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Park Jimin não gostava de festas. Se pudesse escolher não frequentar qualquer uma que fosse, faria-o. Justamente por isso, não entendia como chegou àquela situação, onde aquele homem belo, e desconhecido, dava boas-vindas a ele.


Fanfiction Bands/Singers For over 18 only.

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A primeira festa

Escrito por: @LadyofSomething | @RedWidowB


Notas iniciais: Olá! Bem, a inspiração para escrever essa fic veio quando assisti o MV da música "Drunked-dazed" do Enhypen. Acredito que a estória não tenha muitos pontos em comum com o clipe, mas achei interessante contar para vocês.
Além disso, gostaria de agradecer muito a @mimi2320ls | @bebeh1320alsey pela betagem e @snuffyoon | @monpecs pelo banner e capa lindos! Muito obrigada pelo esforço e paciência, gente <3
Enfim, espero que gostem dessa loucurinha. Boa leitura!


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Em filmes, os introvertidos geralmente eram descritos como pessoas isoladas, certas vezes consideradas chatas, e até rancorosas por serem assim, pois a introversão parecia sinônimo de desgostar da vida e de pessoas.

De certa forma, Park Jimin concordava com a última afirmação. Ele não era lá o maior fã de seres humanos, ou de conviver com eles, mas isso de jeito algum o transformava no estereótipo infeliz e frustrado dos filmes.

Ele simplesmente preferia evitar situações em que sua bateria social fosse usada ao máximo, e não havia nada de errado ou triste nisso, principalmente quando aqueles com quem realmente se importava o entendiam e o respeitavam.

Jimin tinha amigos e uma vida social confortável para si, em que ele e seus amigos sabiam seus limites e vontades, e nem por isso sofria bullying ou ouvia ofensas.

A realidade era que, na vida real, em sua idade, todos estavam preocupados demais com a própria vida para lembrar de atazanar alguém por não ter ido à última festa, ou reclamar dos óculos de outras pessoas — pelo menos não ao seu redor.

Sabia que o bullying existia, óbvio, mas nunca entendeu por que tal coisa era retratada com tamanha falta de veracidade. O problema não era ser isolado, e sim existirem pessoas que não enxergavam, ou não queriam enxergar, que pessoas são diferentes, e que não respeitar isso é algo ruim.

Assim, Jimin não temia o assédio moral, ou qualquer agressão causada pelo simples fato de ser um nerd tímido que adorava passar suas noites lendo ou jogando, no lugar de ir para festas que, para o seu gosto, não eram agradáveis.

Se fosse sincero, nem achava que a maioria dos jovens gostava de ir para essas coisas. Tinha a impressão que a fase em que viviam, da transição de adolescentes para adultos, fazia com que a frase "só se vive uma vez" fosse levada muito à sério.

Sentia que poderia se arrepender no futuro, claro. Via como seus amigos apreciavam as poucas vezes que iam sem ele, além de sentir um pouquinho de inveja das histórias sobre bocas beijadas e toques que ainda não havia experimentado.

Porém, Jimin se via como apenas um garoto chegando aos dezenove. Preferia acreditar que ainda tinha tempo para viver tudo aquilo. Até ali, ele poderia ser simplesmente um amante de jogos, futuro engenheiro de software e filho único da melhor corretora da cidade.

Bom, a última parte era sua mãe que repetia, para que ele sentisse orgulho de suas origens. E ele sentia. Fazia questão de ser o apoio da mulher, assim como ela era o seu, e nunca faria o suficiente para demonstrar o quanto era grato por ter sido criado por ela.

Ser mãe solteira era difícil, e Jimin imaginava que ter um filho introvertido fazia as coisas serem um pouquinho mais complicadas, já que pouco se abrira com ela até os dezesseis.

Então, ainda que não dissesse a ela, fazia de tudo para compensar as noites que causou preocupação por simplesmente não saber o que fazer ou dizer. Ele estava ali por ela, exatamente como a mulher esteve em toda sua vida com ele.

Isso incluía ajudá-la com as casas que precisava vender, ou — no pior dos casos — lidar com os clientes que surgiam quando ela estava atarefada demais.

Vivia sua vida assim. Tinha seus lazeres, sozinho ou não, estudava e tentava ser o melhor filho possível. Não tinha tempo para se preocupar com a ideia que algumas fontes de mídia haviam criado sobre o seu “tipo” de pessoa.

Exatamente com esse pensamento, Jimin chegou ao dia 28 de agosto de 2010. Era um sábado ensolarado, com um clima agradável o suficiente para não reclamar de frio ou calor, e se parecia com absolutamente todos os demais sábados que passava com sua mãe: dia de limpeza.

Limpeza das casas que a mais velha vendia, ou da que dividiam ainda, tudo só dependia do que sua mãe precisava fazer na segunda-feira.

Naquele sábado, Jimin esfregava as janelas de uma mansão que, segundo sua mãe, a comissão pagaria a primeira parcela do carro que pretendiam comprar.

Não era uma residência particularmente impressionante. Ele poderia jurar que a propriedade tinha sido retirada de algum cenário genérico de quadrinhos estadunidenses.

