momo_mingguk Momo || jikookau 📌

Fanservice. Era esse o objetivo. Esse era o golpe de marketing que o produtor da banda de indie rock, Bullet, sugeriu nos seus primeiros anos de sucesso. E funcionou. A natureza adorável e ao mesmo tempo sensual do guitarrista e backing vocal, Park Jimin, - mais conhecido como Baby G - era basicamente um convite para trocar flertes no palco com o restante da banda, principalmente com o vocalista, Jeon Jungkook. Os garotos compartilhavam uma química explosiva, resultado da amizade que cultivavam desde a faculdade, e cada interação era recebida aos berros pelo público. Não era forçado; era uma segunda natureza. Completamente habituados um com o outro, o contato físico, trocas de olhares, e até ousadas lambidas de Jimin sobre o microfone do vocalista eram bem recebidas, sem nada afetar entre eles. Ou melhor, essa era a ideia. Mas o vocalista era um homem de coração e carne fraca e, diferente do que pensava, Baby G sabia muito bem disso. _______________________ Fluffly | Hot | Oneshot | 14,8k | Jikook Capa e obra por mim, momo_minggukk. Créditos da foto do Jimin na própria imagem.


Fanfiction Bands/Singers For over 18 only.

#jikook #mingguk #hot #btsfanfiction #gay
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Fanservice

NOTAS:

Sem grandes avisos mores, só o clássico: é uma obra de ficção, não levem isso como traço da realidade. E que está longa e eu sei, mas me animei e queria um cap só hehe

Músicas que PRECISAM ser ouvidas em ordem que são citadas na ff:

- Scream: Avenged Sevenfold

- Do I Wanna Know? : Arctic Monkeys

- Closer: Nine Inch Nails

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Três anos se passaram do início desse joguinho de sensualidade entre os membros da Bullet. Às vezes, Jimin se lançava para o lado do baixista, Min Yoongi, olhos fixos no mais baixo e movimentos sugestivos no braço da guitarra enquanto ecoava os harmônicos pelos dígitos e o público gritando, em desespero, pelo belo guitarrista.

Longe dos holofotes, Park mostrava sua essência carinhosa e até tímida, incapaz de repetir o que fazia quando tomado pela adrenalina da performance em qualquer outro ambiente que não fosse o palco, sempre dizendo "Não, esse é só Baby G". Entretanto, Jungkook não comprava seu jogo, não só por o conhecer a tempo demais e saber como o anjo facilmente virava um demônio quando queria. Mas porque a naturalidade com que os braços esguios envolviam sua cintura, a intensidade do seu olhar e intenção de suas ações criava sempre uma atmosfera densa que jurava que um dia a cortaria na faca. Era forte demais para ser, apenas, fanservice.

A realidade é que, para o vocalista, fazia um bom tempo que o inocente jogo de fanservice perdera a graça. Não. Na verdade, tinha graça até demais. Não é como se Jeon conseguisse negar os pelos ouriçados sobre a pele tatuada de seus braços toda vez que os microfones se aproximavam e eles dividiam o vocal. Não é como se conseguisse fingir que a boca não aguava quando Jimin brincava com o labret inverso no meio de seu lábio inferior. Não é como se ele pudesse fingir que não vinha sonhando com Park Jimin em seus braços, em mais sentidos do que tinha orgulho de assumir para si mesmo.

Não ajudava como Jimin era todo carinhos para seu lado, como o recebia de braços abertos em seu quarto em todas turnês, para conversar, jogar, ver um filme, só ficarem juntos – o que muitas vezes, era ideia dele e não de Jungkook. Claro, amizade, é óbvio. Muitas explicações eram mais plausíveis do que o guitarrista tendo interesse no vocalista, mas não tinha nada de errado em sonhar, não é mesmo?

Mas era ai que parava: em sua imaginação. Jungkook, por nada nesse mundo, conseguia avançar para tentar algo de verdade. Fora das interações em palco, o vocalista quase fugia das investidas carinhosas de Park. Às vezes cedia, é claro, como poderia negar ser sua cadeira depois de um show intenso de 2 horas e meia? Como podia negar um cavalinho nas costas? Não dava, sempre não dava. Mas tentava manter certa distância pelo seu próprio bem.

Entenda, Jungkook não queria apenas o belo corpo do guitarrista. Já tinha assumido a um bom tempo que o carinho que nutria por ele não era nada igual ao que sentia pelo resto da banda: era muito maior. Grande o suficiente para não tirar os olhos do homem de cabelos roxos, admirado com todos seus trejeitos. Nem todo o tempo de amizade que tinham era capaz de fazer com que o vocalista se acostumasse com quão precioso Park era ou o fazia aceitar que estava perdidamente apaixonado pelo seu melhor amigo e colega de banda.

Essa noite, tinham mais um show em sua cidade natal. A expectativa era de mais de 10 mil pessoas na casa que os receberia e Jungkook tremia de emoção no camarim compartilhado. Vestia sua roupa de palco, uma regata simples bem cavada nas laterais, expondo os braços firmes e decorados com muitos desenhos permanentes, os piercings nos mamilos dando "olá!" toda vez que se mexia demais e nas pernas uma calça de vinil tão justa que lhe marcava a alma. Mas, ele amava, adorava atenção, adorava se sentir atraente e a maquiadora que trabalhava em seu rosto fazia um ótimo serviço em ressaltar a beleza natural do vocalista.

De olhos fechados, ouvia Yoongi conversar com o baterista, Taehyung, de maneira animada, risos e provocações trocadas pelos animados colegas que já estavam prontos para o show. Hoseok afinava sua guitarra e Jimin estava terminando de se trocar em uma cabine privativa. A maquiadora da o "ok" e o vocalista abre os olhos para se admirar no espelho. Uma sombra preta destacava seus olhos escuros, um contorno leve enfatizava mais ainda a rigidez de seu maxilar, a pele tinha a cor trazida de volta a vida por um blush leve que combinava ao tom natural da mesma e o lábio inferior adornado com piercings nas laterais parecia ainda mais espesso com o lipbalm avermelhado.

Satisfeito, Jungkook mexe um pouco nos cabelos longos o suficiente para fazer um pequeno rabo, mas os deixa solto, o rabicó preso no punho pronto para prender os fios negros assim que a temperatura no palco subisse. Se levantou, agradeceu a staff e se juntou a Hoseok, para ouvir o que fazia e aproveitar para aquecer sua voz.

Fazia exercícios de fluxo de ar quando ouviu Jimin falar animado:

— Tô pronto, bora, agora já da pra começar o show!

O vocalista se vira para ver o de cabelos roxos e...Seria melhor não ter feito. Ele estava diabolicamente lindo. A maquiagem era leve e apenas ressaltava a beleza natural dos seus traços, mas do pescoço para baixo era só desespero. Usava uma gargantilha preta com cristais brilhantes, uma camiseta social preta translúcida com padrão floral com os três primeiros botões abertos – como se a transparência não fosse o suficiente para dar tela azul em Jungkook e nos fãs -, a calça que vestia parecia social, mas tinha cintura alta e o tom era de um bordo profundo com as laterais adornadas em pequenos cristais pretos em linha reta.

O vocalista queria pensar que, claro, Jimin era um it boy estiloso e claramente escolheria algo belo para vestir. Queria pensar que a calça era de um tecido bonito e podia ser veludo, ou queria muito bem prestar atenção nos detalhes das flores que pareciam conhecidas na camisa translúcida. Jungkook queria pensar em muitas coisas. Mas seu cérebro parou de funcionar, intoxicado com tamanha beleza que sentia tontear. Seus pulmões nem tentavam puxar ar mais e a boca se sustentou aberta conforme o olhar varria o corpo alheio, sem conseguir pensar em detalhes, apenas admirando a perfeição do todo que era Park Jimin.

— Kooo! – Jimin chamou com uma risada, os dedos estralando em frente ao seu rosto. – Acorda, cara! Eu perguntei o que você achou!

O vocalista fisicamente se distrai de seus pensamentos balançando as madeixas pretas e piscando os olhos algumas vezes. Concordou rápido demais com a cabeça para ser considerado casual e respondeu tão veloz quanto:

— V-você tá ótimo!

Não surpreendia que Hoseok gargalhava da cara de Jungkook agora. Era hilário um homem daquele tamanho, com aquela estrutura física e aparência intimidadora gaguejando por um guitarrista de 1,74, corpo esguio e cabelos violeta claro. O vocalista sabia que parecia patético, então se resumiu em se afastar, chamando pelo staff:

— Meus ear-in por favor, e o microfone... Sim, o roxo. Obrigado!

Ignorou completamente as risadas do resto do grupo e o sorriso convencido de Jimin conforme ajustava os aparelhos nos ouvidos. Seu produtor, Namjoon entra sem bater no camarim, com headset sobre os cabelos curtos e anuncia:

— Três minutos, vamos, vamos!

O camarim se torna um caos de staffs correndo, finalizando os detalhes de roupas e passando era-ins, microfones, palhetas, baquetas e tudo que fosse necessário para cada um dos membros. Já preparado, Jungkook saiu do cômodo e esperou perto da cortina de onde podia ouvir os gritos de "Bullet, bullet, bullet!" dos fãs. Foi o suficiente para entrar em outro espaço mental, onde não tremia na base por Park Jimin e não tinha medo de mais nada, onde era o rei de seu pequeno reino. O palco era seu elemento, seu espaço.

A adrenalina já pulsava em suas artérias e os pés se mexiam fazendo ele dar pequenos pulos com os calcanhares em animação. A música de fundo que preparava a entrada da banda fazia o coração do vocalista replicar a batida frenética e os lábios secavam em antecipação.

Sentiu um indicador correndo suas costas da lombar à cervical, mas não teve tempo para olhar para trás buscar o causador – mesmo que desconfiasse de um certo roxinho. Jimin já passava pelo seu corpo rodando o microfone em mãos e o olhando pelo canto dos olhos com um sorriso, no mínimo, malicioso:

— Eu vou fazer eles perderem a voz com você hoje, Kookie. – falou, derretendo provocação nos lábios e lançando um piscar com o olho direito.

Jimin sempre fazia isso, provocar antes de entrar no palco. Mas o vocalista nunca se acostumava, o coração pulando uma batida todas vezes que ele passava a sua frente para liderar a entrada do grupo. Baby G era o primeiro, Suga o baixista o segundo, Hobi o segundo guitarrista, seguido de Taehyung e por fim, Jungkook.

Ele pisa no palco ao som de gritos quase ensurdecedores que, estranhamente, traziam paz aquele que toma o centro do palco e apoia o microfone roxo no suporte. Era um oceano de pessoas com faixas levantadas, braços para cima, se empurrando contra os seguranças para chegar mais perto da banda que já arranhava alguns sons, pelo bel prazer de ver o público ir a loucura:

— Vocês estão prontos!? – Jungkook grita ao microfone e logo é respondido por um sonoro "SIM".

Taehyung não precisou de mais nada, as baquetas batendo acima da cabeça e o pé acionando o pedal da bateria anunciavam o tempo da primeira música. O vocalista olha para os lados para ver seus colegas sorrindo em êxtase, Jimin com o pé sobre a caixa de som e a guitarra roxa posicionada entre as pernas conforme a mão corria o braço da guitarra em notas arrastadas e intensificadas pela alavanca que puxava com agressividade.

