ariane-munhoz Ariane Munhoz

Em um jogo, costumamos apostar tudo. E Shino sempre havia feito o tipo metódico, que não corre riscos e prevê seus lances antes de executá-los. Mas naquela noite, naquele jogo, quando Sasuke disse o prêmio que poderiam levar, ele quis se arriscar. Será que era ali que as coisas mudaram drasticamente? Será que foi naquele momento que Aburame Shino deixou de sê-lo para se tornar outra coisa completamente diferente? Ele não sabia dizer. (ShinoKiba)- Para Kali Bogard!


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#Naruto #ShinoKiba #Shiba #Lemon #Yaoi #FNS #Shino #Kiba
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All in

Shino olhou na direção de Sasuke por um momento; depois para Shikamaru, Gaara e os outros velhotes presentes na mesa. E olhou para a própria mão.

Não. Ele não tinha como perder aquela jogada. Não depois de tudo o que já havia conquistado ali. E estava se sentindo especialmente sortudo naquela noite, embora a sua aura não transparecesse. Afinal, havia perdido como todos os outros. E agora, era o velhote quem detinha quase tudo. Sasuke estava liso. Shikamaru, que achava tudo problemático, só continuava no jogo por mera insistência dos amigos, mas já havia corrido daquela rodada junto com Gaara. O jogo estava entre Sasuke, Mei, ele e o velhote.

− Eu dobro. – Shino decretou, colocando as fichas no centro da mesa.

Sarutobi olhou as próprias cartas. Já havia ganho muito naquela noite daqueles fraldinhas, mas queria ensinar uma lição a eles. E mesmo que perdesse, ainda tinha muito. O dobro deles não era nada perto do que já havia conseguido.

− Estou dentro! – Sarutobi colocou as moedas no jogo.

Sasuke observou os dois. Seus olhos rápidos tinham visto as cartas do terceiro homem mais rico do mundo. Duas iguais. Não todas. Ele tinha jogo ou não entraria assim.

Sasuke também possuía uma mão boa e a gana de recuperar o lancer que havia colocado na jogada.

− Estou dentro também. – disse Sasuke, colocando um cartão negro na mesa que fez com que todos arqueassem as sobrancelhas. – All in¹.

Todos na mesa ficaram silenciosos por um momento, apenas observando o cartão jogado sobre o monte.

− O que é isso, moleque? – Mei, que permanecera em silêncio desde que sua BMW tinha sido levada, se manifestou. Ainda estava no jogo, mas apenas pensativa sobre prosseguir ou não.

Isso, − Sasuke apontou o cartão levianamente. – É o passe mais VIP que existe para o mundo do prazer.

Shino arqueou as sobrancelhas para o amigo.

− Seja mais claro. – Sarutobi, resignado, pediu. Passe VIP para o mundo do prazer? Que passe era aquele que ele, um dos homens mais poderosos do mundo, não conhecia?!

Os lábios de Sasuke se curvaram em um sorriso.

− Já ouvi falar sobre isso. – Gaara disse. Todos os olhares se voltaram para o rapaz que estava calado. – Para conseguir um cartão de acesso desses, você precisa ser convidado por um dos membros que pertencem ao clube. Como conseguiu isso?

− Meu irmão. – Sasuke não se fez de rogado para responder. Gaara anuiu com a cabeça. Afinal, todos ali sabiam da influência de Itachi no submundo. Ninguém ali era santo demais em suas práticas. E todos eram muito ricos. O que importava naquela mesa não era como seu dinheiro era feito, mas ter dinheiro.

Ele, por exemplo, comandava o setor aquífero em regiões desérticas. Cavava poços artesianos e levava água para regiões pobres. Mas ganhava milhões em cima das extrações de diamantes em contrapartida.