Era apenas uma casa grande de paredes brancas e com muitos quartos. Até o teto, de telhas marrons — e incomuns no bairro —, parecia caricato.

De qualquer forma, nada disso realmente incomodou o rapaz. Ele não ligava para a beleza, ou a falta dela, em uma casa. Só esperava que sua mãe conseguisse fazer o seu trabalho com tranquilidade.

Para não se sentir entediado enquanto tirava o pó acumulado há anos que não tinha como contar ou saber, ouvia música em seus fones novos de ouvido. Eles eram vermelhos, porque era sua cor favorita, e eram os vigésimos que comprava naquele ano.

Os fios sempre se rompiam, ou os pobres simplesmente paravam de funcionar. Jimin só torcia para que aqueles durassem, já que havia sido caro comprá-los.

E os fones caros ecoavam por todo o cômodo vazio, pois estavam no volume mais alto, para que Axl Rose cantasse em seus ouvidos sobre como nada dura para sempre, nem mesmo as chuvas frias de novembro.

Jimin sentia como se a música guiasse os seus movimentos com força, como se fosse seu coração que estivesse sendo machucado e descrito naquela canção — e ele nem ao menos namorava.

O solo final de November Rain o ajudou a lavar e torcer o seu pano, deixando-o completamente alheio ao fato de sua mãe vê-lo balançando a cabeça e perguntando ao tecido velho se este não pensava que precisava de alguém, assim como dizia na canção.

Quando se virou para trás, no intuito de voltar a limpar, assustou-se com a mulher e retirou os fones.

— Meu Deus, mãe! — exclamou, rindo. — Que susto.

A mais velha negou com a cabeça.

— Na próxima, eu não comprarei um fone. Vou trazer duas caixinhas de som para você colocar uma em cada lado da cabeça.

Ela disse com falsa raiva na voz e se aproximou do filho para bagunçar os seus cabelos pretos. Jimin riu ainda mais, retirando os fones do plug do seu celular. Sabia que aquela era a deixa para não usá-los até segunda ordem.

E o primeiro erro que Jimin cometeu naquele dia foi deixá-los sobre o balcão da cozinha, ao lado da bolsa da sua mãe.

Os dois voltaram a limpar a casa, caçoando sobre como deixariam o outro sozinho para limpar, caso não fizessem direito.

— Sabe — sua mãe em algum momento comentou —, quando me passaram essa casa para vender, contaram que existe uma lenda sobre ela. Ou algo assim.

Jimin parou para ouvi-la, antes de subir as escadas que davam para os quartos.

— Alguém morreu aqui? — perguntou em um tom cômico, mas com um toque de medo mesclado.

— Mais ou menos isso. Disseram que muitos jovens sumiram por aqui. Eu interpretei como morreram.

Por um curto instante, o rapaz a encarou com um semblante assustado, até vê-la gargalhar.

— Mas é claro que é conversa! Disseram que essa casa existe desde a década de cinquenta também. Onde que uma casa dessas existiria há tanto tempo? — ela completou.

A conversa, então, transformou-se em piadas sobre como Jimin era medroso para sua idade, ao mesmo tempo que sua mãe repetia o quanto não faria sentido acreditar nas histórias sobre aquele lugar.

Assim passaram a manhã inteira, papeando e limpando até o chão de toda a casa refletir seus reflexos e os quartos não parecerem mais cenários de filmes de terror.

Tomaram seus banhos ali, para não perder tempo e gasolina voltando em casa, e logo foram almoçar fora, pois nenhum dos dois tinha capacidade cognitiva ou força nos braços para cozinhar naquele momento.

Jimin poderia jurar que a última vez que veria aquela casa seria quando sua mãe girou a chave ao seu lado, trancando a porta gigantesca da mansão sem graça.

Dali, foram almoçar, e nada de realmente especial ou diferente aconteceu. Hambúrgueres e reclamações da vida eram comuns entre eles.

Os dois demoraram a tarde quase inteira para finalmente retornarem para casa, e o Park estava extremamente satisfeito com o dia, até perceber um detalhe específico.

Seus bolsos estavam vazios, exceto pelo celular em seu frontal.

Dentro do carro, enquanto sua mãe dirigia e reclamava dos babacas que compravam suas carteiras de motorista, Jimin começou a se agitar.

Não conseguia acreditar que, de novo, havia perdido os benditos fones.

Antes de demonstrar sua frustração, pensou duas vezes. Se contasse à sua mãe que perdeu o vigésimo, talvez não recebesse o vigésimo primeiro. Depois pensou que não queria mais um. Estava satisfeito com o seu vermelhinho.

A senhora Park estacionou o carro, no momento em que Jimin maquinou seus planos de recuperação.

Ele sabia dirigir, e sua mãe não iria pensar em ir para o mesmo lugar que ele, já que a casa permaneceria fechada por dias, até que surgissem pessoas interessadas, então só precisava ir até lá com a chave e o carro.

Eram apenas quatro da tarde, e o rapaz sabia que não existia um só motivo ou circunstância para que a mais velha permitisse que ele pegasse o carro, muito menos para deixá-lo ir até o outro lado da cidade apenas para pegar um fone. Decidiu que esperaria até a noite chegar e sua mãe estar menos ativa e mais sonolenta.

