laura-botelho1995 Laura Botelho

A história se trata de uma versão alternativa do filme "Picnic At Hanging Rock" de 1975. É abordado o desaparecimento das garotas, focando especialmente em Miranda e sua relação com sua amiga Sara.


Thriller/Mystery All public.

#filme #yuri #escola #misterio
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I

Começa pela infância delas - Miranda e Sara brincando entre as flores, os cheiros, os cabelos voando contra o vento, os pequenos passos que elas davam em direção a mata. O vento soprando entre as folhas, caracóis grudados em árvores e elas brincando, rindo e mexendo na terra. Sara, a mais nova, Miranda, uma musa, um anjo de Botticelli, um mistério impenetrável, um eco eterno. Quando sorria, era como se os anjos pudessem falar, todos se iluminavam e se encantavam por ela. Sara sempre colocava a foto de Miranda sobre sua mesa e rezava para que nada de ruim acontecesse a ela. Sara a adorava, pensava nela constantemente, seu coração se exaltava ao vê-la. Era um dormitório, era verão; Miranda dezessete e Sara quatorze.

- Você deveria amar outra pessoa. - disse Miranda olhando para o reflexo da amiga no espelho do seu quarto no dormitório. - outra pessoa que não que fosse eu.

Sara apenas fez que não com a cabeça - era devastador ouvir isso de Miranda, ela sentia um enorme peso em seu peito e ofegava um pouco. Miranda estava se preparando para uma expedição que iria fazer aquela tarde com as outras colegas, Sara esperava poder ir com ela e quem sabe entrelaçar seus dedos com os dela.

- Eu não ficarei por aqui para sempre, sabe? - reafirmou Miranda com um olhar estranho para o reflexo de Sarah. - Eu já tenho dezessete anos.

"Não foi o que pareceu na outra noite." pensou Sara se recusando a ouvir a rejeição da amiga. Um dia, ela e Miranda fugiram durante à noite, tentando não acordar a diretora Mrs. Appleyard. Não foi algo fácil, uma das supervisoras ficava de olho nas garotas durante à noite para que não ocorresse fugas. Sara e Miranda conseguiram burlar isso, a supervisora estava cochilando no corredor para a sorte delas e elas saíram de camisola e tudo, apenas pegando um casaco para não sentirem frio.

Fora da Appleyard College havia uma linda natureza, o caos que ia contra a ordem da rígida escola. Miranda e Sara sempre foram próximas desde a infância, só não esperavam que terminassem no mesmo colégio. Miranda gostava dessas fugas, era como se pudesse ser outra pessoa por alguns momentos, podendo deixar aquela máscara comportada de lado. Sarah era órfã e desde criança não teve uma criação adequada, por isso um colégio interno nesse período da sua vida era estranhamente ideal para ela.

Miranda conhecia Sara melhor que qualquer um, conhecia sua solidão e sua grande afeição por ela. Ela se lembrou de quando gostavam de se sentar juntas em um balanço e cair de cara na terra, Miranda podia sentir a tensão da face dela se encostando contra a da amiga, não havia muito o que se dizer, sempre houve aquele sentimento e nenhuma delas ousava dizer nada. Naquela noite, Miranda queria aproveitar aquele momento entre elas, Sara já havia fugido com Miranda algumas vezes - dessa vez algo parecia diferente. Talvez as estrelas no céu estavam mais reluzentes, ou talvez Miranda estava mais linda como nunca. Sara não conseguia tirar os olhos dela, e ela dançava e ria andando pelos arredores da escola. Era bizarro que Miranda sabia tudo sobre Sara, enquanto a mesma não sabia absolutamente nada sobre a amiga, talvez fosse um encanto que Miranda colocava em todos - Sara sempre sentia algo imponente quando estava com ela.

- Esta é uma linda noite, não é, minha cara Sara? - indagou Miranda olhando para as estrelas fascinada.

Sara nunca era de falar muito, apenas acenou que sim com a cabeça - Miranda rindo da tolice da amiga. Aquele momento entre elas parecia algo surreal, Sara tinha certeza que estava sonhando ou algo do tipo. Miranda ficava olhando para as estrelas, um choque percorrendo por todo o corpo de Sara.

