alicealamo Alice Alamo

Quando encontrou aquele homem estranho e belo na Igreja, Naruto sabia que sua noite iria mudar, mesmo contra sua vontade. No final, estava ciente de que algo estava errado, mas ele só sabia implorar mais pelo prazer dos toques alheios.


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#lemon #yaoi #sasunaru #naruto-sasuke #naruto #ua
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Capítulo Único


A saída do hospital foi silenciosa, embora o som dos bips dos aparelhos ainda estivesse em sua mente. Um longo e interrupto som agudo que indicava o fim da vida.

Naruto não se importou com a chuva que caía. Sua esposa havia acabado de morrer. O pai dela, seu então ex sogro, chutara-o do hospital enquanto gritava insultos e o culpava por tudo. Mas não era sua culpa, sabia que não poderia ficar de olho em Hinata todo o tempo, sabia que não tinha como impedir todas as novas tentativas de suicídio, sabia que algo maior a conduzia passo a passo para a morte. E agora ela estava morta.

O frio deixava seu corpo ainda mais fraco. O vento forte o obrigava a colocar o braço na frente do rosto e roubava assim suas lágrimas.

Inerte. Movia-se puramente por inércia. Sofria por Hinata, mas, de certa forma, já estava conformado. Era duro admitir, contudo estava ciente de que uma hora a situação ficaria insustentável para ela.

Entrou na igreja. As portas pesadas davam a impressão de quererem dificultar sua visita, dizendo-lhe que não era digno de tal acolhimento. Mesmo assim, entrou.

O altar decorado estava logo à frente, iluminado pela fraca luz que passavas através dos vitrais e pelas velas cujas chamas balançavam com o vento que adentrava a construção. A melancolia do ambiente abraçava a dor de sua alma, e Naruto sorriu triste para as esculturas e para os quadros que o acompanhavam enquanto avança na igreja.

O cheiro da madeira era familiar. Seus dedos se arrastavam pelos bancos, lembrando-o de como era a textura. A última vez que estivera ali fora para seu casamento e ainda conseguia de lembrar de cada detalhe...

Casara-se com Hinata aos dezenove anos, uma atitude desesperada a fim de ajudá-la com a depressão. Casamento na Igreja, festa em um lugar aberto e bonito, com convidados alegres, amigos rindo, um fotógrafo contratado de última fora, um bolo imenso e uma felicidade que não cabia no peito. Por seis anos, aquilo funcionou. Porém, no sétimo ano, após os médicos decretarem com todas as letras que Hinata era infértil e que não poderia gerar um filho, tudo voltou à estaca zero.

Foi como assistir à ruína de um frágil castelo de cartas...

Naquele dia, as palavras dos médicos haviam sido o atestado de óbito da esposa.

Psicólogo e psiquiatra nenhum foram capazes de alcançar Hinata depois daquela notícia. Nem mesmo Naruto conseguia a atenção dela. Hiashi, seu sogro, não aceitava. Ele gritava aos quatro ventos que era ele, Naruto, o problema, o inútil, aquele que lhe tirara a primogênita de casa e a fazia infeliz.

E, então, depois de três anos de namoro, de oito anos de casado, tudo havia finalmente chegado ao fim.

As lágrimas escorriam silenciosas, uma atrás da outra. As velas e as paredes isolavam Naruto do frio externo, mas isso também só o deixava mais consciente de suas roupas encharcadas. As pessoas, poucas, oravam baixo, ajoelhadas e imersas nos próprios sentimentos. Naruto agradeceu pela falta de atenção que recebia e, assim, foi até um dos bancos vazios, próximos ao altar, e se ajoelhou ali. Juntou as mãos, apoiou a cabeça nelas e desfrutou do silêncio.

Não orou, não pediu ajuda ou perdão, apenas permaneceu ali até que a noite caísse.

— Dia difícil?

Era consigo? Não, não queria que fosse. Mas com quem mais seria estando a voz tão próxima dele? Ergueu a cabeça, olhou para o lado e encontrou um estranho qualquer. Ele o observava, parando sua atenção na poça d’água ao seu redor. Suspirou, levantando-se para se sentar no banco e só então notar os joelhos doloridos pela posição anterior.

O homem ao seu lado usava um sobretudo negro e luvas de couro marrom. As pernas estavam cruzadas displicentemente enquanto o sorriso brincava nos lábios rubros. Bonito, elegante, com ar ébrio e morno. Perdeu-se mais tempo que o natural o olhando com certo fascínio.

— Ele te respondeu? Digo, o cara lá de cima. Você já está aqui há muito tempo.

A pergunta tinha lhe parecido deboche... Naruto respirou fundo e encarou os olhos negros do desconhecido.

— Se não crê, o que faz em uma igreja?

