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Escondidos na noite, praticamente sem contato social e se alimentando só e unicamente de sangue, essa é a vida de Yoongi e Jimin, um casal de vampiros que vive em paz observando a sociedade de longe. Em uma noite tão comum quanto muitas outras em quase um século de suas vidas, eles se deparam com uma situação inédita para eles: em uma caixa abandonada em uma ponte, encontram um bebê. Um bebê humano que conquista seus corações imediatamente.


Fanfiction Bands/Singers For over 18 only.

#2min #2minpjct #jimin #minimini #minmin #sugamin #suji #yoongi #yoonmin #vampiros #Yoonmin-papais #Taehyung-bebê #fluffy #amigo-oculto #Yoongi-Vampiro #Jimin-Vampiro #bts #taehyung
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Escrito por: @bbmoonie


Notas iniciais: Oi! Tudo bem? :D Esse foi o meu primeiro amigo oculto de fanfics e foi uma experiência muito boa! Todo o processo de escrever essa fanfic foi muito divertido. Foi legal escrever e surtar depois de descobrir quem era meu amigo oculto kkkk.
Agradeço muito a todo mundo do 2min pela experiência. Foi muito divertido e vai ser uma memória bem especial, com todos os surtos e tal skdjskjds <3
Espero que @minie_swag goste da história! Tive um leve surto quando descobri que tinha tirado você (um misto de animação e pressão ksjdskdjs). Juro que não tem muito angst e que os Yoonmin são piticos TuT. Mas, brincadeiras à parte, espero mesmo que você goste do resultado <3
Muito obrigada @moonlitz por ter betado a fanfic (eu amei os comentários skdjsk) e @YinLua por ter revisado! <3 Também agradeço muito @ChIsHiKiZi por ter feito as capas e os banners tão lindos TuT <3
Espero que gostem! Boa leitura!


~~~~

O sol começava a se pôr, pintando o céu de um tom alaranjado. O fim de tarde marcava o começo do dia para os dois moradores do apartamento.

Jimin escovava os dentes no banheiro da suíte que dividia com Yoongi, ainda atordoado de sono. Tentava arrumar os fios de cabelo despretensiosamente, sabendo que só conseguiria garantir que eles estivessem realmente no lugar quando o marido acordasse — o que não demorou muito para acontecer.

Enquanto lavava o rosto com a água gelada da pia, sentiu braços rodeando sua cintura. Yoongi encostou o peito em suas costas e afundou o rosto em seu pescoço, esfregando o nariz pela extensão de sua pele em um carinho sonolento.

— Oi, Yoon. Não te vi chegando.

Yoongi riu baixinho, mordendo seu ombro de leve antes de se afastar. O Min virou Jimin em sua direção e fitou-o como se, mesmo com o rosto amassado pela tarde de descanso, fosse a pessoa mais linda que já vira. — Você está descabelado, meu bem.

Jimin bufou, desvencilhando-se dos braços do marido para pegar o pente na gaveta, tentando arrumar o cabelo, mesmo sem conseguir se ver no pequeno espelho do banheiro.

— Já me acostumei a não ver meu reflexo, mas acho que isso nunca vai deixar de ser inconveniente... — resmungou, largando o objeto sobre a pia.

— Não acho inconveniente. Assim, eu sempre vou poder arrumar seu cabelo — retrucou Yoongi, gentilmente passando os dedos pelos fios do mais novo, ajeitando-os. — Também vou poder te maquiar, passar os cremes no seu rosto...

Jimin revirou os olhos, tentando conter um sorrisinho que se abria, e o interrompeu:

— Você não precisa de desculpas para fazer nenhuma dessas coisas.

Yoongi deu de ombros, deixou o pente sobre a pia e passou a acariciar os cabelos arrumados, descendo a mão até sua bochecha em um carinho singelo.

— Eu sei. Gosto de fazer essas coisas por você. — Segurou o rosto do marido entre as mãos, deslizando os polegares por suas bochechas, nariz, olhos e, por fim, por seus lábios macios. — Gosto de cuidar de você.

Beijou-o, demorando-se na sensação de ter os lábios do marido contra os seus. Jimin interrompeu o beijo e lhe deu um último selinho antes de se afastar, empurrando-o de leve para o lado.

