Eu não me lembro de como me apaixonei por você. Só aconteceu, como incêndios sem inícios certos que destroem toda uma casa. Um dia, olhei em seus olhos castanhos e queimei por inteiro e parecia que iria ficar cego pelo vermelho e laranja intenso das chamas. E depois, tudo que você fazia parecia alimentá-las, como se jogasse gasolina despreocupadamente.
O mais estranho é que me lembro de como me desapaixonei. Foi lento, como os sinais de uma tempestade; de repente, os focos do incêncio começaram a se apagar e seus olhos não queimavam tanto quanto antes. Um dia, me olhou embriagado e sussurrou: “Não acho que ainda ame você”, e eu não sabia se a dor era por ouvi-las ou por saber que eram verdadeiras.
Desde então, a chuva que caiu apagou tudo o que queimava, e ver você arrumando as malas foi o máximo do vermelho que vi em anos. Mas, agora que você se foi, não queima ou chove em mim e eu não sei se posso aguentar a falta do seu calor. E esse é o perigo de admirar o fogo por muito tempo, você se apega as queimaduras.
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