O estranho franziu o cenho, fingindo pensar enquanto passava os dedos pelo cabelo escuro, desalinhando os fios curtos.

Belo. Foi o pensamento que invadiu a mente de Naruto de repente. Problema. Foi a certeza que o sorriso de canto do outro lhe deu.

— Gosto da arquitetura, dos vitrais, dos quadros, das esculturas, da tristeza que aqui se concentra. Ah, e adoro quando tocam o órgão. Já ouviu? É de arrepiar até o próprio demônio. — Riu-se. — Mas, além disso, venho aqui porque, de vez em quando, acho alguém interessante. Sou Sasuke. — Estendeu a mão.

Sasuke? Conhecia aquele nome. Conhecia? Sim. Encarou-o, sem muito ânimo, e apertou-lhe a mão. Conhecia aquele nome? Não lembrava. Conhecia? Não.

— Naruto. Não acha a Igreja um local um tanto quanto fora do comum para flertar com alguém?

— Não. Pelo contrário, as pessoas aqui sempre estão mais suscetíveis à minha aproximação. Veja você! Já está até conversando comigo. Agora me resta saber se não prefere sair daqui para tomarmos alguma coisa em um bar aqui perto. Garanto que sou melhor ouvinte do que o cara lá de cima.

— Não, obrigado. — Naruto virou o rosto para frente e fechou os olhos.

— Nem uma chance?

— Estou de luto se não se importa — respondeu seco. — Além disso, serei uma péssima companhia para você essa noite.

— Luto? — Sasuke repetiu baixo. — Meus pêsames.

Naruto não pareceu o ouvir. Sasuke retirou o casaco e o dobrou no braço. Inclinou-se na direção do outro e tocou-lhe o ombro. Os rostos ficaram próximos, o silêncio, estranho. Naruto piscou, confuso, parecendo ser atraído pelos ímãs dos olhos alheios enquanto o perfume dele se fazia presente. A iluminação que vinha através dos vitrais e das chamas das velas deu um brilho avermelhado aos olhos de Sasuke e acariciaram a pele branca, dando-lhe um aspecto encantador, no mínimo.

— Quinze minutos — Sasuke sussurrou. — Me dê quinze minutos e, se mudar de ideia, entenderei e o deixarei em paz para ficar, sozinho, encharcado, remoendo essa dor e, cada vez mais, infeliz. Quinze minutos — Sorriu, passando os dedos pelo rosto de Naruto lentamente. — e eu te garanto que te faço esquecer esse sofrimento por um tempo e, ainda por cima, gravo em você uma lembrança inesquecível.

Acompanhou-o. Por algum estranho motivo, Naruto se levantou e decidiu seguir Sasuke para fora da igreja.

O bar a que se dirigiam pode ser avistado rapidamente. Amaterasu era o nome e, talvez pelo fato da fachada do lugar combinar tanto com a aparência de Sasuke, Naruto estranhou. Parou na frente do estabelecimento enquanto a mão de Sasuke repousava sobre a maçaneta. Só pela entrada, já sabia que aquele era um lugar bem caro.

— Vamos? — Sasuke lhe dirigiu um olhar de incentivo. — Não se preocupe, é por minha conta. Quinze minutos, lembra-se?

Naruto suspirou, contrariado, mas desistiu. Sasuke não parecia ser do tipo que voltava atrás com a palavra, então esperaria os quinze minutos e, depois, iria o mais rápido possível para casa, onde uma xícara de café e uma cama quente o esperavam.

A música do lugar era lenta, com batidas firmes e graves enquanto a voz melódica de uma mulher envolvia os clientes e os fascinava. Uma mistura de luxo e sedução talvez. Os dançarinos moviam-se devagar, imersos na coreografia enquanto olhos, vorazes, os cobiçavam e admiravam. Os garçons andavam discretamente entre as mesas, quase como sombras, e Naruto teve que engolir em seco ao admitir que gostara, e muito, do ambiente. Quer dizer, “gostar” não é bem o verbo. Tinha algo errado ali. Era bonito demais, sedutor demais, confortável demais. Naruto quis se sentar em uma das mesas do canto, aquelas com banco almofadado, fechar os olhos, deixar que a música o fizesse se esquecer dos problemas.

Como se ouvisse seus pensamentos, Sasuke parou atrás de si, com as mãos em seus ombros e o empurrou delicadamente na direção de uma mesa afastada.

— Posso recomendar uma bebida? — Sasuke perguntou.

Naruto assentiu, e Sasuke apenas ergueu o braço para pegar dois dos copos que um dos garçons oferecia a ele.

— Ao seu luto! — Estendeu o copo.