Era a cena a ser apreciada. Não o público, não os flashes: Jimin se tornando Baby G.

Logo o som estabiliza, cada nota em seu devido lugar e Jeon não poderia se sentir mais em casa. Curva-se sobre o suporte do microfone, contato visual com os fãs da primeira fila conforme ressona os primeiros harmônicos com a voz perfeitamente afinada.

As primeiras músicas correm e, aos poucos, a banda começa a se soltar. Yoongi e Hoseok pareando costas as costas, cabeça no ombro um do outro com expressões satisfeitas e Jimin... Bom, Jimin não apenas alternava entre manter a perna sobre a caixa de som e ser Baby G. Como quando, na última nota de seu solo, levantou a guitarra pela alavanca e deu sua famosa lambida na lateral do braço do instrumento. Oh, Jungkook amava aquele gesto, nem fez questão de esconder como o olhar acompanhou a língua molhada ou como sorria nada inocente para o que via.

Ao fim da terceira música, Jungkook volta a se comunicar com a plateia:

— Vocês estão gostando, caralho?! – Já entorpecido pela adrenalina, palavrões corriam a boca como vícios de linguagem.

Respondido mais uma vez com um sonoro "SIM", Jungkook sorri e levanta os braços, pedindo calma a gritaria:

— Calma, calma, a próxima música é uma... – Olha para Jimin com o mesmo sorriso. – Favorita de vocês...

Não só dos fãs; dele e de Jimin. "Scream" era uma das mais eróticas da playlist, aquecia o fanservice desde o lançamento e Jungkook sabia que não custaria três acordes para ter Jimin esgueirando-se em seu corpo.

Ciente da música, Jimin afasta-se da borda do palco, guitarra em frente ao corpo enquanto dedilhava sozinho as primeiras notas mais devagar do que o normal, apenas dando certeza aos fãs de qual música era. O olhar cravado no do vocalista deixava tão nítida suas intenções que a mente de Jungkook viajava pela imaginação de vê-lo o olhando desse modo em outras situações, preferencialmente sem 10 mil pessoas assistindo. Assim que Jimin começa seu showzinho, os gritos progridem e seu sorriso perverso só aumenta.

O de cabelos roxos para ao lado do vocalista e com um som arranhado das cordas metálicas, suspende o que estava fazendo. Hobi já ria ao microfone, Yoongi tomava água e Taehyung arriscava um solo curto na bateria para aumentar o suspense. Mas, por óbvio, Jimin não pararia seu jogo em uma profunda encarada nos olhos do vocalista, não. Os dedos calejados do guitarrista trabalham para abrir mais dois botões da camisa de maneira habilidosa e calma. Agora com o abdômen magro e bem desenhado exposto, ele deita a cabeça de lado para o vocalista em falsa inocência.

Jungkook perde a fala, o ar e o senso. Seu foco totalmente compenetrado em como pequenas gotas de suor escorriam as curvas de Jimin e boca de Jeon salivava, curiosa pelo gosto salgado que nunca sentira, mas desejava. As mãos do vocalista repousavam no suporte do microfone e não notara que a língua passeava os piercings do lábio inferior, muito menos que comia seu guitarrista com os olhos.

Mas Baby G notou e riu, a mão retomando ao braço da guitarra, e com um sinal de cabeça feito para a banda, logo se dá início a batida de "Scream". Jungkook se vê obrigado a cair em si e focar em sua entrada, infelizmente.

A batida é envolvente, escalonava progressivamente algumas vezes antes dele tomar o vocal:

Preso nessa loucura, cego demais para ver. Você acordou sentimentos animalesco em mim. Tomou todos meus sentidos e eu perdi o controle. Eu vou provar seu sangue hoje.

Ele canta a primeira estrofe e logo tira o microfone do cavalete para olhar Jimin que corria os dedos pelo braço da guitarra, a língua passeando para fora dos lábios cheios com o olhar fixo no público, parecendo alheio ao vocalista e ao que deveriam estar fazendo. Jungkook realmente acreditava que nessa altura, Jimin estaria, pelo menos, olhando para si.

Quem Jimin pensava que era? Provocaria e ignoraria seu vocalista? Ah, não, não mesmo.

Jungkook se aproxima de Park com as notas da guitarra, a mão rodando o microfone na mão para então posiciona-lo nos lábios quando estava ao lado do guitarrista. Ignorou o público, todo seu foco no homem de cabelos roxos que parecia estranhar a iniciativa, já que não demorou para o vocalista correr o braço do mais velho com as costas da mão enquanto voltava a cantar:

Você sabe que eu faço você querer gritar. - Conforme cantava, a mão migrava para o pescoço de Baby G, os dedos enrolavam-se aos fios roxeados e os puxavam de leve.- Você sabe que eu faço você querer correr de mim, mas você sabe que é tarde demais. Tá perdendo seu tempo. –Jimin caia ao seu toque de maneira espontânea, a cabeça pendendo para trás, os olhos fechados, os dentes prendendo parte do lábio inferior na boca quando Jungkook colocou mais força sobre os fios da sua nuca.

Mas assim que acabou o princípio do refrão, o vocalista parou seus toques e deu abertura aos jogos de "vai e vem" que dominavam as interações entre os dois. Andou calmamente para Hoseok, movimentando a cabeça com a batida intensa da bateria de Taehyung e cutucando a bochecha com a língua enquanto tocava sua guitarra invisível. Assumiu os vocais mais uma vez, caminhando para a frente do palco, onde dedicou sua atenção às fãs da primeira fileira com seu famigerado sorriso sedutor:

Relaxe enquanto você fecha seus olhos para mim. – Jogava os fios longos para longe da testa e arqueava a sobrancelha para seu público, depositando toda sua sedução nos atos de maneira a contrastar ao vocal forte. – Tão quente enquanto eu te liberto. – Levantou o tronco e pensou em buscar Jimin com seu olhar, mas o sentiu escorado com as costas nas suas assim que estava ereto. O olhou sobre o ombro e continuou a cantar. – Com seus braços presos ao seu lado não existe luta. O prazer é todo meu essa noite.

Jimin pareceu explodir em excitação as palavras cantadas, o vocalista achando que ouviu um gemido sair dos seus lábios quando ele se afastou bruscamente e balançou a guitarra para repetir os riffs de antes. O guitarrista não tinha muito tempo, logo Jungkook retomaria os vocais, então Baby G afasta-se apenas um par de passos e vira-se de frente ao vocalista com um sorriso perverso o suficiente para fazê-lo ansiar pelo que viria. Jimin ajoelha em frente a Jungkook, a guitarra sobre as largas coxas conforme a tocava e o olhar, nem por um segundo, desviando do cantor.

Era algo novo, a primeira vez que o guitarrista ajoelhava entre suas pernas, ainda mais com a expressão em seu rosto que gritava malícia. Mas tudo bem, o vocalista entendeu como um convite para, também, fazer algo diferente.

Posicionou a lateral do indicador no queixo de seu guitarrista, o polegar pousando no queixo e voltou a cantar:

Você sabe que eu faço você querer gritar. – A voz estava mais grave, pesada e aerada, não porque a música pedia, mas porque ter Jimin de joelhos a sua frente com a camisa translúcida aberta era obsceno. – Você sabe que eu faço você querer correr de mim... – O polegar passeou sobre o lábio inferior, borrando o gloss que o iluminava. – Mas é tarde demais, você está perdendo o seu tempo.

Afastou devagar os dedos do queixo do menor, o que fez esse mover a cabeça para frente como se não quisesse que se afastasse, e penteou os cabelos violeta do outro para trás uma vez, os segurando no topo da cabeça sem agressividade, por enquanto.

Jungkook estava fodido. Completamente perdido no desejo que sentia por aquele que estava submissivamente de joelhos a sua frente. Tão envolvido que não sabia como permanecia cantando, e Jimin não estava nada diferente, as pálpebras estavam baixas, os olhos correndo o corpo do cantor comfome, as mãos pareciam trabalhar no instrumento por pura memória muscular e, talvez, um pouco de criatividade proibida por parte do guitarrista.

Aproveitando esses sentimentos prazerosos, eles me cobrem. Clemencia não solicitada.

Agora Jimin deveria cantar com ele, mas o homem não conseguia se pôr de pé. Estava de olhos fechados, aproveitando o som da voz do vocalista e seu toque que se tornava cada vez mais bruto nos fios roxeados. Por sorte, Taehyung era um dos backing vocals e entrou nos vocais junto de Jungkook:

Grite até haver o silêncio, grite enquanto há vida, desaparecendo. – Afastou a mão dos cabelos de Baby G, que logo abriu os olhos para si. O vocalista faz um sinal com o indicador e dedo médio para que seu guitarrista se levantasse. Jungkook se recusava a afastar o olhar do outro e cantou as próximas palavras como se fosse uma serenata exclusiva para ele. – Grite pelo prazer, revele seu desejo, cedendo.

Na pausa breve da bateria, Jimin pareceu voltar a si, mas não recuou do jogo dos dois. Sorriu enquanto se levantava, esbanjando sensualidade e voltou-se a plateia com um solavanco na guitarra conforme voltava a tocar. Era vez do guitarrista jogar, então Jungkook apoiou o pé na caixa de som e se curvou para seu público para cantar mais uma vez, fingindo não estar animado demais pelo que acabara de acontecer:

Todos nós temos um momento onde perdemos o controle, todos nós temos um tempo para crescer. Eu espero estar errado, mas eu sei que eu estou certo. Eu vou caçar de novo uma noite dessas.

Park parecia mais confortável agora que retomava seu riffs, andando pelo palco em busca de Hoseok para espelharem os movimentos sobre os instrumentos logo à direita de Jungkook. De maneira divertida e talvez despretensiosa, o maior se volta a dupla para ver um Jimin correndo o braço da guitarra de maneira completamente sugestiva, o levando a quase vacilar na entrada de seus vocais, mas conseguiu se recuperar a tempo.

Era típico de Jimin e Jungkook. Uma troca tão intensa de olhares associada aos toques além da conta do que se espera para um simples fanservice, rendendo gritos do público e batidas destruidoras do coração do vocalista contra seu peito. Era nítido que os dois amavam quando agiam desse jeito, flertando em frente a milhares de pessoa sem pudor nenhum ao ponto de se perderem em uma realidade que era só deles. Jungkook gostava ainda mais que Jimin provavelmente, mesmo que trouxesse um retrogosto amargo quando se lembrava que era algo exclusivamente para o palco e para seus fãs. Mas aproveitava os momentos que podia.

Com uma sequência de situações em que Jungkook e Jimin esqueciam a plateia em suas trocas de olhares e toques até que breves, "Scream" chega ao solo dos guitarristas. Par dar luz aos instrumentais, o vocalista faz menção em se afastar, mas rápido, Jimin aponta o chão com a cabeça. O vocalista estranha, mas se senta sobre as canelas como solicitado em seu silêncio e observa atentamente as próximas ações de Baby G. O guitarrista para ao seu lado, o pé sobre a caixa de som mantinha as pernas abertas, sustentando sua guitarra a 30 centímetros do rosto de Jungkook.