- Mas se quiser você pode visitar minha família nesse verão. - disse Miranda trazendo Sara para a realidade do espelho no dormitório.

Sara fez que sim, ela se recusava a falar no momento. Miranda continuava a encarando estranhamente, parecia que ela tinha algo a dizer, Sara gostaria de saber o quê.

Naquela noite entre as estrelas, enquanto Sara encarava sua bela amiga, Miranda a tomou de surpresa e a beijou. Ela levou um susto com o ato de Miranda, se recusava a achar que poderia ser algo recíproco. Foram tantos de adoração e paixão pela amiga, todas as vezes que elas se encontravam, conversavam e tinham esses momentos entre si. Miranda sempre fora sua grande companhia - para absolutamente tudo. Quando ela se machucava, Miranda dava beijinhos no local do machucado, Sara sentia seu coração parar na sua boca. Ela jamais está só com Miranda, a amiga era uma família para ela, um enorme sol que a iluminava em todas as ocasiões.

O beijo de Miranda - a queimou - a preencheu - fez seu estômago borbulhar. "Miranda, por tanto tempo eu a quis." Sara queria poder dizer a ela, Miranda intoxicada pela saliva dela. Pareceram serem infinitos beijos ao invés de apenas um - ambas queriam poder guardar aquele momento eternamente, depois de anos, finalmente entraram em contato uma com a outra.

Por isso, Sara queria se recusar a essa dura realidade, que Miranda a pedia para que deixasse de amá-la, ela não poderia fazer isso! Queria chorar e gritar contra essas duras e insensíveis palavras. Era incerto saber o que Miranda pensava - não gostava de fazer isso com a pobre Sara, mas deveria. Sabia que mais cedo ou mais tarde teria que deixar a escola e ela ficaria sozinha, ela nunca teve muitos amigos. Era doloroso, uma mensagem difícil de ser dada, necessária e que incomodava.

A conversa entre elas não foi rendida, Miranda supostamente deveria ir para sua expedição. Sara pensou que elas iriam juntas, sua supervisora disse que ela ficaria por ser a mais nova, a garota ficou arrasada. Miranda não olhou para trás, prosseguiu com a expedição - ela sempre tinha essa impulso de querer fugir e talvez esse era o momento.

Sara ficava olhando para sua anotações, todas com o nome Miranda entre elas. As duas se conheceram na beira de um rio, estava quente, Sara ainda estava perdida, não sabendo bem onde estava. Quando passavam o tempo juntas, parecia eterno, Sara desde pequena notou seus sintomas estranhos quando ficava perto de Miranda. Adorava quando ela passava a mão em seus cabelos, cantando uma antiga canção popular. Elas dormiam juntas, os dedos dos pés tocando os da outra, a enchia de abraços e a olhava com uma graça em seus olhos.

Sara permanecia com sua supervisora em sala de aula, desesperada com a falta de Miranda. Olhava insistentemente para suas anotações, tentando guardar a essência da amiga consigo. A supervisora já havia notado algo peculiar entre as duas, não que pudesse de fato compreender, mas certamente era perceptível; especialmente quando Sara colocava a foto da amiga na sua mesa com tanta adoração.

Ela estava a quilômetros de distância; Sara tinha medo de algo ocorrer, sabia que era insano, porém o modo havia falado com ela mais cedo foi estranhamente mórbido, uma espécie de adeus. "Miranda, o que farei sem você?" se perguntou Sara colocando a cabeça contra a carteira.

Ao chegar da tarde, Sara observou que as alunas estavam demorando a voltar da expedição. Ela estava à sós naquela escola, sua supervisora também sem entender o que ocorreu foi buscar resposta com a Mrs. Appleyard. Havia um telefone na escola que não funcionava muito bem, era melhor que nada. O problema é que as alunas tinham ido à Hanging Rock, ninguém usava telefone por lá, por isso era uma expedição.