Naruto fez uma careta de desagrado, porém pegou o copo. Agitou o líquido claro e olhou, desconfiado, para Sasuke antes de aproximar o copo do rosto. A falta do cheiro de álcool, exatamente como preferia que fosse sua bebida, o fez franzir o cenho, e Sasuke sorriu ao tomar um breve gole da dele.

O sofá, confortável, obrigava-o a se sentar quase que ao lado de Sasuke. O formato era circular, porém não chegava a formar um “U” ou um “O” por completo. Dessa forma, a distância entre os dois era de um braço, o que, para ele, naquela situação, parecia muito pouco.

— Há quanto tempo estava casado? — Sasuke colocou a bebida na mesa e recostou-se no sofá, apoiando os braços sobre a borda superior.

— Muito tempo.

— Você é muito jovem para uma resposta como “muito tempo”.

Naruto desviou o olhar, sem querer responder. A visão da outra mesa próxima pareceu mais interessante, quer dizer, até a mulher se abaixar, sumindo enquanto o homem que a acompanhava levava as duas mãos ao meio da perna em movimentos sequenciados e característicos. Arregalou os olhos e o rubor tingiu-lhe a face. O toque da mão de Sasuke em seu queixo virou-lhe o rosto e, com um sorriso malicioso e olhos repletos de diversão, ele lhe disse:

— Não encare, é falta de educação, não te ensinaram isso na escola?

— Acho que... — Engoliu em seco, sem saber o que dizer.

— Acha que... — Sasuke o incentivou, sem parar de tocá-lo e se aproximando.

Tinha algo errado. Naruto percebeu quando os olhos de Sasuke brilharam e quando, sem explicação alguma, uma vontade de corresponder ao toque em seu rosto surgiu. O coração estava acelerado e, de alguma forma, parecia que o outro estava ciente de todas as suas reações. Os olhos pesaram, uma moleza o atingiu. As luzes do lugar piscavam, e uma delas os iluminou. Afastou-se quando uma focou o rosto de Sasuke em um flash.

Sasuke estreitou o olhar e arrumou a postura, apoiou os braços sobre a mesa e estalou os dedos.

— Acho que você precisa relaxar, Naruto.

Mal as palavras tinham saído da boca de Sasuke e Naruto viu dois dançarinos se aproximarem da mesa, uma mulher e um homem. Mesmo que não fosse de seu feitio, os olhos o desobedeceram e correram pelos corpos em uma rápida análise, movidos pelas roupas que os moldavam sensualmente. Sasuke entendeu a mão para a mulher loira, que se sentou sobre a mesa, de frente a ele e com as pernas abertas, deixando à vista tudo o que a saia preta solta “escondia”. Naruto olhou alarmando para os lados, envergonhado, mas ninguém parecia reparar neles. Como? Nada. Nenhum olhar das outras mesas, nenhuma fala indignada, nenhuma reação nem mesmo quando Sasuke desceu as alças da blusa vermelha da dançarina e lhe expôs os seios antes de chupá-los.

Naruto abriu a boca em choque, o corpo ficou subitamente quente enquanto os olhos vermelhos o faziam refém. Seu queixo foi tocado com delicadeza pelo outro dançarino e, então, os lábios dele tocaram de leve os seus. As mãos quiseram afastá-lo, mas não conseguiam se erguer. O barulho de Sasuke beijando ou chupando o corpo da mulher roubava sua atenção a ponto de não notar quando o dançarino se sentou em seu colo e passou a beijar seu pescoço enquanto lhe tirava o casaco e abria a camisa.

A leve tontura o fez piscar, confuso, e ele gemeu com o rebolar sobre seu membro. Subitamente, a vontade de beijar o dançarino surgiu e não desapareceu até que o segurasse pelos cabelos ruivos e o trouxesse para si.

O que estava fazendo? Não sabia. Por que estava fazendo aquilo? Não tinha ideia, mas certamente estava fora do seu controle.

Apertou as nádegas do dançarino com força, sua boca ardeu com os dentes dele o mordendo, mas isso só fez um arrepio descer-lhe pela espinha e o deixou ciente do membro endurecendo. Abriu os olhos, assustado, e viu a camiseta rubra do dançarino no sofá. Tocou-o, relutante, como se quisesse e não quisesse fazer aquilo. Tinha algo errado. Por que estava tocando aquele corpo? Por que lhe beijava o torso nu e chupava os piercings nos mamilos? Por que arranhava as costas dele e sorria com os gemidos excitados? Por que mesmo estava naquele lugar?

— Senhor Uchiha!