— Só um? — Yoongi fez drama, aproximando-se em busca de mais.

O marido, porém, o afastou com uma expressão ameaçadora.

— Escove seus dentes primeiro. Depois a gente conversa sobre mais beijos.

O mais velho rendeu-se, sabendo que Jimin seria irredutível, e ficou se arrumando no banheiro enquanto o mais novo preparava o desjejum.

Preparar, na verdade, consistia em tirar as bolsas térmicas da geladeira e despejar o conteúdo nas xícaras antigas que usavam todos os começos de noite quando acordavam — um presente dado por Jimin décadas antes, que já havia sido quebrado e colado diversas vezes, mas que guardava um valor sentimental grande demais para que as jogassem fora.

— Aqui, amor, o seu favorito — ofereceu quando o Yoongi entrou na cozinha.

Yoongi pegou a xícara e cheirou o conteúdo, fechando os olhos em apreciação.

A negativo. O melhor.

Jimin apenas riu enquanto saboreava seu sangue O positivo geladinho.

Os começos de noite eram um de seus momentos favoritos do dia. Começava a rotina com calma, saboreando seu sangue sem preocupações, aproveitando o momento com o marido antes de se preocupar com qualquer outra coisa.

O Min rapidamente tomou seu sangue e lavou a xícara na pia, voltando para a mesa onde Jimin estava sentado e se sentando em seu colo.

— Tem tantas cadeiras... — começou o mais novo, de brincadeira.

Shh... — sussurrou Yoongi, ajeitando-se entre seus braços e escondendo o rosto em seu pescoço. — Pare de implicar e tome seu sangue, Jimin.

Enquanto o marido terminava de tomar o sangue do desjejum, Yoongi distribuiu beijinhos por sua pele, sentindo-se satisfeito ao sentir contra a garganta de Jimin quando ele bebia o líquido.

Assim que transformara Jimin, quase uma centena de anos antes, prometeu para ele que nunca precisaria sentir sede. Nunca precisaria se preocupar com quando ou se conseguiria se alimentar. Nunca precisaria se preocupar com nada. Yoongi lhe daria tudo o que precisava. Ele cuidaria de seu amado, de seu vampiro.

E, desde que fizera a promessa, nunca havia falhado.

Jimin terminou de beber e colocou a xícara sobre a mesa, mas não tentou se levantar. Descansado contra a cadeira, enlaçou os braços ao redor da cintura do Min e deixou que ele ficasse aninhado em seu colo o quanto quisesse.

Depois de longos minutos em silêncio, apenas aproveitando a presença e os carinhos um do outro, Yoongi se afastou o suficiente para olhar para o marido e beijá-lo.

Décadas haviam se passado, mas ele nunca se cansaria da sensação de beijar Jimin. Toda vez que se perdia em seus lábios, sentia que não queria se encontrar nunca mais.

— Está carente hoje, Yoon — disse o Park, depois de quebrarem o contato.

O marido apenas revirou os olhos e ajeitou alguns fios de cabelo de Jimin que haviam saído do lugar, sabendo que, apesar de provocá-lo, Jimin adorava momentos como aquele.

— O que quer fazer hoje? — desconversou.

— Não sei. Não tenho nada planejado, e você?

— Também não. Acho que hoje vai ser um dia calmo — respondeu Yoongi. — Quer andar um pouco lá fora? Já está totalmente escuro e as pessoas logo devem começar a sair do trabalho.

— Vamos! — concordou, contente. — Logo a primavera vai chegar, quero aproveitar o frio nesses últimos dias de inverno. Acha que vai nevar de novo?

— Provavelmente não, meu amor — disse, apressando-se em beijar o biquinho descontente do Park. — Mas veja pelo lado bom, logo as flores de cerejeira vão desabrochar.

Só a menção foi o suficiente para animar Jimin, que amava a curta semana em que as ruas ficavam enfeitadas por suas árvores favoritas.

— Nós vamos ver, não é? Todos os dias. Nós vamos, não vamos?

— Se você quiser, sim. Você sabe que eu faço tudo o que você pede.