A empresa Uchiha era uma faixada para o que de fato acontecia no submundo. As drogas eram o negócio da família. Mas ninguém ali nunca falava dos próprios negócios. Shino era o responsável por uma multinacional que fazia drones em forma de insetos que trabalhavam nos mais diversos setores: espionagem, disseminação de pólens com abelhas sintéticas, entre outras funções. O jovem era o quarto homem mais rico naquela sala, perdendo apenas para Saturobi, Mei e o próprio Gaara. Os outros mal chegavam perto de suas fortunas, mas eram convidados para o jogo casualmente pela amizade.

− Esse cartão. – Gaara o apontou. – É algo que não é apenas poder, conquista.

“É um cartão específico. Para consegui-lo, você precisa ser membro de um grupo muito seleto. Não sei o que é preciso para entrar nele, mas todos são escolhidos a dedo. E, pelo que ouvi dizer, mesmo entre os membros, ele é uma raridade. Uma vez que se consegue esse cartão, existe um número grafado atrás que só pode ser visto através da luz negra. Uma mensagem é enviada de seu telefone para esse número e então você espera que entrem em contato para marcar o encontro.”

Todos olharam para o cartão como se de repente fosse uma mina de ouro. Havia cobiça, desejo, vontade de ter aquilo que não possuíam. O eterno mal daqueles que tinham tudo o que queriam: a vaidade de querer sempre mais; suas ruínas.

− Não tenho mais dinheiro e minha BMW já se foi. Vou colocar então aquele corvette que você queria, Sarutobi. É o que posso apostar. – Mei sorriu de canto. Ela comandava a grande frota de carros em diversos países. Por isso, apostava carros. Mas aquele era seu bebê. Seu carro mais precioso.

− Feito. Eu coloco todo o dinheiro e sua BMW. – Sarutobi colocou as chaves e as moedas no centro.

Todos os olhares se voltaram para Shino naquele momento. Ele também não tinha nada muito incrível para apostar ali.

− Meu iate. – disse ele. Os olhares de Sarutobi cresceram de cobiça.

Shino havia colocado seu iate em jogo. E era um ótimo iate.

− Feito.

Gaara, que estava de fora da rodada, começou a virar as cartas que faltavam na mesa.

Mei tinha uma sequência.

Sasuke fez um Full House.

Sarutobi sorriu de canto.

Straight Flush. – disse ele, pronto para recolher os prêmios. – Acho que essa é minha.

Mas Shino, que ainda não havia mostrado suas cartas, sorria.

− O que foi? – Sarutobi questionou. E ele jogou as cartas na mesa.

Royal Straight Flush, a maior jogada do pôquer.

Sim, ele estava especialmente sortudo naquela noite.

X

(Em um jogo, costumamos apostar tudo. E Shino sempre havia feito o tipo metódico, que não corre riscos e prevê seus lances antes de executá-los. Mas naquela noite, naquele jogo, quando Sasuke disse o prêmio que poderiam levar, ele quis se arriscar. Será que era ali que as coisas mudaram drasticamente? Será que foi naquele momento que Aburame Shino deixou de sê-lo para se tornar outra coisa completamente diferente? Ele não sabia dizer. Talvez nunca soubesse)

X

Sasuke havia lhe explicado como o cartão funcionava. Ter o número revelado, não significava exatamente que o contato seria feito de volta. Ele não sabia como a seleção funcionava – se era aleatória ou como era feita –, apenas que você enviava uma mensagem para o número atrás do cartão com o código logo abaixo dele. E esperava.

− Você conseguiu? – Shino perguntou quando todos já haviam ido embora e só restavam eles dois.

− O encontro? – respondeu com outra pergunta, ao que Aburame anuiu. – Não. Esperei por dias pela ligação. Mal saía de perto do celular, curioso pra saber do que se tratava essa tal pessoa.

Pessoa?

O sorriso de canto de Sasuke o deixou um tanto quanto empertigado.

− Bem, não há identificação no cartão, não é? – disse ele. – Não dá pra saber o que esperar. – Encolheu os ombros. – Vai me deixar voltar com o meu carro ou vai me dar uma carona até em casa?