Olhou na direção do gemido feminino. Deitada completamente sobre a mesa, com a saia erguida e as meias rasgadas, a dançarina se contorcia e gemia, corada e ofegante, enquanto Sasuke a chupava. A expressão de prazer no rosto dela o fez ofegar. Ficou tão entretido na cena e no olhar divertido que Sasuke lhe direcionava que não percebeu o dançarino se ajoelhando entre suas pernas. Sua camisa estava aberta, e o casaco, sobre o sofá, beijos molhados eram espalhados por seu tórax e abdômen enquanto sua ereção recebia toques lentos sobre o tecido da calça.

— Já chega, Gaara — Sasuke se pronunciou. — Venha ajudar Ino, eu cuido desse aí.

Naruto piscou várias vezes. O cérebro se esforçava para voltar ao normal à medida que o dançarino se afastava e se debruçava sobre a mulher na mesa. A mão de Sasuke em seu braço o fez se levantar alheio à própria vontade.

— Quer assistir? — Sasuke riu em seu ouvido e o abraçou por trás.

A voz tinha sumido, o calor que irradiava da pélvis aumentou quando o dançarino deitou a mulher de bruços na mesa e a penetrou. O coração bateu acelerado. Nada fazia sentido! A confusão permitiu que Sasuke o puxasse dali, guiando-o por corredores que Naruto juraria não estarem naquele lugar antes. O som da tranca na porta lhe trouxe um momento de lucidez e recuou conforme Sasuke se aproximava, livrando-se do casaco. Não havia nada naquele cômodo, por que estava ali, naquela sala vazia?

— Preciso ir embora — sussurrou, mas os olhos vermelhos pareciam forçar seus pés a ficarem parados.

— Precisa? — Sasuke sorriu malicioso e estalou os dedos.

Naruto viu ele desabotoar as mangas da camisa e tirar as luvas, tudo com extrema lentidão e de modo que o fazia querer acompanhar cada mísero movimento. As roupas foram deixadas no chão, e a mão em seu peito o empurrou para trás a fim de sentá-lo na cadeira logo atrás de si.

Cadeira?

— Preciso — falou ainda mais baixo.

Sasuke arqueou a sobrancelha e puxou levemente os cabelos de Naruto. A língua estalou no céu da boca e os rostos ficaram tão próximos que se mover se tornou impossível, a menos que Naruto quisesse beijar o outro.

— Ah, jura? — Sasuke lambeu os lábios de Naruto com lentidão. — Agora? Logo agora, Naruto?

Naruto tremeu e fechou os olhos.

— Eu...

— Você...

— Pre-preciso...

— Não precisa — Sasuke sussurrou.

— Não...?

— Não — Sasuke respondeu firme ao tocá-lo no rosto.

Naruto o encarou. Os lábios secos pediam pelos do outro, bem como o corpo quente e excitado. A mente parecia ter se calado com o toque em sua face e com os dedos a invadirem sua boca. Gemeu, deslizando a língua pelos dígitos e chupando-os quando percebeu que Sasuke os afastaria de si.

— Você não precisa — Sasuke sussurrou, lento, e aproximou-se de forma que o nariz encostou no de Naruto em uma leve carícia.

— Eu... não preciso — ele murmurou desnorteado.

Sasuke sorriu com a resposta e, enfim, segurou Naruto pela nuca para beijá-lo. Não tinha mais volta. O beijo quente iniciado fez Naruto gemer em deleite e a mão de Sasuke em seus cabelos fazia seu corpo se arrepiar em expectativa. Até mesmo o som dos beijos estalados e da respiração cada vez mais ofegante drenava seu sangue à pélvis, e seu membro se endurecia ainda mais sob o tecido da calça.

Penumbra. Não havia luz ali a não ser a que entrava pelas cortinas escuras e mal iluminavam o quarto, mas a imagem de Sasuke se sentando sobre seu colo ele pode ver perfeitamente. O corpo era quase como o seu, e se encaixam de forma harmônica enquanto as línguas percorriam uma a outra, explorando a boca, seduzindo... Suas mãos queriam tocar Sasuke, precisavam, queimavam por isso, por apertar-lhe as coxas e subir ao quadril, puxando-o para si a fim de esfregar as ereções.

E Sasuke riu baixo enquanto abria os olhos para admirar a face de Naruto. Rubra, encantada com tão pouco. Espalmou o peito dele, com as duas mãos e terminou de retirar a camisa que Gaara havia deixado aberta. A pele bronzeada o fez salivar, e o som do pano ao tocar o chão coincidiu com a exclamação de deleite arrastada e presa em sua garganta. Lambeu os lábios e mordeu de leve o queixo de Naruto. Rebolou, movendo o quadril para frente e para trás para atritar as calças e, assim, as ereções que clamavam por alívio.

O quão delicioso era ouvir Naruto ofegar baixo a cada movimento e apertar seu corpo mais desesperado, o quão lindo era ver o rubor colorir as bochechas e contrastar com o desejo tão explícito nos olhos, o quão delicioso era aquele homem!

