ksutaguo Louise Alves

"E foi aí que sentiu de novo aquela presença. Ele estava tão perto que podia sentir o calor e o cheiro da pele dele bem atrás dela. Tenten se virou bruscamente e deu de cara com o homem misterioso sustentando um olhar de predador, analisando cada milímetro da mulher que estava a sua frente. (...) E a pashmina dela estava enrolada no pescoço dele. 'Eu acho que... — O homem começou a falar em romeno com a voz grave, como a voz do próprio Diabo — Você deixou isso cair.'"


Fanfiction Anime/Manga For over 18 only. © Alguns dos personagens dessa estória são de propriedade de Masashi Kishimoto. Fanfiction escrita de fã para fã sem fins lucrativos.

#Songfic #Universo Alternativo #Conde Drácula #Romênia #NejiTen #Hentai #Ecchi #Vampiro #Nosferatu #Tenten #Neji Hyuuga #Naruto #Shortfic
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Haunted


Algo, alguém, acabou de se tornar

Algo que eu deveria saber

Que será a morte para mim

Alibi - Banks


Bran não era exatamente o que Tenten achava que fosse. A cidadezinha era lotada de turistas enlouquecidos com a lenda do Conde Drácula e de nativos quietos, iguais seus compatriotas alemãs. A historiadora nascida e criada no coração de Berlim sempre nutriu uma paixão pelo conto do conde cruel, imaginando, em sua pureza de criança, que o Conde monstruoso era simplesmente um homem solitário que, igual a Frankenstein, o povo tinha preconceitos. Estudou romeno na faculdade com uma professora velhinha mas muito gentil, a mesma mulher ajudou a jovem com seu trabalho de conclusão de curso, premiado com louvor, sobre a história da Transilvânia sob o governo de Vlad, o empalador, muso inspirador do conto vampírico mais famoso do mundo. Estar ali era um sonho infantil realizado, mas imaginava que a cidade fosse um pouco mais agitada.

Por ser uma cidade relativamente pequena havia uma restrição implícita sobre o que fazer no lugar: haviam muitos bares e restaurantes que abriam cedo, antes da hora do almoço, mas absolutamente todos os estabelecimentos respeitavam religiosamente o toque de recolher às oito da noite, tendo as praças vastas e entretenimento dentro dos hotéis como fonte de algum prazer. Todos diziam que era um decreto antigo que era mantido pelas autoridades locais e estaduais. Tenten não soube dizer porquê um decreto de mais de seiscentos anos permanecia de pé até os dias de hoje.

Ela fez sua higiene matinal, como todo ser humano educado, vestiu sua pashmina dourada e saiu cedo do hotel para a vasta Praça Central. Tenten respeitou o toque de recolher, afinal, apesar de não compreender pensou que havia algum motivo dele existir. E deveria ser muito bom para permanecer ativo desde 1476.

Ao fundo da paisagem o imponente Castelo do Conde Drácula surgia em meio a névoa da manhã e do frio típico europeu. A mulher notou que a mesma névoa pairava sob o lugar quando o crepúsculo se aproximava, coincidentemente com o toque de recolher. Soltou uma baforada quente e se divertiu com o vapor que saiu de sua boca. Haviam rapazes montando suas tendas de quinquilharias para turistas, alguns com o rosto lívido de tensão. Chegou mais perto dos rapazes para entender o que falavam, como uma boa historiadora que era.

— Os Fritz foram atacados.

— O que? Quem?

— Heleanor. A mulher quase não sobreviveu. — O homem loiro manteve a face preocupada enquanto o jovem ruivo enfureceu.

—Maldito seja...

— Não diga o nome. Você sabe que não pode falar.

— Isso não está certo. Até quando esses ataques vão continuar? — O homem ruivo estalou a língua — Emmanuel deve estar arrasado.

“Ataques?”

— Por que?

— Ela deve ter furado o toque de recolher para vê-lo. Sabe como os pais dela são controladores...

— Agora estarão impossíveis... — O homem loiro avistou Tenten assim que terminou de montar a barraca, sorriu e arriscou um inglês bem arrastado.

— Eu falo romeno — Ela disse simpática, enquanto o rapaz empalideceu — Ouvi você falar sobre um ataque... O que aconteceu? Tem a ver com o toque de recolher?

Os homens se entreolharam. O ruivo decidiu falar.

— Um animal a atacou. Foi encontrada no meio duma trilha. É comum isso acontecer com quem anda fora do toque de recolher e fora da cidade. — Algo dizia a Tenten que ele estava mentindo.

— Se há um predador à solta deveriam notificar as autoridades para captura-lo, não? Pode vir para a cidade e atacar algum turista ou outro cidadão...