Jimin apenas sorriu satisfeito, sabendo que era verdade. Desde o momento em que se conheceram, quando ainda era humano, Yoongi dificilmente negava seus pedidos.

— Então vamos logo. Quer escolher minha roupa?

O Min sorriu e se levantou do colo do marido, animado. Ele realmente adorava ajudar Jimin a se arrumar. Até mesmo havia aprendido a fazer maquiagem para ajudá-lo, já que se orientar pelo espelho não era mais uma opção para nenhum dos dois.

Rapidamente os dois se trocaram e, já alimentados e prontos, saíram para andar.

As ruas de Seul estavam cheias como em todo início de noite.

Muitas pessoas estavam voltando dos trabalhos e escolas para casa e mal prestavam atenção em qualquer um pelo caminho. Alguns andavam apressados, empurrando uns aos outros nas calçadas, indo em direção aos metrôs. Ninguém se importava com aqueles ao redor. E isso era perfeito para o casal.

Yoongi e Jimin tinham poucos amigos e todos eles eram vampiros. Ambos raramente tinham algum contato com humanos que durassem mais do que poucos minutos.

Eles não podiam ser reconhecidos, não podiam ser lembrados. Afinal, como explicariam seus hábitos noturnos, sua alimentação, o fato de nunca envelhecerem e tantas e tantas coisas que simplesmente faziam parte do que eram, mas que com certeza seriam o suficiente para aterrorizar os humanos?

Evitando estresses desnecessários, eles gostavam de simplesmente observar.

Observavam as pessoas, as relações, as conversas nas mesas de restaurantes, os casais andando nos parques, as crianças brincando... Observavam tudo. Eles se inseriam na sociedade apenas assistindo, vendo passar os momentos, as tendências e os acontecimentos.

Juntos, andavam pelas ruas, vendo e comentando detalhes da vida de outras pessoas, até que se cansavam. E, então, iam para um lugar calmo, em que sabiam que estariam sozinhos para conversar e aproveitar o luar.

O parque e a ponte do rio Han eram seus lugares favoritos para descansar e conversar. Eram poucos aqueles que paravam por ali no final de um dia cheio, então podiam aproveitar um pouco de privacidade.

— Quanto mais tempo passa, parece que menos tempo as pessoas têm — comentou Jimin, com certo pesar. — Acha que eu seria como elas se fosse humano?

— Acho que todos seríamos, querido. Nós vivemos devagar porque sabemos que temos todo o tempo do mundo. Mas, para quem o tempo se esgota, cada segundo é importante.

— Queria que essa importância valesse mais para as pessoas.

— Eu sei — murmurou Yoongi. — Mas não é como se pudéssemos mudar isso para elas, não é?

Jimin deu de ombros, um pouco triste, mas acostumado com a sensação. Ele já havia vivido anos demais e assistido a pessoas demais. Sabia que não tinha o direito de interferir em como elas viviam quando ele podia aproveitar algo que nenhuma delas tinha: tempo.

— Venha, vamos andar mais um pouco pela ponte. O rio parece estar calmo hoje.

Jimin segurou na mão do marido e estremeceu com a súbita brisa fria. Yoongi rapidamente parou e voltou-se para ele, ajeitando a gola de seu casaco para que cobrisse melhor o seu pescoço.

— Devíamos ter pegado mais uma blusa.

— Não é como se eu fosse ficar doente, Yoon. — Riu, divertindo-se com os cuidados do mais velho. — Não se preocupe, você sabe que eu gosto do frio.

— Hum — murmurou, contrariado. Ainda assim, só soltou o marido quando teve certeza de que ele estava aquecido da melhor forma possível.

Voltaram a andar pela ponte, aproveitando o silêncio para conversar baixinho. Ao longe, podiam ouvir o barulho do trânsito, mas não havia quase ninguém no parque àquela hora. O lugar era como um pequeno ponto solitário em meio à multidão.

—... aí, o personagem principal ataca a maldição e... Espera, o que é aquilo? — interrompeu-se, apontando para uma caixa de papelão jogada à margem da ponte. — Será que são filhotes?