Shino lançou as chaves do carro para Sasuke. Não se importaria de voltar a pé se fosse necessário. Mas queria muito saber quem era a pessoa por trás do cartão.

X

(Quando fechava os olhos, ainda sentia-se ébrio pela sensação que o permeara. O nervosismo antes da hora, o suor acumulado nas palmas de suas mãos. Tudo tão anti-Aburame! Nem mesmo Shino sabia dizer o que o havia deixado tão nervoso antes daquele pré-encontro. Excitação, talvez. Pelo desconhecido. Por uma coisa que muitos ansiavam, mas ele seria um dos poucos a ter)

X

O cartão dançava entre seus dedos. Shino sentia a gelidez do material com o qual era feito. Observava como se olhasse para a prova de um crime, minuciosamente tentando compreender o real significado por trás dele. Mas não havia, não era?

Deveria tentar?

E se não fosse correspondido?

Teria o orgulho ferido?

Bem, não era como se a pessoa do outro lado da linha o conhecesse, não é?

Shino observou o número por trás do cartão. Um número de telefone e uma palavra.

“Você deve enviar uma mensagem”, Sasuke dissera.

Shino não gostava de regras. Ele discou pelo número e esperou.

X

(O encontro havia sido marcado em um hotel de luxo da cidade, em um quarto comum. Shino poderia ter pego a suíte presidencial, mas o contato dissera que aquilo significava chamar muita atenção. Não. O quarto já estava escolhido. O horário que ele deveria chegar também. Sozinho. Bastava ir até a recepção e dizer o número do quarto. E estaria esperando com a porta aberta. Era isso. Shino respirou fundo ao parar na frente da porta do 4247. Não havia mais volta. Ele tocou a porta do quarto e a empurrou)

X

O número chamou até cair na caixa postal. Shino engoliu em seco, perguntando se aquela havia sido uma boa ideia. Acabou por suspirar, resignado, pois tentar novamente significaria desespero e tudo o que ele não queria parecer era deseperado ou afoito. Diabos! Ele não era assim? E ainda assim, aquela vaidade que todos os milionários possuem o permeava agora.

Queria aquele maldito encontro. Queria ser o prestigiado a dizer para os amigos o que havia encontrado no próximo jogo de pôquer.

Suspirou baixinho, retirando os óculos escuros no breu de seu leito. Foi quando o celular vibrou ao lado, no criado-mudo. Shino tomou um susto e a reação imediata foi apanhar o aparelho. O número era mesmo para o qual havia ligado. Uma única mensagem, três palavras:

“Qual o código?”

Shino não precisou olhar para o cartão novamente para saber. Apenas deslizou o polegar pelo teclado e permitiu que a palavra se formasse:

“Overdose.”

Demorou alguns minutos, mas a resposta chegou:

“Espero q esteja preparadx p se viciar em mim.

P.S: vc é a primeira pessoa a ter coragem d ligar p o número. Gz ;)”

Shino abriu um sorriso de canto, orgulhoso do próprio feito.

X

(Todo bom jogador deveria saber a hora certa para parar. E Shino deveria ter parado ali, com a mão sobre a folha da porta e ter dado meia volta. Porque o que aquela mensagem havia dito, era a mais pura verdade. E quando você se vicia em algo, era muito difícil largar. Quase impossível. Ele via pelos cigarros de Shikamaru. Pela adrenalina que Sasuke buscava constantemente colocando a própria vida em risco. E aquele era o seu vício. Talvez o pior de todos. Porque Shino simplesmente não queria voltar atrás. Apenas queria mais e querendo mais, seguia em frente. Não importava o que precisasse fazer)

X

Isso significava que Shino seria seu primeiro cliente? Não tinha certeza. Talvez a seleção se baseasse em algum tipo de prova ou em nada. Era difícil saber. Não quis se ater muito ao pensamento. Queria apenas que a noite seguinte chegasse para que pudesse ter o tão ansiado encontro.

