hieroway hieroway

Para Gee Way, o plano era para ser simples: juntar-se à banda de seus irmãos na última etapa de sua turnê de verão e decidir se ele estava finalmente pronto para os holofotes e fazer parte da banda. Claro que ele nunca imaginou que ao entrar no ônibus errado durante a turnê Rock Nation acidentalmente o faria cair na cama de Frank Iero, o famoso vocalista mulherengo da Leathermouth. Naturalmente, o fato de que ele parece um menino todo certinho e pudico o faz não se encaixar no tipo de garoto de Frank Iero. Então, ele se surpreende quando, depois de apostar com Gee que ele não duraria uma semana no seu ônibus de turnê, ele esteja mais do que disposto a provar que ele estava errado.


Fanfiction Bands/Singers For over 18 only.

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 “A música é a literatura do coração.

Ela começa onde o discurso termina.”

Alphonse de Lamartine

Capítulo 1

Gerard

Minhas botas de cowboy batiam desajeitadamente pela calçada esburacada enquanto me movia entre as filas de ônibus de turismo. Um rock alto explodia à minha volta, ecoando pelo apertado estacionamento. Roadies e técnicos esbarravam em mim e conversas zuniam por seus walkie-talkies e headsets. Como viam a credencial pendurada em meu pescoço, não perguntavam onde eu ia nem se poderiam me ajudar.

O sol intenso de junho bateu em minhas costas, aquecendo a pele que a alça fina da camiseta de verão não protegia.

Resmunguei e dei um puxão em minha mala de rodinhas enquanto sentia que o violão que carregava no meu lado direito era pesado como chumbo.

Rock Nation era um dos maiores festivais de música do país. Centenas de bandas se apresentavam durante três dias inteiros.

Fanáticos por música acampavam no meio do deserto como se recriassem Woodstock. Bem, foi o que me disseram.

Não era como se eu estivesse há dois dias com milhares de estranhos fedorentos e encardidos. Vim em um avião de Austin, Texas, e peguei um táxi depois.

Meu único interesse aqui é ver Franklin Aero, uma banda que estava no topo da parada de rock cristão.

Os três integrantes são: Gabe, Eli e Mikey. Por acaso meus irmãos mais velhos e a razão de eu estar caminhando em um estacionamento no meio do deserto.

Transpirando muito, perdido e frustrado não é bem o jeito que eu imaginava ficar quando meus irmãos me convidaram para me juntar a eles na turnê de verão. Não era a primeira vez que eu viajava pelo país com eles desde que começaram a chamar a atenção há dois anos, mas era a primeira vez que precisava decidir se a vida sem raízes de um músico era realmente para mim. Após cantar bem pra cacete, como meu irmão Eli disse para os executivos da gravadora, me ofereceram o lugar de vocalista da banda. A vaga abriu porque meu irmão mais velho, Mikey, deixou a banda para se casar e entrar para o seminário.

Após empurrar minha mala, parei e tirei o violão dos ombros. Protegendo meus olhos do sol forte com a mão, olhei para os ônibus. Acredite, quando você viu um ônibus de turnê já viu todos. Poucos têm orgulho do nome da banda que os lembram que estão muito longe de casa.

Agora, eu estava de cara com fileiras e mais fileiras de ônibus estacionados tão juntos que mal poderia me mover entre eles.

O número de identificação dos ônibus estava preso em cada para-brisa em um papel multicolorido. Pela minha vida! Eu não conseguia me lembrar que número deveria procurar. Cacei meu celular em minha bolsa e li a mensagem de texto de Mikey:

Não poderei encontrar você como planejamos. Estou morto depois do show das 4h. O passe estará na bilheteria. Venha para o ônibus. É o 419. Sairemos às 9h, com ou sem você.

Com um gemido frustrado, joguei o celular na bolsa. Na maioria das vezes, os meninos têm mais consideração por mim. Acho que eles pensam que como não é a minha primeira vez na estrada, deveria tomar conta de mim mesmo. Normalmente, eles tentariam me pregar peças como se eu tivesse dez anos em vez de vinte e um.

– Onde diabos está o 419? – rosnei.

– É... O quanto você quer ver Blaine Bennet? – uma voz perguntou atrás de mim.

Virei-me e dei de cara com um roadie sorrindo perversamente para uma garota seminua. Com a oportunidade de estar perto de seu ídolo, ela pressionou seu corpo contra ele ainda mais.

– Desesperadamente – ela ronronou.

Eca! Era muito cedo para esse tipo de porcaria.

– Como é que é? – questionei.

Enquanto a garota me olhou, o roadie me esnobou.

– Ei! Estou falando com você! Quer dizer, posso não estar me esfregando em você, mas estou falando.

O roadie gemeu frustrado antes de se virar. Sua irritação diminuiu um pouco conforme ele me lançava um olhar pervertido da cabeça aos pés.

