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Jimin e Yoongi já viveram muitas aventuras, mas agora parecia que seu maior desafio era fazer duas crianças dormirem com histórias de ninar repletas de aventuras em um universo alternativo, mistério e eventos cômicos, tudo isso em época de Halloween, um feriado criado para celebrar os bruxos que, ironicamente, sequer sabiam da existência de tal celebração. Os dois bruxos definitivamente eram ótimos contadores de histórias, mas será que o "Gato da Sorte" realmente faria os gêmeos dormirem? Ou será que a imaginação dos pequenos seria atiçada de tal forma que eles não seriam capazes de pregar os olhos?


Fanfiction Bands/Singers All public.

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Conta uma história?

Escrito por: @scarisvancci

Notas Iniciais: Oii, gente, feliz dia das bruxas! Essa aqui é a minha tentativa de fazer algo fofo e engraçadinho. Espero que mi amigue secrete goste e vocês também e esse é o máximo que eu vou falar sobre! Kkkk

Gostaria de agradecer à ladyofsomething (spirit) | redwidowb (wattpad) pela betagem e à gukxcviie (s) | gukxcviie (w) pelas capas, obg gente <33

Tenham uma boa leitura, pessoal!


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— Yeoreum? Já escovou os dentes?

— Já sim, tio Jimin! — A garotinha foi saltitando até o adulto, rindo quando ele a pegou no colo e então a deitou na cama. — Conta uma história de dormir?

— Pra mim também, pra mim também! — Jimin olhou para trás e viu o irmão de Yeoreum entrar correndo pela porta do quarto. — Eu também já escovei os dentes, tio! Posso ouvir a história?

— Não! — Yeoreum gritou. — Você tem que dormir no seu quarto! Esse é o meu quarto! — O garoto revirou os olhos e foi em sua direção. — Sai daqui, Taeyang! — protestou ela, quando seu irmão gêmeo subiu em sua cama e deitou ao seu lado.

— Eu quero ouvir a história também!

— Problema seu!

— Crianças... — Jimin sorriu com a briga inofensiva, mas então se lembrou de que, no momento, era a figura de autoridade ali, então tentou fazer com que elas concordassem. — Yeoreum, você não acha que pode ser legal escutar a história junto de seu irmão? Assim vocês podem brincar de faz de conta juntos depois.

— É mesmo?! — A menina sorriu enquanto seu tio concordava. — Então eu quero! — O adulto suspirou, contente por ela ter concordado facilmente.

— Então me dá espaço! — Taeyang voltou a se ajeitar ao seu lado e Jimin aproveitou a deixa para arrumar o lençol sobre os dois, sentando-se na ponta da cama. — Começa, tio!

Ao olhar para os pequenos gêmeos, Jimin sorriu ao reparar no quanto os dois pareciam ter a mesma dinâmica que o pai delas tinha com o irmão, há tantos anos, quando os conheceu no lugar que mudou sua vida completamente: a Academia de Magia e Feitiçaria de Bangamgi, Mabob.

Foi precisamente lá que tudo começou, e foram aqueles terrenos, ou pelo menos o que o levou até lá, os responsáveis por estar ali, diante daquelas crianças, prestes a lhes contar uma história épica.

— Muito bem, que história querem ouvir? O pequeno bruxo? Os três bruxinhos? O conto dos três Kims?

— Tio! — Taeyang arregalou os olhos, lembrando-se de algo. — É verdade que você, o tio Yoongi, o papai e o tio Jeongguk conheceram os três Kims?

Jimin sorriu e acenou positivamente.

O conto dos três Kims era conhecido por todos os bruxos desde cedo, como uma velha história para dormir, ou mesmo canções de ninar. Claro que, de tão antigo, diversas versões foram espalhadas pelo mundo inteiro, das mais infantis até as mais cruéis. Essas últimas, não curiosamente, eram as mais fiéis à história real.

Três irmãos. Três poderosos bruxos, cada um preso no tempo, punidos pelas próprias ruínas.

— E é verdade que vocês salvaram o universo? — perguntou Yeoreum.

— Então o pai de vocês contou sobre isso?

— Sim! — afirmou. — Mas o papai não contou muito porque ele disse que não tava lá.

— É verdade — Jimin concordou com nostalgia. — Seu pai quis ficar em Bangamgi, porque na época estava estudando medicina bruxa em Mabob. Aliás, vocês sabiam que foi assim que ele conheceu a mãe de vocês? Bom, pelo menos na primeira vez.

— Como assim primeira vez?

O adulto riu nervosamente, tentando disfarçar sua gafe.

— Essa é uma longa história para outro dia. Vocês querem que eu conte como salvamos os universos? — Os gêmeos assentiram freneticamente.