E embora pensasse que não conseguiria dormir até o dia seguinte, mergulhou em um sono profundo e completamente isento de sonhos.

X

(Não conseguia mais dormir. Comer não parecia importante. Queria apenas a sua presença. O cheiro inebriante e selvagem. Os beijos que lhe tiravam o juízo. Já não mais trabalhava. Só queria sentir aquele êxtase inebriante novamente. Precisava. A abstinência o levaria à loucura)

X

Quando a porta do quarto do hotel se abriu, Shino esperava... bem, ele não sabia exatamente o que esperava. O quarto tinha uma disposição comum, dos quartos de um hotel luxuoso como ele esperava.

Havia uma cama de casal no centro, os lençóis de seda em tom creme bem esticados sobre ela. As cortinas brancas estavam fechadas, encobrindo a luminosidade que vinha das ruas movimentadas do centro da cidade. De resto, um frigobar, a suíte anexa e um sofá simples do mesmo tom dos lençóis. O suficiente para uma estadia confortável de curto prazo.

Mas Shino esperava que valesse cada centavo que desembolsaria por aquela noite, onde o quarto, segundo uma das mensagens que recebera, estava incluso.

A transferência havia sido realizada. Shino imaginou muito bem que poderia ser um golpe de Sasuke, uma piadinha como as que ele e Naruto costumavam fazer quando cursavam o colégio juntos. Eram amigos desde então, e talvez por isso Shino não se importasse tanto com os negócios da família Uchiha, embora não se envolvesse neles. Não fazia o seu tipo.

Olhou ao redor, imaginando se estava sozinho ali, pois o quarto parecia de fato vazio. Respirou fundo por um momento, sentando-se na cama, afundando no colchão e permitindo-se fechar os olhos.

Mal teve tempo de reagir quando sentiu um corpo cair sobre o seu. E seus lábios serem tomados por uma voracidade que parecia animalesca.

X

(Foi ali, ele tinha certeza. Naquele primeiro contato. No beijo profundo e afoito. Nos dentes afiados que mais pareciam presas e que deixaram o sabor de sangue em seus lábios. Foi ali, logo no primeiro beijo, que Shino sentiu o sabor daquela droga tão viciante que era a sua doce Overdose)

X

Shino apoiou-se nos cotovelos quando entreabriu os olhos, tentando entender a situação. Todos os seus instintos gritavam para que afastasse a pessoa que o havia agarrado daquela forma, mas seu corpo... ah, seu corpo queria outra coisa completamente diferente.

Não conseguiu ver a pessoa em cima de si, embora, pelo peso do corpo, supusesse não ser uma mulher. O fato de não ter conseguido se devia a uma mão que havia coberto seus olhos no momento em que tentara espionar. A outra mão segurava sua gravata de seda prateada, deslizando as unhas afiadas por ela.

Não vale espionar. – A voz rouca e abafada por sua própria boca fez arrepiar até mesmo os pelinhos de sua nuca. Shino suspirou, girando o corpo para que as posições fossem trocadas. A mão descobriu seu rosto, e um sorriso travesso tomou os lábios do homem que estava agora deitado sobre a cama, com um sorriso que não demonstrava inibição alguma. – Tch. Não sabe esperar?

O tom não era bravo ou nada do gênero. Apenas zombeteiro e provocante. Mas Shino estava mais preocupado em decorar os traços do homem diante de si. As maçãs do rosto que eram angulosas, o nariz fino, a pele bronzeada de sol, os cabelos castanhos curtos e rebeldes, arrepiados e despenteados. E o rosto, com duas marcas vermelhas pintadas que destacavam os olhos castanhos. O homem lambeu os lábios, deixando as presas em evidência e sentiu o sabor do sangue do outro. Não parecia nem um pouco arrependido de tê-lo mordido.

− Não gosto de ninguém me dando ordens. – sentenciou, os óculos escuros caindo para a ponta do nariz e demonstrando o brilho perigoso por trás dos olhos intensos.