Sara sentia o desespero tomando conta dela, se lembrando dos momentos em que Miranda simplesmente sumia e ninguém a encontrava. Nessas lembranças, ouvia latidos, ela indo atrás da amiga sem sucesso, uma das suas antigas supervisoras a punindo com uma palmatória por ter fugido da escola. "Miranda!" , Sara sentia as lágrimas brotando em sua face. A supervisora demorou para voltar, a garota em prantos, não houve notícias, ninguém sabia de nada.

Foram horas sem notícias, a noite chegou e com elas a presença das alunas. Mrs. Poultier relatou sobre o ocorrido com a Mrs. Appleyard; Sara ainda sem saber de nada. Era um pesadelo, Sara foi até o retrato de Miranda em sua mesa e rezou pela proteção da amiga. "Por favor, que nada ocorra à Miranda.", ela implorava em prantos.

Não conseguiu dormir e nem comer, por mais que a supervisora implorasse. Seus pesadelos à noite já não contavam com a voz de Miranda sussurrando em seu ouvido, era um voz doce e cativante, caía no sono imediatamente. Ela recebeu notícias da supervisora, eram as piores possíveis; Miranda e outras duas garotas haviam desaparecido na montanha, Edith foi uma que conseguiu "escapar". A garota gordinha não soube descrever o que ocorreu, foi algo estranho e inexplicável, uma hora ela estava cochilando, outra as garotas retiraram suas vestimentas e foram para o topo da montanha.

Ninguém parecia explicar o que ocorrera de fato, Sara ficava cada dia mais ansiosa por notícias de Miranda. Anos de amizade, intimidade, desaparecendo diante dos seus olhos, ela se recusava a acreditar. Não havia notícias de Miranda, ou das outras duas garotas, Mrs. Appleyard não saberia como dar essa notícia para os pais. Detetives foram contratados, entrevistaram algumas pessoas e chegaram à nenhum resultado.

Até que finalmente encontraram Irma, uma das desaparecidas. Ela fora encontrada inconsciente, pelo o que Sara sabia. As fotos de Miranda e Marion se encontravam no jornal a partir do incidente. Sara ficava horas olhando para aquele retrato de Miranda no jornal, como ela sentia falta dela! Se esquecia de respirar sem ela, às vezes e não era um exagero. Sem Miranda, não conseguia se concentrar e a supervisora estava demasiadamente preocupada com ela.

De manhã, elas sempre arrumavam o espartilho uma da outra como um exercício, "obediência e regras" Mrs. Appleyard dizia. Era tão lindo quando elas olhavam para a paisagem natural lá fora, podiam se perder o quanto quisessem naquela vista. Era sempre quente, nos melhores momentos entre ela e Miranda, muitas vezes elas brincavam de telefone sem fio e contavam segredos uma a outra.

Irma também não soube o que dizer sobre o ocorrido, ela mal se lembrava de qualquer coisa. As garotas notaram uma diferença em seu comportamento ao voltar da montanha, Irma não quis mais estudar na escola e se vestia diferente das demais. As garotas ficaram agressivas com ela, menos Sara que esperaria por Miranda por mais que parecesse impossível.

Foram dias sem mais notícias, Sara estava cansada, desnutrida e desesperançosa. Mrs. Appleyard estava a ponto de ter um surto e sua supervisora não sabia mais o que fazer. A escola estava uma zona, ninguém parecia querer estudar mais lá, as garotas estavam histéricas.

Sara tinha esse terrível desejo de querer tirar sua própria vida, carregava consigo um amor que ela jamais soubera se foi recíproco, tudo que ela tinha era a lembrança de um beijo. Um dia, ela foi até a estufa do colégio e refletiu sobre sua existência, o que ela deveria fazer sem Miranda. Tinha certeza que sua vida não valia mais, Miranda havia desaparecido, não iria voltar.

Estava completamente só.

Completamente.

Enquanto ela refletia sobre miserável existência, ouviu alguém cantando, era uma voz familiar. Aquela voz doce, Sara conhecia-a bem, a ouviu por anos. Ela se virou para trás e a viu, achava que estava delirando ou algo do tipo. Mas, realmente parecia ser Miranda que estava toda suja de terra e ainda assim sua aparência continuava angelical.

- Miranda? - perguntou Sara a Miranda, questionando sua sanidade mental também.