Ele assiste, de maneira privilegiada, como os dedos do mais velho eram ágeis, vê sua expressão focada caminhar de novo para a sensualidade poucas vezes quando o fitava. Não havia explicação do porquê, mas Jeon sentiu o fogo subir entre suas pernas com a miragem erótica que era Baby G, no auge de sua intensidade, tocando com as pernas abertas para si. Jungkook se vê arfando, a mão sendo obrigada a cobrir os lábios conforme a cabeça pendia para a guitarra de Jimin para que seu desejo não ficasse tão berrante e torceu para que a regata fosse longa o suficiente para não revelar sua crescente excitação.

Mesmo que devastado de desejo, Jungkook se põe em pé para assumir o vocal ao fim do solo. Vira-se ao guitarrista, ignorando o pobre Hoseok que estava o tempo todo parado a sua direita, e apoia o braço no ombro do homem de cabelos roxos. Sustenta contato visual e mais uma vez, canta para ele:

Em algum lugar reprimido, sentimentos instintivos protestam. Pelo jeito que foram construídos, não coloque a culpa em mim. – Da um sorriso de canto e volta-se a plateia, braço ainda sobre o ombro do guitarrista conforme se curva para colocar intensidade nas notas. – Grite, grite, grite! Do jeito que você quer que eu destrua seu corpo. Grite, grite, do jeito que você quer que eu destrua sua mente!

Os guitarristas se afastam e Jungkook decide dar um pouco mais de atenção ao seu público, voltando a encarrar seus rostos conforme andava para a esquerda do palco, inconscientemente indo em direção ao seu guitarrista:

Aproveitando esses sentimentos prazerosos que me cobrem, clemência não desejada. – Abriu os braços de frente para o publico e fechou os olhos para continuar a cantar, agora finalmente Baby G assumindo os vocais como devia ter feito antes e harmonizando suas vozes. – Grite até haver o silêncio, grite enquanto há vida desaparecendo. Grite pelo prazer, revele seus desejos, se rendendo.

Com um respirar fundo, Jungkook se afasta ao fim do seu vocal e caminha até a frente da bateria para tomar água enquanto a banda finaliza a música. Por trás do aquário de acrílico, Taehyung lhe lança um arquear de sobrancelhas sugestivo e o vocalista ri, dando de ombros como se nada tivesse acontecido e era como se nada tivesse acontecido. Não era a primeira vez – nem a última – que se deixavam levar pelo "high" do palco e faziam uma coisa ou outra que empurrava o limite do fanservice. O mesmo "high" impedia Jungkook de se sentir culpado ou incomodado. Era bom, era delicioso ouvir milhares gritarem seu nome e de quebra, ter um homem como Park Jimin perecendo aos seus dedos. Estava alto demais das sensações para dar a mínima.

Abanou a regata algumas vezes e a ajustou bem sobre a meia-ereção persistente entre suas pernas. Por sorte, tinha o hábito de falar com o público parcialmente curvado, então provavelmente ninguém tinha visto seu pequeno vexame em forma de desejo que tinha nome e sobrenome. Prendia seu cabelo em um rabo de cavalo pequeno, ainda de costas para o público com Hoseok os entretendo, quando Jimn envolve sua cintura com um dos braços e deita a cabeça em seu ombro. Jungkook brinca com os fios roxos com leveza depois de prender os cabelos e comenta:

— A próxima é "Do I Wanna Know". Vai cantar comigo?

"Do I wanna Know?" era a música que eles vinham trabalhando um jogral para que ambos cantassem, além de fazerem um a harmonização do outro. Jimin era um tenor como Jungkook, mas com as aulas de canto que vinha tendo, seu dom de cantar nas notas agudas com tamanho conforto logo floresceu para encantar o resto do grupo, principalmente o vocalista, que agora vivia para inserir Jimin nos vocais.

Existia um motivo secreto em porque o vocalista queria que seu guitarrista acompanhasse nessa música em específico. "Do I Wanna Know" foi escrita por Jungkook, pensando em Jimin. Era uma confissão do seu amor escondida às vistas de todos. Quando a letra nasceu em uma madrugada apenas, a reação da banda foi enaltecer sua capacidade criativa, ninguém do grupo perguntou da onde viera tamanha inspiração. Talvez já desconfiassem, mas pelo menos, não verbalizaram.

Era uma música muito importante para o vocalista, derretia suas emoções sempre que a cantava e Jimin ter declarado tantas vezes –para a mídia e entre eles- que essa era sua favorita do álbum, apenas aquecia mais o coração carregado de esperanças.

O homem de cabelos roxos faz um bico enquanto as mãos se encontram na lateral oposta de cintura fina de Jeon, o fechando em um abraço carinhoso. Diz com um pouco de timidez:

— Não sei se eu to pronto pra assumir uma música inteira...

— Ah, você tá! – Taehyung diz enquanto se levantava do banco da bateria e apontava para o de cabelos roxos com a baqueta. – Você tá indo muito bem, né JK?

O vocalista abandona a garrafa de água no chão e envolve os ombros de Jimin com seus braços para que se mantivessem abraçados enquanto maneia a cabeça em concordância. Em seguida, beija o topo da cabeça do guitarrista e por favor, claramente era culpa da adrenalina, não é como se ele quisesse ficar grudado com o garoto. Imagina.

O reassegura a seguir:

— Sua voz é linda, mas se se sentir melhor, eu canto junto algumas partes... Vamos deixar fluir, o que você acha, Minie?

O guitarrista parecia mais incerto que o normal, ao ponto de que apenas Taehyung parecia entender seu receio por como o olhava e incentivava com gestos. Mas Jungkook não se preocupou demais agora que Park sorria com as palavras e toques do outro. Os cabelos roxos balançam quando o mesmo concordou com a voz doce:

— Tudo bem, então Koo.

Jimin se afasta e Jeon se perde um tempo olhando como ele andava em passos animados e lábios arqueados em um sorriso largo e fofo. Jimin sendo Jimin. Em momentos era sexo sobre pernas, em outros, inocente e adorável de maneira a não combinar com seus 26 anos. Jungkook achava sua dualidade o traço mais encantador do mais velho.

Baby G ajusta o retorno nos ouvidos, segura o braço de uma nova guitarra a sua frente com diferente afinação para a música que viria e fala com timidez ao público:

— Bom, temos uma surpresa com "Do I Wanna Know" e eu espero muito que vocês gostem. Tô aprendendo ainda! Não tenham esperanças demais!

O vocalista faz um ok para o resto da banda conforme caminha para Jimin, pegando a guitarra em sua mão e passando a faixa pelo tronco. A mudança de Jungkook para assumir o instrumento gera uma nova onda de gritos ensurdecedores e aumenta consideravelmente a timidez do guitarrista que se preparava para cantar. Jeon lhe oferece um sorriso reconfortante, a bateria começa a soar e Hoseok inicia os riffs. Dali, foram segundos até a voz angelical de Baby G tomar o público:

Você está com as bochechas coradas? Você já teve aquele medo de não conseguir afasta algo, o tipo que gruda como se estivesse em seus dentes? Há algum às na sua manga? Você não faz ideia de que é minha obsessão?

De olhos fechados, ele cantava atento a cada nota que saia da sua boca nessa primeira estrofe e, de novo, Jungkook estava perdido. Mas por uma causa diferente, agora era sua paixão borbulhando o peito vendo a causa da mesma cantando de maneira tão divina a letra que era para ele mesmo. Não conseguia evitar seus olhos de buscar pela figura divina que cantava, mesmo sabendo que deveria, pelo menos, disfarçar.

Quantos segredos você consegue guardar? Porque tem essa música que eu encontrei que me faz pensar em você de alguma forma, e eu a coloco para repetir até pegar no sono, derramando bebidas no meu sofá.

A voz de Jimin dominava a melodia como se fosse feita para ele, e agora de olhos abertos, buscava imediatamente o olhar do vocalista. As borboletas dançavam no estomago de Jeon, esfriando seu abdômen com o bater de suas asas só com a sutil e intensa troca de olhares. Mesmo quando o vocalista se aproxima do microfone, Jimin não afasta os olhos dos seus:

Será que eu quero saber – Jungkook cantou.

Se esse sentimento é recíproco? – Park continua, o sorriso pequeno aparecendo nos lábios alimentando cada uma das esperanças de Jeon pelo peso da frase.

Triste por te ver partir.

Eu meio que esperava que você ficasse. – A voz de Jimin ecoava, a mão tirando o microfone do suporte e o corpo se virando para Jungkook.

Baby, nós dois sabemos. – O vocalista queria desviar o olhar, queria se afastar, até quem sabe sair correndo da intensidade do que parecia estar acontecendo, mas não podia, não conseguia. Estava preso as garras de Jimin sem ao menos ser tocado.

Que as noites foram feitas principalmente para dizer coisas que não se pode dizer no dia seguinte. – Park gesticulou para o céu no seu cantar, deixando evidente a menção a letra e, a passos lentos, se aproximou de Jeon.

Me arrastando de volta para você. – A voz de Jungkook associada a de Jimin era quase um sussurro no microfone, a mente tentando entender porque ele ia para o fanservice em uma letra tão romântica, romântica e feita exclusivamente para ele.

Já pensou em ligar quando você toma umas? Porque eu sempre penso. – Jimin mudava a expressão facial e dava de ombros como se falasse as palavras que cantava. Parou ao lado do vocalista, a cabeça pendendo de lado e aqueles olhos, ainda, a penetrarem os seus. – Talvez eu esteja muito ocupado sendo seu para me apaixonar por outra pessoa. Agora pensei bem sobre isso. – Voltou a atenção a plateia para a próxima frase, ignorando um vocalista esperdiçado em suas emoções. – Me arrastando de volta para você.

Jungkook não estava processando coisa alguma, usando cada neurônio que não estava intoxicado por amor para manter o foco na guitarra. Agora que Jimin parara de vasculhar cada pensamento seu com as onixs de seus olhos, ele pode respirar fundo para tentar se recompor. Nem ele, quando cantava essa música, colocava tanta emoção e foi o suficiente para se desestabilizar por completo. Mas não teve muito tempo de respirar, Jimin apoia o cotovelo no seu ombro e canta, mais uma vez, para ele, como se não fosse um show, como se não houvessem 10 mil pessoas cantando a letra aos berros a sua frente:

Então, você tem coragem? Estive pensando se seu coração ainda está aberto e se estiver, quero saber que horas ele fecha. – Jungkook via a boca dele se mover e a expressão tão honesta e pouco divertida de seu rosto, mas não era capaz de focar em uma coisa só. – Se acalme e prepare seus lábios. – O vocalista lambeu os próprios e o guitarrista continuava cantando, quase sem se afetar por Jungkook perdendo cada fio de sua sanidade para si. – Sinto muito interromper, é que apenas estou constantemente à beira de tentar te beijar, mas não sei se você sente o mesmo que eu sinto. – Jimin desce o braço de seu ombro e o sorriso provocante desmancha devagar conforme ele canta a próxima frase. – Mas nós podemos ficar juntos, se você quiser.