Ah, tudo bem. – O outro homem sorriu de canto, puxando-o pela gravata novamente. Shino notou as unhas – não, as garras – afiadas em suas mãos. Não sabia se eram postiças ou não, mas conseguia imaginar o estrago que fariam. E que talvez gostasse daquilo. Seus rostos ficaram próximos, a imagem dele refletida em seus óculos escuros. – Posso?

Tocou o aro dos óculos; Shino anuiu com a cabeça e ele os removeu. Os olhos eram escuros e profundos como poços de meia-noite. O homem misterioso deixou que os lábios se curvassem para cima em um sorriso convidativo.

− Será que podemos nos divertir agora?

Em resposta, Shino o beijou, sem saber o motivo para se sentir tão inebriado por ele.

X

(Não soube seu nome, não recebeu um número de telefone, sequer um e-mail para contato. Era aquilo. Apenas aquela noite prometida. Pagamento efetuado. Fim. Shino não queria aceitar. Ele queria mais. Precisava de mais! Essa era a sua única certeza)

X

Era o sabor adocicado de morango em sua boca, Shino concluiu, com um leve toque de chocolate. Era a textura macia de seus lábios, as mãos firmes que pareciam saber exatamente o que estavam fazendo quando ele desatou sua gravata e começou a desabotoar os botões de sua camisa.

Shino só conseguia se concentrar no colete de couro preto que o outro homem usava. Aberto, deixando o peitoral evidente, os músculos bem alinhados de quem precisava do corpo sempre belo para ganhar a vida. As tatuagens pinceladas com maestria – os espinhos de um roseiral acompanhado das flores e as palavras logo abaixo deles, resultados de uma juventude agitada como ele próprio.

Suas mãos percorreram a musculatura até deslizarem para os passadores da calça do mesmo material do colete. Quando ergueu os olhos para encará-lo, o outro sorria.

− Não vai me dizer seu nome? – Shino perguntou, ajoelhado sobre ele enquanto desabotoava sua calça. A camisa já havia sido largada no chão, expondo a pele alva, tão contrastante com o dourado da pele do outro.

− E qual é a graça nisso? – O tom de voz provocante, sussurrado em seu ouvido, o deixou extasiado.

− É. Qual é a graça?

Shino virou o rosto para beijar o pescoço, ouvindo os gemidos do outro homem em seu ouvido. A voz grave tornando-se rouca, as garras se cravando em suas costas sem nenhum pudor. Shino gemeu, os dentes afundando na pele do outro quando sentiu as garras descendo por sua tez. O prazer que aquela dor lhe causava era algo que Aburame nunca havia pensado que poderia sentir.

Sexo, em si, sempre fora uma prática tétrica para ele. Necessária, mas tétrica. Havia outras coisas que o instigavam muito mais.

Mas ali, diante da presença daquele homem ferino, sentia como se não fosse ele mesmo. Como se outra pessoa movimentasse as linhas de seu corpo, desvendando nele desejos que até então estavam ocultos. Nunca, em toda sua vida, se imaginara nessa posição. Tampouco com um homem.

Mas agora seus lábios faziam uma trilha pelos ombros do outro e enquanto ele arqueava a cabeça para trás, sentia-se completamente envolvido por aquele cheiro inebriante e selvagem, como o orvalho da floresta no início da manhã, ligeiramente amadeirado.

− Você me quer? – A pergunta o pegou desprevenido, fazendo-o erguer os olhos para encontrar o rosto do outro deliciosamente corado. Ele lambeu os lábios, um sorriso luxurioso tomando seus lábios.

É claro que queria. Mas sequer valia uma resposta a ser dada quando Shino terminou de despi-lo, os lábios tomando os seus novamente com voracidade, sem se importar que os dentes, mais parecidos com presas do que com caninos, roçassem seus lábios cortando-os novamente. Sem se importar com o sabor do próprio sangue quando tudo o que queria provar era ele.