Não era incomum acharem filhotes de cachorro ou gato abandonados em caixas como aquela. Normalmente, eram deixados em lugares de grande circulação, para que os vissem e talvez os adotassem. Os vampiros já haviam encontrado inúmeras caixas como aquela e as levado para abrigos e veterinários, mas, toda vez que via uma, Jimin sentia seu coração se apertar no peito.

— Minha nossa, que judiação, está tão frio, Yoon! Como podem abandonar eles assim, em um lugar aberto, com esse vento gelado?

Yoongi apenas balançou a cabeça, desapontado com a cena enquanto andavam apressados até a caixa.

— Espero que pelo menos tenham deixado cobertores.

— Mesmo assim, ainda é inverno! E se estivesse nevando? Os bichinhos... — Jimin automaticamente sentiu a fala morrer na garganta.

Os dois olhavam para a caixa, perplexos, sentindo toda a indignação de minutos antes crescer com a visão.

Ali, enrolado entre duas cobertas, com apenas o rostinho de fora, estava um bebê.

— Yoongi... Yoongi, é um...

Yoongi se abaixou e, com as mãos tremendo, colocou o dedo sob o nariz do bebê.

— Está respirando. — Tocou em sua bochecha com o indicador por alguns segundos. — Mas está bem gelado. Provavelmente está aqui há algum tempo.

Jimin abaixou-se ao seu lado e encostou no rostinho fofo.

— Por que diabos...? — Ele não conseguia descrever em palavras sua raiva, seu desespero. — Quem abandonaria uma criança aqui? No frio, Yoongi! Podia estar chovendo! É inverno, mas que merda!

— Ei, ei... — Esticou a mão e segurou gentilmente o rosto do marido, engolindo em seco ao ver seus olhos marejados. — Está tudo bem.

— Não está nada bem!

— Mas vai ficar. Nós o achamos. Vamos levá-lo para um lugar seguro.

— Aquecer primeiro. Precisamos dar um jeito de aquecê-lo. Ele não pode ficar pegando frio assim.

Com cuidado, o Park levantou o bebê da caixa, sentindo-o se remexer, acordando.

— Tudo bem, tudo bem — sussurrou mais para si mesmo do que para a criança. — Calma, está tudo bem.

Acomodou o bebê em seus braços, tentando mantê-lo aquecido. Yoongi ajeitou as cobertas ao seu redor e tirou o próprio casaco, cobrindo todo o pequeno com ele.

— Não tem mais nada na caixa?

— Uma chupeta e... — Mostrou o pedaço de papel dobrado para o marido, que apenas negou.

— Depois. Precisamos levá-lo para casa primeiro.

— Para casa?

— É, Yoon! Não podemos deixá-lo aqui. Para onde mais o levaríamos?

Os dois se encararam em silêncio por alguns segundos, tentando pensar no que fazer.

Qual era o procedimento correto a se seguir após encontrar um bebê abandonado em uma ponte?

Sem experiência no assunto e sem os celulares que haviam deixado em casa, não havia muita opção.

— Primeiro para casa, depois pensamos no resto — cedeu o Min.

Ele ajudou o marido a se levantar e esperou alguns segundos para ter certeza de que o bebê ainda estava dormindo. Se ele começasse a chorar ali, estariam perdidos.

Com passos rápidos, voltaram para o apartamento.

Naquele momento, eles se pareciam com todas as pessoas que observavam — apressadas, focadas unicamente em chegar a um lugar. Não ligavam para nada ou ninguém ao redor. Nada mais importava além de levar logo aquele embrulho humano para um lugar seguro.

Assim que chegaram, Yoongi abriu a porta para que Jimin passasse com o bebê e correu para ligar o aquecedor.

O Park arrumou as almofadas do sofá e colocou a criança que ainda dormia sobre elas, só ficando satisfeito após garantir que não havia perigo de que caísse.

— Céus, que caos. — Jimin bufou, só então tirando o casaco com as mãos trêmulas.

— Pelo menos ele parece estar bem.

— Não sei... — ponderou o Park, incerto. — Acho que ele já devia ter acordado.

— É um bebê. A gente não sabe como os bebês funcionam. Talvez precisem dormir bastante mesmo.

