juh_b Juliana Brito

Jill Valentine é uma jovem cantora e pianista sonhadora. Chris Redfield é um jovem advogado também sonhador. Em uma noite qualquer, os caminhos deles se cruzam. E embalados a amor e música a história deles jamais será a mesma. Valenfield - Universo Alternativo


Fanfiction Games Not for children under 13.

#Jill-Valentine #inkspiredstory #Chris-Redfield #Valenfield
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Don´t stop beliving

New York – Julho 2016 – Jill Valentine


— Oi pai, hoje fazem cinco anos que você não está mais aqui comigo, as pessoas disseram pra mim que ficaria mais fácil com o tempo, mas é mentira, fica mais fácil disfarçar com o tempo, mas a dor da saudade só fica mais forte. Mas eu prometo que vou continuar de pé e ser a mulher forte que você me criou pra ser, hoje à noite eu vou cantar a sua música preferida, e eu sei que onde quer que você esteja, estará me vendo, até mais papai, eu te amo e sinto sua falta.

Coloco a rosa no túmulo dele, deposito um beijo em minha mão e toco na foto do meu pai, em que ele aparecia sorridente como sempre, na lápide estava escrito “Dick Valentine, homem bondoso, pai amoroso”, enxugo as lágrimas que insistiam em cair mesmo depois de cinco longos anos, e naquele ponto eu já havia entendido que iriam cair para sempre, depois disso, caminho de volta a estação, para pegar o metrô e voltar pra casa.

Abro a porta do meu pequeno apartamento, que apesar de pequeno, era necessário que eu trabalhasse em dois empregos para pagar o aluguel e ainda assim eu dividia com a minha colega de quarto, que é uma pessoa maravilhosa e nos damos muito bem, mas quando vou passar pela sala é com o namorado dela que dou de cara.

— Bom dia, Kevin.

— Jill, e aí?

Dou um sorriso e vou até a cozinha pegar um café pra mim, gosto de Kevin, mas a nossa amizade se baseia em um encher o saco do outro, e as vezes nos unimos pra encher o saco da Cindy, é divertido, não tanto para ela. Quando chego no cômodo, lá está ela fazendo suas maravilhosas torradas.

— Bom dia, Cindy.

— Bom dia Jill, esqueci de te avisar que o Kevin ia dormir aqui, foi mal.

— Não tem problema, eu ouvi os barulhos e coloquei meu fone fica tranquila, mas só uma dica: Vocês não são tão silenciosos quanto pensam.

Rio vendo-a ficando vermelha e sem saber como esconder isso.

— Bem, mudando de assunto, você saiu cedo, onde foi?

— Ah... visitar o túmulo do meu pai.

— Ah é verdade, hoje fazem cinco anos né? E aí, como você está?

Ela pergunta fazendo um carinho em meu braço.

— Bem... Quer dizer... É, bem.

Ela me olha com seus olhos amigáveis característicos, e me abraça, onde eu posso sentir todo amor e compreensão do mundo, nos conhecemos um pouco depois da morte do meu pai e posso dizer com toda convicção de que tudo teria sido muito mais difícil sem ela.

— Senta aí, vou fazer torradas pra você primeiro.

Grito em direção a sala:

— Ouviu Kevin? As primeiras torradas são minhas.

Cindy revira os olhos já sabendo o que estava por vir, em segundos ele surge na cozinha.

— Como assim, a minha namorada vai fazer café da manhã primeiro para amiguinha dela ao invés de fazer para o amor da vida.?

— Ah Kevin, não começa, aliás vocês dois parem agora!

Tomamos café da manhã os três, brincando, arremessando coisas uns nos outros e por fim, união de Cindy e eu para fazer o Kevin lavar a louça e nós fomos sentar no sofá conversar um pouco antes de enfrentar o dia.

— É, Cindy...

— Oi.

— Sabe o que é?

— Não.

— É que eu te amo muito, você sabe né?

— Não dá pra você tocar no bar hoje.

— Como assim, amiga? Não dá nem pra tentar?

— Jill, sinto muito, mas essa menina que vai tocar hoje já reservou há duas semanas.

— Mas não há nada, nada, nadinha de nada que minha melhor amiga e chefe das garçonetes possa fazer?

— Não... Nem adianta insitir.

Percebo que vou ter que partir pra chantagem emocional.

— Tudo bem... eu entendo, é que eu queria tocar para meu pai sabe? No dia de hoje, acho que me faria bem.

— Droga...

Ouço ela falar sozinha, sabendo que minha chantagem – nem foi tão chantagem assim porque realmente quero tocar pro meu pai – deu certo, então, vou tomar meu banho para ir trabalhar. Depois de pronta e de pegar a minha enorme mochila com tudo que eu preciso para encarar o dia, saio de casa mandando um beijo no ar pra Cindy que retribuí.

