johnny-monteiro1595991897 Johnny Monteiro

John é um vampiro com mais de 200 anos, cansado de uma existência longa e sem fim, ele começa a narrar suas memórias, em especial uma iniciada em 1987: Em uma noite fria de Outono, ele conhece em um bar o jovem e atraente mortal Rick Williams. John logo cria uma forte afeição por ele e para viver o amor por Rick, ele criará uma teia de armações perigosas para todos que se opuserem no caminho. Uma história de amor e obsessão, com paixão, sexo, guerra e sangue.


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Capítulo I: o bar da rua 23

Como devo me apresentar? Bom antes de mais nada, eu sou um vampiro, e não, definitivamente não sou o mocinho da história.

Já estava acostumado com minha sorte, meu destino e tudo que deles faziam parte, a solidão das noites, a morte como uma dadiva dos mortais e a vida eterna como a maldição dos eternos.

Eu viajei pelos quatro cantos do mundo, já devo ter ido a todos os lugares que se possa pensar ou mesmo imaginar, então quando tudo começa a se tornar tão vazio e “ igual “ aos olhos, você decide escolher um lugar, um ambiente para chamar de “ lar”, e assim fiz. Mas antes desse final melancólico e merecido, eu trilhei um longo caminho, até mesmo antes da história que vou começar a narrar sobre um momento da minha existência.

Era final de Outono de 1987 quando resolvi findar raízes na velha cidade de New York, é estranho, já estive por diversas vezes na capital cosmopolita do mundo, e sua diversidade étnica, sua eterna modernização, os arranhas céus que a cada década ficavam maiores, eu precisava de tudo aquilo para me manter ainda “ vivo”, se é que posso dizer que estou.

Mas diferente do habitual, não escolhi nenhum hotel cinco estrelas com um grandioso requinte, dessa vez escolhi um pequeno hotel, simples, porém acolhedor, talvez ferisse o sobrenome dos Von Sciver, mas confesso que essa parte até me dava uma certa satisfação. A vizinhança também não era das mais acolhedoras, entretanto a criminalidade alta da região eram um certo fascínio.

_ deveria usar um casaco senhor Von Sciver, li no jornal que está noite fará muito frio, e olha que ainda nem estamos no inverno. Dizia a velha senhora que ficava na recepção, sempre muito gentil e observadora.

_ talvez tenha razão, por sorte sempre carrego um no carro, mas obrigado pela preocupação. Lhe respondi educadamente.

_ desculpe me intromete, mas vestido assim e com a sua aparência, o senhor vai chamar muita atenção, bom é um bairro perigoso, não temos muitos brancos por aqui sabe. Falou ela um pouco tímida, mas aparentemente preocupada com minha segurança.

Meu estilo é uma coisa que nunca mudo, sempre optei por um bom traje social, preto na maior parte do tempo, quanto a minha aparência talvez não fosse das mais discretas no Brooklyn dos anos 80. Meu tom de pele era um branco marfim pálido, algo que dava um grande contraste com meu cabelo negro, quase sempre penteado para traz, meus olhos azuis cintilantes em excesso tão chamativos quanto de um felino completavam minha aparência estranha e nada convencional para o ambiente em questão, mesmo assim, foi o bairro que escolhi para passar o tempo.

_ não se preocupe, acho que poderei me cuidar bem. Respondi a ela com um sorriso gentil.

E assim sai, entrei no carro, era de fato uma noite fria demais, quase não se viam pessoas pelas ruas.

_ caso queira uma dica, vá a um bar no fim da rua 23, lá talvez o senhor se cinta mais à vontade. Gritava ela me dando tchau na porta do hotel.

Dirigi um pouco e adentrei na tal rua 23, era bem soturna, mas nada que realmente pudesse assustar alguém como eu, estacionei no em uma esquina. Para não chamar a atenção coloquei um casaco preto que sempre deixo no carro, era uma noite gelada, eu não sentia frio, mas os humanos sim, optei em “ parecer normal”.

_ mas olha só, isso não é hora do garotinho ta na cama? Falou um homem negro que estava com outros dois, um negro também e outro aparentemente porto-riquenho.

Eles riam de mim enquanto eu entrava no tal bar.