Facilmente, seus dedos acharam o caminho para os cabelos loiros e os puxaram para trás ao mesmo tempo em que descia os beijos ao pescoço de Naruto.

— Sasuke...

Sasuke sorriu contra a pele quente. A língua subiu do pescoço à base do ouvido, e mordidas leves voltaram pelo mesmo trajeto antes das bocas se encontrarem afoitas. A energia que tanto o abandonara nos últimos dias, vagando pelas ruas sozinho e maldizendo o própria plano, voltava aos poucos a cada beijo e gemido que conseguia arrancar do outro.

Levantou-se, sem quebrar o beijo e colocou uma perna entre as de Naruto para as afastar. Aos poucos, conforme descia os beijos pelo pescoço, tórax e abdômen, ajoelhava-se e, mal havia tocado os joelhos no piso, suas mãos já abriam a calça de Naruto e a desciam em um único movimento.

Naruto umedeceu os lábios e focou o teto negro, parando o olhar no lustre caro que não havia notado estar ali.

Algo estava errado.

— Não... — sussurrou, de repente, sem muita voz ou força.

Sasuke ergueu a cabeça e deslizou os lábios sobre o tecido da cueca que Naruto vestia, demorando-se na região que cobria a glande do pênis endurecido.

Naruto voltou a atenção a ele, engolindo em seco com a impaciência e a luxúria nos olhos vermelhos. Sua respiração acelerada o deixava desconfortável e moveu-se para trás, tentando se ajeitar e se afastar da respiração quente de Sasuke contra uma área tão sensível de seu corpo. As mãos seguraram nas laterais da cadeira enquanto Sasuke se distanciava de seu corpo para retirar a camisa e o cinto que vestia.

— Algo errado? — Sasuke sorriu de canto ao apertar a ereção de Naruto com uma mão e brincar com o elástico da cueca com a outra.

A mente de Naruto gritou sim no mesmo momento em que o corpo e o gemido que escapou de seus lábios sussurravam o não sedutoramente para sua razão.

— Naruto...

A voz tão rouca... Ela invadia os ouvidos e parecia agir como um anestésico, um paralisante para os pensamentos inúteis, e foi assim que Naruto acabou levando as mãos dos ombros aos cabelos de Sasuke enquanto sua cueca era totalmente retirada.

— Ah...! — gemeu alto assim que a boca morna envolveu por completo sua ereção.

Sasuke gemeu deliciado ao tê-lo na boca. A língua percorreu a extensão do membro endurecido, e os dentes raspavam de leve na pele e brincavam com a glande. As unhas arranhavam as coxas de Naruto com mais força que o necessário, mas era daquele modo que gostava, era daquele modo que Naruto gemeria mais e mais, emitindo uma doce aura de luxúria que agora envolvia Sasuke e arrepiava-lhe da base da coluna à nuca.

Naruto ora apertava os fios negros do cabelo de Sasuke ora a cadeira ora passava as mãos pelo rosto, movendo os quadris em busca de mais contato, tentando ir mais fundo na garganta de Sasuke. A pressão era deliciosa, o barulho estalado o fazia suspirar toda vez, e a língua a brincar com a pequena fenda da glande o ensandecia. Chegou a perder o controle das poucas ações de que ainda se lembrava poder executar, puxava Sasuke para si e aumentava o ritmo das estocadas, respirava descompassadamente enquanto as costas se curvavam, o corpo inquieto e na ânsia pelo prazer que vinha independentemente do que Sasuke fizesse.

A garganta seca fazia com que a voz a arranhasse toda ao sair rouca, chamando pelo nome do outro como se já estivesse habituado a fazê-lo. A vibração em torno de seu membro mostrava o quanto aquilo divertia Sasuke, que, com o passar do tempo, parecia chupá-lo com mais gula, com mais fome, com um desejo que nunca antes tinha experimentado. A mão dele envolvia, às vezes, a base de sua ereção, masturbando-o e piorando seu estado já crítico.

Queria gozar, queria afundar a mão nos cabelos negros e afundar-se nos lábios quentes enquanto seu prazer preenchia aquela boca que ousava lhe sorrir depravadamente de vez em quando.

Como se lesse seus pensamentos, Sasuke apoiou-se em suas coxas e respirou fundo antes de colocar a língua para fora e, primeiro, chupar-lhe demoradamente a glande para, depois, deslizar, lábios e língua, lentamente por toda sua extensão, fingindo engoli-lo ao final e chupando-o com força na volta.

— Ah, Sasuke! Ah...!