Foram boas horas de espera, até sua mãe finalmente dormir.

Ela estava deitada na poltrona da sala dormindo, no momento em que o rapaz furtou temporariamente suas chaves, incluindo a do automóvel.

Jimin se sentia em um surto.

Nunca tinha feito algo assim, nem se imaginava fazendo, ainda mais por um par de fones.

Nove horas da noite e Jimin estava nas ruas da cidade!

Ninguém acreditaria se contasse, e ele também não pretendia fazê-lo. Seria sua loucura momentânea e sútil, e o pensamento o deixava mais calmo.

Alguns minutos depois, ao estacionar em frente à mansão, teve uma surpresa gigantesca.

As paredes brancas e sem vida da casa estavam cobertas de fitas douradas. Por todo lado, e pelas janelas que ele havia esfregado durante a tarde, conseguia enxergar pessoas pulando e dançando.

Era uma festa.

Uma festa na casa que pagaria o seu carro.

Sua pressão quase caiu.

Nem conseguiu entender como diabos alguém havia entrado no lugar, ainda mais sem que ninguém ligasse para sua mãe ou para a empresa dela avisando.

Mais estranho era como a vizinhança parecia completamente tranquila, exceto pela algazarra feita na mansão.

Só de ver de longe, um arrepio desagradável subiu por sua espinha.

Jimin nunca havia entrado em uma festa, nem fazia questão de estrear sua primeira experiência com aquele tipo de ambiente. Entretanto, seus fones estavam indefesos ali, em meio àquele monte de adolescentes.

Seus fones vermelhinhos, bonitos.

Com uma respiração funda e o pensamento heróico de salvar o pobre objeto, saiu do carro com suas pernas bambas.

E se fossem marginais? Como iria expulsá-los dali? Ele deveria expulsar?

Tudo passou a mil em seus pensamentos.

Resolveu ficar com o básico. Só precisava de uma coisa e iria embora. Depois que fosse, ligaria para a polícia e resolveria o problema, simples assim.

Teve que decidir, também, se apenas abriria a porta com sua chave ou bateria, até imaginar a audácia dos invasores em abrir a porta para ele. O único que tinha o direito de estar ali era ele — e nem tanto assim.

Todavia, ao alcançar a porta, Jimin não conseguiu usar sua chave. Nem ao menos entrar na fechadura o objeto entrou.

Por segundos, o rapaz se sentiu louco. Ele havia errado de casa? E se estivesse no bairro errado?

Não era possível. Não tinha como ter errado o bairro e encontrado uma casa tão estupidamente parecida com a casa incomum que limpou com a mãe.

Aquela era a casa, e os invasores deveriam ser muito espertos para trocar a fechadura. Foi isso o que pensou.

Optou por bater na porta, a contragosto, e esperou.

Foram apenas três toques contra a madeira, que Jimin teve a impressão de serem bem mais baixos que o som estridente que ecoava lá dentro.

Seu estômago começou a embrulhar e o nervosismo passou a atacá-lo.

Jimin nunca tinha visto uma festa de perto, muito menos uma ilegal como aquela, e ele não sabia o que sentir. Ainda mais por ser na casa que ele sabia que não pertencia a ninguém ali, e sim ao trabalho da sua mãe.

Na segunda vez que bateu, foi por ansiedade.

Cogitou não bater na terceira. Simplesmente ir embora e contar sua aventura e descoberta para a mãe. No entanto, não foi necessário.

No lugar da porta maciça que o impedia de entrar, uma imagem também incomum surgiu.

Um rapaz bonito, ruivo, vestido em calças, jaqueta de couro e uma camisa de uma banda que Jimin não conhecia, apareceu na entrada.

O desconhecido tinha olhos julgadores e pequenos, que encararam Jimin dos pés à cabeça.

De repente, o frio no estômago de Jimin se tornou calor, subindo de todo o seu corpo até o rosto.

Suas roupas — calças de moletom pretas e uma regata branca — não eram nem de longe tão arrumadas ou decentes, e ele se sentiu pequeno com a forma que o rapaz bonito o olhou.

Esqueceu por segundos que aquele se tratava de um invasor, afinal, os cabelos vermelhos lhe caíam tão bem, exatamente com a cor que Jimin poderia jurar ter sido feita para o seu gosto pessoal.

Rapidamente, sua respiração ficou pesada de nervosismo.

— Bem-vindo — o desconhecido o cumprimentou. Sua voz era grossa e levemente rouca. — Gostaria de entrar?

Jimin não gostaria de entrar, porém tinha que fazê-lo. E nem era por ter um homem bonito daqueles o encarando.

— Sim, obrigado.

Não era como se o Park soubesse de muita coisa sobre o assunto, mas estranhou o fato de não ser indagado sobre quem o convidou para a festa, ou o porquê de estar ali. O ruivo simplesmente escancarou a porta e o deixou entrar.

Mesmo se não fosse uma festa especificamente de alguém, e sim um lugar onde as pessoas iam festejar, não deveria ter um mínimo controle ou ao menos perguntarem sua idade?

