitava as folhas das árvores e barulhos estranhos surgiam do interior delas. Parecia que tudo ali estava dizendo para irmos embora, dizendo que algo vai acontecer...

Uma noite perfeita para ficar em casa, eu pensei, meio arrependido do que estávamos prestes a fazer ali, naquele lugar que visivelmente não nos queria. Seria melhor se fossemos embora. Então lembrei do por que estava ali e toda a determinação que me trouxera até ali voltou.

Fui humilhado várias vezes esse ano e não estou disposto a ser humilhado de novo neste ano que estar por vir. Várias coisas aconteceram e estragaram minha vida social e a dos meus amigos. As pessoas passam, olham para nós e riem. Nós, que sempre fomos populares, sempre rimos dos outros, viramos motivo de risadas. E isso não pode se repetir na escola nova, não vai se repetir.

E tudo isso por que não fomos tão unidos. Se soubéssemos o que eles fariam isso conosco... teríamos nos unido e nos ajudado. A princípio, não deveríamos ter nos afastado. Eles nos enganaram direitinho esse ano.

Michael tinha acendido uma vela e grudado no chão de terra, podendo finalmente apagar a lanterna que trouxera. Todos se sentaram em volta dela e chegaram mais perto, como se quisessem abraçar o único ponto de luz. Como se suas vidas dependessem dela, dependesse da luz.

Está certo. Enquanto tivermos luz estaremos a salvo.

O grupo se mantinha em um silêncio respeitoso desde que chegamos ali. Ele só foi cortado quando Nick abriu uma mochila que trouxe e puxou uma faca de cortar carne que tinha roubado na cozinha da sua mãe. Ele ergueu a faca no ar e puxou o braço de Kevin que estava sentado ao seu lado. Kevin pulou de medo.

- Não é melhor deixarmos isso pra lá? - Choramingou enquanto tentava puxar seu braço de volta. - O ano nem foi tão ruim assim.

- Não foi ruim para você! -Michael o corrigiu. - Enquanto tentávamos salvar a nossa, a sua popularidade, você estava fazendo coisas com Lee Shuwitter...

- A japonesinha. -Nick completou.

- É mentira! Eu só beijei ela! E nem foram tantos beijos assim...

- Hummmm, sei. - Os dois "espirraram" a palavra mentiroso.

Kevin esperou que eu também falasse alguma coisa dele. Entretanto eu não o fiz. Não achava que ele era culpado e ele viu isso em meus olhos com gratidão. E mesmo se achasse ele culpado não falaria. Nada vai afastar a gente de novo, nem uns beijos- e outras coisas- em uma garota.

- Se eu soubesse teria prestado mais atenção em vocês... - Kevin sussurrou.

- Chegou a hora.- Nick anunciou. Os olhos grudados no braço de kevin.- É quase meia noite.

- Christian? - Kevin suplicou.

- Não, agora é tarde. - Eu me limitei a dizer.

Mas a verdade é que eu também não estava me sentindo confortável com isso.

- Está bem,-Nick largou o dedo de Kevin - eu primeiro.

Ele fez um corte no dedo indicador da mão direita. Estava sério enquanto fazia e se pareceu com um médico em uma sala de cirurgia, operando alguém entre a vida e a morte. O corte foi profundo e logo as gotas do líquido vermelho escuro estavam fluindo para fora de seu corpo, escorrendo através de seu pulso. Ele não demonstrou nenhum sinal de dor, provavelmente para tranqüilizar Kevin que gesticulava 'é melhor não' com a boca.

Ignorando o pânico crescente do amigo fez o mesmo corte nos dedos de Kevin e de Michael. Em seguida no meu. Ao ver os sangues de todos escorrendo Michael soltou uma gargalhada e deu uma lambida na própria mão.

-Bwuhahahaha- soltou- Eu sou um vampiro!

- Que nojo! - Eu disse sem humor.

- Shhhhh- Nick guardou a faca. - Está na hora.

O clima em volta de nós voltou a ficar tenso.

Quando deu exatamente meia noite nós juntamos nossos dedos indicadores cortados e juramos ao mesmo tempo o que tínhamos treinado várias vezes:

"Juramos através do sangue que corre por nossas veias ser fiéis uns aos outros, apesar de tudo. Não nos separaremos por coisas infantis. Não deixaremos nenhuma mentira nos separar. Seremos amigos não importa o que aconteça, ajudando uns aos outros por mais que o que se peça seja absurdo. As árvores e as coisas da noite serão nossas testemunhas. Se alguém não cumprir com esse juramentos as trevas e os outros que juraram se encarregarão disso."

Estava feito. Eu não tinha concordado com colocar as trevas nisso, entretanto Nick achou que o texto ficaria sem "cara de juramento" se não colocássemos algo de filme de terror, ou alguma coisa parecia.

O vento soprou forte enquanto conjurávamos e ao fim se aquietou. Ficamos em silêncio por um tempo e então separamos nossos dedos.