— Tem mais de um? — daquela vez foi Taeyang quem perguntou.

— Com certeza. Há infinitos universos, eles existem ao mesmo tempo e, assim como as galáxias, podem "bater" um no outro, principalmente quando alguém mexe com o espaço-tempo. E foi o que aconteceu.

— O que é espaço-tempo? — Yeoreum franziu as sobrancelhas.

Jimin sorriu. Estava conversando com crianças de sete anos, afinal.

— É tipo… Uma bacia bem grande, em que todas as coisas estão dentro. Para nós, que vivemos em Gaia, nosso planeta, somos bruxos e estamos no ano de 2031. Nossas vidas são feitas de acontecimentos que não podemos escolher. Se alguém tentar mudar esses acontecimentos, pode acabar quebrando a bacia. Entenderam?

— Sim! — responderam em uníssono. — Então — continuou Taeyang. — Alguém tentou quebrar o espaço-tempo?

— Exatamente. — O adulto ficou sério de repente, não tendo lembranças boas daquilo. — Há muito mais coisas nessa história do que eu posso contar a vocês no momento. Mas o que importa agora é que eu, Yoongi e o tio de vocês, Jeongguk, viajamos por entre os universos com a ajuda dos três Kims.

Um bruxo malvado ameaçava a paz e o equilíbrio de toda a existência com sua teimosia tola. Queria tudo só para si e que as coisas acontecessem unicamente da forma que desejasse. Não vou mentir para vocês, era uma vontade tentadora, mas não por isso deixava de ser magia das sombras. Um poder perigoso que traz apenas ruínas.

Esse bruxo foi longe demais. Fez coisas imperdoáveis e feriu cantos incapazes de se curarem. Nós já o derrotamos uma vez, pelo menos assim achávamos.

— Como assim? — Taeyang bocejou. Estava quase caindo no sono.

— Bem. — Jimin fez uma pausa para que pudesse pensar. — Os três Kims o prenderam quando salvamos nosso mundo. Mas descobrimos depois que estávamos enganados, e que acabamos piorando as coisas ainda mais.

Quando nos demos conta do perigo que nos cercava, os três Kims reapareceram em nossas vidas com uma nova missão: dessa vez salvar nosso mundo não seria o suficiente, nós salvaríamos o mundo de outro alguém.

— Quem? — perguntou Yeoreum.

— Choi Minji. Foi um amigo que fizemos e que nos procurou para ajudá-lo. Ele foi o motivo de sairmos de Gaia… em destino à Terra, o planeta dos humanos.

Humanos são os seres que vivem na Terra, planeta pertencente a um universo que é como um espelho do nosso. Eles, assim como nós, foram bruxos, mas perderam sua magia.

— Que triste… — Yeoreum fez um bico.

— Foi o bruxo malvado?

— Bem, quando nós viajamos, não tínhamos ideia do que estava acontecendo. Foi só quando chegamos à Terra que descobrimos que, sim, foi o bruxo malvado de quem estou lhes contando.

Esse bruxo queria ser o mais poderoso de todos, ele queria a essência vital de todas as coisas para si, ou seja, nossa magia. Seus planos cruéis ameaçavam não só a vida dos humanos, a quem prometemos proteger, mas também o próprio espaço-tempo. Se ele vencesse, tudo acabaria, pelo menos da forma que nós conhecemos ou somos capazes de entender.

— E o que vocês fizeram? Como derrotaram ele?! — Yeoreum sorriu animada.

— Ah, isso? Pft! Isso foi fácil! — Jimin riu ironicamente, ciente de que não havia sido nem um pouco fácil. — O que nós fizemos foi-

— Jimin, amor, não conte essa história a eles. — O adulto olhou para trás e balançou a cabeça conforme seu marido se aproximava com um sorriso divertido. — Se você disser o que fizemos, eles vão querer saber o que aconteceu depois, e depois disso também, e então não vão conseguir dormir — concluiu ao se sentar na outra ponta da cama, oposta à que Jimin se encontrava.

— Ah, não. Por favor, tio Yoongi, por favor! — as crianças insistiram calorosamente e firmes. De um jeito ou de outro, não dormiriam tão cedo.

— Nós temos que contar alguma coisa. — falou Jimin, e Yoongi concordou com a cabeça, tentando pensar em alguma coisa que fosse interessante o suficiente para que os pequenos esquecessem o que ouviam até então.

— Conte a eles sobre o Halloween.

— Ralo o quê? — Taeyang fez uma careta confusa e Yeoreum riu, tapando o rosto.