Jimin apenas suspirou, sem poder discordar. Deixaria que o pequeno dormisse até que acordasse por conta própria. Não era como se pudesse fazer muito por ele no momento, de qualquer forma.

— A carta — lembrou o Min, sentando-se no sofá e puxando o mais novo para se sentar ao seu lado.

Desdobraram o papel e, juntos, leram a curta mensagem.

{...}

A quem encontrar,

Este é Kim Taehyung. Ele tem oito meses e é um menino saudável.

Sinto muito por deixá-lo para fora no frio. Por favor, levem ele para um lugar melhor.

{...}

— Só isso?! — exclamou Jimin, indignado. — Sem informação nenhuma, sem dados, sem contato...

— Não é surpreendente. Ele foi abandonado. Quem quer que tenha o deixado, provavelmente não quer ser identificado.

— Mesmo assim! — brigou, com a voz embargada. — Yoon...

Yoongi colocou a carta na mesa de centro e abraçou o marido. Percebendo que todo o seu corpo passara a tremer, puxou-o para seu colo e aninhou a cabeça de Jimin contra seu pescoço, em uma tentativa de conforto.

Se a situação fosse diferente, o Park teria o mordido, em busca de uma sensação de segurança que só Yoongi poderia lhe dar, mas, com tantas coisas acontecendo e com um bebê precisando de atenção, tudo o que conseguiu fazer foi esfregar o nariz contra sua pele, sentindo seu cheiro, e se permitir chorar.

Durante alguns minutos, deixou todo o desespero e pesar que sentia pelo pequeno ser humano se esvair, sabendo que nos braços de Yoongi estaria seguro para isso. O marido o entendia, entendia sua dor e a forma como lidava com ela, então apenas ficou ali, abraçado com ele, sentado em seu colo, até que ouviu um resmungar baixinho vindo do bebê.

Afastou-se rapidamente, limpando as lágrimas e tentando se levantar, mas Yoongi o segurou em seu colo e cuidadosamente limpou seu rosto molhado com a manga da própria blusa.

— Está tudo bem. Nós vamos resolver isso.

Jimin assentiu e respirou fundo. Agradecido, acariciou o ombro do Min e beijou sua bochecha.

— Obrigado, amor.

Sentindo-se melhor, foi até o bebê. Ele ainda dormia. Tinha apenas se remexido sobre as almofadas.

— Precisamos de coisas de bebê.

— E o que seriam “coisas de bebê”? — perguntou Jimin, confuso.

— Fraldas, mamadeira, comida... Não sabemos quanto tempo ele vai ficar aqui, mas logo vai ficar com fome e nós não temos nada para humanos em casa.

— Também precisamos de roupas. Essas são finas demais, não vão mantê-lo quente.

— Tudo bem. — Yoongi parou por alguns instantes, desviando o olhar do marido para a porta. Ele sabia que Jimin não ia sair do lado da criança de forma alguma, então só viu uma opção: — Vou passar no mercado para pegar algumas coisas. Estou levando o celular, me ligue se precisar ou caso se lembre de mais alguma coisa, okay?

Okay. — Jimin levantou-se para beijá-lo em despedida e abrir a porta. — Tome cuidado.

Sozinho no apartamento, logo voltou para perto de Taehyung, sentando-se no chão para observá-lo dormir pacificamente.

Seu coração ainda estava apertado no peito. Quem deixaria um humano tão pequeno largado à mercê do frio daquela forma? Por que teriam optado por simplesmente deixá-lo ali, na caixa, e não o levado para um lugar seguro?

Sabendo que não conseguiria respostas, suspirou, rendido, e deitou a cabeça na almofada ao lado do bebê, sentindo-se mais calmo ao acompanhar sua respiração.

Ele era pequeno de todas as formas. Os cílios, o narizinho, os curtos fios de cabelo. Tudo era tão, tão pequeno.

Depois de um tempo o observando, segurou a respiração, cheio de expectativa, quando o pequeno começou a se remexer. Taehyung finalmente estava acordando.

Assim que abriu seus olhinhos brilhantes, Jimin não conseguiu segurar um sorriso automático, que logo se fechou ao ouvir o primeiro choro da criança.