Minhas manhãs são sempre ótimas, eu dou aula de piano para crianças carentes em um centro comunitário e é maravilhoso receber o amor e a gratidão dessas crianças lindas, se eu pudesse eu adotava todas.

As tardes é que são meus problemas, trabalho servindo mesas em um dos restaurantes mais chiques de Manhattan, o que me proporciona um série de momentos “alguém me segure antes que eu parta pra ignorância" nada contra gente rica, é claro, mas boa parte dos clientes daqui são pessoas que acham que podem pisar em todas as outras porque tem dinheiro.

E aqui estou eu, mais um dia, tendo que me lembrar do aluguel e de que é legal ter comida na mesa, especificamente servindo dois caras com ternos que com certeza valiam o que eu ganhava em seis meses, um deles nem olhava pra minha cara, estava distraído demais com o celular. O outro estava reclamando que a comida não estava na temperatura certa, que ele comeu aquele prato em Paris e blá blá blá. Me desculpo, retiro o prato dele e levo de volta pra cozinha muito feliz com meu autocontrole, já que a comida não foi parar na cara dele, sinto meu celular vibrando no meu bolso e me tranco no banheiro pra atender.

— Oi Cindy.

— Quem é a melhor amiga que já teve na vida,cque consegue absolutamente tudo que você pede?

— Você conseguiu?

— Sim, mas olha, não foi fácil, você me deve uma!

— Cobre quando quiser! Obrigada amiga, te amo!

Agora preciso de um plano pra ir embora daqui ensaiar. Saio do banheiro com a maior cara de doente que eu sou capaz de fazer e vou até o gerente.

— Com licença senhor, Lawrence.

— Sim, Valentine?

— Eu devo ter comido alguma coisa que me fez mal, acabei de sair do banheiro e não foi legal o que aconteceu lá, será que eu poderia tirar o resto da tarde de folga? Vai que é contagioso.

— Contagios!? Não posso deixar você perto da minha comida, vai passar pros clientes, e se você infectar os outros funcionários? Vá embora daqui imediatamente! Só volte quando estiver curada!

— Pode deixar senhor, Lawrence, obrigada...

Pego minhas coisas e saio de lá ainda bancando a abatida, apenas até virar a esquina e sair correndo pra pegar o metrô.

Quando chego em casa, respiro fundo, pego um café que sobrou da manhã e sento em frente ao meu piano, amo esses momentos em que sou só eu e ele. Esse instrumento me acompanhou nos melhores e piores momentos da minha vida, é a coisa que faz com que eu me sinta mais perto do meu pai, especialmente no dia de hoje.

Passo o resto da tarde ensaiando e escolhendo as músicas, até que percebo que estava na hora de me arrumar.

Banho tomado, cabelo pronto e maquiagem feita, só falta escolher a roupa, estamos no verão, e essa época do ano é realmente muito quente, as pessoas veem a época de neve e acham que em New York não faz calor, mas nós que moramos aqui sabemos o quanto é escaldante e infernal cada dia do verão!

Decido colocar minha blusa tomara que caia azul, que é a minha cor preferida, e minha saia – ok, mini saia – preta, e pra terminar de compor o “look”, meu par de botas preferidas.

E agora, é só ir para a estação novamente a fim de pegar metrô, porque minha vida se resume a correr pra cima e pra baixo nos vagões da cidade. Até que finalmente chego no bar, já vendo a Cindy trabalhando, servindo as pessoas com toda aquela simpatia dela, e vou conversar com meu amigo e Barman daqui.

— E aí, Carlos?

— Mas olha se não é Jilll Valentine em toda sua beleza com essa saia que derrubou uns três caras desde que passou pela porta até chegar aqui.

— Para seu bobo!

Carlos é um amigo muito querido, Cindy vive falando que ele gosta de mim – de um jeito romântico - mas é só implicância dela, não acredito que seja verdade, ele é só brincalhão mesmo, e fala assim com todas.

Cindy vem até nós e eu a abraço.

— Amiga, o que seria de mim sem você?

— Eu realmente não sei. Ah, o Carlos também ajudou a convencer a chefia.

— Sério? Obrigada! Você não faz ideia de como isso é importante pra mim hoje.

— Está preparada?

— Sim!

— Vou anunciar o show então.

Cindy sobe no palco e pega o microfone.

— Boa noite, eu gostaria de um minutinho da atenção de vocês, por favor, recebam com carinho a pianista e cantora Jill Valentine!

Algumas pessoas aplaudem e Carlos segura minha mão antes de eu subir no palco.

— Esse momento é seu, arrasa!

— Obrigada, querido.