— Os policiais ambientais já sabem e ficam de guarda, mas não da pra proteger a todos, infelizmente... Bom, o que vai querer, moça?

Tenten ficou os olhos castanhos no mostruário de pequenas bijuterias bonitas e frágeis. Claramente ela estava incomodando bastante os rapazes com aquele assunto e, apesar de ser uma mulher independente e forte, sabia reconhecer quando sua presença não era mais bem vinda. Tomou um colar de pedra laranja. O pingente era longo, igual a corda do colar, dava a impressão que a pedra alaranjada era a lâmina de um sabre.

— Boa escolha — O homem loiro disse — Essa é Pedra do Sol, a lenda diz que era a pedra que a última vítima do Conde Drácula usava um colar com essa pedra.

— E que queimou o conde feito raio de sol. — Tenten disse sorrindo pouco arrependida de abrir tanto a boca — Vou levar! Já que estou no território dele, nunca se sabe se ele irá atrás do meu pescoço né? — Claramente o homem ficou desconfortável com o comentário dela. Ela pagou, vestiu o colar e saiu.

Quando uma sensação estranha a possuiu. Ela tocou a ponta do cristal e procurou algo que ela não sabia o que era. Girou a cabeça em direção do vento gelado que quase desfez o coque castanho em sua cabeça. Parecia bobagem, mas ela podia jurar que alguém — ou algo — estava observando seus passos. Estes que se apressaram ao mesmo tempo que a jovem germânica fez com que aquele pensamento fugisse da cabeça.

Em pouco tempo ela estava dentro de uma van indo em direção ao Castelo Amaldiçoado. A van pouco trepidou no caminho para o Castelo de Bran, a estrada era muito bem preservada e a paisagem era deslumbrante. Assistia já janela do veículo a cidade ficar cada vez menor. Mais daquela vista incrível faria Tenten largar seu apartamento alemão para morar naquela bizarra cidade.


Sangue é derramado enquanto segura as chaves para o trono

Nasce de novo, mas é tarde demais para reconciliar

Nenhuma piedade da borda da lâmina

Ouse escapar e aprenda o preço a ser pago

Hail to the King – Avenged Sevenfold


“Bran, pare de me decepcionar” ela pensou ao ver pela vigésima vez um péssimo trabalho de restauração de um instrumento de tortura que, supostamente, Vlad III usou contra vários inimigos. Muitos ali saíam horrorizados com a perversidade do príncipe romeno, enquanto outros permaneciam neutros e preferiam tirar fotos românticas da vista do castelo. Tomou nota e corrigiu mentalmente parte das placas que existiam ali e muitas vezes constrangeu seu irritado guia turístico com suas contradições e questionamentos históricos. Tenten viu quartos, banheiros, salas diversas, entrou em calabouços, jardins e cozinhas. Tirou fotos de todos eles e de si, sempre gostou de fotografia e achava que levava jeito para a coisa.

Da próxima vez ela iria para França com Ino, pelo menos estariam bebendo bastante álcool e provavelmente fodendo algum francês filho de algum ricaço.

De repente ela ouviu alguma coisa diferente. Um som rouco e baixo, como se fosse um canto. Mas na mesma rapidez que o som veio, ele se foi. Tenten mirou o último lugar que viu antes do canto sumir: o jardim perto da antiga torre destra. Ela caminhou até lá, pensando se não era algum show, ou algo do tipo, mas nenhuma das pessoas que andavam para todo lado do Castelo pareciam não se importar com o “chamado” para o show.

E então aquela sensação de perseguição voltou a assustá-la. Mas não parecia ser seguida. Então talvez caçada...?

Uma brisa tão gélida quanto a neve assoprou seus cabelos cor de chocolate forçando o coque a se desfazer em cachos desiguais e a ricochetear o perfume natural dela ao vento. Num movimento de conter os fios no lugar, algo brilhante chamou sua atenção numa parede. Seu longo pingente alaranjado refletia a luz do sol para uma parte de metal no extremo sul da parede, como se fosse uma janela pequena de ferro para um subsolo.

Ela chegou bem perto de onde sua pedra iluminou e se agachou curiosa. Mal conseguia enxergar o que havia ali... Sacou o celular e ativou a câmera do lugar. Para sua surpresa aquilo parecia uma mini igreja, tinha um vitral largo e confuso demais para que ela pudesse enxergar o que estava acontecendo. Ela pegou um folheto da bolsa que tinha um mapa do lugar, isso certamente não estava nele. E não estava.

Tenten procurou alguma entrada e não encontrou. Frustrada, ela voltou ao pátio do castelo, ainda cheio de gente, e ali ela sentiu medo.

Ela pode vê-lo finalmente.

