mschneider21 Margot Schneider

Do livro: Estórias que a Escola se Esquece de Contar: O Brasil Conto 4 - O título diz por si só, o texto conta a história de como foi fundada a cidade do Rio de Janeiro. Como o texto foi escrito pensando em crianças que leem, sempre que um termo menos usado coloquialmente aparece, logo a seguir eu coloco um sinônimo entre parênteses ou uma curta explicação do seu significado. No fim da história há um teste divertido referente ao que foi contado.


Non-fiction All public.

#rio-de-janeiro #Fundação #Portugueses #índios #franceses #guerra #Baía-da-Guanabara #revolta #Amoedo #Padre-Anchieta #Gonçalves-de-Magalhães #Tamoios #Dom-Sebastião #indígena #Pau-Brasil #brasil #Manuel-da-Nóbrega #Duarte-da-Costa #João-Ramalho #capitanias-hereditárias #Tupinambás #paz
Short tale
1
2.9k VIEWS
Completed
reading time
AA Share

A fundação da cidade do Rio de Janeiro

"Toda a sociedade que pretende assegurar a liberdade aos homens deve começar por garantir-lhes a existência."

Léon Blum


Não é difícil perceber diferenças de comportamento entre pessoas de um lugar e outro deste planeta. Se você for à capital São Paulo, vai notar que as pessoas em geral são muito agitadas, levam a vida em um corre-corre sem fim, seja por causa do trânsito quase que constante da cidade, seja por causa da distância grande de um lugar a outro, o fato é que se mostram sempre apressadas. Se você for a Salvador, capital da Bahia, no nordeste do Brasil, não vai encontrar povo mais devagar para tomar qualquer ação, mais sossegado com os afazeres do dia a dia. Dizer entre qual gente é melhor se estar, entre paulistanos ou soteropolitanos (quem nasce na cidade de Salvador) depende que cada um. Todos temos gostos diferentes, mas mesmo com hábitos tão diferentes paulistanos e soteropolitanos se dão bem. Qual paulistano não planeja ir um dia visitar a tão famosa Bahia? Qual baiano não se encanta em visitar pelo menos uma vez a maior e mais rica cidade do Brasil? As antigas tribos indígenas do Brasil também tinham suas distinções (diferenças); algumas grandes outras pequenas, mas todas as tribos viviam de modo geral em harmonia. Toda a costa marítima do Brasil era habitada por índios de diferentes tribos. Do mesmo modo que existem pessoas que gostam de comer carne, também existem aqueles que são vegetarianos (aqueles que não comem carne). Do mesmo modo que existiam tribos que se alimentavam só de peixes, vegetais e carne de animais, também havia tribos que gostavam de incluir em seu cardápio...carne humana! Eram o que chamamos de canibais. Os Tupinambás eram ditos canibais. Já os Tupiniquins por exemplo eram, digamos..menos famintos.


O costume e a paz dos índios


Os índios Tupinambás (tuppin=tupi / inba=descendente) ocupavam o litoral norte do que hoje é o estado do Rio de Janeiro até o sul do estado de São Paulo. No vale do Paraíba e na região do Planalto de Piratininga, onde hoje está a cidade de São Paulo, viviam os Tuppin Ikin (tuppin=tupi / ikin=vizinho). O que separava os Tupinambás da tribo dos Tupiniquins era a serra do mar, que os índios chamavam de serra da Bocaina, que quer dizer “caminho no mato” ou serra de Paranapiacaba, que quer dizer “mar à vista”. É curioso notar que esses nomes são conservados até os dias de hoje! Todo inverno os Tupiniquins desciam essa serra, em vários pontos distintos (diferentes), fazendo trilhas na mata, para buscar peixes e mariscos no litoral. Então os salgavam ou defumavam para que durassem durante sua viagem de volta para casa, serra acima. Uma dessas trilhas abertas pelos índios Tupiniquins seria futuramente usada para escoar (deslocar, passar, escapar) o ouro das Minas Gerais e mais tarde também o café do vale do Paraíba.

Apesar de Tupiniquims e Tupinambás não se gostarem muito e não serem tribos amigas, membros de ambas as tribos viviam em relativa harmonia. Os limites geográficos de cada tribo estavam definidos e, eventualmente, uma tribo podia até passar pelo domínio da tribo vizinha sem ser incomodada ou comida. Essa boa convivência porém não durou muito mais tempo depois que o Brasil foi descoberto. Graças a infiltração (penetração) dos portugueses a paz da vida indígena seria logo destruída.

Os tupiniquins costumavam se referir aos tupinambás chamando-os meramente (simplesmente) de tamoios, o que causa alguma confusão. Não havia uma tribo de Tamoios. Os tamoios eram aqueles índios que perteciam àquelas tribos que se concentravam na costa marítima do que hoje é o estado de São Paulo e parte do estado do Rio de Janeiro, e que em comum tinham a raíz de sua língua. Os índios Tupinambás eram somente parte do grupo de índios referidos como Tamoios. Tamoios em Tupi, a língua do índio, quer dizer “os anciões” ou “os velhos”. Eles eram conhecidos assim porque eram de fato as tribos mais antigas tupis, portanto os que mais conservavam os antigos costumes e tradições.

No estado de São Paulo hoje, existe uma importante rodovia de nome Tamoios que liga as cidades de São José dos Campos a Caraguatatuba. Se você não sabia o que vinha a ser esse nome Tamoios, agora você já sabe. O nome da estrada faz lembrança aos índios Tamoios que um dia habitaram aquela região de Caraguatatuba.


O europeu se infiltra entre os índios e os manipula


Quando os portugueses descobriram o Brasil, o rei de Portugal era D. Manuel I – “O Venturoso”, pela sequência de sucessos que teve em seu reinado - que durou até 1521. Quando morreu, seu filho, D. João III - “O Piedoso”, apelidado assim por sua devoção religiosa subiu ao trono. Dom João III reinou até 1557. Pois foi durante o reinado de D. João III que os portugueses perceberam que o Brasil era imenso (grande demais) e que a única forma de proteger a grande terra recém-descoberta seria colonizá-la, ou seja, fazer colônias nesta terra, encher de gente. Essa preocupação fazia total sentido já que corsários(3) e piratas ingleses, holandeses, franceses sempre aportavam nas costas do Brasil pra levar consigo as riquesas da terra.