As mãos de Shino desceram pelas laterais do corpo dele até apertarem a carne das nádegas, ouvindo-o gemer no processo.

Era aquele som que saía de sua garganta, a forma como parecia tão expressivo e sempre, sempre o encarava sem pudor algum com aquele sorriso safado.

− Toma. – Shino segurou o frasco do lubrificante, espalhando-o sobre a mão esquerda. Enquanto o preparava, a mão direita alcançou o pênis já ereto do outro homem.

− Não vai mesmo me dizer seu nome? – provocou novamente, a boca descendo por seu maxilar enquanto começava a masturbá-lo. Ele gemeu algo ininteligível, fazendo com que Shino aproximasse a orelha de seus lábios.

“Que graça teria? Pode me foder assim.”

X

(Pagou investigadores particulares para que investigassem a respeito do cartão. Para que tentassem descobrir onde era feito. Pediu a amigos da polícia que rastreassem o número. Nada. Até que chegou ao desespero de ligar para Sasuke. Que ele pedisse ao irmão. Que se danasse. Alguém precisava encontrá-lo. Shino precisava dele. Precisava ao menos saber seu nome. Não podia mais ficar no escuro. Não)

X

A falta de pudor dele o excitava ainda mais. Sentia o próprio pênis pulsando dentro da calça e livrou-se das roupas que o incomodavam, encostando as costas na cabeceira da cama antes de puxar o outro homem para perto de si. Beijando suas costas, continuava masturbando ele enquanto penetrava o primeiro dedo para que ele se acostumasse.

O gemido que escapou dos lábios dele quase o enlouqueceu.

Vem com mais. – murmurou baixinho, a voz lânguida.

Shino penetrou outro dedo, sua boca fazendo uma trilha pelas costas marcadas por inúmeras cicatrizes que se perguntava se haviam vindo daquelas práticas sexuais violentas ou de outra coisa.

Mal sentia a ardência em suas costas, embora imaginasse que as marcas ali deveriam ter deixado trilhas com sangue. Não se importava.

Mais. – pediu o outro, quase como se implorasse. Shino retirou os dedos, enlouquecido pelo som daquela voz, pelo sabor de seus beijos e de sua pele.

Vestiu o preservativo, afoito como nunca estivera, e o penetrou, a princípio devagar para que se acostumasse com o tamanho avantajado de seu pênis.

Shino gemeu junto com o outro homem. Sentia como o próprio membro se adaptava dentro dele e quando começou a movimentar os próprios quadris, ele o acompanhou de maneira frenética. Louco, ensandecido de um jeito que Shino nunca havia antes provado.

Ele gritava, e gritando chegou ao ápice enquanto Shino o masturbava, preenchendo sua mão com o próprio sêmen.

Continuou os movimentos, quase como se o estivesse cavalgando, ato esse que incitou Shino a empurrá-lo contra o colchão, deixando-o de quatro. Quando o penetrou novamente, inclinou-se sobre ele, segurando seus cabelos com a mão esquerda.

“É assim que você quer que eu te foda?”

X

( O que foi que ele fez com você, Shino? – Sasuke havia questionado ao buscar pelo amigo. – Sabe que não tem volta, não sabe? Se eu te fizer esse favor...

Apenas faça. – Shino foi incisivo em sua resposta. – E o protótipo que seu irmão pediu, estará em suas mãos assim que eu tiver a localização dele e seu nome.

Sasuke o encarou por um momento, as olheiras evidentes por baixo dos óculos escuros. A postura um pouco curvada e a pele um pouco mais pálida.

Vou fazer o que está me pedindo, mas não pelo seu protótipo idiota. Se alimente, teme. Ou não terá sua resposta.

Shino não queria se alimentar. Pelo menos não daquilo que Sasuke pensava. Mas obedeceu ao amigo. Apenas porque era um pré-requisito para ter aquilo que tanto desejava)

X

Ele parecia gostar da maneira como Shino agarrava seus cabelos, puxando-os para trás de beijando seu pescoço enquanto aumentava a velocidade das estocadas. Shino sentiu o momento em que o orgasmo veio, acompanhado de uma explosão intensa de prazer que o fez cair com o corpo sobre o do outro homem.