Talvez estivesse esperando demais de uma festa feita numa casa invadida, e a situação inteira já lhe causava estranhamento, então tudo o fazia indagar o que estava acontecendo ali.

Ainda na entrada, ao lado do bonitão, Jimin viu o cenário caótico que a sala de estar havia se tornado. O chão que limpou com tanto cuidado havia se tornando sinônimo de trampolim para uma quantidade gigantesca de adolescentes, que pulavam e dançavam ao som de músicas que ele não conhecia ou gostava.

Seu horror foi ainda maior quando viu alguns fazendo isso sobre o sofá caríssimo que passou uma hora esfregando.

A síncope só não chegou, porque o desconhecido encostou seu ombro no dele e disse:

— Sou Min Yoongi. E você?

Jimin quis assustá-lo dizendo que era o dono da casa ou algo do tipo. Poderia simplesmente dizer que era um vizinho também e que iria denunciá-los. No entanto, Yoongi era tão bonito. Era o tipo de rapaz que o lembrava claramente como descobrira que era gay.

Pensou também que, ah, talvez o ruivo nem fosse o anfitrião. Para que iria assustá-lo?

— Park Jimin — retrucou um pouco tímido.

Não era muito bom em iniciar conversas e, enquanto se aproximavam do som cada vez mais alto, tentou não se frustrar por não mantê-la também. Voltou ao plano inicial, de pegar o seu fone perdido — se é que ainda o acharia — e ir embora atrás da polícia.

A batida da música parecia acompanhar o ritmo do seu coração quando chegou à sala e foi impedido de andar normalmente pela multidão. Quanto mais passos desengonçado que dava, sendo empurrado por um ou outro indivíduo, menos apreciava o cenário onde se meteu.

Ele nem entendia como tanta gente havia se encaixado ali e ainda conseguia dançar do mesmo jeito. Alguns deles usavam roupas estranhas, como se estivessem fantasiados de épocas passadas, e isso estava deixando Jimin ainda mais intrigado.

Haviam planejado uma festa a fantasia em uma casa invadida?

De novo, sentiu algo em seu ombro. Yoongi o puxava por ele, com um sorriso no rosto.

— Sei um atalho! — gritou o ruivo.

Antes que Jimin respondesse — perguntando se o outro ao menos sabia para onde ele queria ir —, as pessoas começaram a gritar, animadas com a nova música, e o Min já segurava o tecido da sua blusa, puxando-o em direção ao suposto atalho.

As coisas estavam acontecendo muito rápido, em sua opinião. Ainda que a sensação sufocante de ser apertado e empurrado fosse terrível, parecia que o seu fim havia sido cessado com muita facilidade. De repente, em alguns piscares de luz colorida, já estava fora da loucura, justamente aonde queria chegar.

A cozinha estava incrivelmente tranquila, como se a sala de estar tivesse sido apenas uma ilusão horrorosa da mente de Jimin. Pouquíssimas pessoas transitavam por ali, e elas não pareciam interessadas em muita coisa, além das outras que as acompanhavam. E quando Jimin olhou para Yoongi, sentiu-se uma delas também.

A luz branca destacava melhor ainda o quanto Yoongi era simplesmente a pessoa mais atraente que Jimin já havia visto de perto — Taehyung, seu melhor amigo e aspirante a modelo, que o perdoasse.

Os olhos escuros do Min o fitavam com atenção, então Jimin se deixou captar apenas a perfeição do rosto másculo e, ao mesmo tempo, delicado do rapaz. Os cabelos vermelhos destacavam o tom de pele um pouco mais claro que o seu, e os lábios de cor similar tentavam a todo custo mudar o rumo dos seus pensamentos quase puros sobre o outro.

O que o despertou do transe foi a aproximação do rapaz, que quase entrou em seu espaço pessoal.

Jimin estava encantado, mas não louco… ainda.

— Eu só vim pegar uma coisa mesmo. — Deu um passo para trás, falando a primeira coisa que lhe veio à cabeça. Apontou para o balcão por cima do ombro e depois virou sua cabeça em direção ao móvel, onde encontrou rapidamente o fiozinho vermelho. — Ali, oh! Achei.

Virou-se completamente e foi até sua única motivação para estar ali. Yoongi o acompanhou de perto o suficiente para deixar as pernas do Park moles.

— Então, você que esteve aqui mais cedo, não é? — inquiriu o Min.

Com os olhos arregalados, Jimin encarou o rapaz novamente.

— O quê?

— Alguém esteve aqui mais cedo e deixou isso aí. Você sabia exatamente onde estava, falou que veio pegar algo, então…

Jimin engoliu a saliva que acumulou sem perceber, com medo repentino do outro ter escutado o som de deglutição, como os efeitos sonoros que via na TV.

— Sim, eu esqueci esses fones aqui. — Desviou os seus olhos, sentindo como se o errado fosse ele por estar ali, não a quantidade absurda de pessoas que invadiram a mansão.