O sêmen veio de uma única vez, e Sasuke continuou a chupar Naruto mesmo enquanto ele gozava em sua boca. Engoliu o quanto pode, rindo baixo ao sentir o corpo do outro tremer pelos espasmos. Gemeu e apertou a própria ereção ainda reclusa pela calça. Olhou para Naruto e mordeu o lábio inferior com o olhar perdido que ele exibia. Seus dedos percorreram-lhe a pélvis, espalhando o sêmen que havia caído ali só para assistir à pele se arrepiar ao assoprá-la.

Levantou-se, lambendo os lábios e a mão. Estalou os dedos e sorriu ao deixar a calça cair pelas pernas. Inclinou-se sobre Naruto e passou a mão pelo rosto dele. Os olhos azuis se fixaram em si, e o beijou antes que a lucidez voltasse. Puxou-o e o ajudou a ficar de pé.

Naruto passou os braços ao redor do pescoço de Sasuke enquanto era beijado profunda e lentamente. Suas pernas tremiam, fracas, e seu corpo todo parecia mole enquanto caminhava para trás e caía sobre o colchão macio.

Cama?

Sasuke sentou-se sobre o quadril de Naruto e os olhos brilharam de desejo enquanto o observava.

— Você... — Naruto sussurrou ao tentar se sentar.

— Eu... — Sasuke o incentivou e segurou-lhe o queixo, aproveitando-se para roubar beijos breves, curtos, sem muita pressão.

— Não...

— Sim — Sasuke ditou e o segurou com força pela nuca para aprofundar o beijo.

Retirou a cueca que vestia e se arrastou para fora do colo de Naruto. A pele dele se arrepiava facilmente e era mais do que impossível se conter para não a marcar por onde sua boca e mãos passavam.

Abriu-lhe as pernas e as ergueu. Riu com o rubor que voltou ao rosto de Naruto e não se demorou em abaixar-se. Manteve as pernas abertas e erguidas enquanto mordia as nádegas demoradamente. Seu corpo clamava pelo de Naruto, implorava para consumi-lo, para tê-lo, e, a cada novo toque íntimo, a cada novo grito por seu nome, a febre que o tomava ficava ainda pior.

Lambeu o vão entre as nádegas e chupou o orifício rosado. O desejo queimava dentro de suas veias, seus sentidos eram todos feitos para aquele momento! A visão de Naruto a se contorcer nos lençóis, a audição que captava os gemidos lânguidos e a respiração ofegante, o olfato que lhe permitia sentir o aroma da pele e do suor, o tato que o deixava apertar Naruto, arranhá-lo, ter-lhe o corpo contra o seu, e o paladar que ainda estava impregnado com o prazer que havia sorvido.

E isso tudo só acontecia porque era ele, porque era Naruto, porque era exclusivamente ele! Só por isso estava ali novamente, lambendo-o e enfiando a língua naquela cavidade apertada que logo o receberia.

Naruto fechava os olhos e tombava a cabeça de um lado para o outro. O corpo respondia com extremo prazer a Sasuke, e era difícil conter a voz que sussurrava apelos desconexos. De súbito, as próprias mãos seguraram as coxas e as afastaram para que Sasuke tivesse mais acesso a seu corpo. A boca também se abriu, pronta para receber os dois dedos que lhe eram novamente oferecidos. Chupou-os e os umedeceu da melhor forma que podia. A saliva escorria por sua língua para os dígitos e chegava a escapar pelo canto dos lábios.

Sasuke retirou os dedos da boca de Naruto e circundou a entrada dele, entrando de uma única vez

Naruto arqueou a coluna e abriu os olhos, gemendo junto de Sasuke naquele momento.

Algo estava errado, mas os dedos a se moverem dentro de si não o permitiam pensar, a mão que manuseava seu membro não o permitia falar nada a não ser o nome daquele que o governava. Algo estava errado, e ele só sabia implorar por mais prazer.

— Sasuke...

Sasuke ergueu a cabeça e abriu os dedos no interior de Naruto.

— Por favor...

Havia chegado a hora?

— Sasuke, por favor... eu-

Havia.

Sorriu abertamente e lambeu os lábios em expectativa. Retirou os dedos do interior de Naruto, retirou a própria cueca e sentou-se na cama.

— Naruto, venha cá...

Aquela voz... Naruto estava perdido com aquela voz fazendo aquele tipo de pedido de uma forma tão ébria. Seu corpo moveu-se por instinto, arrastando-se na cama até o outro para sentir as mãos dele em sua cintura, puxando-o para se sentar no colo dele.

— Você sabe o que fazer — Sasuke sussurrou, mordendo o pescoço de Naruto enquanto o masturbava.

Naruto se ergueu minimamente e segurou a ereção de Sasuke para direcioná-la a seu interior. Desceu lentamente, com as mãos nos ombros de Sasuke e os olhos voltados ao teto em êxtase.