Respiro fundo, subo no palco, e respiro fundo mais uma vez, sempre fico um pouco nervosa para cantar em público, mas quando eu me sento e toco a primeira nota no piano, todo nervosismo se vai, só existe eu e a música ali, e foi indo faixa por faixa, ouvia alguns aplausos, algumas pessoas nem estavam prestando atenção, mas não importa, porque pra quem eu estou tocando, eu tenho certeza que está me ouvindo. Até que enfim, o momento chega, última música, “Don't stop belivin’” a música preferida do meu pai, é difícil segurar a emoção, porque me lembro de todas as vezes em que cantamos essa música juntos, essa foi a minha homenagem pra ele no dia de hoje.

Termino o meu “show" - feliz por ter conseguido não chorar - ouço alguns aplausos e desço do palco me sentindo tão leve, mais leve ainda quando o Carlos me abraça me levantando do chão.

— Parabéns Jill, sou seu fã!

— Obrigada Carlos, mas se não for muito incômodo, me coloca no chão por favor.

Cindy vem até nós.

— Jill, parabéns...

— Obri...

— Está vendo aquele gato sentando ali? Pois é, ele ficou me fazendo perguntas sobre você enquanto cantava, agora você vai lá e conversa com ele.

— Ah Cindy, mas...

— Sem “mas”.

Cindy me empurra daquele jeito “delicado" dela e eu quase caio no colo do moço, que meu Deus do céu ele é lindo mesmo! E tenho a impressão de já tê-lo visto antes

— Desculpe, eu... tropecei.

— Sem problemas, aliás, eu sou Chris Redfield, muito prazer.

— Jill Valentine.

— Você é uma ótima cantora, parabéns.

— Obrigada. Você é daqui da cidade? Nunca te vi por aqui.

— Não, eu sou de Winchester, Virgínia. É, sou um cara de cidade pequena. Morei em Massachusetts durante a faculdade, cheguei em New York essa semana, a empresa que eu trabalho me transferiu pra cá temporariamente.

— Harvard?

— Sim. Recém formado.

— Parabéns, o que você faz da vida?

— Sou advogado.

— Chique...

— E você?

— Bem menos chique, isso eu garanto. Eu trabalho em um centro comunitário de manhã e em um restaurante a tarde, rockstar a noite.

Ele abre um sorriso tão maravilhoso que eu torço para que eu não tenha ficado com muita cara de boba.

Cindy vem até nós com duas bebidas.

— Com licença, trouxe dois drinks por conta da casa, aproveitem.

Ela se abaixa e fala no meu ouvido:

— Tenta disfarçar a cara de boba.

Chris e eu ficamos mais um tempo conversando, rindo, pulando de um assunto para outro em uma naturalidade tão grande, sabe quando você nem vê o tempo passar? Parecia que já o conhecia há um tempão. Ficamos por tanto tempo conversando que a Cindy veio avisar que o bar ia fechar.

— Quer que eu te leve em casa?

Olho para Cindy atrás dele parecendo uma macaca gesticulando “sim”

— Ah... obrigada, mas não precisa.

Cindy me olha reprovando.

— Mas se você quiser me acompanhar até eu encontrar um táxi eu agradeço.

— Claro, vamos lá.

Começamos a andar pelas ruas praticamente desertas.

— Você sempre foi daqu,i Jill?

— Não, sou de Portland, moro aqui desde que meu pai faleceu.

— Ah, sinto muito.

— Obrigada. Está gostando da cidade?

— Sendo bem sincero? Não. Muito barulho e muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, gosto de paz e tranquilidade. Mas, mudando de assunto, você é muito boa tocando e cantando, e como você mora aqui, nunca pensou em ser atriz da Broadway ou algo assim?

— Não! Amo música, e musicais também, mas não sou atriz, embora eu merecesse um Oscar pela cena que fiz para meu patrão hoje... Pera aí! Já sei de onde eu lembro de você! Eu te servi no restaurante hoje. Você estava com o cara chato que reclamava da temperatura do prato, mas você nem olhou para minha cara.

— Desculpe, é que... Eu estava fingindo estar ocupado pra não ter que lidar com aquele cara, ele é um chato mesmo.

— E você não?

— Eu garanto que não. Onde você mora?

— Brooklyn, e você está morando onde?

— Upper East Side.

— Definitivamente chique. Olha, o táxi está vindo.

Dou sinal para o táxi que estaciona e antes que eu entrasse, Chris pergunta:

— Você pode me passar seu telefone? Já que foi a primeira pessoa legal que conheci aqui.

— Faz assim, me passe seu telefone. Pra você sentir um pouco do que as mulheres sentem ao esperar a ligação.

Entrego meu celular para ele anotar o número.

— Tudo bem. Mas você vai me ligar mesmo?

— Como eu disse na música: Don’t stop beliving senhor Redfield.

Entro no táxi ainda nas nuvens, já passei por tantas experiências ruins no quesito amor, que hoje me protejo ao máximo.

Mas quem sabe não saí algo bom daqui? As palpitações do meu coração, dizem que sim.

Aug. 16, 2020, 6:53 p.m. 0 Report Embed Follow story
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