A música continua sem Jimin se aproximar e não era como se Jungkook tivesse capacidade para mover qualquer músculo que não fosse necessário para tocar o instrumento nos seus braços. Ele sabia que tinha a expressão mais confusa e embasbacada em sua face, sabia que teriam infinitas fotos desse momento, sabia que sua paixão estava estampada em sua testa. Sabia de tudo isso, mas não conseguia agir para disfarçar qualquer uma das reações que tivera. Jimin serenou a música que o vocalista escreveu para ele, olhou em seus olhos nas frases definitivas, tocou em seu corpo, se aproximou, sorriu e gesticulou. Até que ponto aquilo era para os fãs? Sequer dava para dizer que esse tipo de "flerte" era para agradar o público?

Sua sorte é que não era o único guitarrista, senão não teria parado de tocar ao fim daquela música. Jimin agradece o público ao fim, todo sorrisos e timidez. Até a banda aplaudiu, mas Jungkook não, porque precisava respirar e tomar uma água para pôr a cabeça no lugar antes de continuar o show.

Bullet continuou a impressionar seus fãs, mas Jungkook não conseguia mais ceder aos toques de Baby G. O que ele fez em "Do I Wanna Know" virou a cabeça do vocalista do avesso ao ponto de toda sensação entorpecente de estar no palco ser insuficiente para deixar o sentimento de lado. Não negava quando Jimin se aproximava, mas pouco retribuía, tentando não dar mais vazão as expectativas que já moravam sozinhas de tão criadas.

Ao fim do show, todos deram as mãos, se curvaram e agradeceram. Hoseok, Jimin e Yoongi lançaram palhetas ao público e Taehyung suas baquetas, mas Jeon deixa o palco assim que termina de demonstrar sua gratidão. Sem olhar para trás, segue para o vestiário reservado para tomar um banho. Ele fugia. É, fugia. Era nítido que Park não sabia o estrago que fizera com as emoções do mesmo pela maneira como ainda se sentia confortável para entreter os fãs e isso machucava o mais novo. Era uma pequena prova de que o que ocorrera naquela noite era mero entretenimento programado, sem segundas intenções. Ou talvez fosse só a ansiedade falando mais alto que a razão e o medo tomando seu coração.

Embaixo da água morna, o vocalista tentava colocar seu raciocínio e emocional em ordem. Evita analisar demais o comportamento alheio, focar no que era fácil e prático: deixar de lado. Era o que precisava fazer, ignorar, deixar de lado e fingir que nunca aconteceu. Quem sabe não deixar que Jimin cantasse essa música de novo – mesmo que um lado seu implorasse para que isso acontecesse para ver se as mesmas atitudes se repetiriam.

Depois de muito pensar e agora com a pele liberta da sensação grudenta do suor, Jungkook veste um conjunto de moletom cinza e deixa os cabelos molhados soltos para voltar ao camarim pegar suas coisas. Quanto entra no ambiente, vê Jimin de cabelos roxeados molhados e moletom lilás combinando com os fios sentado no sofá enquanto mexia distraidamente no seu celular. Park levanta a cabeça com um sorriso:

— Pronto pra ir?

Merda. Tão confuso que estava, Jeon se esqueceu que ele e Jimin dividiriam o carro para voltar cada um para suas casas. Procurou pelos outros membros da banda, mas estavam só os dois. Não tinha como fugir, quando combinavam de usar o mesmo carro, a empresa não disponibilizava extras e seria muito trabalho requisitar um novo. Trabalho demais, tamanho esforço que seu desconforto em andar com Jimin seria facilmente lido pelo mais velho. Desmanchou a expressão confusa do rosto e trabalhou para montar um sorriso. Respondeu enquanto terminava de colocar seus pertences na mochila:

— Sim, sim. Esqueci que ia contigo.

— Você tá com a cabeça na lua, Koo. – Jimin comentou baixo, um toque de desconforto na voz que Jungkook decidiu ignorar.

Colocou a mochila nas costas e apontou a saída com a cabeça. Park logo se levanta e seguem juntos para a saída, acenando para fãs e câmeras até entrarem na segurança silenciosa do SUV. Os primeiros minutos da viagem são permeados por uma quietude desconfortável. Jungkook só pensava em chegar em casa e dormir até esquecer o que aconteceu, desativar as notificações do twitter em sua conta falsa para não ver as insinuações do público sobre seu comportamento, que agora lhe trazia vergonha. Mordia uma das argolas pretas do lábio inferior quando Jimin se dirigiu a ele:

— Você leu as letras que o Namjoon mandou no nosso grupo?

Jeon permanece com o olhar na janela, vendo as luzes da cidade passar como se isso fosse a coisa mais linda do mundo e não o homem ao seu lado. Murmurou:

— Não ainda.

— Eu li. – Jimin diz e Jeon escuta o ranger do couro conforme ele mudava de posição no banco ao seu lado. – Montei uma batida pra uma delas, quer ouvir?

Devagar e calculado, Jungkook vira para seu amor não correspondido e abre um sorriso, sabendo que o mais velho gostava de mostrar o que produzia para ele antes do resto da banda:

— Claro, hyung.

Jimin abre um sorriso tão largo que seus olhos se fecham, o resto da maquiagem borrando os cantos.

— Ótimo! – O guitarrista se curva e bate no ombro do motorista, falando com ele a seguir. – Vamos nós dois para a minha casa, tudo bem? Obrigado!

O coração do vocalista dispara em tamanho desespero que ecoava pelos seus ouvidos, a boca falando mais rápido que o seu raciocínio:

— N-Não!

Park o olha confuso, sobrancelhas unidas:

— Qual o problema, Koo? Tem alguma coisa pra fazer a uma e caralha da noite?

Não, não tinha, só não podia ficar na casa de Jimin agora. Mas também não sentia que podia fugir. A relação dos dois era muito íntima, era comum irem para o mesmo local depois de todos os shows e por isso sempre andavam no mesmo automóvel. E por isso, também, Jimin percebia qualquer menção a desconforto em Jeon, como fizera agora com a pergunta retórica.

O vocalista respira fundo e racionaliza: nada aconteceria. Ele aguentou Jimin lambendo seu microfone de cima a baixo na penúltima música, aguentaria 30 minutos em sua casa. Mais calmo com a intimação, Jungkook abana as mãos no ar e solta uma risada forçada:

— Não, não. Eu achei que você tava cansado, só isso hyung.

— Eu nunca to cansado pra você, Kookie. – Ele diz, cabeça deitada de lado com um sorriso doce e o apelido usado apenas por ele derretendo nos lábios como caramelo.

O sorriso besta do vocalista repuxou os lábios quando abaixou o olhar em timidez e maneou a cabeça em concordância devagar. O apartamento de Park não era muito longe dali, então em menos de 10 minutos, já estavam no elevador em direção a cobertura. Jungkook mexia os dedos um nos outros, cantarolando alguma coisa para distrair a cabeça e Jimin olhava as marcações dos fãs no Instagram da banda. O elevador se abriu e Park não deu instruções, Jeon sabia a senha da porta, o tempo que demorava para abrir e onde ficavam os sapatos, de tanto tempo que passava lá.

Assim que entraram, Jungkook caminhou pela conhecida sala decorada em tons nudes e pasteis até sentar-se ao sofá, enquanto Jimin ia até a cozinha. De lá, falou alto:

— Cerveja?!

— Sim, por favor! – Jeon respondeu alto o suficiente para ser ouvido, os pés descalços apoiados na mesa de vidro ao centro da sala, logo ao lado do notebook do guitarrista e corpo reclinado confortavelmente no encosto do sofá com os olhos na tela do celular.

Em pouco tempo, Park retorna à sala carregando duas longnecks de sua cerveja favorita e chama atenção do vocalista quando fala:

— Então, você não leu a letra de "Closer"?

Jeon pega a bebida que lhe é oferecida e toma um gole curto enquanto nega movendo a cabeça de um lado ao outro. Jimin se senta ao seu lado e se curva para tirar a tela do notebook do descanso. Disse com um tom de voz divertido:

— Acho que deveria, sabe... – Chega a soltar um riso no fim.

Sem entender, Jungkook se curva para se atentar a tela que logo mostrava o aplicativo de mixagem que Jimin usava e olha para ele curioso:

— Você já inseriu os vocais?

— Não, você é o vocalista. Eu só tapo buraco. – Respondeu com os olhos atentos a como manipulava o programa e com a mesma entonação de antes.

Jeon estrala a língua e dá com o ombro no do mais velho, enquanto ria:

— Que tapa buraco! Nosso segundo vocalista. Mas então a música tá sem vocais, né?

— Uhum. – Ressonou e depois voltou atenção a Jeon, só ai que o vocalista notou como estavam perto. Park sorri, pendendo entre admiração e carinho para continuar a falar. – Sua voz vai ficar linda nessa música, confia em mim.

Jungkook bebe um gole longo da bebida de cevada, na intenção de se distrair da proximidade e entra em modo de trabalho para responder:

— Tudo bem. Me mostra a batida e a letra e vou vendo como fica.

— Tem certeza? – Jimin arqueou a sobrancelha e o vocalista, mais uma vez, não entendeu qual era o problema.

— Ahn... Sim? – Dava de ombros enquanto falava. Apontou a tela do notebook. – Coloca a batida e eu vou trabalhando com a letra ao mesmo tempo, você sabe que eu gosto de criar na hora. Aliás! – Exclamou e voltou a atenção ao celular. – Vou colocar pra gravar aqui já.

Park o olhou com uma expressão engraçada e Jeon acredita ter visto um relance de malicia nos seus olhos.

— Ok, você que sabe. Eu aviso quando a letra for começar.

O vocalista apenas limpou a garganta – mesmo sabendo que não era bom para suas cordas vocais – e encarou a tela conforme a batida começava. Ele gostou, para variar, as batidas de Jimin eram sempre incríveis. Estava ali, balançando a cabeça totalmente relaxado quando as primeiras frases apareceram na tela e começou a lê-las.

"Você me deixa te violar, você me deixa te degradar, você me deixa te penetrar, você me deixa te complicar."

Por sorte não estava bebendo, senão teria engasgado. Os olhos arregalaram e Jimin, rindo, parou a música.

— Eu te avisei, Kookie!

—Deixa eu ver isso aqui. – Disse baixo, já colocando a mão sobre a de Jimin para rolar a barra da letra e ler o restante.

Fez uma leitura dinâmica e a cada frase, ficava mais impressionado. A letra era obscena, completamente obscena e pensar que Park Jimin que fizera a batida e que ela ia de encontro tão bem com a putaria quase explicita ali narrada, ouriçou os pelos do vocalista... Em interesse. Engoliu seco e apontou o refrão. Apenas falou a letra:

— "Eu quero te foder como um animal"?

— Sim. "Eu quero te sentir por dentro." – Jimin continuou a música falando, cabeça de lado e entretido com a reação do vocalista. – Ué, você não disse que ia cantar? Começa pelo refrão, então. – Era um desafio. – Mas se não conseguir, deixa que eu faço.

O ego de artista de Jeon se sentiu diretamente atacado, então afastou a ideia de Jimin cantando essa música e tomou mais um longo gole da bebida gelada antes de responder:

— Não, não, eu faço.

— Okay... – Park falou descrente e passou a barra de som até o refrão.

Sinalizou 1, 2, 3 com os dedos para dar a entrada de Jungkook e ele passou a cantar:

Eu quero te foder como um animal, quero te sentir por dentro, eu quero te foder como um animal, toda minha existência é falha. Você me-

— Okay, agora faz com vontade. – Jimin o interrompeu divertido, a mão pousando na coxa do vocalista.