Halloween… — Jimin olhou para o nada por um momento e sorriu com nostalgia. — É um feriado terrestre, crianças, criado pelos humanos para celebrar os bruxos e a magia que perderam. Por acaso, acontece no exato dia de hoje. Poxa, que coincidência… Mas vocês não gostariam de ouvir uma historinha sobre um feriado, não é? — insinuou arteiramente.

— Queremos sim, queremos sim! — insistiram em uníssono e o adulto sorriu satisfeito.

— Pois bem. — Yeoreum e Taeyang riram baixinho e deitaram melhor na cama, como se o ato os fizesse ouvir com mais atenção. — Por que não conta você, Gi? Por razões logísticas, acho que você contaria melhor do que eu — Jimin sugeriu carinhosamente e Yoongi se aproximou mais do marido, concordando de muito boa vontade e imediatamente tomando o volante na narração desta história.

— Muito bem, crianças. Jimin já contou para vocês que os três Kims nos levaram à Terra, um planetazinho meio largado. Assim que chegamos lá, perdemos nossos poderes, ou pelo menos assim acreditamos.

Como vocês já devem saber, quase todos os bruxos nascem com uma habilidade especial. Além de podermos fazer magia, alguns fazem coisas que os outros ao seu redor nem sempre fazem também. Eu, por exemplo, como sabem, sou um magimalesco, ou seja, me transformo em qualquer criatura viva na hora que eu quiser… não, Taeyang, não vou me transformar em um dinossauro agora, porque isso atrapalharia a história. Posso continuar? Certo!

Há muitos anos o tio Ji fez um feitiço para conectar a nossa magia. Sabem o que isso significa? Que ele pode usar a minha habilidade mesmo sem ser um magimalesco também. Legal, não é?

Outra coisa que vocês precisam entender antes da história é que eu controlo muito bem quando me transformo… Exceto durante as luas novas, quando eu simplesmente me transformo e só volto na próxima fase. Obviamente, Jimin nunca passou por esse problema.

Então por que estou contando tudo isso, se acabei de dizer que perdemos o acesso à nossa magia? Porque o Halloween daquele ano aconteceu justamente durante uma lua nova e, apesar de a minha magia estar fraca, todos os olhos estavam voltados para mim.

Evidentemente, como vocês, não fazíamos ideia do que era o famoso “Halloween”, e ficamos completamente perdidos ao vermos aqueles montes de abóboras com rostos por todo lado.

Em alguns dias ocorreria o eclipse anular que nos traria de volta para casa, era tudo em que conseguíamos pensar, mas Choi Minji foi capaz de nos acalmar por pelo menos um dia, ao apresentar esse feriado incrível.

Conversávamos, na época, na sala da casa do humano. A maioria de nós ainda carregava várias objeções e dúvidas genuínas.

— Eu ainda não entendi. — Jeongguk fez um bico e cruzou os braços, soltando um deles somente para ajustar as grandes lentes redondas que desceram até o nariz. — É um feriado em que nós, bruxos, vamos fingir que somos… Bruxos?

— Vocês podem se fantasiar de outra coisa! Não precisa ser de bruxo. — Minji esclareceu, sorrindo meio sem jeito ao ser o foco de cinco — bem, talvez só três — pares de olhos confusos e inquisidores. — E podemos ganhar doce de graça! — eloquentemente argumentou.

— Doce?! — Os olhos grandes do bruxinho brilharam.

Lembro bastante do tio de vocês assim: com olhos pidões e um sorriso inocente. Essa imagem o resumia bem.

Sendo o mais novo dentre nós, tínhamos a mania tola de justificar sua personalidade pela juventude — falando assim, até parece que éramos anciãos perto dele! Porém, apesar disso, mesmo tendo vivido muitas experiências negativas, esse olhar gentil sobre o mundo nunca mudou, o que exigiu muita maturidade da parte dele.

Mas, enfim, estou viajando. De volta à cena, outro bruxo entrou na conversa:

— Minji tem razão, Guk! — Taehyung, dos três Kims aquele com menos idade, aproximou-se do tio de vocês e pôs o braço ao redor do dele, apertando sua bochecha logo em seguida, fazendo-o ficar vermelhinho. — Você pode se fantasiar de girassol.

— De girassol?! — Jeongguk deu seu característico grande sorriso de orelha a orelha, que fazia com que o enxergássemos como um irmãozinho pequeno. — Eu posso mesmo?! — reafirmou a pergunta.

— Podem se fantasiar do que quiserem! — Depois disso, Jeongguk continuou a conversar em um tom baixo com o Kim, perguntando se ele se fantasiaria de girassol também, dizendo que ele ficaria bem como margarida. De qualquer modo, minha atenção foi completamente tomada por Jimin, que estava quieto em um canto, então deixei que os bruxos e o humano resolvessem aquela questão ultra burocrática de fantasias entre si e fui ao seu encontro.