No ano de 1534, o rei de Portugal D. João III resolveu assim dividir o que naquela época era o Brasil, em várias faixas horizontais e doar (dar) cada uma destas faixas gigantescas de terra para pessoas de sua confiança, com a condição de que elas administrassem, colonizassem, protegessem e também desenvolvessem o lugar. À essas faixas de terra chamou-se de capitanias hereditárias porque cada uma delas deveria ser comandada por um capitão, o capitão-mor (mor é o mesmo que maior, superior) como era chamado, e cada uma dessas terras também deveria ser passada de pai para filho, como uma herança. Àqueles que recebiam uma dessas capitanias do rei chamou-se de donatários.

Uma destas capitanias foi a de São Vicente, cujo primeiro donatário foi Martim Afonso de Souza e o colonizador Brás Cubas - fundador da cidade de Santos - foi por duas vezes capitão-mor da capitania de São Vicente. Durante seu governo Brás Cubas promovia (fazia acontecer, executava) a colonização da capitania oferecendo índios como escravos.

Machado de Assis (1839-1908), considerado por muitos como o maior nome da literatura brasileira escreveu um livro chamado “Memórias póstumas de Brás Cubas”, leitura obrigatória nas “boas” escolas brasileiras. É importante ressaltar (salientar, destacar) aqui, que o Brás Cubas personagem homônimo (de mesmo nome) do livro de Machado de Assis não tem qualquer relação com o Brás Cubas que fundou a cidade de Santos e governou a capitania de São Vicente.

Existia uma tradição entre os índios chamada cunhadismo, pela qual um homem qualquer poderia se tornar membro de uma tribo desde que se casasse com uma mulher da mesma (“da mesma” se refere “a mesma tribo”). Foi desse modo que o português João Ramalho, companheiro de Brás Cubas, acabou virando membro de uma tribo indígena. Ele se casou com Bartira, filha de Tibiriçá, um dos mais importantes chefes dos Tupiniquins. Aproveitando-se de sua situação, João Ramalho convenceu os índios Tupiniquins a fazer uma aliança (união, acordo) com os portugueses, ou seja, Ramalho propôs que os portugueses ajudassem os índios Tupiniquins e vice-versa(4).

Em 1553 o governador-geral Tomé de Souza que governava de Salvador retornou a Portugal onde ocupou outros importantes cargos públicos e foi substituído no Brasil por Duarte da Costa que desembarcou na Bahia trazendo junto com ele 250 pessoas, entre elas o noviço(5) José de Anchieta.

Entre tantos acontecimentos que resultaram desse acordo de ajuda mútua (recíproca, trocada) entre Tupiniquins e portugueses, ocorreu em 1554, a fundação da vila de São Paulo de Piratininga, ou seja, o comecinho do que seria um dia a grande cidade de São Paulo foi fundada pelos jesuítas(6) Manuel da Nóbrega, José de Anchieta, com a anuência (consentimento, permissão) do cacique Tibiriça.

Foram o noviço José de Anchieta e o padre Manuel da Nóbrega que fundaram o Colégio jesuíta na vila de São Paulo de Piratininga. José de Anchieta era o professor do colégio que tinha como missão pregar a fé (crença) católica entre os índios e ensiná-los a trabalhar. Os jesuítas logo perceberam que não seria possível converter os índios à fé católica sem que os ensinassem a ler e escrever. Desse modo, assumiram a difícil tarefa de alfabetizar os selvagens, o que faziam com gosto. A primeira escola elementar brasileira no entanto não foi essa em São Paulo, mas em Salvador. Quem lecionava nesta escola era o Irmão Vicente Rodrigues de apenas 21 anos. Esta primeira escola foi fundada por ordem do padre Manoel da Nóbrega que veio ao Brasil junto com a comitiva (grupo que acompanha alguém ou algo) de Tomé de Sousa. O segundo governador-geral, Duarte da Costa governaria o Brasil até 1558 e durante o seu período como governador houveram várias invasões de corsários de potências européias (reinos poderosos da Europa), dentre elas a dos franceses.

Pois é, o pobre índio vivia tranquilo, pelado feliz comendo seu peixinho, observando a natureza e agradecendo a boa vida à Tupã – o deus dos índios. Chegou o homem branco e resolveu que ele tinha que andar vestido, mudar de Deus, aprender a rezar, entender a bíblia sagrada, trabalhar de maneira diferente e ainda ler e escrever...e sem contestar. Tudo isso para se tornar um cidadão “digno”...ser chamado de civilizado e ganhar entrada para o céu na hora da morte!

Henrique II era naquela época o rei da França e casado com Catarina di Médici (1519-1589) – de origem italiana e extremamente católica. Os franceses protestantes, ou seja que não eram católicos, eram chamados de Huguenotes e sofriam constantes perseguições porque o governo proibia que se praticasse qualquer religião que não fosse a da rainha consorte(7), ou seja, a católica. Muitos franceses pensavam portanto em morar no Brasil, porque esta seria a chance deles de poder praticar em liberdade a sua religião. Além disso, o pau-brasil que existia em abundância (em grande quantidade, muito) no Brasil era muito lucrativo (que dá lucro, dinheiro) e os franceses planejavam fazer dinheiro, vendendo o pau-brasil para os europeus. Como a França não reconhecia o Tratado de Tordesilhas(7) e defendia o princípio (fundamento, base) do direito à posse da terra por quem a ocupasse, os franceses não hesitaram em invadir e fixar uma colônia no território brasileiro.

Desse modo, por duas vezes os franceses tentaram se estabelecer no Brasil: a primeira tentativa foi no Rio de Janeiro em 1555 e a segunda foi no Maranhão, mais tarde, a partir de 1594.