– E o que posso fazer por você, docinho?

A garota deve ter percebido que perdia sua chance de ver Blaine, seja lá onde ele estivesse, porque ela deu um passo à frente do roadie tentando bloquear sua visão.

Virando meu pescoço, eu disse:

– Escuta, eu realmente preciso encontrar o ônibus 419 e a banda Franklin Aero.

O roadie revirou os olhos e eu não quis adivinhar o que a senhorita atirada fazia com ele. Olhei de relance e deixei as ondas de nojo me tomarem. Meus irmãos iriam ver só quando eu finalmente os encontrasse. Percebendo que não chegaria a lugar nenhum com o roadie, me forcei a ir até a calçada me sentindo como uma criança zangada.

– Olha, eu tenho um passe e se eu não encontrar o ônibus da Franklin Aero, eles ficarão epicamente irritados e vou dar a eles sua descrição detalhada, assim poderão lhe dar um pé nessa sua bunda inútil.

O roadie rapidamente voltou a realidade e se distanciou um pouco da garota.

– Espere um segundo, gata. Ele fará da minha vida um inferno até que eu lhe mostre o ônibus.

Os lábios da garota se curvaram para baixo.

– Você promete voltar e me levar para conhecer Blaine?

Ele balançou a cabeça, entusiasmadamente.

– Desde que continue o que estava fazendo.

Ela sorriu quando ele se virou e marchou em minha direção.

– Se eu não levar esse lindo pedaço de carne para o Frank, ele vai mesmo me despedir – o roadie murmurou.

– Hein? – questionei conforme ele me puxava pelo cotovelo.

Passamos entre muitos ônibus até pararmos em frente a um e ele bater na porta. O motorista apareceu com um biscoito em uma mão e um headset na outra.

– E aí?

– Ele deveria estar nesse ônibus – o roadie explicou.

– Tem certeza? – o motorista olhou para minha bagagem e violão.

Suspirei exasperadamente enquanto mostrava minha credencial pendurada no pescoço.

– Hum... É. Os caras vão ficar bem irritados com você se partirem sem mim – respondi irritado.

– Acho que ele é o entretenimento deles para a viagem – o roadie gargalhou.

– Sou irmão deles. Muito obrigado.

– O que quiser, gato. Sem julgamentos da minha parte – o motorista respondeu, colocando seu biscoito e headset de lado e estendendo a mão para pegar meu violão. – Os caras estão...

– Dormindo, eu sei. Acredite, sei muito bem como lidar com eles – respondi, subindo as escadas. Virei e o roadie me entregou minha mala. – Obrigado. Você ajudou muito.

Ele murmurou algo entre os dentes antes de sair. O motorista fechou e trancou a porta e se sentou em seu lugar.

Indo para a área livre, eu disse:

– Ficarei numa boa até os rapazes acordarem.

– Ok – ele murmurou e colocou o headset, pronto para me dispensar.

Caminhei pelo corredor e me sentei em uma das poltronas. Ugh! Que manhã de merda! Massageando minhas têmporas, tentei evitar a dor de cabeça que já se formava. Não apenas resultado de minha manhã estressante, mas também porque não comi nada ainda, o que é péssimo para a minha hipoglicemia. Eu mal dormi à noite e foi uma corrida tão grande para chegar ao aeroporto que esqueci de pegar a mochila com lanches que minha mãe preparou. Ela ainda acha que tenho doze anos. Não me arrisquei a olhar nas cabines para ver que tipo de comida meus irmãos tinham. Eu tinha certeza de que eles viviam de fast food. Em vez disso, reclinei e fechei os olhos, esperando que um cochilo me livrasse da dor. Não demorou muito para que a oscilação suave do ônibus no asfalto da rodovia me embalasse, fazendo-me dormir.

Quando acordei, meu pescoço e cabeça doíam por terem ficado batendo na janela. Levando minhas mãos à cabeça, me espreguicei e bocejei. A paisagem do lado de fora era composta de campos que se estendiam até onde os olhos pudessem ver. Nossa!

Por quanto tempo dormi? Uma olhada no celular me mostrou que há quase uma hora. A sala de estar do ônibus ainda estava vazia e silenciosa como um túmulo.

Os garotos deveriam estar em seu coma intenso após o final de semana cheio de adrenalina. Às vezes, ficavam quarenta e oito horas sem dormir, mas depois capotavam por um dia inteiro.

Peguei meu celular e enviei uma mensagem a Gabe:

Acorde, dorminhoco! Estou me sentindo sozinho. Meus irmãos falharam na recepção do irmãozinho mais novo!

Apenas um segundo depois, meu celular vibrou.

Ei, garotinho. Venha para o quarto. Estou só relaxando.

Sorri e enviei:

Estou indo!