— No que está pensando, metade da minha laranja? — brinquei ao me aproximar. Na época, com o feitiço que nos uniu tendo acontecido há tão pouco tempo, aquele tipo de piada era comum entre nós.

Ele respirou fundo antes de me encarar.

— Sabe no que estou pensando.

E eu, de fato, sabia.

Não, não vou contar agora.

Meu grande amor estava devastado desde que descobrimos o que seria preciso para salvar o mundo. Todos estávamos, como não ficaríamos? Era pedir muito de três bruxos que nunca quiseram ser heróis, mas que escolha tínhamos?

Nós podíamos ter, como era o desejo de Jimin, sentado e esperado todos os nossos sonhos escaparem das nossas mãos enquanto assistíamos, mas, faltando um ou dois dias para o Halloween, decidimos celebrá-lo.

— Você está bem? — perguntei quando o Park levantou após espirrar. Franzi as sobrancelhas e o avaliei de corpo inteiro. Ele estava longe de parecer relaxado, seus ombros estavam curvados e seus olhos cansados de tanto estudar magia por noites a fio.

No tempo que o conhecia, nunca o vi perto de adoecer, então imediatamente me preocupei com seu estado, começando a pensar que nosso corpo não tinha o preparo necessário para sobreviver naquele planeta por muito tempo.

— Estou, não se preo... — outro espirro — cupe. — E mais um.

Segurei um sorriso e também levantei. Estava em um conflito interno entre ficar extremamente preocupado e achá-lo extremamente adorável. Seu espirro era tão baixo e contido que se tornava inevitável não o comparar a um gatinho perdido.

Pedi que ele se deitasse e descansasse pelo resto do dia. Ao consultar Seokjin, o irmão Kim do meio, ele afirmou que aquela reação era natural e esperada. Somos feitos de magia, magia que não pudemos ter completo acesso na Terra, portanto, nossa força vital estava fraca, e éramos muito mais vulneráveis às doenças terrestres. Seokjin suspeitava que Jimin havia contraído um resfriado.

É uma espécie de bichinho terrestre quase invisível de tão pequeno, que fica preso no nariz. Nosso corpo faz a gente espirrar para nos proteger. Mas vocês, pequeninos gaianos, não têm porquê se preocupar. Nossa magia é muito mais forte aqui, então não é nada fácil nos deixar doentes.

De qualquer modo, Minji ajudou Jimin ao preparar uma sopa e recomendar que ele passasse o dia na cama. Obviamente, isso significava que ele não poderia participar do Halloween, o que, certamente, nos entristeceu, mas ele já não estava tão animado de qualquer forma.

Assim se passaram dois dias, e Jimin não parava de espirrar. Seokjin começou a notar algo estranho em tudo aquilo, como os olhos de Jimin ficando sutilmente roxos — a cor da nossa magia — após cada espirro, além da própria magia, que exalava pelos poros. O segundo Kim então concluiu que Jimin estava sofrendo não de um resfriado, mas de um tipo de reação. Seus poderes estavam agindo contra ele, como se seu corpo os rejeitasse.

No dia de Halloween, então, quando Seokjin se deu conta de que era uma lua nova, passou a buscar por sintomas semelhantes em mim, não encontrando nada, porém.

Pela primeira vez em minha existência, não perderia o controle de mim, e não me esconderia pelas sombras como um animal qualquer, muito menos temeria pela minha liberdade.

Mesmo assim, não me sentia mais tranquilo, não quando o amor da minha vida sofria naquele exato momento, e todas as hipóteses apontavam que aquilo era culpa minha. Minha e da habilidade que por toda a minha vida eu amaldiçoei por ter tirado tanto de mim.

— Eu não vou mais — Jeongguk declarou, sentando-se na cadeira ao lado do sofá onde Jimin estava deitado. Ele já estava fantasiado, seus olhos preocupados encaravam Jimin, o que fazia com que o bruxo enfermo sorrisse ao analisar o girassol à sua frente. Como ele havia arrumado a fantasia era algo que nunca quisemos questionar. — Não vou sair enquanto você está doente, Jiminnie. — Fez um bico.

— Talvez seja melhor Taehyung e eu ficarmos também — declarou Seokjin, aproximando-se. Ele usava um roupão longo azul engraçado, um cajado e uma falsa barba branca. Falou que era assim que a maioria das nossas lendas o retratavam. — Podemos intervir caso ele fique pior. Além de que nós — falava dos três Kims, apesar de Namjoon não estar presente — já fomos a milhares de Halloweens diferentes.