Pau-brasil é um dos nomes populares da espécie Caesalpinia echinata (echinata em latim significa "com espinhos"), uma árvore leguminosa (que dá um legume, fruto que não é doce) nativa da Mata Atlântica, no Brasil. O nome dessa árvore em tupi, a língua dos índios, é ibira pitanga, ou "madeira vermelha". Isso porque dela é possível se extrair uma tinta boa para tingir (dar coloração) tecidos. O nome brasil vem de brasa e a brasa é incandecente, vermelha. Infelizmente hoje o pau-brasil está em extinsão.

Em 1555 os franceses invadiram o Brasil aportando na baía(8) da Guanabara – parte da atual cidade do Rio de Janeiro - e sob o comando de Nicolau Durand de Villegaignon, se fixaram na Ilha de Serigipe - que fica no meio da baía.

A cidade do Rio de Janeiro que se desenvolveu ao redor desta linda baía, seria fundada somente dez anos mais tarde depois de muita guerra. Quem descobriu primeiro a baía de Guanabara foi um explorador português chamado Gaspar de Lemos em 1º de janeiro de 1502. A palavra Guanabara é indígena e quer dizer “rio largo”, “enseada”, “baía”.

Procure algumas fotos da baía de Guanabara, repare no cor do mar e no recorte das montanhas. O que você acha do lugar?

A baía de Guanabara é incrivelmente bonita – para o meu gosto pelo menos - por ter uma geografia exepcionalmente (fora do comum) exótica (diferente). À montanha grande mais pontuda chamamos de pão de açúcar e à vizinha a ela, mais baixa chamamos de Urca.

Voltando agora ao desenrolar dos fatos, os franceses enfim tomaram conta da ilha de Serigipe e lá construíram um forte o qual chamaram de Coligny. Hoje a ilha de Serigipe se chama ilha de Villegaignon por causa de seu comandante.

Segundo o Dr. Morales de los Rios que em 1914 apresentou uma tese do porquê do nome Rio de Janeiro, antes dos franceses se instalarem na baía eles já conheciam seu nome Guanabara de outras viagens que fizeram à região e provavelmente deturparam (adulteraram, modificaram de maneira errada) a palavra que ouviram para Geneur bara. Os escritores da América Latina do começo do século XVI (dezesseis) teriam erroneamente interpretado a palavra francesa criada como Rio de Geneur, e concluíram que Geneur em português só poderia se referir ao primeiro mês do ano, Janeiro. É uma boa e criativa história essa do Dr. Morales, mas difícil de acreditar e de qualquer forma, é apenas uma hipótese já que nunca foi provada.


De vizinhos respeitosos, os índios se tornaram inimigos


Quando perceberam que seus vizinhos Tupiniquins se aliaram aos portugueses, os Tupinambás (ou tamoios) preocupados e com medo de virarem escravos dos portugueses, trataram logo de se unir aos invasores franceses que estavam começando uma colonização em Uruçumirim, onde hoje é o morro da Glória na cidade do Rio de Janeiro.

Outras tribos indígenas, Tamoios também temerosos em virar escravos, se uniram aos Tupinambás e aos franceses contra os portugueses. A união destas tribos indígenas contra os portugueses ficou conhecida como a Confederação dos Tamoios e os franceses desse modo, aliados aos Tamoios, conseguiram resistir aos portugueses por dez anos.

Em 1557 o rei de Portugal, Dom João III faleceu e como nenhum dos dez filhos que teve viveu o bastante para lhe suceder o trono, seu neto Dom Sebastião I passou a ser o novo rei de Portugal. Você deve estar imaginando agora D. Sebastião como um senhor austero (sério) feliz e honraro por ser o novo rei de Portugal. Ou talvez você imagine um rapaz esbelto (elegante, magro, de boas formas)? Nada disso. Dom Sebastião I só tinha 3 aninhos quando virou rei. Ele certamente nem entendia o que era ser rei. Sendo assim, até seus 14 anos, sua avó, Catarina da Áustria e o cardeal Henrique de Évora administraram o reino em seu lugar e asseguraram seu direito de governar quando lhe coubesse.

Em 1558 foi nomeado o terceiro governador-geral do Brasil, Mem de Sá. E foi ele quem organizou no ano de 1560 a primeira expedição contra os franceses. Os portugueses destruíram o forte de Coligny e os franceses foram temporariamente (por tempo determinado, por um período) expulsos da baía de Guanabara.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------

O que acontecia pelo mundo afora por esse tempo...


1558 – Casamento de Francisco, Delfim da França, com a rainha Maria Stuart da Escócia. Francisco rei da França de 1559 até à sua morte em 1560. Francisco era filho do rei Henrique II da França e de sua consorte Catarina de Médicis. Delfim era um título usado na França, assim como existem outros como Duque, Conde, Barão. Delfim era um título dado a um herdeiro aparente do trono Francês. Maria Stuart foi aquela rainha que perdeu a cabeça quando foi pedir socorro à prima Isabel, rainha da Inglaterra. Foi a maior besteira de sua vida, já que acabou sendo de fato decapitada por causa de uma situação estapafúrdia (estranha, esquisita) criada pela priminha. Em 1558 também faleceu a rainha Maria I da Inglaterra.