— Isso... Assim... — Sasuke gemeu e puxou o corpo de Naruto para baixo.

Sasuke mordeu o lábio inferior a ponto de sentir o gosto raro do próprio sangue. As mãos na cintura de Naruto o obrigavam a rebolar enquanto descia sobre sua ereção, e revirava os olhos diante da pressão e do calor a que estava se submetendo. A aura de Naruto era quente, vibrava em luxúria e se expandia a cada centímetro que Sasuke ganhava no interior dele.

Naruto choramingou, impaciente, descendo por completo e gritando. Sasuke o segurou pela nuca em um gemido mudo e perplexo.

Algo estava errado. Naruto sentiu um frio lhe envolver diante do brilho rubro, forte e vibrante dos olhos de Sasuke naquele momento. Mesmo assim, deixou que ele apertasse sua cintura e o ajudasse a subir e a descer, cavalgando primeiro em um ritmo lento e, depois, em uma confusão de sentimentos e sensações.

O que estava acontecendo? A próstata atingida roubou-lhe a resposta. Como fora parar ali? A expressão de prazer de Sasuke o distraiu dos pensamentos. Tinha algo errado? O prazer e a fraqueza que o acometiam entravam em conflito nessa hora e não lhe forneciam resposta alguma.

Os olhos estavam úmidos e só percebeu que chorava quando Sasuke passou a beijar cada lágrima e a rir contra sua pele enquanto o estocava fundo e firme.

— Mais... Mais...

Sasuke arqueou a sobrancelha e o empurrou contra o colchão, virando-o e o colocando de quatro. Sem pausa, penetrou o corpo quente e arranhou-lhe as costas e coxas. A respiração ofegante era cômica, sentira falta de ouvi-la dessa forma e beijava a pele das costas e da nuca de Naruto em agradecimento por aquilo. Seu membro era pressionado por todos os lados, a cada anel daquela cavidade quente, estreita, maravilhosa. Quis ir mais rápido, quis se afundar tanto em Naruto e a ponto de consumi-lo todo de uma única vez! Masturbava-o, manuseando o membro pulsante enquanto espalhava o pré-gozo por toda extensão e sentia Naruto tremer.

Ele era tão lindo... Tão belo, tão doce, tão delicioso, tão viciante...

As vozes se misturaram no ar impregnado pelo cheiro de sexo e suor. O orgasmo veio tão certeiro quanto uma sentença de morte dada a um réu obviamente culpado. Sasuke sentiu a mão úmida, quente, com o esperma de Naruto e gemeu ao ouvido dele quando também atingiu o ápice, derramando-se até a última gota dentro de Naruto.

Vibrava, suas células estavam excitadas e pareciam vibrar tanto que a sensação de formigamento dominou o corpo de Sasuke enquanto ele se retirava lentamente de Naruto. De joelhos, fechou os olhos e desfrutou a sensação de estar vivo novamente e com energia novamente.

Naruto suspirou e mexeu-se nos lençóis. Encolheu-se com o frio que começava a abatê-lo e fixou os olhos em Sasuke que se inclinava para tocar seu rosto.

— Senti tanto a sua falta, Naruto...

Havia algo errado, estupidamente errado, mas Naruto não conseguia raciocinar o que era. A moleza que o abatia parecia conhecida, como se já a houvesse sentido antes.

— Não feche os olhos — Sasuke sussurrou e puxou Naruto para seu colo, aninhando-o como a uma criança. — Não feche os olhos ou morrerá, Naruto.

Sem saber o motivo, acreditava, o corpo já quase inerte dava sinais de que não o conseguia mais controlar como deveria. Viu Sasuke morder o próprio punho e sangue começar a escorrer lentamente pelo braço. A mão em seu cabelo o segurava ao mesmo tempo que acariciava, e Naruto só pode virar o rosto quando o sangue chegou perto o suficiente de seu rosto para sentir-lhe o aroma.

— Beba. Só um pouco e será salvo, Naruto...

— Salvo?

— Salvo. Você sofre, não precisa sofrer. Você anseia pelo prazer, eu posso oferecê-lo. Você quer sumir desse mundo, posso garantir isso, basta você beber... — Sasuke sussurrou lentamente o discurso já ensaiado.

— Demônio... — Naruto sorriu melancólico e riu sem humor.

— Posso ser um anjo se quiser, é só imaginar que estou te salvando — Sasuke sorriu cínico e manteve o braço próximo à boca de Naruto. — Venha, venha para mim, Naruto...

Naruto quis rebater, e até mesmo discutiria, enumerando as várias razões pela qual nunca cederia a um demônio ou os motivos pelo qual gostava da vida apesar de sofrer tanto nela, mas não conseguiu, não pode dizer nada porque, mais uma vez, Sasuke, ao deixar aquele humano que tanto queria à beira da morte para conseguir transformá-lo, havia passado um pouco do limite. Assim, era com os olhos arregalados e uma expressão de tédio e desagrado que assistia, pela segunda vez, a Naruto morrer em seus braços.

