Eu te vi no ônibus a caminho de casa e foi amor à primeira vista.
Nós sorrimos um pro outro com olhos envergonhados.
Depois de um certo tempo e alguns pontos, tivemos o primeiro encontro.
Depois o segundo, o terceiro, o quarto...
Em alguns meses já éramos namorados, com famílias conhecidas, com festas e presentes trocados.
E sim, algumas farpas também, pois não conseguimos ser perfeitos diante da vida.
Tivemos dias elásticos como quaisquer outros casais: uns dias próximos, uns dias distantes, mas nunca isolados.
E entre um elástico e outro, trocamos mais do que presentes.
Nossa cerimônia foi a mais linda da cidade, não por causa das flores, dos doces ou da decoração.
Mas porque nosso amor era íntegro, pulsava por entre nós dois.
Depois tivemos nosso primeiro filho e discutimos termos um segundo, mas as contas simplesmente não fechavam.
Sofremos um pouco quando ele cresceu, porque como todos os pais, foi difícil ver a infância se afastando do sorriso inocente.
Você chorou um pouco quando ele foi pra faculdade; eu chorei rios com a cara no travesseiro, escondido, é claro.
Quando ele se mudou e fez sua própria família em outro estado, voltamos a ficar nós dois: o casal apaixonado do ponto de ônibus.
E pro quarto do mimado não ficar vazio, adotamos três gatos: um preto, um branco e outro malhado.
Ficamos grisalhos e com as juntas enferrujadas - envelhecemos com nossos gatos e então...
Então, o ônibus parou no ponto e você desceu.
É, talvez esse futuro nunca tivesse sido meu...
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