Jeon ainda não tirava da sua cabeça o peso da letra, ainda mais onde estava e com quem estava. Era difícil focar para seu desejo e amor não transbordarem a boca - principalmente seu desejo. Mas Jimin chamava sua atenção e ele entendia porque. A voz estava aguda demais para o tom da batida e faltava ar para inserir a sensualidade necessária. Claro que pensou que haviam outras formas de corrigir seu erro que não colocando a mão na sua coxa e desenhando círculos com os dígitos sobre o moletom, mas melhor ignorar para não surtar.

— Canta pra mim. Você sempre canta bem pra mim e eu posso ajudar. – Park instigou, a outra mão virando o rosto de Jeon para si e existia algo ali, algo que Jungkook não pode pontuar exatamente o que era, mas o mais velho parecia animado demais para o que aconteceria a seguir.

Tentou focar no seu trabalho e seu objetivo, ignorando quem segurava seu rosto e onde estava da melhor maneira que podia – o que não era muito com os olhos de Jimin em si daquele jeito. Respirou fundo e deixou o celular que gravava o áudio sobre a mesa. Voltou a atenção para Jimin e murmurou com a voz mais grave do que antes, a excitação transparecendo antes mesmo que pudesse senti-la:

— Solta a música.

Sem desviar os olhos dos do vocalista, Park toca na barra do teclado e a batida volta. Rápido como era, Jungkook já sabia qual era sua entrada e a letra então, só precisava avançar para o estado mental que a música pedia. Um estado mental extremamente sensual, tomado de desejo, onde ele quisesse foder alguém instintivo como um animal. Não era difícil, afinal, quem causava a exata mesma sensação que cantaria tinha a mão sobre a sua coxa exercendo pressão, os olhos em si e a língua rodando o piercing no meio do lábio inferior volumoso e naturalmente rosado.

Um "ah" fora de controle escapa pela boca de Jeon conforme corria os olhos pelo rosto de Jimin, tragando seu sorriso vitorioso e se perdendo na malícia do seu olhar. Fogo aquecia seu abdômen, sentia as pálpebras querem ceder conforme se lembrava dos detalhes do último sonho que tivera com seu guitarrista e com tudo que almejava fazer, se tivesse a chance de tocar aquele corpo pra valer.

Eu quero te foder como um animal. – A voz veio pesada, cheia de ar, quase um rosnado erótico e Park se ajusta devagar no lugar, a pele do pescoço visivelmente arrepiada. Concordou devagar com a cabeça pedindo para que continuasse. – Eu quero te sentir por dentro. – Jimin umedeceu os lábios antes de morde-lo pela metade, os olhos negros fixos na boca de Jeon que se mexia. – Eu quero te foder como um animal. – Park derreteu devagar, os ombros relaxando em contradição com a mão que apertou a perna de Jeon. Um murmúrio muito similar a um gemido sai da boca.

Ele estava gostando do que Jungkook cantava e Jeon notou. O desejo estampado nos olhos de Jimin não podia ser interpretado diferente pelo vocalista, mas ainda assim não sentia que podia avançar agora. Abaixou o olhar para o notebook e disse enquanto voltava a batia para antes do refrão:

— Só mais uma vez...

Park nem pode responder, os olhos seguindo o cantor como se fosse sua presa, estudando cada movimento de perto. Literalmente, de perto. Seu corpo estava curvado para frente, a menos de 30 centímetro do rosto do vocalista, então Jeon decide dar uma abertura. Curva seu tronco para frente também, pousa a mão casualmente sobre a de Jimin, fingindo se apoiar e os olhos oscilando entre os semicerrados de Park e seus lábios carnudos.

Eu quero te foder como um animal. – Quase não cantou, parecia recitar as palavras e Jimin abriu os lábios, sobrancelhas levemente franzidas, dedos se abriram para entrelaçar com os do vocalista. O de cabelos roxos pendeu a cabeça para o lado de leve e avançou alguns centímetros. – Eu quero te sentir por dentro. – Jungkook se aproximou um pouco mais, a voz baixa nada cantava, apenas dizia a verdade. Jimin sentia o hálito do mais novo bater seus lábios quando voltou a falar. – Eu quero te foder como um animal.

E no tempo do piscar de seus olhos, a boca de Jimin o impedia de continuar. Os lábios macios como travesseiros e quentes como o inferno se chocaram nos de Jungkook e a resposta foi imediata quando a mão do vocalista segurou na sua nuca. Não duraram dois segundos apenas sentindo os lábios um do outro e as joias que os adornavam, a língua de Jimin foi a primeira a serpentear para a boca alheia, sendo bem recebida pelos lábios abertos de Jungkook.

Não havia espaço para racionalizar. Jeon se sentia intoxicado, envenenado pela viciante droga que era a saliva de Jimin se misturando a sua. Com a mão que repousava na coxa do cantor, o guitarrista se apoiou para avançar para frente e sentar-se no seu colo. Estava afoito, em poucos minutos de línguas entrelaçadas, sentia o peito pesar e respirava pelo nariz para tentar acompanhar o ritmo da própria excitação. Jungkook não se diferenciava muito, doente de desejo, as mãos não apenas envolveram a cintura do mais velho, como entraram no seu moletom com um movimento rápido, e assim que sentiu a textura macia da derme do outro, um suspiro satisfeito rolou dos seus lábios diretamente para a língua do outro.

Era tudo que sempre sonhou. Na verdade, era melhor, muito melhor. Não imaginava ser possível ter Park no seu colo, muito menos que a ânsia do mesmo por Jeon seria tamanha. O mais velho sugava sua língua para a boca, abusava de mordidas em seus lábios e os dedos enrolados nos fios pouco molhados, os puxavam para baixo toda vez que buscava aproximar seu quadril do outro.

Era mais do que sempre sonhou.

Mas era só isso que queria?

O que ele estava fazendo? Seu corpo podia arder de desejo por Jimin, seu membro podia latejar e tremer dentro da calça folgada de moletom, mas Jungkook não podia levar suas emoções a esse limite. Se fosse sexo sem sentido, Jeon não sabia como poderia olhar para seu guitarrista de novo. Tinham muitas emoções envolvidas para levar aquele amasso obsceno para frente.

Então, afastou a boca de Jimin, os lábios dele já traçando beijos em sua mandíbula para beijar e arfar contra a pele de seu pescoço, mas Jungkook conseguiu unir forças para segurar em seus ombros e tentar afasta-lo:

— Minie... Minie... A gente não pode fazer isso...

Um resmungo arrastado escapa da garganta do guitarrista que pressionava o quadril no lugar certo contra o de Jeon e as mãos seguram atrás da cabeça do vocalista de maneira possessiva. Disse manhoso:

— Kookie, por favor... Você também quer, eu to sentindo como você me quer...

— Jimin... – O tom de voz denunciava a tristeza que começava a tomar o lugar do tesão. Não achou em si a força para afasta-lo, então apenas o abraçou e falou baixo. – Eu não quero assim...

Park sente a mudança repentina no outro e suspende os toques voluptuosos na pele de Jeon. Deita a testa no ombro do mais alto e desce as mãos devagar até as costas dele, resumindo em um abraço que não dura muito. Logo, de cabeça baixa, ele começa a se mover para sair do colo de Jungkook:

— D-desculpa, e-eu confundi as coisas. – As mãos apoiaram nos ombros de Jeon e passou a empurrá-lo. Já que o toque apenas se estreitou, ele ordenou, ainda tomado pelo constrangimento, não conseguiu olha-lo quando o fez. - Me deixa sair do seu colo, já-... Cacete, me desculpa, só me deixa sair daqui.

Era palpável que Jimin estava triste. Envergonhado sim, muito, mas triste. Existia sofrimento na sua voz e Jungkook se autorizava sofrer por esse beijo, mas não ele. Nunca o deixaria sofrer. Mudou de abraça-lo, para fazer carinho nas costas alheias com firmeza o suficiente para que ele não saísse dali.

— Minie... – disse com cuidado, o rosto pendendo pro lado para buscar os olhos do outro inutilmente, já que permanecia desviando o olhar. Mas Jeon viu as faces rubras e pareceu ter visto um relance de brilho no canto dos olhos do mais velho que pareciam lágrimas. – Hei, olha pra mim.

Park volta a atenção para ele tempo suficiente para espalmar as mãos em seu peitoral e se levantar em um movimento brusco. Deu alguns passos para trás enquanto passava as mãos no rosto e jogava os cabelos para trás. Disse, ainda sem olhar para Jeon, as mãos se perdendo nas mangas do moletom oversize:

— Olha, eu confundi as coisas. Eu achei que você queria e Tae me disse que "do I wanna know?" parecia que era pra mim e que você me olhava diferente e eu achei que... – Bufou, as mãos ocultas pelo moletom cobrindo os olhos enquanto dava mais passos para trás. Respirou fundo e pegou sua cerveja da mesa de centro. – Me desculpa, tá? Esquece que isso aconteceu.

O vocalista não entendia o que estava acontecendo. Jimin ficava mais agitado e deprimido conforme falava, e Jungkook desesperado conforme ouvia. A vontade de fazer ele se sentir bem escalonou mais rápido que sua ansiedade em entender o que estava havendo. Então se levantou sem pensar um segundo que fosse sobre o que falaria ou faria. Quando notou, a boca já se mexia e as mãos buscavam as de Jimin para segura-las as suas:

— Não, n-, Jimin! – Elevou o tom de voz quando ele recuou ao toque que buscou.- Não! Você não confundiu nada, é pra você sim e eu te olho diferente. Por fa-Minie! – chamou mais alto conforme o mais baixo fazia menção em se afastar mais. Avançou em passos rápidos e o puxou pelos braços até que pudesse abraça-lo. – Não pede desculpa, você não tem ideia há quanto tempo eu queria te beijar.

Quando sentiu Park congelar nos seus braços que percebeu o que tinha falado. Faltou apenas o "eu te amo" pra bosta estar feita. Não tinha volta. Foram segundos infinitos de silêncio, a dupla tentando compensar a própria respiração até se acalmar, o peso de cada palavra solta por eles batendo na mente alheia como uma marreta de realidade. Jungkook não sabia o que falar, porque não havia saída: tinha acabado de expor seus sentimentos de um jeito impulsivo e nada como imaginou que faria e Jimin não reagia. Quieto em seus braços, Park apenas respirava audível.

O silêncio persistiu até Jeon decidir que deveria ir embora para afogar suas mágoas em seu travesseiro no silêncio de seu quarto. Aos poucos, foi soltando o enlace no tronco do mais velho e murmurou:

— Me desculpa, eu vou... Embora agora.

— Não.

Foi a primeira vez que falou, as mãos segurando as laterais do moletom do mais alto e o rosto hesitante levantando de seu peitoral para olhar a expressão melancólica de Jungkook. Disse baixo:

— Fica, por favor.

