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Capítulo 1: Voltando pra casa

Estava no metrô a caminho de casa, como de costume. Não estava cheio, mas não tinha lugar para sentar sozinha, então estava de pé. O clima estava quente, por isso usava um vestido solto, na altura do joelho e botas. Estava distraída com meus fones de ouvido, pensando na vida, tentando me distrair da seca em que estava a mais de ano.


Então o metrô parou entre estações, coisa comum na linha vermelha. Algum tonto devia estar segurando a porta na estação seguinte e, com isso, causando trânsito em toda a linha.


Por impaciência e para aproveitar o ar condicionado eu agitava a saia do meu vestido, de modo que um arzinho gelado me refrescasse as partes.


O arzinho gelado do metrô, inclusive, era o mais próximo de diversão que havia tido em muito tempo, e talvez, por isso, eu me sentisse quase que constantemente excitada. Fechei os olhos e bufei em sinal de desgosto, me permiti viajar um minuto, na música e no tato desse arzinho, que me levava de volta a manhã desse mesmo dia, em que estava sentando fervorosamente em meu dildo favorito na frente do ventilador antes de sair de casa. Meu dildo preto, simples, estava preso pela própria ventosa no meu banquinho quadrado, e eu, nua, de frente para o ventilador, sentava e rebolava nele com intensidade, feliz por não ter ninguém em casa e ficar livre para gemer a vontade.


Mas, apesar do prazer que eu mesma me proporcionava, sentia que quanto mais me tocava, menos satisfeita eu ficava. Era como se estivesse treinando para a final de um campeonato que nunca chegava. Eu estava o tempo todo pensando em sexo, em como consegui-lo ou em novas formas de fazê-lo. Olhava para todos os lugares com um olhar analítico, refletindo se seria possível transar com alguém ali ou não, mesmo que não tivesse um pretendente à disposição. Minha calcinha estava molhada ou era só suor? Já não fazia ideia.


Impaciente, me virei e me apoiei no encosto dos acentos do metrô. Não queria ficar em pé, mas sentar nos acentos plásticos do metrô me faria suar, e se fosse para suar sentada, queria que fosse na rola bem dura de um sujeito gostoso qualquer.


Apoiei o salto da bota no banco e deixei a perna cair meio aberta para o lado, buscando me relaxar e refrescar. Foi quando viesse carasentado na janela me olhando estático, como se estivesse com o olhar perdido num ponto e a minha movimentação brusca o tivesse trazido de volta.


Instantaneamente recobrei a postura e, de forma não muito natural, num lapso de timidez ao notar que meu comportamento era o de alguém que está em casa, me sentei no acento livre em que estava apoiada, no corredor, e me mantive olhando para frente.


"Será que ele tava olhando para mim? Nah, nada a ver. Mas, e se? Nah. Vou olhar de novo." — pensei, lembrando-me do movimento de abanar que estava fazendo com a saia, será que ele conseguira ver algo? Será que ele gostou de algo que viu? Curiosa, cruzei a perna esquerda sobre a direita e olhei em volta, disfarçando.


"Putz, ele tá mesmo olhando pra mim e nem tá disfarçando. E... não é de se jogar fora" — pensei, instintivamente subindo um pouco a minha saia, torcendo que meu movimento ficasse evidente. A essa altura, se houvesse chance de conseguir um flerte, não me importava nem um pouco com discrição, adoraria uma safadeza honesta, simples e rápida.


Nesse momento o metrô voltou a andar, finalmente parando na estação do Brás, onde várias pessoas desceram, incluindo o senhor que estava sentado na janela ao meu lado.


Pensei que o trânsito férreo ia finalmente normalizar, e que logo estaria em casa. Então, porque não dar um pouco de alegria àqueleestranho?


Aug. 28, 2021, 1:09 a.m. 0 Report Embed Follow story
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