— Mas eu nunca fui com o… — A voz de Taehyung morreu conforme seus olhos passeavam pela sala até chegarem a um pequeno girassol choroso.

— Não… — Jimin protestou com a voz fraca. — Vocês devem ir. Jeongguk, você nunca mais vai poder comemorar o dia das bruxas.

— Mas, hyung.

— Por favor. Vão. — Ele espirrou ao final da frase, e o Jeon abaixou o olhar, incapaz de discutir.

— Tudo bem, já que você insiste — concordou Taehyung, tentando disfarçar seu contentamento.

Assim nossos amigos bruxos e o humano se despediram e caminharam até a porta, rumando à sua tão desejada aventura.

— Você não vai? — Ouvi a voz fraca outra vez. Aproximei-me e me ajoelhei ao seu lado.

— Não quero estar em qualquer lugar que você não esteja. Nem Halloween, nem coisa alguma importam para mim se eu não estiver com você.

Suas írises lilases me encararam, e por detrás delas um sentimento de melancolia era carregado.

— Você sabe que-

— Sei — interrompi. — E é mais um motivo para eu ficar com você a cada oportunidade que me aparecer. — Sorri. — Eu já te disse, cara metade, você ainda vai me deixar cuidar de você.

Jimin sorriu também.

— Não estou tendo exatamente uma escolha.

Mais um espirro.

Suspirei.

— Vou fazer aquele suco de laranja e limão que Minji recomendou. — Levantei e me curvei sobre Jimin, deixando um beijo em sua testa, tendo como resposta uma série de espirros e tosse.

Respirei fundo e me encaminhei em direção à cozinha, pegando o impressionante aparelho tecnológico — era como os humanos supriam a falta de magia — que servia para retirar o suco das frutas. Minji me informou que o nome daquele fascinante, no entanto, não-mágico, objeto era “espremedor”.

Preparei o suco conforme me foi ensinado, era quase como fazer uma poção, mas com propriedades que Minji disse se chamarem “naturais”, pois não as consideravam mais como mágicas. De qualquer forma, ele disse que aquele suco era excelente para combater o resfriado — mesmo que nossas suspeitas fossem de que não era aquilo o que Jimin tinha.

Voltei para a sala com dois copos na mão.

— Está um pouco amargo, mas é só beber tudo de uma — Minha voz morreu de vez quando adentrei o cômodo e meus olhos correram direto para o sofá, onde Jimin estava. — Vez...

Deixei os copos na mesinha e me ajoelhei em frente ao sofá, tocando seu rosto com a maior delicadeza que pude, encarando aqueles olhos lilases assustados que me encaravam de volta.

— Ji?

— Miau.

Ri soprado.

— Então você não estava doente? — perguntei baixinho, fazendo carinho atrás das suas orelhinhas, e em resposta ele se desmanchou na minha mão, deitando completamente.

Jimin havia se transformado em um pequeno gatinho preto. Tão pequenino que poderia ser confundido com um filhote.

Passei os próximos segundos quebrando a cabeça, tentando achar alguma explicação que fizesse sentido para aquilo.

Jimin não se transformava nas luas novas porque sua magia era mais forte do que a minha habilidade, logo ele era capaz de controlá-la. No entanto, seus poderes foram reduzidos quando chegamos à Terra, então aquilo significava que a minha habilidade ficou mais forte do que a sua magia? Ou talvez tenha sido o estresse que o consumiu na última semana, que acabou por fazê-lo perder o controle. De qualquer forma, ele era a criaturinha mais adorável que eu já tinha visto.

Concluí também por fim que eu não me transformei porque minha magia não era suficiente para me manter em outra forma que não a original. O que só comprovava que Jimin era muito mais poderoso do que, a cada dia, tentávamos imaginar.

Meus pensamentos foram interrompidos quando, no instante seguinte, ele voltou à forma bruxa.

— O que foi isso?! — Jimin olhou para os lados, completamente apavorado. Sorri ao constatar que suas bochechas estavam rosadas e seus lábios avermelhados novamente. Ele definitivamente não estava doente. Seokjin estava certo, era uma reação. Seu corpo tentou agir contra a transformação.

— Mais um motivo para você odiar o partitus animarum. — Cobri-o com o lençol que estava jogado no sofá. — Não sou forte o bastante para me transformar, mas você não é forte o suficiente para poder controlar isso. Me desculpa.

Jimin fechou os olhos e balançou a cabeça, deitando-se no sofá. Ainda estava cansado, apesar de mais saudável.

— Não é sua culpa, Gi. — Voltou a espirrar. — Que coisa!

— Seu corpo está tentando rejeitar a transformação — reafirmei a hipótese de Seokjin. — Está lutando contra ela. Enquanto tentar resistir, acredito que continuará tendo essas reações durante toda a lua nova.