Jungkook suspira, os braços soltos ao lado do corpo e o olhar desviado para qualquer canto da sala enquanto falava:

— Jimin, olha, eu me precipitei, não devia ter falado essas coisas assim e-

Os dedos pequenos de Park viram o rosto do vocalista para si e um selar delicado e doce é deixado nos lábios de Jeon. O homem tatuado cede ao toque, aspirando profundamente como se agora lhe devolvem o ar. Jimin repete o movimento algumas vezes, até se afastar alguns centímetros para admirar o rosto de Jungkook com um sorriso pequeno na boca:

— Eu amo quando você não pensa e faz. Eu amo quando você planeja antes de fazer. Eu amo como você sorri e como fica animado falando das coisas que gosta de fazer. Eu amo quando você me abraça e como você sempre tenta me fazer sorrir. Eu amo você, Kookie. A muito tempo... Então fica, por favor, fica comigo. We can be together, if you want it too.

Jungkook acreditou ter caído no sono no sofá e agora estar sonhando. Ponderou se sua cabeça não doía por alguma batida. Chegou a pensar que alguém havia drogado sua água, simplesmente porque não podia ser real. Não podia ser Jimin, por quem era apaixonado a soubesse quantos anos, dizendo o amar, ali, ao vivo, pele na pele, sorriso encantador nos lábios para ele. Só para ele. Sem fãs, sem fanservice, sem orientações da empresa. Só Jimin em frente a Jungkook dizendo "Eu amo você". Eram as palavras mais doces, saindo da boca mais doce, da pessoa mais doce.

Ele podia não estar acreditando, mas inconscientemente seus lábios sorriam e os olhos brilhavam pequenas lágrimas de felicidade. Jimin acariciou seu rosto e soltou uma risada baixa:

— Eu vou aceitar esse sorriso como um "sim".

— Sim. – Caiu em si em seu sussurro.

Era real. Não era um sonho, ilusão, alucinação por concussão. Era real e era Park Jimin dizendo que o amava, então não podia perder mais tempo. Já eram anos para a conta desse amor não correspondido trancafiado a sete chaves em seu peito.

Em um movimento, os lábios se encontraram e os dedos se enrolaram nos fios roxos. As bocas unidas se abriram para as línguas se tocarem e parecia que conheciam os gostos de cada um como a palma de sua mão. Em segundos, o beijo casto pegava fogo, resultado de anos de desejo reprimido e provocações constantes. Park foi o primeiro a deixar claro até onde queria ir, as mãos descendo do rosto do mais alto pelo seu tronco, até entrarem em seu moletom e camiseta, os pequenos dedos abusando das curvas do vocalista.

Com algo tão pequeno, e Jeon já arfava contra os lábios cheios e rosados, suas mãos trazendo Jimin para perto conforme acariciava suas costas até sua cintura, onde espalmou as mãos na região estreita e o empurrou para trás com todo seu corpo. Ele sabia que precisavam de algo mais adequado e confortável que um sofá para o que fosse acontecer.

Jungkook podia muito bem se criticar mentalmente por estar duro como madeira em um beijo de minutos, mas não era só o beijo: eram anos completos de Jimin flertando das mais diversas maneiras consigo, anos de Jungkook armazenando seu desejo pelo mais baixo como se fosse vergonhoso desejar seu melhor amigo como o desejava. O beijo não era apenas o reflexo do que sentiam, era a cataclisma de suas emoções e ânsias com o outro, a catálise de uma relação antiga com novos papéis.

Park entende a deixa e movimenta a cabeça em confirmação, os passos se esforçando para recuar foram infelizes quando Jimin bateu em um dos móveis da sala, o que fez as bocas sedentas pararem para rir. Dessa maneira leve e risonha, os lábios se afastam mas Jeon não se demora, gira o corpo do mais velho e o abraça por trás, atacando o pescoço alheio com beijos de boca aberta onde a língua podia passear a pele perfurmada livremente enquanto falava:

— Assim é melhor, eu amo seu pescoço.

A passos lentos e com Park derretendo aos toques, uma das mãos tatuadas adentra o moletom lilás, tateando o tronco até parar sobre o mamilo ouriçado e os dígitos roçarem em movimentos circulares. Jimin se segura na nuca do mais alto, os olhos brevemente fechados e a cabeça deitada de lado para dar-lhe todo acesso ao seu pescoço. O toque em uma parte tão sensível fazia seu corpo vibrar em desejo, as calças de moletom largas sendo insuficientes para conter a ereção bem nítida.

A mão livre de Jeon pressiona o quadril do mais velho ao seu, deliberadamente esfregando um no outro conforme andavam de maneira desajeitada pelo corredor. Jimin mal conseguia falar ou manter os olhos abertos, feliz pelo outro conhecer seu apartamento como se fosse dele, assim não precisava prestar atenção em nada além de como a boca do vocalista fazia maravilhas na pele alva. Prestando atenção suficiente no caminho, Jungkook se curva e empurra a porta do quarto do guitarrista com a mão livre, essa logo voltando ao moletom do outro e o puxando para cima.

Park solta uma risada baixa, afastando-se dele e tira a peça por si enquanto caminhava para a cama de costas para Jeon. O cantor se demora um pouco admirando como o corpo forte se movia tão elegante e sensual em um ato simples como ir para a cama, mas logo se apressa em tirar seu moletom e camiseta para ir atrás dele.

No momento que Jimin se vira, Jeon o beija mais uma vez, levando seu corpo a se sentar na cama de casal e sentando sobre suas coxas. O mais velho apalpa as coxas sem pudor, levando os dedos até a ereção marcada e esfregando a palma sobre a mesma. O membro parecia tremer nos seus dedos e provavelmente era o que acontecia, já que o moreno deitou a cabeça para trás e se permitiu gemer baixo. Jimin olhava como a traqueia ficava visível, como ele abria os lábios para emitir esses sons deliciosos de se ouvir e o quadril se movia para frente pedindo por mais.

E Park queria mais.

A mão invade as peças de roupa para sentir o membro latejando de tão quente, dedos envolvem a rigidez apreciando o tamanho que parecia perfeito para tudo que desejava fazer com seu vocalista. Mexeu a mão devagar e Jeon cerrou os olhos, a cabeça voltando para frente e se reclinando no ombro do mais velho. Jungkook estava uma confusão de suspiros e gemidos, o quadril rebolava exigindo fricção.

— Não me entenda errado... – A voz do guitarrista era pesada e grave, puro tesão escapando dos lábios. – Eu to doido pra dar pra você mas... – Se afastou um pouco para admirar Jeon perdido em seus toques. – Eu posso esperar.

Quando terminou de falar, a mão correu toda extensão do membro rijo, exercendo pressão entre os dedos, o polegar ao fim acariciando a glande com força. E sim, agora sim, Jungkook já era. Entre seus suspiros, um apelo saiu:

— Por favor, hyung...!

— Você não se importa? – perguntou em verdadeira preocupação. Se lembrava do mais novo falando que preferia quando era ativo.

Jeon busca o restinho de sanidade que existia entre os toques deliciosos que eram feitos no seu corpo para falar com mais clareza, o olhar buscando o do outro mesmo que o rosto ardesse de desejo e um pouco de vergonha por ter perdido o controle tão fácil. Mas agora não era hora de pensar no que estava acostumado a fazer, tinha Jimin dedicado em lhe dar prazer e hábito nenhum tinha poder para fazer dúvidas pairarem na sua cabeça.

— N-não... Caralho...!- O palavrão apareceu em um suspiro quando Jimin pegou ritmo na masturbação lenta e provocante. – Eu quero, hyung.

Jimin lambe os lábios e logo os direciona a garganta de Jeon, os correndo por ali com calma enquanto falava no mesmo tom de voz desejoso de antes:

—Cacete, pode me chamar assim a noite inteira...

O cantor desistiu de formar palavras. Jimin o masturbava com sua mão ágil, realizando as fantasias que o vocalista criava toda vez que o via correr o braço da guitarra. Ele estava fodido e torcia para ser no sentido literal dentro de alguns minutos. Park não insiste numa resposta verbal, mantem o toque em um ritmo ponderado e passa a mordiscar e beijar a pele do pescoço, passando pela clavícula até alcançar o peitoral bem definido que tanto gostava de dar tapas "brincalhões". Jeon aceitava todos seus toques, se movendo de forma a facilitar que o outro alcançasse seu mamilo e o chupasse, a língua contornando e batendo no piercing prata de baixo para cima vezes o suficiente para o cantor se sentir no céu e completamente pronto.

Mas não. O que Jungkook tinha de ansioso, Jimin tinha de paciente, então seus toques permaneciam controlados, a mão sorrateira as vezes exercia pressão, as vezes não, às vezes descia aos testículos deixar carinhos, outras se dedicava a glande que já ameaçava vazar.

O mais alto podia reclamar, mas era na medida certa para nublar seus sentidos e o fazer entrar em um estado mental de tamanha necessidade obscena que aguentaria qualquer ritmo que Park viesse a ditar. A força ou velocidade que colocasse, não importava, o tesão era tamanho que ele suportaria tudo e se deleitaria com cada ação. O que importava era que Jimin era bondoso o suficiente para não parar e continuar a abusar dos mamilos com os dentes e a língua sem dó dos gemidos voluptuosos que tomavam o quarto.

Ou era o que ele pensava.

Park desacelera sua masturbação até parar na base, fechando um anel na região conforme a boca se afastava para, mais uma vez, admirar como Jungkook tinha a expressão fodida de prazer no rosto. Jimin não queria perder um detalhe do que estava acontecendo. Mas o cantor precisava de seu toque, era quase ofensivo o guitarrista parar agora que sucumbia em suas mãos.

— Hyung... – Era um pedido claro no tom de voz manhoso que fez Jimin rir grave e baixo, satisfeito.

Aproximou a boca da do outro e roçou os lábios, ouvindo o tintilar das joias labiais batendo uma na outra conforme falava com calma:

— Sempre tão ansioso meu Jungkookie.

O pronome possessivo atua como álcool no fogo do mais novo e a boca ansiosa se choca a de Jimin em um beijo confuso e desesperado. As mãos dele empurram o mais baixo na cama para se posicionar exatamente ereção contra ereção. Logo passa a rebolar para cima e para baixo habilidoso, fazendo Park desistir de masturba-lo, não apenas por ser impossível nessa posição, mas porque finalmente seu membro negligenciado recebia a devida atenção. Park suspira, uma das mãos ajustando os cabelos para trás e a outra agarrando-se a carne da nádega esquerda de Jeon, o que aumentava a intensidade da fricção e fazia os resmungos prazerosos se misturarem aos seus ouvidos.

— Puta que pariu, Kookie... – Jimin explana mais para si, mas o elogio oculto no palavrão alimenta o ego de Jeon, o levando a colocar mais força e intensidade em como rebolava sobre sua ereção.

Um pouco mais aliviado para se concentrar no que fazer, o cantor ignora a boca do guitarrista para beijar rapidamente a linha de sua mandíbula e descer a boca ao peitoral. As unhas arranhavam a lateral do corpo esguio de Jimin conforme a cabeça descia para o abdômen e seu corpo se posicionava mais para baixo.

Park apoia a mão na cabeça do mais novo, incentivando que continuasse com o que pretendia e ele atende. Assim que as mãos alcançam o cós da calça de moletom, empurram o item para baixo junto com a peça intima que nem a cor viu. No momento que a ereção bate no abdômen de Jimin, os lábios de Jeon envolvem a glande. Estava controlado, mas ainda assim contava os segundos para ouvir mais dos harmoniosos gemidos do mais baixo.