Duas coisas aconteceram ao mesmo tempo: os pássaros que antes estavam escondidos nas árvores levantaram vôo para longe, ao mesmo tempo e com um barulho estridente; a fogueira se apagou, nos deixando totalmente entregues à escuridão. Não tinha nenhum vento para ela apagar.

O medo começou a subir por nossas gargantas.

- Gente...- Kevin soltou um sussurro fraco, quase inaudível.

Meus olhos demoraram um pouco para se adaptar a nova escuridão. Os barulhos que antes estavam mergulhados nas árvores emergiram para perto de nós. Um vulto de uma árvore envergou, como se tivesse um peso pendurado nela. Alguma coisa estava ali, eu pude sentir e meus amigos também sentiram.

- Gente... - Kevin sussurrou de novo.

Nós continuamos parados.

...Como se suas vidas dependessem dela, dependesse da luz. Lembrei da comparação que fiz mais cedo, depois do pedaço do juramento; As árvores e as coisas da noite serão nossas testemunhas ...as trevas e os outros que juraram se encarregarão disso."

Nós invocamos algo das trevas, eu sabia disso. Agora ao invés de só nos observar, nos queria. Os outros não sabiam disso, eles dependiam somente de mim, a vida deles dependiam de mim. Eu tinha de fazer algo. Mas minha pernas não se moviam, meu cérebro não queria funcionar.

- gente... tem alguma coisa aq...

Kevin se interrompeu quando Michael acendeu a lanterna que levava no bolso, que trouxera para um caso de emergência. Ele virou onde perecia que a coisa estava e o peso na árvore cessou antes que eles pudessem ver.

- Não é nada, - Concluiu aliviado - só nossa imaginação. Vamos para casa.

Eu vi eles se afastando em direção à trilha de onde viemos, mas eu não consegui me mover. Minha mente estava muito ocupada, tentando processar o que só eu tinha visto na árvore.

- Anda Chris! Vamos te deixar aqui, nas trevas. - Nick riu.

Não fale isso!!! Eu quis gritar, mas era tarde. O barulho desceu para o chão e minha mente voltou a funcionar, desistindo de tentar identificar o que era. Eu processei uma última vez o que tinha visto; uma metade de uma pessoa pulando para longe da luz. Entretanto, não parecia ser algo humano, muito menos algo vivo. Eu senti toda a energia fluindo para nós. Ele estava vindo nos pegar, nos absorver.

Eu tinha de avisá-los.

- CORRAM, AGORA!!!- Eu gritei, agora perto de Kevin e o empurrando para a frente.

Para minha surpresa eles obedeceram prontamente.

- O que foi?- Disse Michael, ofegando.

- Tem algo atrás de nós.- Respondi com a voz mais normal que pude.

-Isso nós percebemos!- Nick pulou um tronco de árvore caído.- Mas o quê?

- Uma pesssoa... - Respondi quase que para mim mesmo. - Mas não parece humano.

- Um vampiro???- A voz de Michael soou ansiosa.

- Fala sério, Michael!!! - Nick tomou um longo fôlego - Se eu não estivesse com tanta pressa parava para te dar uns tapas. Vampiros não existem. Ah é, com exceção de você, que pensa que é um.

Particularmente eu não pude mais ter certeza se vampiros não existem. Tive certeza de que a coisa que nos perseguia não era um humano, pelo menos não um humano comum.

- É mehor você ser mesmo um vampiro, Michael. Por que acho que vamos precisar de um agora. - Kevin brincou fora de hora.

Uma eternidade de correria e medo se passou até avistarmos o meu carro parado no acostamento da avenida onde o deixamos para seguir a pé. Teria de me lembrar de comprar um carro com tração nas quatro rodas para casos de emergências em florestas. Mas mesmo o carro ainda estando distante de nós, eles diminuíram a velocidade. E eu soube que não era uma boa idéia.

- Não! Ainda não estamos seguros.- Eu tentei olhar para trás e logo voltei o olhar para frente, para a luz do poste acima do carro. Temos que chegar até lá. - Continuem correndo até o poste.

Assim que chegamos nele eu parei de correr e me joguei no chão, incapaz de dar mais um passo. Cansado e com o queixo pingando a suor, gesticulei para eles pararem. Kevin apoiou uma das mãos no capô da Ferrari preta top de linha que ganhei de presente de aniversário ano passado e me olhou fixo nos olhos, cansado demais para falar. Michael e Nick riam.

- Nossa que legal! - soltou Michael - Pensei que o ano novo ia ser chato sem as gatinhas da praia mas quase valeu a pena.

- Acho que emagreci uns três quilos agora, cara. - Desta vez foi o Nick quem disse. - Melhor que fazer sexo para emagrecer.

- Concordo, mas eu ainda prefiro o sexo, mesmo que não emagreça tanto.

Kevin continuou me encarando por um tempo, depois achou a própria voz. Os risos dos dois zombadores morreram.

- Droga! O que foi tudo isso Christian?

Eu não consegui responder.

March 2, 2018, 5:22 a.m. 0 Report Embed Follow story
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