Dez de outubro , foi quando eu nasci,aquele dia foi dito por muitos como " O dia mais sombrio " da história do país,não pelos acontecimentos,mas sim pelo clima,mesmo quando era meio-dia,o sol não brilhava como costumava.

Já final da tarde tudo era extremamente escuro.No hospital,o meu choro ao nascer,e junto comigo, em lugar distante,algo chamado de " A grande profecia " tinha nascido também.

- Victor,levante - Uma voz feminina dizia.

- Táa - Respondi enquanto me espreguiçava.

Fui até o banheiro,e me olhei no espelho.

- Cara.... " Cê " tá feio - falei enquanto dava uma curta risada. - Bom,isso significa que tudo está na mesma,e vai continuar.

Ai ai, mal sabia eu do que já havia acontecido e do que estava para acontecer na minha vida.Nesse dia eu não iria para a escola .... E o motivo ? .... Eu fui expulso por saí na porrada com um cara da minha sala, " Mas brigar não é motivo de expulsão... ",é quando você quebra o braço do lazarento ..... Não façam isso ..... Ou façam, só não coloquem a culpa em mim, vocês são responsáveis pelos seus atos.

Vamos voltar ao assunto.

Eu saí do banheiro e fui até a cozinha passando pelo meu quarto.... Sim meu quarto é do lado da cozinha e do banheiro é uma boa vida...

Minha..... mãe,mandou eu tomar café,e como sempre, respondi :

- Mãe,eu não tomo café.

- Idiota - disse ela enquanto me via sair correndo.

O tempo passou,eu almocei, e fiquei na frente de casa, resolvi subir a rua para comprar uma lata de refri :

- Opa - disse eu enquanto entrava no bar. - Me " vê " uma latinha de refri.

- É pra já,qual vai querer ? - disse o balconista.

- Fanta uva - respondi - Bem geladinha !.

O balconista atendeu o pedido,paguei pela bebida e fui embora.

Me apoiei na parede de uma casa,olhando para um terreno baldio,e comecei a tomar meu refri,com uma pequena brisa na minha cara,eu fiquei pensando no motivo de eu não lembrar de muita coisa da minha infância,digo,com 15 anos não era para eu ter uma memória tão ruim,eu me lembrava de andar naquelas motocas de plástico,e entre outras coisas,mas são poucas,nessa de ficar pensando,pensei ter imaginando uma figura gigantesca naquele terreno, via apenas sua silhueta, mas aquilo me ajustou de um jeito.

- Merda .... - Eu disse enquanto batia no meu peito. - Me engasguei com o refri!

- Ei cara ! - ouvi me chamarem. - Qual o seu nome ?

Me virei e vi quatro pessoas,todas da minha idade aparentemente,um garoto alto,bem branco,com cabelos castanhos claros e bagunçados com umas mechas brancas,ao lado dele uma garota menor do que ele e eu,pele clara também, cabelo curto e vermelho, era pintado,pois a raiz era mais escura,preto ou castanho não sabia ao certo,ela tinha uma mecha branca também.

- É Victor - Respondi . - Precisa de algo ?

- pela foto é ele. - disse uma outra garota.

Seus cabelos eram ondulados ou um pouco cacheado,eu não sei sobre essas coisas,mas eu sabia que ela era muita bonita,era mais baixa que eu,sua pele era morena,mas tinha algo que me chamava atenção,seus olhos,eles eram cinzas.Cara,aquilo era lindo,não sabia se ela era um ser humano ou um anjo.

- Isso até que foi fácil.- uma garota falou.

Essa era alta,na minha altura talvez,sua pele era clara,não tanto como a do garoto e da garota,ela era queimada seus cabelos eram pretos e amarados com um rabo de cavalo, ela também tinha umas mechas pintadas, eram da cor vermelha.

Algo comum entre eles,era a camisa,uma camisa laranja com um pegasus e alguma coisa escrita.

- Pode nos levar até sua casa ? - falou a garota de cabelos vermelhos.

Recuei um pouco,mas levei eles até minha casa. NÃO LEVE ESTRANHOS PARA SUA CASA OK ?

Eu me perguntava como aquele cara tava andando com três garotas,bem bonitas ainda,eu era uma pessoa "básica" ao meu ver,cabelo curto,estilo militar,apenas com um "risquinho" no lado esquerdo,minha pele é morena,igual da garota anjo," será eu que teria a sorte dele ? " Me perguntava.

Chegamos em casa,e chamei minha mãe.

- Ah,então vocês vieram buscar ele ? - Ela disse enquanto fechava as mãos.

- Sim ... - A garota anjo respondeu. - Por que ele não foi antes ?

- O..... pai dele,disse que eu teria que leva-lo,caso alguma coisa acontecesse, mas como tudo estava calmo, não o levei. - Ela disse enquanto se sentava no sofá.

