xeroke_holmes Mayara Medina

Como dois mundos completamente diferentes, poderiam se encontrar? Por um pequeno descuido isso foi possivel, graças a dois cupidos que sem querer cairam em um dos portais, que possuem ligação direta com o mundo humano. Como se isso não fosse o suficiente... - Então esta querendo dizer que perderemos nossas asas, se não voltarmos antes da próxima Lua Roxa? - Parabéns idiota, satisfeito? Olha o que sua curiosidade causou.


Teen Fiction Not for children under 13.

#Cupidos #Humanos #Xeroke_Holmes
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Capítulo I

– Caso número 124.985, em Sapporo no Japão, Cupido Negro compareça à sala de flechas.

Era isso o que os alto-falantes berravam, em plena madrugada de uma sexta-feira fria a ponto de nevar. Eu juro que não decidi ser cupido, queria ser escritor ou desenhista no mundo humano, mas o que me obrigaram a ser? Um cupido que atira flechas em formato de coração rosa, em um mundo de nuvens totalmente rosas e com árvores de corações brilhantes, com certeza não era isso que eu queria para minha pobre vidinha quase imortal.

Sento-me na cama colocando a mascara e tento reunir coragem para conseguir levantar da cama, com muito esforço me levanto e vou em direção a sala de flechas. Que tipo de ser coloca esse nome em uma sala? Minha chefa Katrina, adorada por todos daqui, o melhor cupido de todos, que conseguiu reunir mais de três milhões de casais com sucesso.

Caminho até a enorme sala, que é protegida por dois brutamontes de asas rosa, seria cômico se eles não botassem medo em qualquer pessoa que se aproxima, porém comigo não tem esse problema, assim como Katrina, sou bem conhecido por aqui, mas por outro motivo:

Sou conhecida por ser a melhor após Katrina, porém há outro motivo, o qual ninguém sabe. Todos conhecem o cupido negro, mas não fazem a mínima de quem sou, não destruo casais e sim os junto como qualquer outro que trabalha aqui, mas por conta de minhas asas e habilidade, levo essa fama. Passo pelas duas muralhas tranquilamente e entro sendo recebida por ninguém menos que Diarah, guardiã das flechas ancestrais de ouro branco.

– Finalmente Satoshi, achara que eu teria de lhe buscar pessoalmente? Já faz dez minutos que lhes chamei – exclama irritada, voando para pegar o pergaminho do casal que não quer se juntar sozinho.

– Como à senhora mesmo disse, apenas dez minutos, não faz tanta diferença assim – digo olhando ao redor das paredes rosa e branco.

– Todos os minutos são valiosos neste momento criança, é um caso de nível três – diz me entregando um dos pergaminhos dourados, eles são usados nesse tipo de caso, o de nível três.

– Esses casais de hoje em dia, não sabem se fica, se vão assumir, e trás mais dor de cabeça do que o normal – relembro do que aconteceu com uma antiga colega, ela havia surtado com um casal desse nível.

Já lidei com esse tipo outras vezes, torço para que seja tranqüila essa missão. Abro o pergaminho que contém as informações sobre os indivíduos, Diarah recita um selo em Latim, fazendo com que um portal azul fluorescente se formasse em baixo de meus pés. Ao se abrir, sou literalmente puxada, assim caindo em queda livre, de uma altura relativamente grande; Uma coisa que nós cupidos não podemos ter é medo de se arriscar, por esse motivo conseguimos manter a calma em situações diversas, tipo agora. Faltando alguns metros até o solo, libero minhas asas fazendo-me planar suavemente, fico parada por uns dois minutos analisando o local onde me encontro:

Grandes prédios, um belo cais perto de um imenso mar, árvores que pelo menos não são rosa, eu não reclamaria de morar aqui não. Será que eles se importariam de me transferir para Sapporo?

Não é hora de pensar nisso, o futuro dos dois depende de você – ouço a voz da guardiã falar em minha mente.

– Não se pode nem sonhar acordada – reclamo voando em direção ao lugar indicado.

Pouso atrás de uma casa abandonada assim não corre o risco de eu ser vista com as asas a mostra. Caminho ao redor do prédio onde ambos moram, não era tão grande assim, apenas seis andares e um terraço; Seria tão mais fácil se só precisássemos jogar um pozinho do amor, ou acertar uma flecha nos dois e pronto, sem choro, nem vela. Mas não é tão fácil assim, é como uma fórmula de química e depois de muita burocracia, conseguir fazê-los liberar tudo o que sente um pelo outro, e assim irão namorar e se casar e terão seis filhos e quatro cachorros.

Sento-me em um galho próximo à janela do casal, pego uma caneta e um pergaminho que sempre carrego, sempre anotando os detalhes que não me passaram ou o que não conseguiram saber sobre eles.

– Não agüento mais Tayomi, esse seu ciúme passou dos limites – exclama o rapaz irritado, com sua talvez namorada ciumenta.

– Eu não ficaria com ciúmes, se você parasse de falar com aquelas mulheres – revida a moça.

– Era minha mãe, as outras são do trabalho – passa os dedos pelos fios tingidos de vermelho.

Pelo visto a mulher é ciumenta demais, ele quer espaço e no fim, sobra para eu resolver o relacionamento deles. Nada fora do normal, por enquanto e espero que fique assim por um bom tempinho, tempo o suficiente para analisar meu plano de junção casorial.

Percebo que o apartamento ficou silencioso, espero um tempo de mais ou menos sete minutos para entrar pela a janela da sala, depois de ter invadido o local, ando por ele o analisando e verificando sua situação. Pareço um detetive agora, mas apenas quero uma amostra simples de DNA dos dois, misturado ou não; Passo por todos os cômodos, sem deixar escapar nenhum detalhe se quer. Além de cupido virei stalker e detetive, é a decadência chegando.

Passando-se uma hora e meia, ouço a porta ser aberta seguida de passos e som de pessoas se pegando, muito bonito, terei de atrapalhar o fogo do casal só para o meu favor, sou um ótimo cupido realmente. A orgia acontecendo, e eu aqui igual trouxa, pensando em uma maneira de escapar dessa situação nada favorável para mim; Depois de muito pensar, consigo me esquivar dos dois que se locomoviam para o quarto, onde provavelmente terão filhos, e me jogo pela janela, caindo graciosamente no galho de uma cerejeira. Desço da cerejeira na maior tranqüilidade, confiro se tudo estava comigo, até mesmo os fios de cabelos que por alguma ajuda divina, consegui encontrar no chão do banheiro, o que me fez pensar que nenhum dos dois varre o apartamento direito.

Me tele-transporto de volta para o Jardim dos Cupidos, que por sinal é um belíssimo nome com muita criatividade, devo ressaltar. Só de ver todo aquele rosa com branco, me dá um enjoo terrível, e todo mundo achando divino. Com certeza o mau gosto e a cafonagem predominam por aqui.

Feb. 25, 2018, 6:39 p.m. 0 Report Embed Follow story
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