Um homem parado numa coluna, vestido de couro preto e ela não soube dizer o que era cachecol e o que era cabelo, uma vez que ambos se misturavam no pescoço dele. Ele pousou seus olhos claríssimos nos dela e sorriu maliciosamente.

Uma pessoa passou pela frente dela e, como num passe de mágica, ele desapareceu.

“Eu só posso estar ficando louca...”

A historiadora correu até onde ele estava o misterioso homem de preto, procurando por seu rosto exótico no meio de tantas pessoas que eram ao mesmo tempo iguais e diferentes. Talvez fosse imaginação de sua cabeça, mas se visse aquele cara de novo, ele estaria bem encrencado.

“Eu preciso comer.”

...

Tenten rodou por vários corredores do Castelo de queixo erguido, vestiu-se de sua antiga coragem e salpicada com a costumeira arrogância alemã, pronta para ou uma prosa bem interessante ou para uma sessão de porrada. Bebendo um suco chamado “sangue de virgem” vendido numa barraquinha do pátio, passava entre os outros instrumentos de tortura e empalamento completamente desinteressada.

Quando o viu novamente. Esparramado como um rei numa poltrona que não era para ele estar sentado, visto que havia uma faixa vermelha indicando para não fazer o que ele estava fazendo.

Ela enfureceu-se. Passou entre varias pessoas com passos largos e quando estava quase alcançado ele, o mesmo abriu os olhos malditos. O homem tinha ombros mais largos que ela se lembrava e cabelos tão longos e escuros que pareciam se misturar com a noite. E os olhos dele eram de um cinza tão brilhante que pareciam não ter cor. Ou eram azuis...? Ele cruzou as pernas em lótus e desceu o grande abdômen em direção a ela, Tenten não pode evitar de apreciar o cabelo vasto e negro dele escorrer pelos ombros grandes no momento que ele se aproximou.

— O que você quer? Quem é você? — Ela disse se aproximando dos olhos diamantinos dele, mas foi interrompida.

Ele pôs um dedo na frente da boca, pedindo silêncio. E logo após ele mirou em um corredor e apontou. Tenten podia jurar que não tinha visto aquele corredor ali antes, mesmo depois de passar algumas vezes por ali.

— Olha aqui, você só pode tá de... Brincadeira...

Aquele filho da puta tinha desaparecido.

De novo.


Não importa quantas mortes eu morra, eu nunca esquecerei

Não importa quantas vidas eu viva, eu nunca irei me arrepender

Tem um fogo dentro deste coração

E uma revolta prestes a explodir em chamas

Hurricane – Thirty Seconds to Mars


“Estou dizendo: esse fdp ta me deixando louca!”

“vc já era antes dele, pucca.”

“vsf Ino”

“se ele e um gato oqq vc tem a perder? Meia horinha no castelo, eu ia linda”

“Eu realmente não sei pq eu ainda te dou bola”

“Para de show e vai falar com ele, deve ser algum artista do castelo, pra dar sustinhos nos visitantes, ele já apareceu 2x, vai aparecer de novo. E dessa vez desaparece com ele PRA UMA CAMA. E tira uma foto dele, quero ver esse macho.”

Tenten virou os olhos e bloqueou a tela do celular. Ela não ia cair nesse jogo cretino de ir atrás de macho, por mais que aquele macho fosse exatamente o tipo de homem que Tenten mais gostava — ela sempre teve uma queda por homens de cabelos longos e de pele pálida — fez o favor de passar bem longe do maldito corredor que o cara apontou.

Uma guia turística passou por ela e a mulher não ia perder essa oportunidade.

— Senhora, por favor, uma ajuda — a moça loira fez que sim com a cabeça, muito bom ouvir um turista falar romeno tão fluente — Eu vi uma parte do castelo que parece não estar no mapa.

— Como assim, senhora?

— Ali — Tenten apontou para a pequena torre nos jardins — Na parte debaixo da parede parece que tem uma janelinha. — A guia pareceu confusa — Bem perto dos jardins, eu te mostro.

Ela é a guia chegaram mais perto da parede, Tenten pode notar que a mulher ficou tensa quando ela apontou o seu destino.

— Ah, eu sou nova aqui e... Bom, se informe na administração do castelo ok? — E Tenten foi deixada sozinha as pressas.

“Que porra de cidade estranha. Tá vendo a merda que tá isso, Vlad?” Tenten pensou olhando para o busto do verdadeiro Drácula no meio do jardim.

Com o fim da tarde se aproximando, a maioria esmagadora dos turistas estavam começando a sair do grande Castelo. Tenten tirou tantas fotos do lugar e da paisagem que é um verdadeiro milagre seu celular ainda restar trinta e nove por cento de bateria. Ela sentia aquela presença por perto o tempo todo, mas sempre que se virava não encontrava aquele homem.