_ identidade. Indagou um segurança do local, isso era comum acontecer comigo, minha aparência era de um garoto de 16 ou 17 anos, mas é claro que documentos falsos eram parte da vida de um imortal.

_ 21, hummmm, pode entrar. Falou ele olhando minha identidade e duvidando.

Agora entendi o porquê da velha senhora me indicar o tal local, era bem miscigenado, haviam brancos, negros, latinos, acredito que ela temia por minha segurança se eu fosse parar em um bar negro, naquele tempo as rinchas étnicas eram muito fortes nos Estados Unidos.

Ao que parecia um show ao vivo já iria começar, decidi sentar em uma mesa próxima do centro, posicionado na direção do artista que ali viesse, ao que tudo indicava eu era o único a me importar com isso, a maioria só bebia, jogava bilhar e fumavam.

_ o senhor deseja beber o que? Perguntou uma bela garçonete loira, não muito mais velha que eu ( na aparência pelo menos).

_ um wisk por gentileza. Respondi. Nesse momento outros próximos que já me observavam desde minha entrada riram.

_ desculpe senhor, aqui só vendemos cerveja. Falou ela sorrindo educadamente e meio nervosa.

_ tudo bem, traga isso então. Conclui, ela se retirou e o show começou.

_ senhora e senhores, está noite, ele que é meu parceiro, meu amigo e de todos vocês, Rick Williams. Falou um velho que parecia ser o dono do bar, anunciando o artista.

Ele adentrou e naquele momento todas as pessoas ao meu redor desapareceram, meus olhos, minha audição, todos os meus sentidos se direcionaram para ele, Rick Williams, foi uma sensação que eu não sentia a muito tempo. Como era belo e encantador ao andar e se posicionar em frente ao microfone segurando seu violão, Rick era bem alto, forte, seus cabelos loiros caindo na testa, a pele bastante bronzeada, deduzi que não era de New York, aparentemente da Florida ou algo parecido, era de fato um belo rapaz, apesar das vestes surradas, se via a beleza.

_ boa noite a todos, para iniciar essa noite, uma canção em homenagem a alguém muito especial que está aqui. Falou Rick olhando para um grupo em outra mesa, onde haviam uns 6 jovens, entre eles uma moça de cabelos cacheados loiros com mechas coloridas e vestida como se fizesse parte do elenco de Madmax.

Ele começou a cantar e fiquei fascinado, seus olhos verdes eram quase sempre direcionados para a tal mulher jovem, mas os meus, completamente fixados para ele.

_ Oh, why you look so sad, the tears are in your eyes,
Come on and come to me now, and don't be ashamed to cry,
Let me see you through, 'cause I've seen the dark side too.
When the night falls on you, you don't know what to do,… Cantava ele, um grande sucesso dos Pretenders “ I´ll stand by you”. Nada poderia ser mais perfeito.

Então para minha sorte talvez, seus olhos pela primeira vez se cruzaram com os meus, ele me olhou fundo, sim, ainda que tudo aquilo não fizesse sentido, eu já não conseguia mais parar de observa-lo, eu que por séculos hipnotizei, agora estava hipnotizado.

_ ... I'll stand by you, won't let nobody hurt you,
I'll stand by you, baby even to your darkest hour,
And I'll never desert you,
I'll stand by you…Ele cantava e por um breve momento foi como se a vida voltasse a mim na forma humana de ser, como sentir meu coração outra vez.

No fim vieram os aplausos, eu ainda hipnotizado por ele, apenas o observava. Mas o encanto foi quebrado quando ela subiu ao palco e o beijou na boca.

_ eu quero casar com você hoje, agora. Falou ela sorrindo eufórica e segurando seu rosto.

_ agora não tem jeito Rick kkkk. Falava um dos amigos e os outros riam em apoio e um pouco de gozação.

_ sua bebida senhor. Falou a garçonete que me serviu e ficou olhando meu olhar agora nada gentil, apenas frio e ameaçador para a jovem namorada de Rick.

_ então está decidido, em duas semanas, e todos convidados. Falava Rick sorrindo.

Resolvi beber minha bebida em um único gole e sair, dei uma boa gorjeta para a garçonete que agradeceu. Já na porta ela veio correndo.

_ senhor, senhor, espere por favor. Falou ela aflita.

_ algum problema? Perguntei ainda um pouco seco e irritado.