Abaixei a cabeça, desolado. Aquilo era minha culpa.

A mão de Jimin pousou sobre a minha e ele entrelaçou nossos dedos.

— Não é sua culpa — repetiu. — Não é, entendeu? Fui eu que fiz o feitiço. Foi uma escolha minha unir a minha alma à sua.

Suspirei. Não estava disposto a ter aquela discussão com ele outra vez, muito menos em uma situação como aquela.

— Acho que o melhor é eu… Não sei, parar de resistir de alguma forma, talvez eu consiga.

— Quer mesmo passar o resto da lua nova como um filhote de gato? — Ergui as sobrancelhas e ele deu um sorriso de canto.

— Por que não? Sempre tenho um gatão para cuidar de mim.

Gargalhei alto dessa vez.

— Ah! Então agora quer que eu cuide de você?! — Cruzei meus braços e ele deu de ombros.

Era incrível como, mesmo em meus piores momentos, a menor das suas ações era capaz de me fazer sentir felicidade plena.

— Eu sempre quero, só não admito.

— Você está mesmo doente — brinquei, fingindo checar uma possível febre, e ele revirou os olhos, ainda com um sorriso bobo.

— Doente de amores por você.

— Oh, céus, é grave mesmo!

Enfim ouvi seu riso, depois de dias aflitos, e suspirei. Ele voltou a entrelaçar nossos dedos e me puxou para que eu me deitasse ao seu lado.

— Vai mesmo parar de resistir? — questionei após um tempo em silêncio.

— Odeia sua habilidade tanto assim?

— Não é uma habilidade. É uma maldição.

— Gi…

— Ser um magimalesco tirou tudo o que eu tinha, Jimin — expressei com mágoa declarada. — Eu tive que me acostumar a viver perdendo tudo o que eu amo, simplesmente por ser quem eu sou.

Ele tocou meu rosto e o virou, para que eu o encarasse.

— Você ainda não me perdeu.

— Ainda — repeti e ri sem humor algum.

— Yoongi, ser um magimalesco não é um castigo. É simplesmente quem você é. Você nasceu assim, não foi uma escolha. A crueldade dos bruxos não é culpa sua. Você é incrível, Yoon, incrível — declarou e me beijou ao final da frase.

Fechei os olhos e o abracei quando sua boca se afastou da minha, abrindo-os novamente e sorrindo para o gatinho deitado nos meus braços.

— Olhando para você, fica difícil acreditar que seja realmente uma maldição. É covardia demais você ser tão fofo. — Comecei outro cafuné atrás das suas orelhas e ele ronronou. — Sabe, às vezes eu me pego achando que tive muita sorte ao encontrar você. — Seus olhos redondos me encararam com curiosidade. — Meu gato da sorte.

Recebi um miado baixo em resposta.

Meus olhos se desviaram rapidamente de Jimin para a mesinha à frente do sofá, onde descansavam os copos de suco abandonados, mas também a fantasia que Minji havia separado para mim.

Contive um sorriso e voltei a olhar para o felino.

— Sabe que eu tive uma ideia?

Jimin me olhou com curiosidade, mas apenas me levantei do sofá, deixando ele ali e indo ao nosso quarto.

— Miau? — Escutei já do corredor.

— É surpresa, Ji — declarei um pouco mais alto para que ele escutasse. Se revelasse o que tinha em mente, talvez ele não aprovasse imediatamente, e eu que não iria lidar com um gato arisco.

Vesti as peças que estavam jogadas na cama e retornei à sala, peguei Jimin e o pus sobre o ombro. Ele estava tão perdido que sequer protestou, aconchegando-se ali.

— Confia em mim — pedi e então nos levei à saída da casa.

As ruas daquela cidadezinha não estavam tão lotadas quanto eu pensei que estariam, mas, também, já era tarde da noite, e sempre ficava vazio durante a madrugada de qualquer forma.

Jimin descansava em meus ombros e vez ou outra virava a cabeça com curiosidade para reparar nas várias decorações.

Era uma coisa engraçada de se ver.

Víamos abóboras com rostos por todos os lados: nas ruas, nas casas, nos portões… Feno espalhado, bonecos de palha com cabeça de abóbora e vestidos com roupas humanas. Várias casas estavam lotadas de papel higiênico, atração que me fazia questionar como havia sido a lógica por trás da organização.

Os humanos eram criativos. Além das abóboras, vários morcegos de papel estavam pregados em forma de varal, e Minji já havia explicado que toda aquela aparência com um teor "assustador" — era a intenção, pelo menos — tinha como objetivo espantar o mau de criaturas perigosas. O que aquilo tinha a ver com bruxos eu ainda não havia entendido muito bem, mas suponho que, a cada geração, conforme uma tradição passa, ela muda várias vezes, adquirindo infinitos significados.

