"Você gostaria de ouvir a minha voz.
salpicada de emoção.
Inventada em seu nascimento."
— Nirvana - Oh me
Sophie Martins
Minha vida está totalmente uma bagunça ultimamente. Umas coisas dando certo e outras errado...
Não gosto de parar pra pensar nessas coisas, mas quando paro um segundo são muitos pensamentos que para mim, não fazem sentido algum e assim, acabo me desligando completamente de mim mesma, ficando farta de tudo e sem forças para continuar.
Já que estou contando a história de minha vida, nada mais justo que saibam quem eu sou e o início dessa história.
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Glenda Martins
— Droga, droga! Atende, por favor! — gritei comigo mesma.
— Alô, quem fala? — perguntou uma voz preguiçosa, do outro lado da linha.
— Droga, Robert! Sou eu; a nossa filha vai nascer!
— Aí, meu Deus! — disse assustado.
— Eu estou indo imediatamente. Aguente firme, querida! — desligando o celular e me deixando sem reação.
As contrações estavam muito fortes e a bolsa estava para romper. Ele demorou apenas alguns minutos, porém o suficiente para me deixar nervosa.
Dores tomavam conta de mim, eu não aguentava mais. A bolsa iria se romper a qualquer momento.
Precisava ir para o hospital agora!
— Pega a minha mala da maternidade! — Gritei ofegante, me segurando para não chorar.
— Ok, ok. — Disse pegando rapidamente, a grande bolsa com roupas e utensílios.
O caminho para o hospital não foi demorado e sim, bem dolorido. Por sorte, a bolsa estava aguentando e eu, me esforçando para não chorar ainda.
Chegando lá, Robert levou meus documentos e foi me registrar enquanto, dois enfermeiros me socorriam em uma cadeira de rodas e me encaminhavam para a sala de parto.
Robert, infelizmente, não pôde entrar comigo; ele ficou alojado na sala de espera.
Eu sabia que ele queria ver o nascimento da nossa filha, mas por normas da sociedade ele não era nada meu definitivamente porque não tínhamos casado no papel. Então, o hospital não permitiu sua entrada.
Eu estava dando o meu melhor no trabalho de parto, mas já estava me sentindo derrotada e não sabia se teria forças para trazer a minha menininha à vida. E foi quando eu estava prestes a desistir que o médico me disse que ela tinha nascido.
Era tão linda
No momento em que a vi, me apaixonei completamente e senti medo... Medo dela crescer, de ser machucada de alguma forma. Eu queria protegê-la e escondê-la do mundo; queria preservar sua inocência para todo o sempre.
Então, me dei conta de que o médico e os enfermeiros já estavam de volta a seus afazeres como se aquilo, aquele momento fosse comum, o que realmente deveria ser com suas rotinas.
Avistei Robert entrar correndo na sala e parar bem ao meu lado. Não sei explicar a sua expressão ao ver nossa filha — ele sempre me disse que queria uma menina — eu nunca o vi tão feliz.
— Ela é tão linda. — Disse enquanto encarava a pequena menina em meus braços.
— Igual a mãe — Ele disse.
— Ela tem os seus olhos! — Exclamei baixo.
Ele sorriu radiante, amando toda aquela situação.
Nunca imaginei que estaria, algum dia, aqui nesse momento. Mas hoje não consigo ver as coisas diferentes... O destino reservou algo diferente para mim, para nós...
Eu odiei isso de primeira; odiei ver meus planos indo por água abaixo. Não planejei me apaixonar, muito menos por Robert... Foi algo instantâneo e repentino, tão intenso e arriscado.
Mas agradeço por ter arriscado tudo e, hoje vejo que minha vida é mil vezes melhor que a vida que eu planejei ter. Planejei tanto uma vida perfeita, que esqueci que a felicidade está nas coisas mais simples e imperfeitas; porque a felicidade é inevitável.
Levantei um pouco a cabeça e perguntei a ele:
— Como você soube que estava apaixonado por mim?
Ele olhou nos meus olhos e sorriu de lado.
— Não sei como nem porque... Mas soube que você era diferente e... Oh, Deus! Como eu agradeço ao meu amigo Lucca por ter me obrigado à ir aquela bendita festa... Onde nos conhecemos. — ele sorriu ainda mais.— Então, a partir dali eu sabia:
Eu estava apaixonado!
Eu já me encontrava aos prantos.
Ele passou as mãos pelos cabelos, como fazia quando estava envergonhado. As suas palavras flutuavam na minha mente enquanto eu tentava absorvê-las mas, por algum mísero motivo, um nome em si veio à tona em meus pensamentos e eu já sabia seu objetivo.
— Sophie. Deixei escapar.
— O quê?
— O nome dela — Olhei para aquela bebezinha em meus braços. — Será Sophie.
Sophie era o nome da minha avó. Quando eu era pequena, sempre ia visitá-la e nós conversávamos muito enquanto tomávamos uma boa xícara de chá; sempre disse à ela que um dia encontraria meu príncipe - encantado e casaria com ele, íamos morar em um lindo castelo onde ela, minha avó, seria a rainha e viveríamos felizes para sempre.
Infelizmente, ela morreu antes de conhecer meu príncipe e nunca conhecerá a minha princesinha. Mas ela continua sendo minha rainha e, por isso homenageei minha filha com seu nome.
Robert conhecia a história de minha avó porque eu falava muito dela e amou o nome; mesmo não a conhecendo pessoalmente, ele a considerava como se conhecesse.
Um tempo depois, nossos familiares chegaram para conhecer Sophie. Todos a adoraram.
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Primeiro livro! Espero que gostem e se gostarem deixem seu gostei e comentários. Obrigada!
Thank you for reading!
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