_ senhor, deve ir embora rápido, o senhor aparenta ser rico e chamou a atenção, ouvi alguns homens comentando que o aguardariam na esquina, precisa correr e fugir. Falou ela angustiada.

_ onde será o tal casamento do jovem cantor e da moça desesperada? Perguntei de forma imperante.

_ o senhor não me ouviu sobre os homens que... Falava ela ainda nervosa.

Então comecei a usar o velho dom da hipnose vampírica, não é nada demais, apenas nossos olhos brilham um pouco mais, nossas pupilas diminuem e a vítima fica sobre nosso total poder para responder tudo.

_ me conte tudo o que sabe sobre eles, o casamento, tudo. Eu falei lhe hipnotizando.

_ Rick e Andrea se conhecem a uns meses, desde que ele chegou na cidade a um ano, parece que veio do Arizona, começaram a namorar, ela é um pouco mais velha que ele pelo que sei, vão se casar na praia Brighton Beach, esse fim de semana irão visitar um risote por lá para organizar a cerimonia.
_ na praia? Em pleno outono quase inverno, estranho. Indaguei.
_ é um sonho ou capricho dela, a cerimônia será de dia. Continuava ela.
_ entendi, um velho capricho, obrigado, volte para dentro e esqueça assim que cruzar a porta sobre nossa recente conversa. Falei, ao momento que atravessou a porta a hipnose foi quebrada.
Então se casariam na tal praia de Brighton Beach, e nesse fim de semana viajariam juntos para o local, meus pensamentos precisavam se organizar e só havia um meio para isso.
_ olha só quem apareceu, demorou muito. Falou um homem alto de jacketa preta e segurando uma barra de ferro na mão.
_ achamos que ainda estava babando por Rick, bicha. Falou outro, um negro um pouco gordo e com um canivete.
Havia mais um com eles, os três riam e se dirigiam a mim.
_ eu até toparia pegar apenas sua carteira, mas tem uma coisa que eu odeio demais, são vocês gays, ainda mais um branquelo rico como você. Falou o primeiro.
Eu fiquei apenas parado os observando se aproximar, meu rosto era frio e calmo.
O primeiro ergueu a barra de ferro e direcionou um golpe a mim, em um movimento rápido e imperceptível aos olhos humanos desviei, os outros dois aterrorizados apenas viram a cabeça do amigo decapitada voar longe do corpo.
_ mas que porra é essa? Falou o gordo.
Antes de dizer qualquer outra palavra eu arranquei seu coração em um único golpe, cravei minhas presas que aumentavam de tamanho e perfuravam aquele coração cheio de artérias e veias, o sangue do homem percorria todo meu corpo e me dava uma sensação de prazer e orgasmo.
O terceiro homem caído no chão com medo e chorando nada dizia, seu choque era maior que a força por pedir socorro.
Me dirigi a ele, segurei seu rosto e olhei seus olhos.
_ quantos anos você tem ? Perguntei.
_ vinnnnnte, não me mate por favor. Falava ele chorando e implorando.
_ há os vinte anos, como são lindos, eu lembro dos meus, foi em 1832, mas ainda posso fechar os olhos e sentir o aroma da juventude no meu velho país tropical, quente, o sol tocando minha pele, obrigado. Falei.
_ obrigado pelo que? Perguntou ele ainda chorando.
_ por me fazer lembrar. Respondi então cravei meus dentes em seu pescoço, sugando toda a vida daquele corpo jovem de 20 anos.
Depois fui embora, o dia logo amanheceria, entrei no hotel decidido qual seria meu próximo passo.
_ senhor Von Sciver, eu estava preocupada. Falava a velha senhora.
_ posso usar o telefone? Perguntei, ela disse que sim, se retirou, seu turno logo acabaria e pela manhã chagaria outra pessoa para substitui-la.
Resolvi entrar em contato com um velho conhecido.
_ gostaria de falar com o senhor Adam Walker por favor, diga que se trata de John Alexander Von Ssciver. Falei ao telefone com alguém.
Minutos depois.
_ hora, hora, como você é formal demais John, a quanto tempo meu amigo. Falou Adam.
_ preciso de você. Respondi.
Fim do primeiro capítulo.
July 29, 2020, 3:41 a.m. 0 Report Embed Follow story
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