Ouviu uma risadinha baixa, que acompanhou o toque inesperado em seu braço. Era a pontinha do indicador do ainda desconhecido, que se aproximou de sua pele somente o suficiente para ser percebida.

— Que bom que esqueceu.

O Park não era especialista em conversação, e, ao perceber que as palavras de Yoongi não se resumiam a uma conversa cordial, suas bochechas pegaram fogo e sua voz se trancou em algum lugar da sua garganta.

Ele não sabia como proceder. Nunca havia paquerado alguém a sério, e a única pessoa com quem já havia trocado beijos, ou até algo mais íntimo, simplesmente era alguém que ele conhecia há tempo demais para sequer precisar de qualquer protocolo comum para conseguir aquele tipo de coisa.

Assim, deu um sorriso que, em sua cabeça, havia sido o mais desconcertado e feio que já tinha esboçado na vida; em que somente as laterais dos seus lábios abriram minimamente e o centro permaneceu grudado. Yoongi imediatamente gargalhou, como se entendesse perfeitamente os motivos de Jimin. Como se o conhecesse.

— Foi demais? — indagou o ruivo, com uma feição falsamente preocupada.

— Pra mim, sim — confessou.

Endireitando sua postura, o Min se afastou um pouco e estendeu sua mão para ele.

— Podemos começar de novo? — Estendeu sua mão a Jimin, que a segurou sem pestanejar. — Olá! Sou Min Yoongi, e você?

Foi a vez do outro gargalhar, ainda com sua mão na do outro.

— Park Jimin.

A cozinha estava completamente vazia e suas mãos estavam começando a suar no momento em que o ruivo afirmou que era um prazer conhecê-lo.

O suor permaneceu em suas mãos, importunando-o enquanto a conversa com o Min finalmente deixou de ser estranha e tornou-se oportuna. Ele, que não estava mais preocupado em chamar a polícia ou voltar o mais rápido possível para casa, ficou encantado pelo charme do rapaz que parecia tímido e confiante ao mesmo tempo.

Não foi difícil ser convencido a sair da cozinha, principalmente quando diversas pessoas modificaram completamente a calmaria que encontraram no cômodo. E mesmo que o convite para o quarto tivesse um significado implícito, e que Jimin nunca em sua vida houvesse imaginado que faria com um desconhecido, ele cedeu.

Cedeu porque Yoongi era pura formosura, e ele se sentiria um grande idiota se não tentasse ser a definição clichê de jovem, ao menos daquela vez. Ou essa era a desculpa que dava a si mesmo para evitar a realidade que se resumia às vontades que povoavam sua mente sempre que via o rapaz encará-lo com fome igual.

Já sabia que não precisava ter interesse romântico para sentir atração sexual por alguém, e aquela estava sendo a prova viva disso. Não que não pudesse se apaixonar pelo rapaz depois de outros encontros, mas não iria se iludir — ainda — com a ideia de revê-lo depois daquela noite.

Assim, novamente passar pela multidão pareceu muito mais simples ao lado do rapaz, sobretudo ao tê-lo segurando firmemente o seu pulso.

Subiu os degraus ignorando os pensamentos muito racionais e sensatos que estava tendo, apesar de não ser do seu feitio. Tesão nunca havia sido motivo para deixar de pensar coerentemente.

Culpou novamente a beleza do outro. Chegou a pensar que talvez Yoongi fosse um tipo de programação feita perfeitamente para o seu gosto pessoal, rindo sozinho e internamente por isso.

Chegaram a um corredor que Jimin não se lembrava mais de ter visto, e o estranhamento quebrou por instantes o torpor que o cobria. Não tinha como não conhecer aquele corredor, pois sua mãe mostrou, mais de uma vez, a casa inteira para ele.

Não tinha como a casa ter sido modificada naquele curto período de tempo, muitíssimo menos, três quartos terem sido construídos.

Soltou seu braço do aperto, chamando a atenção do ruivo.

— Eu não lembro daqui — disse baixinho.

Yoongi olhou para o corredor, sorriu e olhou de volta para ele.

— Você morava aqui? — questionou o Min, voltando-se completamente em sua direção.

Suas mãos alcançaram e puxaram a cintura do Park, que deu um saltinho no lugar tão logo que sentiu a proximidade de seus corpos com o ato.

— Não… — Respirou fundo, expirando o nervosismo junto ao ar. — Mas eu estive aqui hoje, limpei a casa inteira. Esse corredor…

Sua voz foi perdendo força, abaixando o tom, acompanhando o caminho dos olhos de Yoongi que também decaía, direcionando-se aos lábios cheios dele.

— Você está nervoso, não é? — Seus dedos da mão direita subiram à bochecha do Park, que não soube de onde surgiu tamanha intimidade que sentiu no toque.

Era como se o outro o conhecesse e fizesse tudo certo demais. Yoongi parecia convencê-lo fácil demais, e acalmá-lo em uma situação que, não só era sua primeira, como também não era sua preferência.

Eles não se conheciam, todavia Jimin começou a suspeitar que o Min houvesse caído dos céus; moldado apenas para ele, principalmente quando os lábios mais finos grudaram nos seus.