1558 – Na Inglaterra, subiu ao trono Isabel I, a rainha durona, filha de Henrique VIII e Ana Bolena. Foi essa Isabel I que mandou decapitar a prima, a rainha Maria Stuart da Escócia. Isabel I era também conhecida por Elisabeth I, a Rainha Virgem. Neste mesmo ano começou oficialmente o tráfico de escravos para o Brasil. Os escravos eram negros vindos da África e por isso o tráfico era chamado de Negreiro assim como os navios que os traziam.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Gonçalves de Magalhães (1811-1882), visconde de Araguaia, foi um carioca (quem nasce no Rio de Janeiro, RJ) de biografia brilhante. Gonçalves de Magalhães foi médico, diplomata, poeta e dramaturgo considerado o iniciador do período Romântico na literatura brasileira. Apesar disso, fez um poema que causou polêmica (discussões divergentes, um acha uma coisa, outro acha outra) na época em que foi publicado por ser tipicamente de estilo classissisca. O nome deste poema comprido é “A Confederação dos Tamoios” e o poeta aborda justamente o tema que foi citado acima, a rebelião (revolta) dos indígenas ocorrida entre 1554 à 1567 contra os colonizadores portugueses. O poema conta a estória de um índio herói chamado Aimberê, filho de Cairuçu, que tenta vingar a morte do pai, que foi escravizado por Brás Cubas, o capitão-mor de São Vicente. No poema, é o personagem Aimberê que convence os chefes indígenas das tribos de Tamoios a se unirem em uma confederação apoiada pelos franceses e atacar os portugueses. O poema acaba com a derrota dos índios e a morte do herói que é sepultado (enterrado) pelo missionário (aquele que tem uma missão) jesuíta José de Anchieta.

A obra tem um significado importante se o leitor observar que mesmo com toda a sua ingenuidade, pureza e selvageria, ficou claro que o índio também era capaz de compreender, se organizar e lutar contra os colonizadores pelo direito à sua liberdade. Apesar dos portugueses o considerarem nada civilizados, os índios já buscavam atos heróicos capazes de defender a sua raça, sua liberdade, costumes e sua terra. Antes de ser Brasil, aquele gigante espaço de terra paradisíaca era a Pindorama, terra dos índios, a casa deles.

Para que você tenha uma noção de como desenrola o poema, seguem aí alguns de seus trechos.


A Confederação dos Tamoios (apenas alguns trechos)

Gonçalves de Magalhães

Canto I

"(...) quero primeiro
Que em torno destas pedras assentados
Me contes se em combate, ou de que modo
O bravo Comorim perdeu a vida."

"Ai! exclama o Cacique, nenhum homem
Morreu ainda por mais nobre causa!
Era meu filho!... E como morreria
Senão lutando tão audaz guerreiro!

"Apenas há três sóis que uns Emboabas,
Dos que talvez na Bertioga habitam,
Naquela praia embaixo apareceram.
Comorim e Iguaçu também andavam
Nesse dia fatal por lá caçando.
Quem podia prever um mal tão grande?
Enquanto num momento, não cuidoso,
Pelo bosque meu filho se entranhara,
Após um caititu que lhe fugia,
Sua irmã, que aqui vês, linda e garbosa,
Que vence o saixé na gentileza,
E excede o sabiá no meigo canto,
Cantando andava só toda entretida
A colher uns ingás pela restinga.
(...)
Aqueles maus a viram, tão sozinha,
E assim que a viram, cobiçando-a logo,
Quiseram agarrá-la. Ela, gritando,
Coitada, como a rola perseguida,
No mato se internou. Após correram,
Cercando-a, quais jaguaras esfaimadas;
Mas ela, pelo irmão chamando sempre,
Rompendo as bastas, enleadas ramas,
Mais ligeira do que eles lhes fugia.
Um mais audaz já quase a segurava,
Quando o meu Comorim aparecendo,
Já com o arco entesado, e a flecha no alvo,
Com pronta morte atravessou-lhe o peito.
Outro, que vinha após, co'o braço alçado
Para lhe disparar troante bala,
Varado o braço, ali caiu bramando.
Era a última flecha; e já meu filho
Daquele inútil braço ia arrancá-la,
E mandá-la de novo a outro ousado,
Que vira mais além por entre os ramos,
Que dous por detrás o aferraram,
E seus punhais nas costas lhe embeberam.
Comorim, mesmo assim preso e ferido,
Curvou-se um pouco, e súbito saltando,
O corpo sacudiu, e os rijos braços,
E por terra atirou os dois contrários:
Como ligeiro e forte era meu filho!
E agarrando-os depois pelos cabelos,
Deu co'a cabeça de um contra a do outro,
Que batendo quebraram-se estalando,
Como estalam batendo as sapucaias!
Nenhum mais se mostrou, os mais fugiram.
Entretanto Iguaçu vinha gritando,
Até que ao longe viu alguns Tamoios,
Que a seus gritos pungentes acudiram,
E sabendo do caso, sem demora
Seguindo-a, foram dar pronto socorro
Ao seu valente irmão. Porém, oh mágoa!
Já longe do lugar da feroz luta
O acharam quase exangue e semimorto.
(...)


Canto II

Bravos são os Tamoios, e descendem

Da nação dos Tupis, que em tribos várias

Todo este imenso litoral brasílio

Numerosa povoa. Eles não erram

Sem tabas, nos sertões, como os terríveis,

Ferozes Aimorés, raça Tapuia.

Natural, inspirada poesia

De todos os distingue, e os enobrece,

E tratáveis os torna, inda que altivos,

Crêem eles que esse dom, e as doces vozes,

Às puras águas devem do Carioca.

Vasta extensão ocupam do terreno

Que banha a Guanabara. As suas tribos

Se estendem desde as longas serranias

Que um órgão fingem, donde o nome tiram,

Até o Cairuçu, terror dos nautas

Tabas formando, que entre si traficam,

Um Deus adoram, que dispara o raio,

E que pelo trovão aos homens fala;

Tupã se ele nomeia; os seus ministros

São os Pajés, que solitários vivem,

E crêem que acima de Tupã, primeiro

E único, Monam tudo criara.

Leis escritas não têm; mas lhes não faltam

Herdadas de seus pais. O mais valente

É na guerra por chefe respeitado,

E um conselho de anciãos na paz os rege.

Já todos os guerreiros se apercebem

De tacapes e maças de pau-ferro,

Arcos robustos, lisos, e lustrados

Pelas lixosas folhas de embaíba;

Carcases cheios de emplumadas flechas

De ligeiras ubás, tendo por pontas

Dentes de tubarões, e ossos buídos,

Seguros como tucum, de icica untado

Que mais o fio aperta, e seca o esmalta.


Canto X

(...)