O suor dos dois se mesclava, a respiração pesada enquanto se afastava para remover o preservativo, jogando-o na lixeira ao lado da cama. Permaneceram assim por longos minutos, apenas recuperando-se.

O sorriso selvagem ainda permeava os lábios do outro homem enquanto ele o encarava. Havia algo a mais naquele olhar, na maneira como ele levava as coisas que simplesmente tiravam Shino de si.

− Que tal continuarmos isso no chuveiro? – perguntou. – Preciso limpar minhas costas.

− Parece ótimo. – Girou na cama, as pernas entrelaçando-se na cintura de Shino e os braços firmemente presos ao seu pescoço.

Shino o ergueu sem dificuldade alguma, os anos treinando artes marciais como uma forma de manter o corpo sadio fazendo toda a diferença naquele momento.

Deixou que a água gelada tocasse seus corpos, sentindo a ardência nas costas enquanto o escorava na parede, beijando seus lábios com aquele sabor adocicado.

“Gosta de morangos?”

Não soube por que aquela pergunta deixou seus lábios quando se afastaram.

“E de outras coisas também.”

Suas pernas alcançaram o chão e ele se ajoelhou. Shino apenas sentiu quando ele abocanhou seu pênis, a língua passeando por toda a extensão enquanto a excitação dos movimentos o deixava ereto novamente.

Agora Shino compreendia o motivo de o código no cartão ser aquele. Pois estava prestes a ter uma overdose de prazer.

X

(Inuzuka Kiba, 28 anos, japonês. Não possuía residência fixa, migrando de um hotel para o outro com a vida que vivia.

Mas naquela semana, coincidentemente, estava hospedado no mesmo hotel em que haviam se encontrado, exatamente há dois meses.

O quarto não era o mesmo, no entanto. Mas Shino não se importava.

Enquanto subia pelo elevador, sentia o suor se acumular nas palmas das mãos novamente. Como se fosse a primeira vez)

X

Os dois acabaram jogados na cama depois de transarem novamente no chuveiro. Shino sentia-se exausto. Satisfeito, porém exausto. O outro homem o encarava, agora sem a maquiagem sobre o rosto. Parecia incorreto, como se faltasse algo nele.

− Vou pedir os morangos. – disse apenas, enquanto ligava para a recepção.

− Com calda de chocolate. – pediu. – Tenho uma ideia.

Shino apenas sorriu de canto. Aquele garoto selvagem parecia simplesmente insaciável.

Viciantemente insaciável.

X

(Parou diante do quarto novamente. Era como se sua mente passasse por uma sensação de intenso déjà vu. Não era o mesmo quarto, mas era o mesmo hotel. A mesma sensação. O mesmo nervosismo eufórico.

Shino tocou a porta do quarto e empurrou-a. Ela cedeu no mesmo momento e ele entrou, vendo-o deitado de maneira despojada sobre a cama, vestindo nada além de um robe.

Você demorou para me achar. – Kiba, agora identificado, disse com um sorriso nos lábios.

Sabe se esconder muito bem. – rebateu, aproximando-se.

Estive aqui o tempo todo. Apenas esperando você voltar.

Shino não disse mais nada. Apenas capturou os lábios dele em um beijo tão intenso quanto o primeiro havia sido)

X

Na manhã seguinte, estava sozinho no quarto. Aquela sensação de vazio o havia preenchido, como se algo faltasse. Sentia as costas doloridas nos pontos arranhados. Sentia o pescoço latejando de uma mordida que havia levado. Marcas. Espalhadas. Não se importava, no entanto.

Não havia nenhum cartão. Nenhuma pista.

Shino achou que ficaria bem. Mas era apenas o começo de um vício sem fim.

X

(Transaram como da primeira vez, daquele mesmo jeito selvagem, sem pudores, com mordidas e arranhões.