Fechou os olhos e soltou um suspiro que nem sentiu vergonha por expressar, pois aquele beijo tinha um gosto doce, maciez e vontade irreprimida. A grossura dos seus lábios cobria os alheios com volúpia que se escalou às pressas, trilhando o mesmo caminho que a quentura do aperto dado em sua cintura criou.

De repente, não havia corredor desconhecido ou estranheza em tocar e ser tocado pelo ruivo. Todas as indagações, preocupações e medos poderiam esperar, uma vez que suas línguas buscaram uma à outra e calidez se espalhou ainda mais por seu corpo inteiro.

Às cegas, perdido na forma que as mãos de Yoongi permaneciam firmes em seu rosto e cintura, teve seu corpo escorado em uma das portas e, consequentemente, o corpo do outro contra o seu. Seus peitos e respirações se moviam em sincronia com as tentativas de se unir, de tocar muito mais, e seus quadris ondulavam sem ritmo, apenas em busca de fricção.

A porta foi aberta pela mão que soltou o seu rosto, entretanto Jimin não teve tempo nem precisou reclamar da falta dela. Enquanto adentravam o quarto, o ruivo logo a infiltrou sob a camisa dele, tocando a pele, que se arrepiou com o contraste do calor de seu abdômen contra os dígitos gélidos pelo contato com o metal da maçaneta.

Seus olhos abriram apenas quando o seu corpo foi empurrado levemente e, em suas panturrilhas, sentiu a estrutura da cama de casal.

Jimin não costumava ser atrevido — a não ser em seus sonhos — contudo, com aquele desconhecido, não se sentiu mal ou ridículo em ser ao menos um pouco.

Então se sentou na cama com as pernas abertas o suficiente para que o tecido das suas calças marcassem suas coxas e intimidade, debruçando levemente o seu corpo sobre o móvel e o sustentando com os antebraços.

Olhou para cima para encontrar o sorriso que surgiu nos lábios do outro, eternizando a memória daquele momento em sua mente. Ele estava sendo desejado e desejava em proporção provavelmente igual.

Yoongi deu dois passos e encontrou a cama com seus joelhos, e logo subiu nela com estes dobrados, até se sentar em suas panturrilhas entre as pernas de Jimin. Seus mirantes aparentavam captar os detalhes do corpo ainda vestido do moreno, como se estivesse alimentando a expectativa nos dois.

E se este era o seu objetivo, estava sendo muito efetivo no Park, que levantou um pouco mais o seu tronco em direção ao ruivo. Antes que se aproximasse demais, Yoongi o parou no meio do caminho e disse:

— Quantos anos você tem?

A gargalhada de Jimin se espalhou por todo o quarto, que, até então, estava silencioso.

— Você pergunta só agora? — replicou.

— Você também não perguntou… — Acabou rindo, incapaz de manter o tom sério que tentou usar.

O Park finalmente se ajeitou, fechando um pouco mais as pernas ao redor do ruivo, prendendo-o ali, e colocou suas mãos nas costas do outro, por baixo da jaqueta e em cima da camisa de banda.

— Eu tenho quase dezenove — Jimin contou com um sorriso no rosto.

As mãos de Yoongi foram para cada lado de suas coxas, onde apertou.

— Quanto tempo para dezenove? — questionou, enquanto aproximava novamente seus rostos.

— Pouco menos que dois meses — sussurrou de volta, com sua atenção focada nos lábios que desejou tocar.

Com o sorriso que se formou em seu rosto, Yoongi mordeu o lábio inferior do moreno, sugando-o com cuidado e devagar antes de falar novamente.

— Então, sou pouco mais que dois anos mais velho que você, Park Jimin.

Quem sabe fosse o tom de voz, ou a maneira que as sílabas desenhadas pelos lábios do ruivo tocaram nos seus, ou a pressão que aumentou no aperto em suas pernas — Jimin não saberia dizer. A única coisa que tinha certeza era que queria ser tocado mais, queria sentir mais e fazê-lo sentir igualmente.

Invertendo os papéis iniciais, foi a vez do mais novo segurar o rosto do outro e trazê-lo para mais um beijo. Puxou-o até o traseiro alheio deixar de tocar as panturrilhas, o tronco grudar ao seu e os quadris se juntarem de forma desengonçada. Cuidadosa e lentamente, deitou com as costas no colchão e Yoongi sobre o seu corpo.

Trocaram selinhos vagarosos, cada um como se fosse o primeiro, aproveitando a textura e saboreando o que Jimin não conseguia identificar, mas que era doce em seu paladar.

Aos poucos, os toques se tornaram mais firmes. Suas mãos mapeavam o que seus lábios pretendiam explorar, descendo do rosto de Yoongi à nuca, rumando ao sul do corpo esguio. Suas palmas chegaram às nádegas firmes e seus dedos fecharam sobre elas em um aperto quase doloroso, mas apreciado pelo ruivo, que mordeu mais uma vez o seu lábio.

Jimin começava a sentir os sinais da sua excitação chegarem à virilha, tendo certeza que continuaria a ser tomado pela lascívia, no momento em que o membro rijo do Min encostou com força contra a região, impulsionando mais um suspiro seu.