Cantava Anchieta; e que ao fazer podia,

Que mais grato ao céu fosse em tal soidade,

Em horas tais que o vulgo ócio entrega?

A própria Natureza tão formosa,

Com quem simpatizava essa bela alma

Mais o dispunha a difundir-se em hinos.

Mas quem ali seus cantos entendia?

O céu puro, o puro céu a quem cantava;

Esse céu que o inspirava; e após, mais tarde,

Bíblicos salmos inspirou a Caldas,

E a São Carlos os cantos numerosos

Da sidérea Assunção da Sacra Virgem:

Esse céu, onde os Anjos já sabiam

Os nomes de Durão, dos Alvarengas,

De Basílio, e de Cláudio, e de outros vates,

Que em séculos futuros assomando,

A terra do Cruzeiro honrar deviam.

Inspire-me esse céu, que viu-me infante,

Nos braços maternais, beber co’a vida

Este amor da harmonia que afagou-me;

E possa ouvir meu canto derradeiro

E o meu suspiro extremo, nessas terras

Do saudoso Carioca, onde descansam

Os ossos de meus pais. E Deus conceda

Que junto aos ossos seus meus osso

jazam.


Se você um dia visitar o Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, poderá ver uma tela pintada por Rodolfo Amoedo chamado “O Último Tamoio”. Como você pode ver na foto acima, no quadro aparece o corpo de um índio morto na praia e um homem vestido de padre o segura de maneira piedosa.

O pintor baiano Amoedo (1857-1941) se inspirou justamente no poema épico “A Confederação dos Tamoios”, de Gonçalves de Magalhães para pintar “O Último Tamoio”. José de Anchieta teve um papel importante como intermediário (mediador) de uma possível trégua entre os portugueses e os índios Tamoios. As figuras pintadas no quadro de Amoedo retratam exatamente o Aimberê do poema e o Anchieta. Esta situação, no entanto é hipotética (é criada, nunca existiu), já que o tal índio Aimberê é personagem inventado por Gonçalves Magalhães. Tanto na arte da escrita como na da pintura, onde a comunicação com o mundo da fantasia se faz, este foi o modo como ambos os artistas, Rodolfo Amoedo e Gonçalves Magalhães imaginaram como fim de uma triste guerra, quando pensaram no conflito entre Tamoios e portugueses.

Voltando agora para os fatos reais, o jesuíta José de Anchieta foi de fato um bom homem. Ele se dedicou ao seu trabalho com verdadeiro amor. Procurou literalmente (obedecendo o rigor das palavras) seguir o ensinamento cristão: “Ama o próximo como a ti mesmo!”. O ano era de 1562 quando a vila de São Paulo foi atacada pela “confederação dos Tamoios”. João Ramalho – aquele português casado com a índia - se apressou em defender a vila de São Paulo e José de Anchieta por sua vez, pensando em intermediar a paz entre Tamoios e portugueses, viajou voluntariamente (por vontade própria) para Iperoig (hoje Ubatuba) junto com o padre Manoel da Nóbrega para promover (pôr em execução, dar impulso) a pacificação (restabelecimento da paz) entre os índios e os europeus. Uma vez em Iperoig, os dois religiosos, Anchieta e Manoel da Nóbrega perceberam que os índios Tamoios chefiados pelo filho de Pindabuçu, o mais perigoso de todos os índios por sua crueldade, estavam atrás deles para matá-los. Anchieta e da Nóbrega correram assustados pela praia, cruzaram um riacho e avistaram uma cabana. Na esperança de acharem um índio amigo seguiram para lá com o bando de índios ferozes nas suas costas. Ao entrarem na cabana não acharam ninguém, então desesperados sem ter mais para onde fugir, caíram os dois de joelhos achando que chegara o seu fim. Os índios Tamoios invadiram o lugar de sobressalto (repentinamente) aos gritos em sinal de iminente (que está próximo de acontecer) ataque e depararam (acharam por acaso) com os dois homens maltrapilhos (mal arrumados) no chão, desarmados, indefesos e rezando. De súbito vendo aquela cena inesperada ao invés de matar, o filho de Pindabuçu emudeceu (se calou, ficou mudo), se sentiu impotente (fraco, que não pode) e resolveu que nem ele, nem ninguém ali os mataria.

Suas vidas foram poupadas (salvas) mas eles se tornaram prisioneiros dos Tamoios. Ficaram presos em cativeiro durante quatro meses e meio e durante este tempo, com calma, palavras de amor e de paz, José de Anchieta conseguiu finalmente convencer o filho de Pindabuçu a cessar guerra com os portugueses mediante um acordo formal (por escrito). Os dois religiosos esperaram dos portugueses um tratado (acordo) de paz. Como este tratado estava demorando muito para chegar à praia de Iperoig o padre Manoel da Nóbrega muito cansado e doente, foi libertado e resolveu partir, enquanto José de Anchieta se candidatou (se ofereceu) a ficar sozinho como refém dos Tamoios.

Pobre Anchieta... apesar de gostarem dele por algum motivo incompreensível (que não podem compreender) para eles mesmos, os índios mostravam um temperamento (caráter, conjunto de tendências de comportamento) variável. Um dia se diziam amigos, no outro inimigos, mais selvagens e ameaçavam comer o coitado do Anchieta!

Com muito medo de virar almoço e medo dessa inconstância (falta de estabilidade, falta de constância) de caráter, Anchieta desejou morrer – mas sem virar churrasco dos índios, claro. Desesperado, como quem precisa se desabafar ou quer apenas conversar com Deus, foi até à praia e começou a escrever um longo poema na areia em forma de oração. Escreveu versos à Nossa Senhora para que ela o livrasse daquele meio aterrorisante em que se encontrava. Este poema todo escrito em latim foi chamado de “Poema à Virgem” e termina assim:


"As inspirações do céu
Eu muitas vezes desejei penar
cruelmente expirar em duros ferros.
Mas sofreram merecida repulsa
os meus desejos;
SÓ A HERÓIS
COMPETE TANTA GLÓRIA."