- Temos que leva-lo ... - A garota de rabo de cavalo disse.

- Certo.- Minha Mãe disse na hora . - Victor,vem aqui.

Eu atendi o seu pedido, fui até ela.

Ela colocou as mãos no meu rosto,e disse :

- Filho,eles irão te levar para um lugar seguro.

- Aqui é seguro! - Eu falei.- Nada de ruim aconteceu comigo,e nem com a senhora.

- Até agora.- o garoto disse.

- Ele está certo. - Falou minha mãe. - arrume suas coisas,pegue só o que precisar.

Eu fiz o que ela mandou,me dirigi ao meu quarto,e peguei umas coisas e coloquei na minha bolsa.

Fui até a sala,ainda sem entender.

- Pronto,e agora? - Eu disse.

- Temos que ir.- disse a garota de cabelos vermelho.

Me despedi da minha mãe,e fui com aquelas pessoas.E então,a garota anjo disse :

- Talvez você possa voltar no natal.

- Talvez né ? - Disse eu.

Esperamos um ônibus,e entramos quando ele chegou, eles sentaram um do lado do outro,e eu fiquei sozinho.

Acho que essas coisas me fizeram odiar números ímpares,pois se a gente pegar eles e separar em grupos,alguém iria ficar sozinho.Apoiei minha cabeça na janela e esperei.

Já no terminal,fomos até um local pouco movimento,Foi quando a garota anjo puxou uma moeda dourada,eu ainda estava sem entender.

-Stêthi - gritou ela.- Ô hárma diabolês!

Era uma língua que eu nunca tinha escutado,mas entendi claramente : Pare, carruagem da danação!

Ela atirou a moeda ao chão, e ela atravessou,depois de uns segundos o chão começou a escurecer,um líquido vermelho apareceu ali e borbulhou,e de repente um carro surge dali,era cinza e parecia ser de fumaça.

-É..... - Fiquei boquiaberto com aquilo.

-É a carroagem da danação l.- Disse a Garota anjo.

-Hm,parece mais um carro de lotação. - Retruquei. -como vamos entrar ? Estamos em cinco.

-Isso não é problema. - disse uma voz no carro.

Uma fumaça começa a subir e cobrir o carro,e quando a fumaça se esvaiu,onde estava o carro tem agora uma van.

O Vidro do motorista abaixa,uma mulher coloca a cabeça para fora e diz :

- E então? Para onde ?

- Caralho - Eu disse abismado.

- Cinco pessoas, Acampamento meio-sangue. - Disse a garota de cabelo vermelho.

Entramos,as motoristas, sim,motoristas no plural, eram três velhas,cabelos brancos ....um dente e .... um olho,elas dividiam o olho e o dente, sério,ver aquilo foi nojento.

Entramos na van,também era cinza por dentro,porém era solido.

Quando todos já estavam em seus lugares a mulher atrás do volante disse :

- Ilha comprida,velocidade máxima!

- Ilha comprida? - perguntou eu.

- Velocidade máxima ? Perguntou o garoto que estava no banco ao lado.

A van disparou,eu me grudei a banco,olhei para lado e vi que o garoto estava assustado também,e então eu disse :

- Você me parece bem assustado!

- Acredite,é minha primeira vez aqui também. - Disse ele enquanto se segurava no banco.

A van fazia várias curvas, sacudia e tudo mais.

- Ênio,me de o olho! - Disse a do banco do carona irritada.

- Toma,sua chatice ambulante! - Disse a do meio enquanto tirava o olho.

Quando eu ouvi aquilo,pode ter certeza que eu quase tive um infarto.

- Dino , me dê o dente. - disse Ênio.

- O quê ? - Disse a motorista. - Eu estou dirigindo!Pênfredo para onde ?!

- A esquerda.Disse Pênfredo.

Énio começou a discutir por causa do dente,e com isso a van balançou mais,e no fim e ela não teve o dente.

Ao longo da viagem o garoto ao meu lado parecia que iria vomitar,e eu também iria.

- Estamos chegando,é melhor apertarem o cinto ! - Disse Pênfredo olhando para traz.

- Cinto ? - O garoto pergunto assustado.

- E tem cinto aqui ? - Disse eu.

Eu dei de cara com um dos bancos da van depois da freiada que elas deram, todos descemos,eu estava zonzo,olhei para as garotas e perguntei :

- Como ?

- Já andamos muito com elas - Disse a de rabo de cavalo. - Vocês se acostumam.

- Ah é ? - Disse o garoto que também estava zonzo.

Caminhamos por entre as árvores,pude ver um brilho no meio do ar.

Uma barreira mágica - Eles me disseram.

Cheguei mais perto e pude ver um tipo de claridade, quando percebi,vi um local cheio construções,era umas das coisas mais lindas que já tinha visto.

- Bem vindo ao acampamento meio-sangue! - Me disse o garoto enquanto colocava a mão no meu ombro.