Yoongi gemeu contra sua boca, mexendo seus quadris como se o fodesse com a mesma lentidão que iniciaram os beijos, e o Park revirou os olhos por baixo das pálpebras, enquanto apertava ainda mais as nádegas em suas mãos.

O moreno não era uma pessoa experiente, ou sequer fazia questão de parecer o tipo que tudo consegue, e tinha certeza que poderia gozar facilmente apenas com a fricção que poderia enlouquecê-lo a qualquer momento. Logo, segurou os quadris do outro, pois não era assim que queria terminar a noite. Não com a incerteza de se iriam ou não se ver novamente.

— Você tem camisinha? — indagou baixinho contra os lábios do ruivo.

Yoongi olhou em seus olhos, sorrindo largo.

— Somente uma.

Foi só ali que percebeu que, se o mais velho quisesse usá-la nele, talvez não funcionasse muito bem. Não estava preparado.

E talvez o outro tivesse percebido o que passava por sua mente, pois logo completou:

— E ela é sua.

Jimin teve uma sensação quentinha se espalhando por seu peito quando novamente se encararam e riram em uma cumplicidade infundada.

Começou a desejar que eles tivessem tempo para desenvolvê-la. Que aquela não fosse a primeira e última vez.

Entre risadinhas e selinhos roubados, começaram a se despir. A jaqueta de Yoongi caiu ao lado da regata não tão nova do moreno, e as demais roupas se perderam pelo chão e cama, retiradas com pressa.

Sem demora, estavam ambos de joelhos sobre o colchão, abraçados, mutuando calor, aproveitando suas peles nuas e os beijos que não deixaram de trocar.

O mais velho desceu os ósculos ao queixo de Jimin, onde mordiscou e pouco demorou para rumar ao pescoço, que se arrepiou com o prenúncio que a respiração o tocando trouxe. As unhas curtas do moreno arranharam as costas de Yoongi assim que este lambeu a região sensível, e ambos gemeram quando uma mordida foi deixada no lugar e arranhões mais profundos foram feitos.

Yoongi guiou o moreno a se deitar novamente, beijando o seu busto e distribuindo mordidas leves que o arrepiaram inteiro.

Em um piscar de olhos, o ruivo estava entre suas pernas mais uma vez, beijando, lambendo e mordiscando a pele da sua virilha com o mesmo gosto que o fazia no restante do corpo. Jimin mordeu o lábio farto tão logo os carinhos se deslocaram mais para baixo, desviando do seu pênis rijo.

Sua garganta vibrou pelo gemido alto que soltou assim que teve o períneo e os testículos lambidos e massageados pelos lábios macios do outro. Jimin arranhou os lençóis como fizera nas costas alheias, arqueando sua coluna em sintonia às sensações causadas pela língua do ruivo, que a deslizou por sua extensão até a glande e a chupou.

— Porra! — xingou o Park, pousando sua mão sem muita delicadeza, na cabeça do outro.

Seus dedos se perderam nos cabelos vermelhos, prendendo-os entre eles. O aperto permitiu que guiasse o mais velho, que aceitou o movimento com um murmuro engasgado pelo membro em sua boca.

Subindo e descendo; chupando e salivando, Yoongi fazia Jimin ver estrelas.

Não demorou para o mais novo puxá-lo dali, evitando que seu ápice chegasse naquele momento somente com a boca milagrosa do outro.

Jimin levantou seu tronco, Yoongi foi ao seu encontro, e suas bocas se encontraram no meio do caminho. O ruivo se sentou sobre as coxas grossas e tensas dele, encostando suas intimidades, e se esticou para pegar a camisinha deixada na cama.

— Eu tenho que te preparar… — Jimin falou atrapalhado contra o beijo igualmente bagunçado que trocavam.

Yoongi riu, mordiscando o lábio já maltratado do rapaz.

— Me toca — pediu, ainda sorrindo.

Suas mãos guiaram as do Park até a região entre as suas nádegas.

Mais xingamentos saíram sem controle da sua boca. A ponta dos seus indicadores e dedos médios rodearam a região úmida e preenchida por um objeto, e, com cuidado, lentidão e ajuda de Yoongi, retirou o plug enfiado ali, ouvindo os sons de prazer deixados pelo mais velho.

Sem controle, segurou a cintura retilínea e magra do ruivo e o puxou para mais um beijo. O pênis teso do outro molhou levemente o seu abdômen, e a mão deste segurou sua intimidade com a mesma firmeza que aplicava na cintura alheia.

Após vestir com certa dificuldade o preservativo em Jimin, Yoongi se alinhou à glande e desceu vagarosamente, empalando-se com a extensão rígida. Segurou com força nos ombros do moreno, que permaneceu parado, esperando-o se acostumar com a invasão.

Seus olhos se encontraram mais uma vez naquela noite, e o Park imaginou que estava delirando de tesão quando viu o brilho avermelhado nas írises e pupilas escuras do Min.

Esqueceu-se muito fácil disso, porque o ruivo rebolou em seu colo, enfiando-o fundo e gemendo o seu nome. Yoongi tinha tanto talento em seus quadris quanto possuía com sua língua, e Jimin percebeu que não havia chance de durar demais com aquele homem.

