tiatatu Tatu Albuquerque

Eles devoravam a pele de sua alma, eles devoraram seu amor. Tudo o que Kiba podia fazer em meio àquela brancura era tentar escapar dos insetos, ou implorar para que eles lhe devorassem rápido.


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##FNS ##ShinoKiba ##Shiba
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dos insetos, só quero o hospedeiro

“Si, si, si…”

Tapou os ouvidos no mesmo instante em que ouviu o canto da cigarra. 

Era a hora que tudo começava novamente, o horário em que se perdia dentro de si. 

— Cale-se, cale-se… - não cabe aqui uma referência à famosa série de TV, mas aqui a fala também termina com um “assim você me deixa louco”.

Os insetos… Eles voavam até si, eles pousavam sobre sua pele e por isso ele alisou a si mesmo na tentativa de se livrar daquele comichão. 

Os insetos lhe comiam a pele da alma e ele queria gritar, queria correr, queria fugir. 

Mas como ele poderia fugir de si mesmo? 

Nem o inseticida mais potente conseguia fazer com que se livrasse deles. 

E eles o devoravam, eles o comiam vivo. 

Ele era a presa de toda a colônia que aos poucos decompunham o que ele era. 

Mas será mesmo que ele era alguma coisa a ser decomposta? 

Sem saída, tentou correr, mas para onde iria em meio àquela confusão? 

Não conseguia ver, talvez fosse culpa dos óculos escuros que outrora pertenceram a outro. 

Ou talvez fosse culpa de toda aquela brancura ao seu redor. 

As latidas de seu cão o acordaram… Eram realmente as latidas de Akamaru? 

Eram realmente latidos? 

Eram mesmo os insetos que antes lhe incomodavam? 

Era mesmo seu coração que estava disparado em seu peito? 

Era realmente um coração que tinha? 

Respirou fundo, se acalmou. Ou ao menos tentou se acalmar. 

Riu nervoso, satisfeito. Ele conseguiu a se controlar, ele era incrível, não era? 

Bastou que uma formiga fosse vista para que ele voltasse a surtar.

E gritou, se rebelou, se sacudiu. 

— Tirem esses monstros daqui, tirem esses monstros de mim, tirem esse monstro que sou eu… - gritou choroso e só então sentiu algo lhe abater, sentiu algo lhe derrubar e então tudo ficou escuro… 

De repente, o escuro voltou a ser o branco. Agora não podia se mexer direito e a cigarra mais uma vez cantava. 

Agora era pior, agora não podia tapar os ouvidos ou espantar os insetos. 

Os insetos, os insetos, mais uma vez sentia os insetos.

Gritou desesperado, negando com a cabeça, tentando se soltar daquela roupa bem presa. 

Eles estavam dentro da camisa que usava? 

Eles o comeriam inteiro novamente? 

Rolou sobre o acolchoado chão e mordeu-o na tentativa de amenizar sua agonia. 

O coração palpitava, a cabeça doía. 

Aquilo era sangue? 

Não, sangue atraía moscas! Precisava fugir das moscas, precisava fugir dos insetos, precisava fugir dali, de si… 

Fugiu, mais uma vez para dentro de si mesmo, fugiu para suas lembranças até ver vagalumes. 

Vagalumes eram bonitos, vagalumes tinham luz… 

Shino também tinha luz. 

Mas vagalumes também eram insetos. Shino era cheio deles…

Mata, mata, mata! 

Não, não mata… 

O corpo viveiro de insetos foi devorado por eles. 

Insetos, insetos, insetos… 

— TIREM ESSES INSETOS DE MIM, ME TRAGAM O HOSPEDEIRO DELES… - e era uma cena triste. 

Era uma cena nojenta. 

Era uma cena trágica. 

Os insetos… Eles devoraram aquele que amava diante de seus olhos. 

Ignorando todo o cuidado que tiveram, eles o devoraram sem pena. 

Dele só sobrou os óculos escuros. Onde eles estavam? 

— Me tragam ele… - gemeu, implorou. Era o único artefato, a única lembrança, a única coisa que não havia sido devorada. 

Malditos insetos, malditos… 

Por que não devoraram a si também? 

Por que o deixaram vivo? 

Por que haviam ido sozinhos?

Era por amor? 

Seu amor… Por que os insetos devoraram o seu amor?

Por que devoraram seu ser? 

Por que não devoraram seu corpo? 

Por que devorar apenas a sua mente? 

Eles devoraram sua alma até que dela não sobrasse nenhum pedaço. 

Voltou ele inteiro da missão… 

Mas sua alma havia ficado… 

Sua alma também havia sido devorada por insetos. 

E ele esperava, ansiava, clamava e desejava que seu corpo fosse devorado por eles também. 

Quem sabe assim os insetos o deixariam em paz. 

Feb. 24, 2018, 7:49 p.m. 6 Report Embed Follow story
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The End

Meet the author

Tatu Albuquerque Mãe de Konohamaru, madrinha de Hanabi, adepta da Fé do Sagrado KonoHana. Você tem 5 minutos pra ouvir a palavra da minha igreja? Kaiten no cu e gritaria, kore!

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Políbio Manieri Políbio Manieri
EU NEM SEI SE ENTENDI UM POUCO DIREITO MAS CARALHO JULIANE Que coisa mais maravilhosa, meu primeiro shiba aeeeee parabains por não ter 100 palavras sua arrombada Mas miga, estou permanentemente chocada... quero mais desse casal maravilhoso! Quem diria que o kiba ia ser um ótimo personagem pra angst???
March 16, 2018, 00:59

  • Tatu Albuquerque Tatu Albuquerque
    aaaaaaaaaaaa Teresinha, sua linda! Hauahah minha primeira Shiba não podia ter só 100 palavras e o Kiba é maravilhoso pra angst sim, nesse plano desesperador do pos morte do mozão. March 16, 2018, 01:14
  • Tatu Albuquerque Tatu Albuquerque
    aaaaaaaaaaaa Teresinha, sua linda! Hauahah minha primeira Shiba não podia ter só 100 palavras e o Kiba é maravilhoso pra angst sim, nesse plano desesperador do pos morte do mozão. March 16, 2018, 01:14
Fox Bella Fox Bella
Tatu do céu... Não tenho nem palavras para lhe demonstrar o quanto estou chocada
March 11, 2018, 23:46

~