Levantei e caminhei pelos beliches em que Eli e Mikey roncavam. Entrei no quarto facilmente e o quarto estava às escuras.

– Gabe?

Fiquei surpreso por não ver a televisão ligada e o encontrar jogando Xbox.

– Acabamos de trocar mensagens, então nem pense em fingir que está dormindo.

Um monte de roupas me fez tropeçar e eu caí do outro lado da cama.

– Gabriel Andrew Way, isso é brincadeira? Não teve graça.

Um longo gemido eclodiu debaixo das cobertas e um corpo se moveu na minha direção. Quando eu era pequeno, os garotos, especialmente Gabe, adoravam me assustar. Eu achava que era isso o que teria agora e, depois da manhã que tive, não estava com humor para isso.

– Ok, tudo bem. Se vai ser um idiota, então vou sair. – Gemi, frustrado, e comecei a sair da cama.

Um braço envolveu minha cintura, me jogando de volta no colchão.

– O quê... – iniciei antes que alguém me puxasse, colocando-me de costas e cobrindo meu corpo com o seu. Demorei um segundo inteiro para perceber que não era Gabe.

Lábios abrasadores encontraram os meus e eu estremeci. Eles pressionavam ansiosamente os meus enquanto dedos se enroscavam em meus cabelos. Quando abri minha boca para protestar, a língua se projetou para dentro, dançando tentadora contra a minha.

Por um momento, meu corpo traidor apreciou as sensações pulsando dentro de mim. Então percebi que permitia que ele ultrapassasse alguns limites enquanto suas mãos se preparavam para quebrar outros. Com toda força que tinha, o empurrei.

– Sai de cima de mim! – gritei.

Ele me ignorou e seus dedos se esgueiraram pela bainha de minha camisa. Uma risada preguiçosa escapou dele.

– Bert, gato, o que diabos você faz de roupas na cama?

Bert? Esse imbecil me apalpava porque pensou que eu era outra pessoa. Cerrei meus dentes e bati em seu peito seminu e esculpido.

– Eu não sou Bert!

As mãos soltaram meu corpo e o ouvi se afastando de mim. O abajur foi aceso. Prendi meu fôlego ao encarar um rosto lindo de morrer. Seu cabelo preto era curto e havia muitos piercings em suas orelhas. Olhos âmbar me encaravam preguiçosos, uma mistura de privação do sono e desejo. Ele se deleitava com minha aparência, encarando mais do que o necessário meu peito arfante e minha barriga descoberta pela camisa que se levantou.

Um sorriso sedutor surgiu em seu rosto.

– Não, com certeza não é o Bert. Você o coloca no chinelo, Anjo.

Quando ele começou a tentar me beijar de novo, coloquei minha mão em frente ao seu rosto.

– Olha, se Gabe o colocou nessa, a brincadeira acabou. Você me pegou. Ha, ha.

Suas sobrancelhas se franziram e percebi outro piercing.

– Quem diabos é Gabe?

Meu coração se apertou um pouco e tentei afastar o medo.

– Meus irmãos não o colocaram nisso?

– Não, gato. Não colocaram.

– Ah, Deus – murmurei, cobrindo meus olhos com as mãos.

– Você está me dizendo que não se esgueirou para a minha cama de propósito?

Afastei minhas mãos e o encarei.

– Claro que não! Eu nem conheço você.

– Bem, me dê a chance de conhecer você melhor.

Ele se aproximou outra vez e, por um instante, lutei contra a lembrança do que fizemos percorrendo meu corpo. Afinal, nunca beijei um estranho ou estive na cama de um estranho antes. Na verdade, nunca estive na cama de ninguém. Minha experiência com pessoas é quase inexistente.

– Não. Eu tenho que ir – murmurei contra seus lábios urgentes.

– Não precisa lutar contra isso. Prometo que não será ruim para você. Eu o farei se sentir muito bem. Você não precisa pensar mal de si mesmo, Anjo.

Quando ficou claro que ele não deixaria que eu me levantasse, meu desejo se tornou raiva. Quem ele pensa que é para me manter assim e querer me conhecer melhor? Usando toda a força que eu tinha, dei-lhe uma joelhada no meio das pernas.

– Merda! – ele gemeu, rolando de cima de mim.

Aproveitando o momento, saí da cama e deixei o quarto.

– Ok, garotos, vocês já tiveram sua diversão, então parem com essa porcaria! É melhor virem bem arrependidos até aqui! – gritei.

Três pares de pernas surgiram nos beliches. Quase em uníssono, eles pularam no chão.

Três caras com os olhos abertos e desfocados de sono me encaravam perplexos. Todos roqueiros tatuados seminus.

– Ah, merda – murmurei antes de dar dois passos e tudo ficar escuro.

Feb. 26, 2018, 2:19 p.m. 0 Report Embed Follow story
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