Ele testa até onde podia engolir sem engasgar, descendo o membro quente pela cavidade molhada com cuidado, tratando de trabalhar sua língua nas veias dilatadas enquanto Jimin se afundava cada vez mais em desejo abaixo de si. Quando Jeon percebe que conseguiu relaxar a mandíbula o suficiente para recebe-lo por inteiro, a cabeça começa a subir e descer entre as pernas de Jimin. A boca ávida chupava até as bochechas se encolherem e tamanha era a fome, que o guitarrista precisou segurar seus cabelos com força para ele desacelerar, ou gozaria antes mesmo de poder sentir seu corpo por dentro.

E ele queria sentir, como queria, a ideia do seu quadril batendo na bunda bem definida que a anos apalpava na "brincadeira" o dava determinação o suficiente para não ceder a boca que sabia perfeitamente como leva-lo a loucura.

Jungkook solta o membro da boca com um "pop" e sobe o rosto para o outro. A mão o masturbava aproveitando a saliva, o cantor sorria em pura malícia conforme apertava a glande e provocava:

— Acha que não aguenta, hyung? – O tom do termo de tratamento foi diferente de antes, conseguia demonstrar autoridade mesmo em uma posição quase submissa com Jimin agarrando os cabelos negros e ondulados.

Park sente a provocação e ama, a mesma malícia estava nos lábios que lambia brincando com a joia negra no centro do inferior. Ele levanta o quadril em direção ao rosto de Jeon que apenas passa a língua na cabeça, esperando sua resposta. Os olhares trocados até hoje podiam ser intensos, mas não se comparavam ao desse momento. Jimin alivia o toque nos cabelos e acaricia o couro cabeludo enquanto fala:

— Sobe, eu quero te foder agora.

O cantor sorri sem deixar o desejo se afastar da expressão e se ajeita até ficar em pé.

— Ansioso... – Murmura enquanto tirava o resto de suas roupas.

Jimin já estava de pé passando por ele para ir até o banheiro pegar uma camisinha e um pote de lubrificante simples quando respondeu:

— Shiu. Deita na cama. – Usou um tom divertido quando cobriu a boca com o indicador, pedindo silêncio.

Exige um nível alto de intimidade para trocar farpas brincalhonas em meio ao sexo e não se podia esperar algo diferente dos dois. Amigos a sete anos, convivendo diariamente desde que a Bullet teve seus primeiros momentos de fama, Jimin e Jungkook sempre estariam confortáveis perto um do outro, independentemente da situação.

Pela mesma intimidade que dividiam, Jungkook não estava nervoso. Ele dizia preferir ser ativo, mas na verdade, não era o maior transador da história dos astros do rock e quando achava algum parceiro interessante, era entendido como ativo antes mesmo que pudesse argumentar. Alguns homens não entendiam que um cara musculoso podia facilmente ser versátil – o que era seu caso. De qualquer maneira, confiava plenamente que Jimin faria ele se sentir bem. Então Jeon se deitou confortavelmente na cama, mantendo as mãos embaixo do travesseiro sob sua cabeça e viu Jimin voltando com os itens que foi pegar. Quando o mais velho levantou a cabeça, foi visível como prendeu a respiração. O corpo bem trabalhado pela academia tinha uma camada fina de suor na pele que fazia Jeon reluzir na luz baixa do quarto, cada músculo mais evidente do que antes, ainda mais pela postura que assumia na cama. Park respira fundo e caminha para a cama, apontando o dedo para o mais novo:

— Tá, eu to quase implorando pra você me comer, então promete que não vai ser algo de uma noite só. – Parecia brincadeira, mas era uma forma de disfarçar como a visão de Jungkook estendido na sua cama parecia o paraíso na terra e a certa insegurança de não compartilhar mais noites como essa.

Jeon se apoia nos braços, ficando sentado na cama enquanto ri leve. Jimin engatinhava sobre si para selar seus lábios quando Jungkook acariciou seu rosto e respondeu:

— Você e eu nunca poderíamos ser uma foda de uma noite. Eu te amo, Jimin.

Imersos em sorrisos, eles se beijam mais uma vez com carinho que refletia o amor que compartilhavam. Línguas dançando lentamente uma na outra no momento que Jimin ficou de joelhos entre as coxas de Jeon e esse segurou seu rosto como se fosse feito vidro tamanho cuidado.

O beijo era calmo e refletia tanto afeto, mas nenhum dos dois queria parar para verbalizar a paixão, não agora. Então, mesmo que trocassem juras silenciosas de amor com os lábios, Park abre um pouco mais as pernas do mais novo e se curva para frente, até que esse se deite com as costas na cama. Abriu o tubo que segurava e o espremeu em sua mão. Os dedos se esfregaram na palma para espalhar a substancia viscosa e quando Jeon dobrou os joelhos, Park desce os dedos até seu membro. O masturba um pouco para trilhar o caminho entre as nádegas, não tendo dificuldade em achar o que procurava. Circulou o anel, o acariciando para cima e para baixo sem exercer pressão ainda, Jimin não tinha presa.

A sensação febril se propagou na pele de Jeon com o toque delicado que o outro fazia e tomou força quando a palma passou entre as nádegas, espalhando o que havia de lubrificante entre elas e assim permitindo que os dígitos de Park escorregassem livremente sobre a região. O beijo era tranquilo, até agora. Respirar voltava a ser um problema para o cantor, a cabeça afastando os lábios conforme arqueava de leve as costas para mover o quadril contra o toque e um gemido era reprimido pelos lábios fechados.

Impaciente, Jungkook implorava mentalmente para que Park deixasse as provocações de lado e metesse o dedo de uma vez, deixando claro por como insistia em mover o quadril contra a mão do outro, mesmo sem ser atendido. Jimin roça os lábios pelo pescoço de Jeon, fazendo um chiado com a boca, assim pedindo paciência antes de prender a pele entre os dentes e chupa-la para a boca. Com certeza a pinta solitária de Jeon ganhava um amigo roxo com a intensidade que o guitarrista o fez, mas não pensava em nada além de...:

Por favor hyung...- Não conseguiu conter o que pensou, a voz tão baixa que parecia um suspiro em sua suplica.

Jimin solta a pele do pescoço com outra risada grave e breve, se divertia vendo Jeon fora de controle. Traçou beijos até a orelha e quando abocanhou a cartilagem, pressionou a ponta do dedo médio contra a resistência do anel. Foi recebido com um cortejo: a pressão contrária era mínima levando o de cabelos roxos a pensar que Jeon de alguma maneira se abria para ele, as costas desse arquearam na cama e alívio ficou nítido no novo tom oitavado do gemido solitário que fugiu da garganta de Jungkook.

Forçou centímetro a centímetro com calma, não se deixando levar pela fantasia de ser outra parte sua sentindo o anel se contrair para engoli-lo e focar em prepara-lo corretamente. Quando o dedo médio entrou por completo, o dobrou e pressionou para cima, procurando com o digito habilidoso a proeminência da próstata alheia. O prazer de Jungkook nunca era demais para si, como descobriu a momentos atrás.

O resto de controle que Jungkook usava para manter a calmaria foi embora quando Jimin alcançou o que procurava. As mãos que antes seguravam a coberta, foram para qualquer canto do corpo do outro que alcançava, o apertando com força e as pernas se dobraram no peito pedindo mais profundidade.

— Ca-caralho...!

Jeon disse arfando, os olhos se abrindo para ver Park sorrindo em satisfação, um braço sustentando seu peso ao lado da cama para que a outra mão que pudesse focar onde tocava. Arqueou uma sobrancelha para o vocalista e ele quis se afundar de vergonha, sabendo como estava um caos de desejo. Jimin levanta o queixo em discreta superioridade e circula a região com força, deslizando o dedo pela metade para fora e estrando novamente, mirando na próstata do mais novo. A cada estocada, o corpo de Jungkook reagia, os arrepios eram visíveis nos mamilos adornados, as mãos perdiam a direção em busca de apoio e seu peitoral vasto pulsava na tentativa de controlar a respiração.

O guitarrista sustentou o ritmo até sentir a resistência, que já estava pequena, praticamente sumir. Abaixou o olhar para o membro do vocalista que vazava contra o abdômen do mais alto, a boca salivando antes de focar no indicador que exerceu pressão ao lado do dedo médio até que entrassem juntos em Jeon. Esse focou em tentar se acalmar, os olhos fechados e as mãos se afastando devagar do corpo de Park para segurar os joelhos no peito, lhe dando total acesso.

Park estava mais do que satisfeito, era muito melhor que em seus sonhos: suas reações, a boca, a beleza do seu corpo, a pele arrepiada, a boca sem saber mais como gemer ou se pronunciar. Jungkook estava uma confusão, fodido e sedento por Jimin, seu corpo o engolia como se tivesse nascido para isso. Os dois dedos alcançavam o doce ponto sensível no interior do vocalista em cada investida veloz e compassada, quase esquecendo que seu objetivo era prepara-lo e não se deleitar do corpo que se contorcia ao redor dos seus dígitos.

O quase casal não podia esperar mais. O corpo de um clamava pelo do outro, Jungkook esperava para ser preenchido, para se sentir inteiro. EJimin ansiava por meter cada centímetro de sua ereção esquecida e foder Jeon até perder os sentidos. Querendo agilizar o processo, Park abria e fechava os dedos, sentindo até onde a resistência ia imediatista, comemorando com murmúrios de "isso,isso" toda vez que sentia o vocalista cada mais relaxado.

No quarto, gemidos graves e agudos se confundiam ao som molhado dos dedos de Jimin abrindo o mais novo e de sua mão batendo contra as nádegas em cada investida do punho.

— E-eu to... arg, hyung! – Provocante, Jimin acariciou a próstata do mais alto enquanto falava.- Cacete, só... – Desistiu de falar quando Park não parou a massagem, mas ele entendeu.

Tirou os dedos do vocalista e apreciou a cena do músculo contraindo para o nada enquanto pegava a camisinha perdida na coberta. Jungkook queria fazer algo que fosse, sentar, pegar a proteção e coloca-la sensualmente em Jimin mas não era possível se mexer. Agora que não era estimulado, notou quanta força fizera para se sustentar na mesma posição e aguentar o tesão que ardia em seu corpo. Estava perdido demais em êxtase em agir, então usou o tempo para respirar fundo, tirar de maneira desleixada os fios úmidos de suor do rosto e umedecer os lábios secos pelas entonações pecaminosas.

Park se protegia, a mão cheia de lubrificante se estimulou algumas vezes buscando alívio – assim não meteria com tanta brutalidade – e Jeon observava em completa rendição com os olhos parcialmente cobertos pela mão na testa como seu corpo se movia, contraia, como a cabeça de Jimin deitava para trás no alívio momentâneo. Jungkook queria vê-lo assim de perto, queria ver Park perecendo de desejo por sua causa.

O mais baixo procura na feição do vocalista alguma dúvida sobre prosseguir, mas recebe a malícia e desejo que tanto almejava. Se posiciona sobre ele, dando beijos leves no pescoço quando a cabeça rígida tocou na entrada pulsante e sussurrou:

— Pode pedir pra parar, tá? – A voz podia estar tomada de tesão e Jimin podia estar tonto pelo mesmo motivo, mas sua frase foi decisiva.