Minha fantasia era composta simplesmente por chifres vermelhos na minha cabeça, uma capa e um tridente de mesma cor. Minji disse que até poderia explicar, mas aquilo envolvia uma questão cultural e religiosa muito extensa que ia além de uma simples fantasia, então só me restou aceitar sem fazer muitas perguntas.

Algumas crianças corriam pelas calçadas com sacos cheios de doces, rindo ao saírem das casas dos vizinhos com vários pirulitos e bombons.

— Você acha que Jeongguk conseguiu muitos doces? — Jimin apenas miou, mas interpretei seu miado como afirmativo. — Aposto que com aquela carinha ninguém teve coragem de negar. E aposto também que ele vai querer dividi-los com você.

— Miau! — Eu traduziria isso facilmente como um "eba!".

Ri e continuei andando, até sermos inusitadamente parados por um garoto com fantasia semelhante à minha.

— Ei, diabinho! — Era um apelido direcionado ao meu traje. — Você veio para a festa? — Apontou para a grande casa branca atrás de si, onde tocava música alta e era possível ver vários humanos fantasiados dançando.

— Na verdade, eu só estava andand-

— Ah, não tem problema, tá convidado, lindo! — Ouvi o momento exato em que Jimin grunhiu baixinho, e contive um sorriso. — Aceita, vai! Você vai amar! Só tem música boa. Já, já, vou pedir para colocarem o álbum novo da mamãe. O Midnights tem uma vibezinha mais deprê? Tem! Mas festa que é festa tem que ter sofrência.

Nem tentem perguntar, eu não entendi uma palavra sequer.

— Sua mãe é cantora? — tentei mostrar interesse pelo que falava. O rapaz arregalou os olhos e então gargalhou, segurando meu braço. Jimin grunhiu outra vez.

— Quê?! Não, gato! Tô falando da Taylor, a mãe, a dona, a rainha, a própria indústria musical. Você ouviu o álbum novo, né?! Já saiu faz mais de uma semana, docinho. Avisa que o aoty tá garantido.

Semicerrei os olhos.

Não, nada. Nem uma palavra.

— Mas, enfim, você vai entrar? — Seus olhos brilharam com expectativa.

— Olha, já está ficando tarde, eu acho melhor nã...

— Ai, por favor! — Tocou meu braço outra vez. — Vem, vai ser divertido. — Pôs o dedo indicador sob meu queixo.

Jimin miou alto, surpreendendo o garoto.

— Que susto, eu pensei que fosse de brinquedo. — Gargalhou com uma mão no peito e a outra em uma latinha de bebida. — Que gatinho lindo! Que nem o dono. — Ergueu as sobrancelhas e sorriu sugestivamente. Jimin grunhiu.

— Eu não sou exatamente o dono. — Ri sem graça, e o felino miou como se… protestasse?

— Pior, gato é mais nosso dono do que a gente é deles. Posso pegar ele? — Aproximou-se outra vez com as mãos já direcionadas a Jimin, que em resposta miou alto outra vez e quase saiu do meu ombro, assustando o rapaz novamente.

— É que ele é bravo — justifiquei, e o humano concordou.

Old, lindo. Dizem que bicho é que nem o dono. Você é bravo também, gatinho?

Estava prestes a responder, mas me calei de imediato diante à cena que se passou em menos de um segundo.

Jimin miou alto pela terceira vez e pulou do meu ombro. Por reflexo, tentei segurá-lo, mas me afastei quando ele progressivamente aumentou de tamanho, e o humano que falava comigo andou passos mal dados para trás e caiu no chão, não sem antes soltar um grito perplexo, assim como todos que estavam ao redor.

Bravo eu não sou, mas meu dono é.

Simplesmente encarei sem palavras a grande pantera à minha frente, cujo rugido soou alto e espantou todos os humanos para dentro da casa, restando somente nós dois no meio da rua.

Meus olhos ainda estavam arregalados e incrédulos quando Jimin virou de frente para mim, mas ele apenas sentou nas patas traseiras e me encarou com os grandes olhos felinos brilhando, como se ainda fosse um filhotinho que não havia feito nada.

Balancei a cabeça e me aproximei dele com um riso baixo, voltando a fazer o mesmo cafuné atrás da orelha de antes.

Park Jimin com ciúmes nunca deixaria de ser engraçado.