Anchieta passou frio, fome e foi muito humilhado. Mas talvez por resistir a tudo isso e conseguir mesmo assim, ainda que com medo, manter sua calma e voz pacífica, foi aos poucos ganhando a admiração dos Tamoios que por fim resolveram o libertar em troca da garantia que ele iria fazer de tudo para que os portugueses os deixassem em paz.

Dizem alguns, que os índios viam qualquer coisa de sobrenatural em José de Anchieta que os assustava. Por isso não o comeram nem o mataram. Achavam que ele deveria ser um feiticeiro, já que espantosamente ele atraía os pássaros para perto dele. Há uma estória também, lenda ou não, que um dia entre os Tamoios, Anchieta levitou (tirou o corpo todo do chão) e os desde então, os índios assombrados com aquilo passaram a respeitá-lo.

Mais tarde, em São Vicente, Anchieta reescreveu (escreveu novamente) todo o poema de quase 6.000 versos, de memória para o papel! Por isso é que conhecemos hoje o tal poema.

Este tempo entre os Tamoios foi sem dúvida a pior experiência por que Anchieta passou. E como o corajoso padre não aceitava obstáculos à sua nobre missão, no ano seguinte ainda voltou duas ou mais vezes até os Tamoios, desta vez em Paraty tentando novamente fazer um acordo de paz. Este sim, era um verdadeiro diplomata(2) leal ao seu trabalho!

Neste mesmo ano, 1563, chegou em Salvador o sobrinho de Mem de Sá, que se chamava Estácio de Sá, um militar português encarregado de expulsar definitivamente os franceses da baía de Guanabara e ali fundar uma cidade para garantir proteção ao local.


A expulsão dos franceses e a inauguração do Rio de Janeiro


A essa altura aparece mais uma figura importante na história do Brasil; um índio da tribo dos Temiminós chamado Araribóia. Araribóia em tupi quer dizer "cobra feroz" ou "cobra da tempestade".

Dentro da baía da Guanabara há uma grande ilha, com cerca de 30Km2 de área, chamada Ilha do Governador. É nessa ilha que hoje se situa o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, o “Galeão” ou “Antonio Carlos Jobim”, o novo nome do aeroporto desde 1999. Era exatamente nesta ilha, onde hoje é o aeroporto do Rio, que a tribo dos Temiminós vivia. Naquela época os índios chamavam a ilha de Paranapuã e o índio Araribóia era o cacique (chefe) dos Temiminós. Os Tamoios junto com os franceses também atacavam claro os índios Temiminós, já que os franceses pretendiam ocupar toda aquela região da baía da Guanabara. Para proteger sua tribo e expulsar os franceses dali, o cacique Araribóia resolveu se aliar a Estácio de Sá em troca dos portugueses deixarem sua tribo em paz e não tentarem os escravizar.

Estácio de Sá chefiou os portugueses e Araribóia chefiou todos os índios que viviam por ali, na Guanabara. E como diz o provérbio, “a união faz a força”, em meio a facões, machados, armas de fogo e nuvens de flechas envenenadas lançadas pelos índios, juntos, portugueses e Temiminós conseguiram derrotar os Tamoios e finalmente expulsar os franceses da baía de Guanabara.

Em 1º de março de 1565, Estácio de Sá fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, que deveria primeiramente servir de base de defesa contra os franceses e seus aliados, os índios Tamoios. O “São Sebastião” que precede o nome “Rio de Janeiro” foi uma homenagem tanto ao rei menino de Portugal, Dom Sebastião quanto ao santo São Sebastião(9), que foi lembrado por também ter sido um oficial, assim como Estácio de Sá, atacado por flechas. O capitão-mor Estácio de Sá decidiu que o brasão da nova cidade seria um molho (coletivo de chaves) de setas em lembrança ao santo. Mais tarde estas setas haveriam de lembrar o fim trágico do corajoso fundador do Rio de Janeiro.


Glossário e Notas:


1 - Antropofágico: relativo à antropofagia. Antropofagia quer dizer ato ou hábito de comer carne humana. O sufixo “fagia” vem do grego e quer dizer comer. O prefixo antropo também vem, claro, do grego e quer dizer “homem”.

2 – Diplomacia: Habilidade, astúcia. Arte de manter o direito e de promover os interesses de um Estado ou governo perante os Estados e governos estrangeiros.

3 - Corsário: Embarcação armada de propriedade privada, que podia perseguir ou apresar navios de comércio de outros países. Antes do desenvolvimento dos navios de guerra, muitas nações recorriam a esse tipo de navios para auxiliá-las em casos de necessidade. Empregados pela primeira vez no séc. XV, os navios recebiam carta de corso e tanto eles como suas tripulações eram conhecidos como corsários. Tinham autorização para atacar, roubar ou afundar os navios mercantes dos países; inimigos.

4 - Vice-versa: expressão latina que quer dizer que o contrário também é válido. No caso onde se encontra no texto, o vice-versa quer dizer, que os Tupiniquins também deveriam ajudar os portugueses.

5 – Noviço: aquele que se prepara para entrar na vida religiosa.

6 – Jesuítas: eram padres da Igreja Católica que faziam parte da Companhia de Jesus. A Companhia de Jesus, uma ordem religiosa puramente religiosa, foi fundada em 1534 por Inácio de Loiola para com o objetivo de conter o avanço do “protestantismo” pelo mundo. Protestantismo vem da palavra “protesto” que quer dizer queixa, reclamação, desacordo. O protestantismo é a como chamamos o conjunto de todas as seitas que são cristãs, ou seja, estão de acordo com as idéias que Cristo pregou, mas não seguem o catolicismo. Em outras palavras, protestantes são cristãos que não se submetem ao Vaticano ou ao que o papa diz. Os jesuítas eram todos católicos.