Jungkook concorda devagar com a cabeça e o quadril do homem de cabelos roxos se abaixa devagar. A glande rompe a primeira resistência enquanto Jeon contorcia a expressão pela espessura tão maior que dos seus dedos e Jimin espera, depois de a cabeça entrar totalmente. Exigia muito dele simplesmente parar e esperar, a mente um eterno "Jungkook, Jungkook, Jungkook". Nada mais importava que Jungkook; foder Jungkook, fazer Jungkook gritar. Mas também fazer Jungkook se sentir bem, cuidar de Jungkook e amar Jungkook. E isso era o suficiente para vencer a própria angustia e esperar até o outro mover o quadril, lhe dando carta branca para continuar.

Jimin geme, aliviado e extasiado com a autorização silenciosa, seus centímetros avançando no canal quente do outro com cuidado. A entrada de Jeon espremia sua rigidez de um jeito delicioso, ao ponto de Park abaixar a cabeça até a testa tocar no peitoral do outro e respirar fundo para não se descontrolar e manter o movimento lento que o vocalista precisava.

Jungkook não sentia nada além de prazer. O mais velho tinha cuidado e experiência o suficiente para a dor não existir, apenas o interminável prazer de ser preenchido tão bem pelo membro do outro. O pênis se apertava nas paredes tensas e quando entrou totalmente, a própria espessura somada a posição que o casal se encontrava, massageava de leve o ponto doce de Jeon.

Logo de início, era enlouquecedor. Os grunhidos de Jimin pareciam a mais sedutora música aos ouvidos de Jeon, o calor da pele suada na sua aumentava seu tesão e o encaixe perfeito em seu interior fechava o erotismo com chave de ouro, a combinação perfeita para Jungkook perder a consciência.

Quando notou que o mais novo estava acostumado, o homem de cabelos roxos fez um teste, tirando parte de seu falo e empurrando novamente para dentro sem muita força, e o anel de Jeon nem pestanejou em recebe-lo. Era o que Jimin queria. Então, se apoiou com os cotovelos nas laterais do tronco do mais alto, as coxas do outro se mantendo altas e bem abertas pela postura e, impulsionado pelos joelhos, começou a bater com o quadril na bunda do seu vocalista.

Entre os gemidos e suspiros, Jeon buscou a boca de Jimin elevando a cabeça e o beijo que os conectou não fazia o menor sentido: hálito brigando com hálito, as línguas se encontrando fora dos lábios desleixadamente, era um caos – saboroso, mas um caos. Pak mantem um ritmo constante e ponderado como sempre, se permitindo deliciar com a pressão da entrada em cada estocada, como se saboreasse um vinho caríssimo e não quisesse perder uma nota.

Interessante falar em notas quando Jeon subia as oitavas com as mãos agarradas ao tronco de Jimin e as cordas vocais entoando "hyung" como um encantamento lascivo, sobrecarregado por como estava cheio. Mas, queria muito mais. O ritmo mediano de Jimin não satisfazia tudo que seu corpo queria sentir, então o mais alto movimenta o quadril contra o do outro repetidas vezes, até que o mais velho começar a estocar com mais velocidade do que antes, seu pau deslizando corpo a dentro com resistência mínima.

Foi o suficiente para Jungkook desistir do beijo que tentou começar, a cabeça voltando ao travesseiro e as mãos mais uma vez perdidas, sem saber onde tocar ou o que precisava. Queria dar atenção a própria ereção que batia no abdômen pelo movimento de Jimin, mas não aguentaria minutos caso se masturbasse. Queria Jimin perto, queria mais, pensava o quão mais queria sem concluir se queria força ou velocidade. Só mais. Queria mais.

Decide por passar os braços embaixo dos do guitarrista e trazer seu tronco para perto do seu. Park quase se deita sobre o mais alto e agora de perto, Jeon ouvia como soltava sons graves pela força que fazia, sentia a pele do outro muito mais suada que a sua e os músculos tensos de esforço sob os dedos. Mas o que mais chamava atenção era como o abdômen massageava seu membro esporadicamente entre as avançadas erradicas, espalhando pré-gozo sobre os músculos de ambos. O mais novo segura Jimin pelos cabelos e puxa sua cabeça para si. Ele vê as pálpebras pesadas, o sorriso malicioso e satisfeito, o cabelo molhado de suor grudando no rosto e exige:

— Me beija. – Era uma frase simples, tão baixa que Jeon achou que não ultrapassou o som do impacto do quadril de Jimin no seu, mas o sorriso do outro declarou o quanto ele amou o pedido.

No encontro dos lábios, Park mordia os mesmos, passava a língua e sugava os piercings para si, fundo demais em buscar o próprio alívio para tentar se controlar. O ritmo era alto, intenso e fazia as pernas do casal tremerem, as de Jungkook por prazer, as de Jimin por força e autocontrole para não se deixar jorrar na camisinha tão rápido.

Ele não queria que acabasse, queria poder foder Jeon a noite toda, inverter os papéis, sentir os centímetros avantajados do vocalista o abrindo sem medo, mas em alguns minutos desse beijo desleixado e do pau deslizando para dentro e para fora de Jungkook com força, já sentia o calor dominar o ventre conforme seu orgasmo se formava.

Jimin levanta o tronco e segura Junkook pelas coxas quando desacelera. A cabeça rodava para trás e ele mordia os lábios antes de alertar:

— Eu não vou durar...

Jeon abre os olhos para literalmente admirar o corpo suado com todos músculos a trabalho, a linha em v do abdômen guiando a vista para a obscenidade que era pau de Jimin invadindo seu corpo e sentiu alívio, porque ele mesmo sabia que se continuasse nesse ritmo, gozaria sem ser, sequer, tocado. As investidas lentas e calculadas do quadril de Park atacavam sua próstata e Jeon podia ver estrelas de tão zonzo de prazer que estava.

Para responder, nega maneando a cabeça para os lados, lábio inferior preso nos dentes impedindo que falasse. Apenas segurou o próximo membro e chamou o outro com a mão. Assim que Park entendeu o que pedia, soltou um longo "ah", voltando a cabeça para trás. Os punhos decorados com correntes prata mantinham as coxas de Jeon tão firmes contra si que o quadril pulava sem as pernas se mexerem, agora que Jimin aplicava toda força e velocidade necessária enquanto buscava o próprio alívio.

Era mais forte, mais intenso, mais brutal do que antes e era exatamente o que Jeon precisava. Começou a se masturbar, logo de início com velocidade, usando o insuficiente pre-gozo para lubrificar a mão. Nenhum dos dois pensava direito, era puro instinto, desejo guiava cada movimento do quase casal que nem se dava o trabalho de segurar o volume dos gemidos. Park abaixa a cabeça para apreciar a mão tatuada se masturbando e para de mover o quadril apenas o tempo necessário para guspir sobre mão do outro.

Chame Jeon de louco, mas a cena fora tão erótica para si que a mão passou a trabalhar mais rápido ainda, as costas arqueando na cama e as pernas brigando contra o enlace de Jimin para se abrirem mais. Jungkook estava tão perto de gozar que os gemidos perdiam altura e o abdômen contraria involuntariamente, a mente totalmente tomada de desejo repetia o nome do guitarrista até "Jimin" derreter pelos lábios em um último gemido antes de manchar seu tronco de branco com orgasmo.

Observando atentamente como o gozo de Jeon tomava seu corpo, Jimin murmurava incoerentes "isso, isso, assim", o próprio prazer tomando força em seu corpo como se lava o engolisse. Foi súbito como todo o tronco do guitarrista se contraiu, quase o levando a cair sobre Jeon quando encheu a camisinha com seu gozo. Mas não parou de se mover, desacelerou, cavalgando pelo seu orgasmo assim como Jeon fazia ainda a se masturbar.

Demora um pouco para os dois pararem de se mexer, o corpo de Park finalmente cedendo ao cansaço e caindo sobre Jungkook, sem se importar que ficaria coberto de porra. Sentia o peito do mais novo pular contra sua cabeça que repousava pacificamente ali, ouvia o coração disparado agora que tinha a orelha contra o peitoral do outro e sentia tão bem, tão pleno, que não podia descrever. Devagar, Jungkook leva a mão limpa aos cabelos do guitarrista e começa um carinho lento em seu couro cabeludo.

Não se moveram, ficam assim, trocando pequenas carícias em silêncio enquanto esperavam a sensação inebriante do orgasmo abaixar. Jungkook foi o primeiro a falar, em tom de brincadeira:

— Você tá todo sujo, Minie.

Jimin ri, finalmente movendo o quadril para sair por completo de Jeon – apesar da careta desgostosa pela dor pequena que o ato provocou. O guitarrista levanta a cabeça e apoia o queixo no peito de Jungkook. Os olhos varriam a face molhada de suor, repara no detalhe de pequenas cicatrizes que tinha, nos pelos abaixo da linha da mandíbula que foram mal aparados, na pinta sob seu lábio e não responde, comenta, com toda sinceridade e carinho que a voz rouca conseguia falar:

— Você é tão lindo, Kookie...

Jungkook ri, leve e relaxado pelo orgasmo incrível que tivera e roda o corpo sobre o de Jimin, trocando suas posições. Deixa beijos molhados e repetitivos na face do mais velho, nos lábios, no nariz, nas sobrancelhas, até Jimin se confundir em gargalhadas e tenta empurrar Jungkook para longe.

— Jungkook! Para com isso! - Tentou repreender, mas a diversão tomava a voz em meio as risadas.

— Nem vem, eu tô a tipo, dois anos querendo te beijar. Você vai cansar disso, hyung. – A entonação era divertida e o sorriso em nenhum momento saiu dos lábios de Jeon.

O riso de Jimin diminui e o sorriso se mantém. As mãos tocam carinhosamente o rosto de seu amor e ele levanta a cabeça devagar, mirando os lábios rosados do outro:

— Eu nunca vou me cansar de você, meu Jungkookie.

A voz transbordava doçura e amor, puro amor que foi armazenado tempo demais, escondido por tempo demais. Jimin se sentia quente, não de desejo, de carinho. Satisfeito e não por ter gozado, mas porque agora podia demonstrar de verdade tudo que sentia pelo vocalista que fizera do seu coração residência a tanto tempo. Sempre foi Jungkook. Na faculdade, Park podia ter seus casos, mas sempre era para Jungkook que corria quando se sentia sozinho, era ele que o recebia de braços abertos para noites de filme, era Jeon que acalmava suas angustias e medos, era Jungkook que o incentivava a sempre ser seu melhor.

Sempre foi Jungkook, e mesmo sem o vocalista saber, era exatamente como escrevera em "do I wanna Know": Jimin estava ocupado demais sendo dele para se apaixonar por qualquer outro.

Sempre foi Jungkook, mas agora seria Jimin e Jungkook, juntos e livres para se amarem pelo tempo que o destino permitisse e Park não precisava de mais nada. Nada, além de seu amado vocalista.

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Parabéns a você que leu essa oneshot gigante em uma sentada! Espero que tenham gostado! <3 Beeijos

Feb. 11, 2022, 1:13 a.m. 0 Report Embed Follow story
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The End

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