— Acho que já aproveitamos demais o Halloween por hoje. — Sorri. — Vem… — chamei-o conforme andava na direção oposta à casa, e ele me seguiu. — Vamos para um lugar mais calmo… — Dei um sorriso de canto e contive uma risada. — Gatinho — provoquei e ele protestou, fazendo sons típicos de panteras.

Nós seguimos um caminho que já conhecíamos bem, indo por trás da casa de Minji e subindo uma baixa elevação de terra, que dava para uma colina com vista para uma cachoeira. Sentei ali e Jimin se sentou ao meu lado.

Suspirei em silêncio, atento ao som tranquilo da água caindo lá embaixo. O olhar de Jimin estava perdido na paisagem.

— Não faremos mais muitas visitas a esse lugar — falei o que ele também deveria estar pensando, pois abaixou a cabeça.

Teríamos aquela conversa mais cedo ou mais tarde, e provavelmente voltaríamos a tê-la.

— Ji… Eu sei o quanto vai ser difícil no dia do eclipse, mas não suporto te ver tão machucado. — Ele me encarou e então deitou a cabeça no meu colo. Fiquei continuamente acariciando seu pelo. — Se eu pudesse, ficaria no seu lugar. Se eu pudesse eu faria tanta coisa… — Uma lágrima solitária desceu pelo meu rosto. — Não é justo, mas… — Não cheguei a completar a frase. Quando olhei para baixo, vi o momento em que Jimin enfim se transformou pela última vez naquela noite.

Não era mais lua nova, nem Halloween.

Quando nossos olhos se encontraram, vi que ele chorava.

Retirei a capa que usava e coloquei sobre ele antes de abraçar seu corpo com força.

— Eu não quero te perder. Nunca — sussurrou em prantos.

— Você não vai me perder. — Tentei sorrir ao encarar seu rosto. — Eu prometo, meu bem. Não vou perder você de vista. Nunca.

Em meio aquela forte e apaixonante promessa, nós nos beijamos e voltamos a nos abraçar, aproveitando cada segundinho que tínhamos direito.

E fim.

— Como assim "fim"?! — Yeoreum protestou, bocejando. — Tio, o que aconteceu depois? Porque o tio Jiminnie estava triste?

— Como vocês salvaram os universos? O homem malvado foi derrotado?

Em menos de um minuto as crianças bombardearam os adultos de perguntas que eles mal conseguiam processar, e, diante daquilo, Jimin e Yoongi apenas riram.

— Eu disse que elas não conseguiriam dormir — declarou Yoongi.

— Ah, mas vão dormir sim, já está tarde! — Jimin afirmou, ignorando os protestos. — Vocês têm escola amanhã cedo! Então durmam bem e depois nós contamos outra história — prometeu, e os gêmeos em resposta bocejaram e desejaram uma boa noite aos dois, que logo trataram de sair do quarto em direção à varanda da casa.

Caminharam em silêncio até Jimin apoiar o corpo na barra de proteção, encarando os céus onde a lua brilhava forte e orgulhosa. Suspirou, não cansado ou frustrado, mas um longo suspiro de satisfação, ao pensar em tudo o que o levou até ali; em todas as coisas as quais sobreviveu para que enfim pudesse suspirar daquela forma.

Seu marido se aproximou devagar e envolveu-o pela cintura, deixando um beijinho no pescoço do moreno.

— Às vezes eu também me sinto um pouco sortudo — confessou Jimin, lembrando do que Yoongi o confidenciou há tantos anos. — Irônico, não é? As coisas que fizemos não tiveram nada a ver com sorte. Ao mesmo tempo que tiveram tudo a ver.

— Você ainda é o meu gato da sorte. — Yoongi o abraçou mais forte e derreteu ao escutar sua risada tranquila.

— Você cumpriu sua promessa… — refletiu. — Nada mais vai nos separar.

— Nada — concordou e virou Jimin, deixando um selinho em seus lábios. — Nunca.

— Eu te amo tanto… — Jimin refletiu, encarando os olhos que o encaravam de volta.

Em resposta, Yoongi o beijou outra vez, enchendo-o com todo o amor que de si transbordava, tão mais forte e vital que sua própria magia.

Daquele momento em diante, sentiram de verdade que estavam em paz, e que força nenhuma nos universos era capaz de separá-los, nem mesmo eles próprios.

Não se amaram para sempre, porquanto o para sempre é finito demais e insuficiente para abrigá-los.

Amaram um ao outro.

Simples assim.

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Notas Finais: Foi isso, gente, o que vocês acharam? Particularmente eu acho essa história bem legalzinha e tranquila de ler (novidade pra mim) e espero que vocês tenham gostado (porque não vai ter mais KK)

Um beijo e até mais!

Nov. 1, 2022, 2:32 a.m. 0 Report Embed Follow story
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The End

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