— Não, não chora, está tudo bem! Ei, Taehyung — chamou, pegando-o no colo ao perceber que o choro não cessaria tão facilmente. — Está tudo bem, você está bem agora.

Nada estava bem, Taehyung não estava bem e tudo era um grande caos, mas ele não sabia o que mais poderia falar.

Começou a andar pela sala, balançando-o no colo, tentando imitar as cenas que via na televisão.

Shh... — sussurrou, acariciando as costas pequenas do bebê. — Qual é o problema, hum? O que você quer?

Ele sabia que o bebê não ia responder, mas seu filtro entre mente e boca parecia ter sumido. A única coisa em que pensava era fazê-lo parar de chorar.

— Você está com fome? Ou frio? Ou... Ai, merda — reclamou baixinho, perdido. — Volta logo, Yoongi.

O tempo parecia correr mais devagar do que nunca. Jimin dava voltas e voltas na sala, tentando acalmar Taehyung, que não parava de chorar nem por um segundo.

Quando o Yoongi finalmente abriu a porta de entrada, o Park já estava quase chorando com o bebê.

— Pulmões potentes — comentou, colocando as coisas na mesa de jantar de qualquer jeito antes de correr para o marido.

— Nem me fale, está há quase trinta minutos assim.

— Do que ele precisa? Comida, banho...

— Eu não faço ideia! Acho que precisamos colocar uma roupa quente nele e dar alguma coisa para ele comer.

— Será que é a fralda?

Jimin apenas o encarou com os olhos arregalados. Cogitar trocar a fralda de uma criança e ter que encarar aquele momento na prática eram coisas completamente diferentes.

— Eu não... Okay. Fralda. Okay. — Respirou fundo, tentando manter a compostura. — E como diabos nós trocamos a fralda de um bebê?

Em instantes, estavam no quarto. Uma toalha havia sido estendida sobre a cama de casal, e o bebê, colocado em cima dela. Yoongi também levou algumas das coisas compradas para lá — fraldas, lenços umedecidos, pomada para assadura e uma troca de roupa.

Sentados lado a lado no chão, analisavam a situação em completo desespero. Taehyung berrava tão alto que mal conseguiam ouvir o tutorial que haviam colocado para tocar no YouTube.

Ligaram o aquecedor do quarto, para garantir que o pequeno humano não fosse sentir tanto frio sem as cobertas e, assim que o quarto esquentou, desabotoaram seu body.

Os vampiros se entreolharam, hesitantes, até que Jimin tomou a iniciativa e abriu a fralda.

— Puta merda — disse Yoongi, tampando o nariz. — Que podre.

Jimin choramingou, tentando respirar pela boca para não sentir o cheiro.

— Joga fora, joga fora — pediu Yoongi, abanando o ar ao redor.

— Como pode uma coisinha tão pequena fazer um cocô tão fedido?

Yoongi riu, segurando as perninhas de Taehyung para cima enquanto Jimin o limpava com os lenços umedecidos.

“Limpe da parte de cima para a parte de baixo” ecoou o vídeo.

— Certo. Levanta ele um pouquinho.

“Não levante o bebê, senão, por causa do refluxo, ele pode vomitar. Vire-o de lado”.

— Não levanta, não levanta!

Completamente atrapalhados, porém, com cuidado, limpavam o bebê seguindo as instruções do vídeo.

Taehyung havia parado de chorar e agora só soltava pequenos soluços, estressado.

— Está tudo bem, pequeno. Você vai ficar limpinho e quentinho — murmurava Jimin, tentando acalmá-lo. — Estamos quase acabando.

“Coloque a pomada no dedo anelar e passe no bebê.”

Jimin seguiu os passos com gentileza e um pouco de medo de fazer algo errado, mas logo colocou a fralda sob ele, e Yoongi abaixou suas perninhas, ajeitando a fralda e a fechando. Em seguida, colocaram nele a roupa nova, que era um pouco mais macia e quente.

— Prontinho — disse Yoongi, apoiando a cabeça do bebê com a mão e o levantando. — Limpinho. Muito melhor

— Não foi tão difícil, não é? — Jimin sorriu, aliviado ao perceber que agora o humano se sentia mais confortável. Apesar de estressante, não era tão complicado quanto imaginava. — Tirando o cheiro, não foi tão ruim.