Ok, tinha drenado energia demais dele, de novo.

Sasuke estalou os dedos e, em um instante, o quarto todo voltou a ser um cômodo vazio. Deitou Naruto no chão e, impaciente, deixou que algumas gostas de seu sangue caíssem sobre ele. Fechou os olhos e, quando o vento surgiu naquele quarto fechado, bateu palmas uma única vez.

Talvez se contasse a qualquer outro demônio o que fazia, nenhum deles acreditaria, nem mesmo seu irmão com quem governava todos os outros, mas a verdade era que havia se apaixonado por aquele maldito humano de uma forma que chegava até mesmo a questionar o seu axioma preferido que dizia que demônios nada sentiam além de prazer e ódio. E bem... Agora estava ali. Onde? Naquele maldito casamento de Naruto com Hinata, pela terceira vez.

— Sorria, Naruto! — a mulher falava.

Sasuke segurou melhor a câmera em suas mãos e a posicionou adequadamente para tirar a fotografia. Após várias fotos, de se obrigar a ouvir os convidados, os parentes, perguntava-se como não tinha simplesmente mandado toda aquela gente para o inferno.

— Aqui, você merece — Naruto disse ao seu lado, como Sasuke sabia que ele diria ao lhe oferecer, de novo, como das outras duas vezes no passado, uma taça de champanhe. — Fico muito grato que tenha aceitado o pedido de Hinata para ser o fotógrafo hoje! O que tínhamos contrato se acidentou ontem à noite — É, disso Sasuke sabia muito bem. — Você salvou o dia! — Oh, ironia. — É, é isso! Obrigado.

Sasuke bebeu um breve gole do champanhe e virou-se para Naruto enquanto o ouvia se distanciar. O líquido de sua taça ficou rubro de repente e um sorriso brotou em seus lábios enquanto Naruto dançava com a ex defunta. Teria Naruto, por completo, só precisava saber de uma nova estratégia.

Matar o filho não havia dado certo, matar Hinata não havia dado certo, então como infernizaria a vida de Naruto dessa vez para que lhe quebrar o espírito e fazê-lo dançar consigo pela eternidade? Tinha que pensar, mas tudo bem, tinha tempo para isso, tinha toda a eternidade para seus jogos com Naruto.

Feb. 26, 2018, 10:27 p.m. 6 Report Embed Follow story
20
The End

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Alice Alamo 24 anos, escritora de tudo aquilo em que puder me arriscar <3

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Sônia Marmeladov Sônia Marmeladov
Seria o Sasuke um Incubus? Hahahaha
April 17, 2020, 19:43
Artemísia Jackson Artemísia Jackson
Como só fui ver essa belezura agora?? Mulher é muita maravilhosidade para meus olhos, socorro suas SNS são demais! Ficou perfeito (novidade? Não tem), amei demais, adoro essas histórias com demônios, essas coisas combinam tão bem com esse casal. Maravilhosaaaaa
September 21, 2019, 21:04
Isis Souza Isis Souza
Relendo pq Caralho como eu amo essa história! Essa obsessão do Sasuke é tão intensa e o Naruto o tempo todo entre a consciência e a inconsciência é incrível. eu sempre me perguntei o que aconteceria se ele bebesse.
March 13, 2018, 02:50

  • Alice Alamo Alice Alamo
    Oii! Eu gosto dessa história também, acho que foi minha única fic de Halloween hahaha Ah, eu amei brincar com essa parte da mente do Naruto! Nossa, foi extremamente divertido <3 Se ele bebesse, ele viveria a eternidade com o Sasuke, mas teríamos um bom tempo de DR já que o Naruto descobriria o que o Sasuke fez e tudo mais. Obrigada pelo comentário March 14, 2018, 21:37
Rhot Rhot
Eu já tinha lido essa história, mas humildemente venho aqui dizer o quanto eu a amo. Por mais que um dos fatores de me chamar muito atenção é o ship (é cannon no meu coração) o plot twist dela me encantou tanto quando Sasuke encantava Naruto. Eu sou realmente muito fã de finais inesperados, e esse, meus amores, é D I G N O de ser enaltecido. Parabéns <3
February 27, 2018, 01:51

  • Alice Alamo Alice Alamo
    Oii!! Que bom que gosta dessa fic, eu amei escrevê-la! Foi algo divertido porque o plot twist foi algo que veio bem natural, sabe? Gostei muito de escrever e ver que vocês gostaram também <3 Muito obrigada pelo review February 27, 2018, 01:57
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