- Sara, eu disse para você arrumar outra pessoa para amar. - disse Miranda calmamente e suja de terra.

Sara se recusava a responder, tinha certeza que perdeu completamente sua sanidade. Ela olhava para aquele cabelo louro, que ficara tão cravado em sua memória e se aproximou de Miranda, passou a mão em seu belo cabelo como tentativa de verificar se não estava sonhando ou algo do tipo.

- Onde estava? - questionou Sara ainda sem crer na presença de Miranda.

- Por aí. - respondeu Miranda enigmaticamente. - Tive que fugir dessa escola, ela estava me sufocando.

Sara apertou o cabelo de Miranda com força só para verificar se ela sentia dor, que não era uma ilusão, Miranda soltou um "ai" e se assustou ainda mais.

- Não é possível. - disse Sarah incrédula e de olhos arregalados.

- Você não está ficando louca. - afirmou Miranda soando persuasiva. - Estou aqui, vim te ver. Assegurar que você está bem.

- Você acha que estou bem? Sem você? - disse Sarah sentindo as lágrimas brotarem.

- Pois deveria, eu a avisei. - disse Miranda tristemente.

Sara começou a dar tapinhas nos ombros de Miranda de raiva, não queria acreditar que Miranda havia feito aquilo com ela. Suas lágrimas caindo cada vez mais e Miranda a olhava calmamente como se já tivesse esperado aquilo.

- Prometa que nunca irá me abandonar em hipótese alguma. - disse a pequena Sarah desesperada para Miranda enquanto elas estavam no campo.

- Eu prometo, minha cara Sara. Você tem minha palavra. - afirmou a pequena Miranda fazendo promessa de dedinho a sua amiga.

Sara desabou no chão ao relembrar do que Miranda prometeu a ela quando elas eram pequenas, Miranda permaneceu impassível. Sara pegou nos pés da amiga como se quisesse implorar que ela voltasse, Miranda apenas disse:

- Eu não posso voltar agora, Sara.

- Por quê? O que está acontecendo? - Sara estava absolutamente confusa.

- Eu já disse, cansei dessa escola. - reafirmou Miranda impaciente.

- Só isso? - perguntou Sara ainda querendo respostas.

- Até parece que você não sente o mesmo. - Miranda a provocou.

Sara estava se sentindo perdida, não sabia mais o que estava ocorrendo com ela, do nada Miranda apareceu por ali na estufa, parecia ser uma loucura dela, mas podia sentir Miranda, tocar Miranda, ouvir sua voz. "Meu Deus, eu estou ficando louca!" pensou ela assustada.

- Não se assuste, Sara. Eu estou aqui. - assegurou Miranda. - Só não posso voltar agora.

- Como posso ter certeza que é você? Como saberei que você está aqui? - disse Sara se levantando desesperada com lágrimas no rosto.

- Bom, isso é fácil...- disse Miranda pegando Sara pelo rosto e se aproximando dela.

O rosto de Miranda estava tão próximo de Sara, sua respiração ofegante, a amiga se perdendo nos seus lindos olhos turquesas. Sara tinha tantas perguntas para ela, tudo se calou quando Miranda aproximou ainda mais seus rostos e seus lábios se tocaram, a sujeira da garota não a incomodou. Sara sentiu arrepios em sua espinha, esse beijo foi bem mais intenso que o primeiro entre elas. Miranda trazia um calor imponente em seus lábios, Sara parecia ser capaz de flutuar com um beijo daqueles. Só não sabia o que fazer com as mãos, estava tão presa aos lábios de Miranda, que não sabia como poderia mexê-las. Miranda a ajudou, pegando em suas mãos, as mexendo e as passando pelo seu corpo.

Sara tremia, ninguém havia a beijado daquele jeito! Miranda a confundia tanto com esses beijos, esses desaparecimentos e esse seu jeito misterioso. Parecia não acabar, elas estavam bastante envoltas uma com a outra e Sara sabia que nenhum beijo daqueles poderia ser um delírio dela, ou poderia?

- Eu avisei que seria assim. - disse Miranda interrompendo o beijo ofegante. - Você deveria amar outra pessoa.