Em qualquer situação de perseguição como aquela, deveria sempre estar rodeada de gente, seu pai a ensinou desde pequena a se virar para livrar-se dos homens maus. E graças a ele também sabia como usar uma arma de fogo, se fosse preciso. Quase quarenta anos de experiência como policial federal lhe renderam além de um lar estável e querido, uma segurança que hoje com mais idade Tenten entendia a preocupação do velho policial.

Quando os portões se fecharam atrás da mulher, um vento forte soprou a pashmina dourada dela, que acabou soltando do seu pescoço e flutuou como um fantasma de ouro para dentro do Castelo do Drácula.

“Ótimo...”

Tentou a todo custo negociar com o guarda para entrar e pegar seu cachecol, mas o homem estava inflexível na sua decisão de expulsá-la dali.

Frustrada, ela lutou contra a lágrima que teimou a descer. Aquela peça fora o último presente que sua amada mãe lhe deu quando voltou de viagem com seu pai do Egito, em comemoração aos quarenta e seis anos de casados... Pouco tempo depois ela não acordou mais.

Entrou na van, já envolta da névoa do crepúsculo, não importando muito com o pôr do sol magnífico que tingia o céu. Pelo menos aquela sensação de ser “caçada” não estava mais ali. Talvez Ino estivesse certa, ele deveria ser algum ator contratado...

Tenten pôs o celular para carregar assim que chegou no quarto do hotel que estava hospedada. Todos os hóspedes recebiam cópias das chaves dos seus quartos e da porta do hotel, apesar de serem bem instruídos para respeitar o toque de recolher. Pelo o que Tenten entendeu, não era crime sair depois do horário do toque de recolher, desde que jamais ficasse sozinha pelas ruas. Tomou um bom banho quente a ponto das bochechas tornarem rubras, deixou o celular onde estava e vestiu sua roupa de noite europeia. Bran era linda demais para ser vislumbrada apenas de dia. Soltou os cabelos ondulados e vestiu o colar que comprou hoje, aquela peça laranja era o toque que faltava em seu look monocromático preto.

Saiu para a praça cheia de turistas, com uma câmera fotográfica pendurada no pescoço perto do pingente de pedra do sol, a mesma praça parecia viva com tanta música que os próprios turistas faziam. Muitos com violões, outros com guitarras, tambores. Ela entendeu que havia romenos para auxiliar aquele caos musical da vasta praça central. Ela arriscou tímidos passos de dança quando uma garota cantou Love On The Brain e vários músicos acompanharam-na. Tenten adorava aquela música.

E foi aí que sentiu de novo aquela presença.

Ele estava tão perto que podia sentir o calor e o cheiro da pele dele bem atrás dela.

Tenten se virou bruscamente e deu de cara com o homem misterioso sustentando um olhar de predador, analisando cada milímetro da mulher que estava a sua frente. A alemã conheceu muitos homens altos, mas aquele cara estava de parabéns, bateria os dois metros de altura com facilidade.

E a pashmina dela estava enrolada no pescoço dele.

— Eu acho que... — O homem começou a falar em romeno com a voz grave, como a voz do próprio Diabo — Você deixou isso cair.


Eu não posso resistir

Quando ele se parece assim

(...)

Grandes olhos azuis, oh eu não sei o que isso significa, não

O que ele quer de mim?

Fire Breather - Laurel

Feb. 26, 2018, 1:29 a.m. 2 Report Embed Follow story
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Alice Alamo Alice Alamo
Olá, Alice, venho aqui hoje pelo Sistema de Verificação do Inkspired. Sua história foi colocada em "Em revisão" pelos seguintes apontamentos: 1) Problemas de pontuação. O seu texto possui algumas vírgulas obrigatórias faltando, o que atrapalha um pouco na leitura do texto. 2) Há um erro em palavras como "Por que" que não está acentuada quando deveria. 3) Além disso, o verbo "haver" no sentido de "existir" deve sempre ser usado na 3ª pessoa do singular, então, expressões como "Haviam pessoas" estão erradas e são recorrentes ao longo do texto. 4) Há um errinho de anunciação de fala. No trecho "O ruivo decidiu falar.", foi utilizado ponto final, quando deveria ser dois pontos. Caso desejo o status de "verificado", é preciso que esses apontamentos sejam revistos, uma simples revisão do autor deve bastar para ajustar a história (favor rever os capítulos seguintes também, ok?). Quando o fizer, basta responder esse comentário para uma segunda verificação. Atenciosamente, Alice, Sistema de Verificação do Inkspired
September 12, 2018, 21:29

  • Alice Alamo Alice Alamo
    Opa! Desculpa pelo erro no nome, me confundi :x September 12, 2018, 21:31
~

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