7 – Tratado de Tordesilhas: foi como chamaram um acordo feito entre Portugal e Espanha no ano de 1494, assinado na cidade de Tordesilhas. Portugueses e espanhóis pegaram um mapa do que supunham que era o mundo e dividiram esse mapa em duas grandes áreas com um risco vertical. Esse risco foi passado bem em cima de um meridiano que ficava entre as ilhas de Cabo Verde e as Caraíbas. Então escreveram no tal tratado que todas aquelas terras descobertas e que ainda fossem descobertas do lado direito, leste, daquele meridiano (do risco traçado) pertenceriam daquele momento em diante à Portugal. E todas as terras que ficassem a esquerda, oeste, dessa linha seriam da Espanha. E o resto dos países que se danem já que eles, Portugal e Espanha, eram os pioneiros (desbravadores, primeiros a abrir caminho) a saírem pelo mar a procura de novas terras.

8 – Baía: Em Geografia, uma baía é uma porção de mar ou oceano rodeada por terra, em oposição a um cabo. O golfo é uma baía de grandes dimensões como o golfo de Sidra. As baías detiveram e detêm importância econômica e estratégica uma vez que são, normalmente, locais ideais para construção de portos e docas.Reentrância da costa litorânea por onde o mar avança para o interior do continente.

9 – São Sebastião: foi um soldado do Império Romano condenado pelo imperador Diocleciano a morrer atravessado por flechas por ter sido benevolente (bondoso) demais com os cristãos. A mais famosa imagem do santo, é dele amarrado a uma árvore com flechas espetadas pelo corpo todo e sangue escorrendo das feridas.

13 – Léon Blum: foi escritor, jornalista e um líder político socialista francês (1872 - 1950). Ocupou o cargo de primeiro-ministro da França. Durante seu governo, Blum tomou medidas na França que repercutiram (afetaram) socialmente toda a Europa. A redução do horário semanal de trabalho para quarenta horas, o cumprimento do aumento devido de salários, o pagamento das primeiras licenças de parto são algumas das muitas reformas que Blum implantou na França.


Teste o seu conhecimento:


1 – Como se chama a serra que separava as tribos de índios Tupiniquins e índios Tupinambás?

1. Serra da Bocaina ou Paranapiacaba;

2. Serra do Acaraí;

3. Serra da Mantiqueira;


2 – O que eram os Tamoios?

1. Uma tribo de índios que vivia no litoral de São Paulo e Rio de Janeiro;

2. Era o nome por que eram conhecidas as tribos tribos indígenas que se concentravam na costa marítima do que hoje é o estado de São Paulo e parte do estado do Rio de Janeiro, e que em comum tinham a raíz de sua língua;

3. Eram as tribos que se concentravam na estrada dos Tamoios, por causa da estrada da estrada eles ganharam esse nome;


3 – Quem era o rei de Portugal quando o Brasil foi descoberto?

1. D. João III, “O Piedoso”;

2. D. João VI, “O Clemente”;

3. Dom Manuel I, “O Venturoso”;


4 – O que eram as capitanias hereditárias?

1. Enormes faixas de terra no Brasil que foram distribuídas a pessoas de confiança do rei de Portugal com a condição de que elas administrassem, colonizassem, protegessem e também desenvolvessem o lugar;

2. Enormes faixas de terra dominadas e exploradas por capitães;

3. Enormes faixas de terra no Brasil que foram compradas do rei de Portugal;


5 – O que eram os donatários?

1. Eram as pessoas que doavam as capitanias hereditárias;

2. Eram os donos de fazendas que ficavam dentro das capitanias hereditárias;

3. Era como se chamavam as pessoas que recebiam uma das capitanias hereditárias do rei;


6 – Quem foi o primeiro donatário da capitania de São Vicente?

1. Brás Cubas;

2. João Ramalho;

3. Martim Afonso de Souza;


7 – Com quem se casou o português João Ramalho?

1. Com a índia Pocahontas;

2. Com a senhora Ramalhete, irmã de Tomé de Souza;

3. Com a índia Tupiniquin Bartira;


8 – Quem foi o segundo governador geral do Brasil?

1. Tomé de Souza;

2. Mem de Sá;

3. Duarte da Costa;


9 – Em que ano e por quem foi fundada a Vila de São Paulo de Piratininga?

1. Em 1554 pelo cacique Tibiriça com a anuência dos jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta;

2. Em 1954 pelo Partido Verde com o apoio dos jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta;

3. Em 1554 pelos jesuítas Manuel da Nóbrega, José de Anchieta com a permissão do cacique Tibiriça;


10 – O padre José de Anchieta chegou ao Brasil junto com o segundo governador geral do Brasil, Duarte da Costa. E com quem chegou o padre Manuel da Nóbrega?

1. Manoel da Nóbrega chegou ao Brasil junto com a seleção de atletas portugueses que iriam disputar os jogos no Brasil;

2. Manoel da Nóbrega chegou ao Brasil junto com a comitiva de Tomé de Sousa;

3. Manoel da Nóbrega chegou ao Brasil junto com o terceiro governador do Brasil, Mem de Sá;


11 – Enquanto Duarte da Costa governava o Brasil, entre 1553 até 1558, quem era o rei e a rainha consorte da França?

1. Luis XIII de Bourbon e Ana de Áustria;

2. Henrique IV de Bourbon e Maria de Médicis;

3. Henrique II e Catarina de Médicis;


12 – Quem eram os Huguenotes?

1. Huguenotes era como eram chamados os franceses que não eram católicos na época de Henrique II;

2. Era como eram conhecidos os franceses que davam nós nas cordas dos navios piratas que iriam invadir o Brasil;

3. Era como eram chamados os franceses que não eram católicos na época de Henrique II;


13 – O que foi o Tratado de Tordesilhas?

1. Foi um acordo feito entre Portugal e Espanha no ano de 1494, assinado na cidade de Tordesilhas, que dizia que todas e quaisquer terras descobertas do lado esquerdo de um meridiano sobre o mapa da Terra por eles traçado dali por diante pertenceria à Espanha e todas as terras do lado direito daquele meridiano pertenceriam à Portugal;

2. Foi um acordo feito entre Portugal e Espanha no ano de 1494, que dizia que a cidade de Tordesilhas, daquele ano em diante pertenceria à Portugal;

3. Foi um acordo feito entre índios e portugueses no ano de 1494, assinado na cidade de Tordesilhas, que dizia que daquele ano em diante os índios canibais só poderiam comer 2 portugueses e 2 espanhóis por ano; Os franceses, holandeses e gente de qualquer outra nacionalidade, os índios canibais poderiam comer à vontade;


14 – O que é o Pau-Brasil?