Foi o primeiro a quebrar o contato visual, para observar suas intimidades se movendo juntas e o membro avermelhado e inchado do mais velho ser estimulado por seus troncos. Voltou a encará-lo quando o seu nome foi repetido.

Enquanto quicava demoradamente, rebolando quando chegava fundo, o ruivo segurou a mandíbula do mais novo. Seu dedão redesenhou os lábios grossos com suas digitais, até enfiá-lo entre eles e Jimin sugar o dedo, lambendo sua pontinha.

Perder o fone valeu a pena? — Yoongi inquiriu, com meio sorriso no rosto.

Jimin copiou sua expressão, perdido demais no prazer para responder corretamente.

Tomado pela excitação, segurou o falo entre os seus corpos, fazendo o mais velho estremecer de prazer. Arrítmico, masturbou-o com a volúpia, que também sentia pelos movimentos feitos pelo Min.

Ao mesmo tempo em que era engolido pela intimidade de Yoongi, sua mão espalhava o pré-ejaculatório pela extensão grossa, apertando a glande sensível em busca de mais.

Diferente do que imaginou, o Min foi o primeiro a gozar, pintando suas barrigas de branco e viscosidade, tremendo em seus braços e o apertando como nunca sentira. A imagem o encheu ainda mais de tesão e, com apenas algumas outras investidas, também chegou ao seu ápice, preenchendo a camisinha com o seu próprio gozo.

Precisou abraçar o corpo ainda trêmulo de Yoongi para controlar os efeitos do próprio orgasmo e, assim, acabaram caindo para o lado e rindo no processo. Principalmente quando suas pernas precisaram ser desenroladas para não se machucarem, mas estavam lentos demais para isso.

Demoraram alguns instantes recuperando o compasso da respiração. Não se soltaram, no entanto. Permaneceram abraçados até Jimin sentir suas bochechas queimarem e o entendimento de que não se conheciam o suficiente para ficar daquela forma encher o seu cérebro com negatividade.

Soltou-se morosamente, com cuidado para não parecer grosseiro também.

Yoongi, por outro lado, envolveu os seus ombros com os braços e o abraçou com mais força.

— Você não precisa se preocupar com isso. Eu não te acharei emocionado.

O mais novo riu.

— Pensei que você iria achar que vamos nos mudar amanhã para um apartamento e adotar um gato — retrucou o envolvendo novamente no abraço, pela cintura.

Riram mais um pouco, dividindo o cansaço e respirações preguiçosas. Aos poucos, o silêncio foi se tornando desconfortável para Jimin. Ele gostaria de saber mais do rapaz sem parecer desesperado, porém não fazia ideia de como puxar o assunto.

— Ei… — Yoongi o chamou de repente, levantando o seu rosto na altura do alheio. — Se você pudesse, você viveria nesse momento?

Jimin estranhou a pergunta, logo em seguida a interpretando como uma forma de puxar assunto.

— Acho que não. — O mais velho piscou devagar, sonolento, acenando para indicar que Jimin continuasse. — Mas gostaria de viver outros momentos como esse…

O mais novo pensou em completar dizendo que, de preferência, com o outro, entretanto não o fez. Poderia ser exagero. O Min, então, fechou definitivamente os seus olhos, bocejando, e sorriu, antes de dizer:

Espero que você viva. Espero que escolha a coisa certa na próxima.

O ruivo dormiu no calor de seus braços e, ainda que o seu corpo estivesse sujo e talvez tivesse muitos problemas na manhã seguinte com sua mãe, Jimin se permitiu fechar os olhos e aproveitar o sono que embalava o desconhecido não tão desconhecido assim.

Ele relaxou e se deixou levar pelo cansaço.

Os sonhos, no entanto, não existiram. Não realmente dormiu e seu corpo pareceu ser sugado para outra dimensão.

Tudo estava escuro e sua consciência gritava perigo, pois sua existência flutuava em velocidade constante no vácuo. Não respirava, não gritava ou conseguia se mexer, apenas estava preso em uma jaula invisível, até tudo parar e seus sentidos serem religados abruptamente.

Em um baque forte nas palmas dos seus pés, seus joelhos enfraqueceram e o seu corpo pendeu para frente, derrubando-o em um chão que já conhecia.

De quatro, tentando levantar com o queixo dolorido por ter batido na queda, o corpo trêmulo e a mente confusa, Park Jimin levantou o rosto e encarou mais uma vez a porta da mansão que ele e sua mãe haviam limpado naquela manhã.

A porta foi aberta.

— Bem-vindo — o desconhecido o cumprimentou com sua voz grossa e levemente rouca. — Gostaria de entrar?

Ele estava de volta ao dia 28 de agosto de 2010, em sua primeira festa.

~~~~


Notas finais: E então, o que vocês teriam feito no lugar do Jimin? O que acharam do Yoongi?

Bom, espero que tenham gostado dessa estória, e que eu possa reencontrar seus nominhos nas próximas! Até lá <3

June 11, 2022, 12:19 a.m. 0 Report Embed Follow story
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