- Não, Miranda, por favor. - insistiu Sara, agora suja de terra entre os lábios. - Você não pode me beijar assim e simplesmente dizer isso!

Miranda parou para encarar Sara por um momento, algumas lágrimas brotando em sua face. Ela já não estava tão próxima de Sarah mais, se virou envergonhada por se sentir triste assim. Sara tocava em seus lábios sem querer acreditar no beijo que havia ocorrido, não sabia como Miranda havia parado ali em primeiro lugar!

Ambas gostavam do verão, quando podiam vestir o que bem quisessem, gostavam de apanhar as flores do campo e colocá-las em cestas. Crescer juntas, é um processo estranho, nem vizinhas eram, ainda assim Miranda insistia para que Sara os visitasse. O que elas dividiam, ninguém mais tinha isso, pertencia apenas a elas. Por trás de tantas risadas, houveram tantos desejos, ações ingovernáveis.

- Não vai nada fácil, Sara. - insistiu Miranda em prantos, ainda sem virar para Sara. - Não sei quando irei voltar.

- Tudo bem, Miranda. Com tanto que eu a veja! - insistiu Sara.

Sara queria acreditar naquela presença estranha de Miranda, no laço que elas possuíam, nas lembranças. O beijo reforçava essa ligação entre elas, Sara podia sentir isso, era uma prova, um segredo, um selo. Sarah se aproximou da amiga e jogou seus braços pelas costas dela, ficou ofegante com a proximidade, Miranda a deixava imobilizada às vezes. Estava ciente da sujeira de Miranda, querendo poder dar um banho na amiga.

- Miranda, eu não posso amar ninguém...-ela balbuciou. - ...ninguém a não ser você.

Miranda não suportou tamanha declaração, se virou para Sara e a abraçou intensamente. "Eu não posso ficar por muito tempo, minha querida Sara..." Sara ouviu a voz de Miranda dentro da sua cabeça. "Mas prometo que volto para poder revê-la.". Sara não estranhou esse possível novo poder telepático de Miranda, elas sempre tiveram uma sintonia demasiadamente estranha, ela tinha certeza da presença de Miranda com isso.

- O que está acontecendo? - Sara perguntou desesperada.

- Eu realmente...- disse Miranda nervosa. ...não posso dizer. É complicado.

- Miranda...-disse Sara encostando sua cabeça com a de sua amada.

Miranda deu um segundo beijo em sua amiga, um pouco menos intenso, mas carinhoso e gentil. "Não tire sua vida, Sarah" continuou Miranda. "Não vale a pena. Não viva por mim, viva por você." O beijo terminou amargamente e Sara guardou esse sabor na sua memória, o sabor de Miranda, o gosto de terra no meio.

Quando ela abriu os olhos, Miranda havia a deixado.

"Será que foi tudo algo da minha cabeça?" Sara se perguntou novamente, mas o beijo, a voz de Miranda, seus lábios sujos de terra pareciam contradizer isso. Não sabia mais como seriam suas aulas daqui para frente, teria que sobreviver e agora ela sabia que Miranda estaria sempre com ela, mesmo que não fisicamente. Era uma sensação estranha, Sara gostaria tanto de saber o que ocorrera com a amiga, esse mistério todo.

"Miranda, não se preocupe." Pensou Sara. "Eu farei minha parte."

Assim, se retirou da estufa, prometendo a si mesma que continuaria na escola custe o que custar, estava tudo uma bagunça no momento, esperava que tudo se ajeitasse. Miranda prometera que iria revê-la, ela mal podia esperar.

Certamente sua família se preocupava com ela, foi estranho ela ter mencionada isso na estufa, a única coisa que ela havia dito é que estava cansada da escola. Sara não sabia onde Miranda havia se metido, mas se recusava a acreditar na sua morte.

"Miranda, por favor. Retorne." suplicou Sara.

Miranda havia dado sua palavra para Sara, ela tinha certeza disso.

Só esperava que onde quer que ela esteja, que estivesse bem.

Aug. 18, 2020, 6:19 p.m. 0 Report Embed Follow story
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