Yoongi aninhou o pequeno em um dos braços e pegou mais uma coisa da sacola.

— O que é isso?

— Uma chupeta nova. Aquela parecia suja. Quer dar para ele?

O Park assentiu e pressionou de leve a chupeta contra os lábios do bebê. Seus olhinhos brilhantes encaravam Jimin, atento. Ele abriu um sorrisinho, mostrando os únicos quatro pequenos dentinhos que tinha na boca, e aceitou o objeto.

Os vampiros sorriram junto, aliviados, e trocaram um olhar cheio de encanto pelo humano.

Taehyung esticou uma mãozinha, abrindo-a e fechando na direção do Park, que sentiu o peito encher de carinho.

— Toma, segura ele. — O marido lhe entregou o bebê, colocando uma coberta fina sobre suas costas assim que Jimin o pegou. — Vou fazer uma mamadeira.

— Você sabe como? — perguntou, brincando.

Yoongi virou o celular com o tutorial já pronto em sua direção, rindo baixinho.

— Eu aprendo rápido.

Enquanto esperava o mais velho voltar, Jimin segurava Taehyung de lado para que pudesse olhar para seu rostinho pequeno.

— Você é todo minúsculo, bebê — conversou com ele. — Parece até de mentira.

Deslizou o polegar com suavidade sobre sua bochechinha fofa, contendo a vontade de apertá-la.

— Coisa fofa...

Taehyung soltou um gritinho, como se tentasse conversar com o vampiro, e deixou a chupeta cair, sem se importar. A voz de Jimin parecia ser muito mais interessante para ele.

— É isso mesmo, humano fofinho. Nem acredito que todo mundo já foi do seu tamanho um dia.

O bebê o ouvia e soltava sons em resposta, divertindo o Park, que apenas continuava falando para entretê-lo e para escutar seus gritinhos.

Foi assim que Yoongi o encontrou quando entrou no quarto. De pernas cruzadas sobre a cama, segurava Taehyung e conversava com ele enquanto o bebê grunhia em resposta, como se realmente se entendessem.

O Min riu com a cena, achando adorável a forma como o vampiro e o pequeno humano olhavam um para o outro.

Sentou-se na cama e deu tapinhas no colchão, chamando Jimin para se acomodar ao seu lado.

— Venha, querido, acho que até que está boa para uma primeira mamadeira.

Jimin encostou-se na cabeceira da cama com Taehyung nos braços e Yoongi entregou-lhe a mamadeira. Sem o estímulo da conversa com o Park, os olhinhos do humano se encheram de lágrimas, mas, antes que começasse a chorar, Jimin colocou o bico da mamadeira em sua boca e logo a criança se acalmou completamente.

O casal o observava tomando o leite sem falar nada, como se qualquer som alto fosse rasgar o véu daquele momento tão delicado. Após poucos minutos, Taehyung já estava dormindo.

— Ele é tão... pequeno. Não acha?

— Acho. É bem fofo também.

— Tadinho — falou o Park, com pesar. Ele encarava o bebê com o cenho franzido, sua expressão em uma mistura de tristeza e raiva. — Tão pequeno para passar por todo esse estresse.

— Venha aqui, meu bem. Você também teve uma noite muito estressante.

Puxou Jimin com cuidado, para que o mais novo descansasse o corpo contra o seu. Levou sua mão até o pescoço do marido e acariciou a pele com um pouco de pressão, tentando acalmá-lo.

— O que vamos fazer agora?

— Agora, você vai descansar aqui um pouco. Depois, nós ligamos para Seokjin e descobrimos como prosseguir. Tudo bem?

— Tudo bem — cedeu, cansado demais para contestar.

Juntos, Jimin e Yoongi descansaram enquanto velavam o sono de Taehyung, que parecia muito mais confortável sob os cuidados dos vampiros que o acolheram.

~~~~


Notas finais: Foi isso! O que acharam de todo o caos? Sksdkjs Muito obrigada por ter lido! Até o próximo.



May 6, 2022, 12:46 a.m. 0 Report Embed Follow story
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