Não vai perguntar meu nome dessa vez? – Kiba questionou, manhoso e provocante. Shino apenas sorriu.

Qual seria a graça nisso?

Kiba sorriu de volta e o beijou, sabendo que ele estava completamente entregue. Completamente viciado em si)

X

¹ - All in é quando você aposta tudo no pôquer. Sequência é uma sequência seguida sem nipes iguais. Full House é uma sequência de uma dupla e uma trinca. Straight flush é uma sequência com nipes iguais. Royal Straight flush é uma sequência igual que vai do 10 ao ás.


N/A:


Quando conheci a Kaline, no ano passado, achei que só leria A Lei do Amor, que surtaríamos através dos reviews, e que passaria. Talvez eu fizesse algumas ShinoKiba pra ela em agradecimento, mas era isso.

Quando vi, trocávamos PM's todos os dias pela conta do Nyah. E depois nos falávamos pelo messenger. Agora no wpp e no telegram.

Não tem um dia que eu não veja algo que quero mostrar pra ela, ou que ela não me indique um novo anime ou venha com um novo desafio ShinoKiba.

Então, nada mais justo do que, no aniversário dela, eu presentear ela com o tão esperado lemon.

Eu me esforcei bastante nessa fic, porque ela realmente merece.

Espero que você goste, Kali, e quem chegou até aqui também!

E então, o que acharam do Kiba safado?

Até a próxima!

March 1, 2018, 9:46 p.m. 3 Report Embed Follow story
7
The End

Meet the author

Ariane Munhoz Dona de mim, escritora, louca dos pássaros, veterinária e mãe dos Inuzuka. Já ouviram a palavra Shiba hoje?

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Lays Santos Lays Santos
por um momento eu cheguei a pensar q o kiba era tipo um vampiro jkkk
September 17, 2021, 01:36
Políbio Manieri Políbio Manieri
"poços de meia-noite" COMO EU ADORO ESSAS COISAS Miga eu ainda não tinha visto esse esquema de narrativa cadenciado entre o presente e o futuro e que coisa fantastica! Definitivamente um casal que eu já gostava bastante e agora adoro! É sua primeira shiba que eu leio e menina que fogaréu foi esse... definitivamente combina com o kiba esse enredo! Adorei a maneira que você retratou todo o mistério da coisa e a segura obsessão que tomou conta do Shino na busca incessante pelo homem misterioso que não tem graça saber do nome - ainda mais quando o tal paradeiro dele era exatamente onde ele o tinha deixado da ultima vez SOS! Adorei, adorei cum força! To já correndo pra próxima!
March 16, 2018, 03:56

  • Ariane Munhoz Ariane Munhoz
    Poços de meia-noite é meu espírito animal pra olhos escuros. Mas se fosse o Lee, por exemplo, eu descreveria como olhos azeviche, ou escuros como pedras de carvão. Esse esquema de narrativa é a minha marca registrada. É visto em muitas histórias minhas, não só oneshots como em momentos críticos de fanfics longas também. Eu gosto muito de trabalhar assim. Então, você começou logo pelo meu lemon! Haha. Nem todas as minhas Shiba trabalham com lemon, na verdade esse é o segundo que escrevo. Mas eu fico feliz de saber que você curtiu. Eu adoro esse Kiba selvagem, com esse jeito todo possessivo e divertido, provocante. O tipo de uke que me faz berrar de alegria. Porque não consigo imaginar ele subjugando o Shino. Eu tentei manter o clima de mistério, mas o lance do nome foi meio que algo que eu fui percebendo lá pro meio da fanfic e decidi manter. Esse lance do paradeiro eu roubei de algum filme. Sabe lá Deus qual, mas eu achei muito legal e a memória veio na hora que tava escrevendo e decidi manter! Ainda preciso passar as outras fics pra cá, mas me falta paciência kkk Obrigada pelo carinho, mama! March 16, 2018, 21:19
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