1. É como chamavam o índio cara de pau que vivia no Brasil;

2. É o nome popular de uma árvore leguminosa antigamente abundante no Brasil;

3. É o nome de uma madeira boa para acender lareiras, porque a brasa do fogo dura longo tempo;


15 – O que foi a Confederação dos Tamoios?

1. Foi a união das tribos de índios conhecidas por Tamoios e franceses contra os portugueses;

2. Foi a união dos franceses e portugueses contra os índios Tupinambás;

3. Foi a união dos Tupinambás e portugueses contra os franceses;


16 – Quem foi o terceiro governador geral do Brasil?

1. Tomé de Souza;

2. José Sarney;

3. Mem de Sá ;


17 – Em 1558, quando o Brasil era governado pelo terceiro governador geral da colônia, quem era o rei ou a rainha da Inglaterra e da França?

1. Na Inglaterra, Maria I morreu em 1558 e subiu ao trono sua meia-irmã Isabel (como a chamam no Brasil) ou Elisabeth, a rainha Virgem, como ficou conhecida. Na França, o rei era Henrique II, casado com Catarina de Médicis;

2. Na Inglaterra, o rei era Henrique VIII, pai de Maria I e de Isabel, e na França o rei era Luis XIV;

3. Na Inglaterra o rei era Carlos I e na França quem governava era Napoleão;


18 – Quem escreveu o poema “A Confederação dos Tamoios”?

1. O poeta Gonçalves de Magalhães;

2. O romancista Machado de Assis;

3. O jesuíta José de Anchieta;


19 – Como é que os índios chamavam o Brasil, antes dele ter sido descoberto pelos europeus?

1. Índioland;

2. Terra do índio cara-de-pau-Brasil;

3. Pindorama;


20 – Quem pintou o famoso quadro “O último Tamoio”?

1. Claude Monet;

2. Rodolfo Amoedo;

3. Jean-Baptiste Debret;


21 – Quem escreveu o “Poema à Virgem” na areia da praia de Iperoig?

1. O padre José de Anchieta;

2. O padre Manuel da Nóbrega;

3. O poeta Gonçalves de Magalhães;


22 – Onde nasceu o famoso pintor brasileiro Benedito Calixto (1853-1927)?

1. No estado de São Paulo, na cidade de Itanhaém;

2. Na França, na cidade de Paris;

3. No estado do Rio Grande do Sul, em Fortaleza;


23 – O que é um diplomata?

1. É alguém que tem por missão ser o porta-voz de seu governo frente a outros governos estrangeiros, não se importando se os outros governos vão gostar ou não do que é comunicado;

2. É alguém que tem por missão promover a paz entre índios e europeus;

3. É alguém que tem por missão manter o direito do próprio governo e promover os interesses deste governo frente a outros governos estrangeiros;


24 – Quem foi Araribóia?

1. Foi um índio, cacique da tribo dos Temiminós, que habitava a ilha do Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Araribóia sabendo que os franceses tinham como projeto construir um aeroporto no exato local onde sua tribo morava, se aliou a Estácio de Sá, sobrinho de Mem de Sá, para expulsá-los de lá;

2. Não foi quem, mas o quê! Araribóia foi uma cobra, também conhecida por “cobra da tempestade”, porque só aparecia em noites de tempestade. Pois foi em uma destas noites que a cobra Araribóia saiu de sua toca e comeu todos os franceses e Tamoios que estavam por ali em volta, no Rio de Janeiro;

3. Foi um índio, cacique da tribo dos Temiminós, que habitava a ilha de Paranapuã, que hoje leva o nome de Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Araribóia se aliou a Estácio de Sá para expulsar os franceses do Rio de Janeiro;


25 – Quem finalmente expulsou os franceses da baía da Guanabara, no Rio de Janeiro?

1. Os portugueses junto com os Tupinambás;

2. Os portugueses junto com os índios Temiminós;

3. Os portugueses chefiados por João Ramalho e Elba Ramalho que cantava e dançava um samba sobre um trio elétrico com 1 milhão de cariocas e tupiniquins atrás, que desfilavam junto com a bateria da escola de samba Estácio de Sá;


26 – Quem fundou a cidade do Rio de Janeiro e quando?

1. Estácio de Sá em 1º. de janeiro de 1500;

2. Estácio de Sá em 1º. de março de 1565;

3. Mem de Sá de Sá em 1º. de março de 1765;


27 - Qual é o nome oficial da cidade do Rio de Janeiro?

1. São Salvador do Rio de Janeiro;

2. Estácio de Sá do Rio de Janeiro;

3. São Sebastião do Rio de Janeiro;


Dica Curiosa:


Existe uma música do compositor e cantor Caetano Veloso chamada “O Estrangeiro”. Pesquise na letra desta música o que foi que o famoso pintor Paul Gauguin, o compositor Cole Porter e o antropólogo Claude Levy-strauss acharam da baía de Guanabara.

Jan. 20, 2021, 10:07 p.m. 0 Report Embed Follow story
0
The End

Meet the author

Margot Schneider Margot Schneider é o pseudônimo adotado pela escritora brasileira, nascida em Santos. Mudou-se para São Paulo, estudou Ciências da Computação o que lhe permitiu mais tarde trabalhar como desenvolvedora de sistemas de informação na Suíça, onde mora desde o ano 2000. A escritora adora tocar piano, violão, ler, viajar, conhecer gente, conversar, aprender outras culturas, novas línguas e atualmente só usa os computadores para trocar e-mails e escrever, mais uma paixão descoberta.

Comment something

Post!
No comments yet. Be the first to say something!
~