“Está frio. O sol brilha lá fora mas aqui, dentro do meu peito e que escorre pelos meus braços nus, está frio. Cinquenta e dois anos juntos. O que eu mais quero é a sua companhia de volta, ouvir o portão abrir e correr para te abraçar depois de um dia cansativo de trabalho, sentar ao seu lado em uma refeição juntos. Estou com saudades. Sinto sua falta. Eu queria poder ter tido mais tempo ao seu lado, querido. As lágrimas me fazem companhia mas vou tentar cumprir com o prometido: me cuidar.”

Quando você se foi Os anjos não choraram Às nuvens não choveram Não lhe procuraram Não gritaram seu nome Os médicos não notaram Ninguém mais te viu Além de mim Seu rosto pálido e doente Sussurrou para mim Disse o universo em uma frase Destruiu meu mundo Com um único adeus

Existem sentimentos que nos corroem demais por dentro, causam frio na espinha e pesar no coração. Não se trata de querermos ou não sentir, mas de inevitavelmente fazê-lo enquanto dilaceram nossa alma e levam embora toda a vida que ainda nos restava. É triste dizer e sentir que tudo acabou, mas, infelizmente, tudo se acaba algum dia, incluindo nós mesmos.

Desculpe-me se afastei de você, mas era necessário. Eu vi que você passou a semana inteira ligando para mim e não atendi. Sei que você deve estar achando que aconteceu algo comigo, mas nada aconteceu e que eu cansei de esperar por você. Cansei de ser somente a sua segunda opção. Quando tudo está bem, você não se lembra de mim e quando responde as minhas mensagens, elas são tão frias e tão vazias, que acho que fiz algo de errado. Desculpe se fui embora sem dizer adeus, mas era necessário

E se? E se eu pudesse te ver de novo? E se eu soubesse pedir desculpas? E se você me ouvisse? E se você olhasse pra mim? E se fosse só uma última vez? E se? E se eu quisesse? Olha pra mim.

Certamente criar constantemente rotas de fugas e rotas de boas-vindas nos braços do adeus, é um processo interessante, um apelo feito à força do pensamento para se evitar grandes pesadelos atenuando assim um benfazejo prazer, construir um império com fragmentos de tijolos cedidos pelo coração ♥ não há riscos aos pobres e ricos, num mundo de risos híbridos.

Certamente criar constantemente rotas de fugas e rotas de boas-vindas nos braços do adeus, é um processo interessante, um apelo feito à força do pensamento para se evitar grandes pesadelos atenuando assim um benfazejo prazer, construir um império com fragmentos de tijolos cedidos pelo coração ♥ não há riscos aos pobres e ricos, num mundo de risos híbridos.

Sentado no banco da estação, olho a minha pequena bagagem. Uma mala surrada e uma bolsa carteiro contendo a minha triste história. A chuva começou a cair e molhar o meu terno, porém não ligo para isso. O trem chegou, e eu entrei sozinho. Encostei a cabeça no vidro e chorei silenciosamente, porque entendi a sua resposta, e ela doeu.  Ele sabia que era a nossa chance de sermos felizes, mas preferiu o nosso adeus. Com o coração partido segui viagem, pois aquele era um bilhete sem volta para casa.

É oficial, ele está de volta. Exatamente como previ anos atrás. Me pediu perdão, queria poder voltar no tempo, mas não pode. Ele lembrava todos os meus nomes, nossas conversas e brincadeiras, era o namorado quase perfeito que fez uma merda grande e sumiu. A questão aqui é o tempo que passou, o quanto mudei e amadureci e mesmo tendo amado profundamente há uma mágoa terrível entre nós, e um pedido de casamento feito há 2 semanas. Agora que sou outra pessoa e estou noiva ele voltou. Porquê...

Ela abriu os olhos e chamou-me. Levantei-me da cadeira e encostei minha testa na dela, sorrindo. Sorriu-me de volta, docemente. Suspirou. Ouvi o chiado de seu peito, forçando-se para falar: — Você me perdoa? Por tudo? — Não tenho o que perdoar. Tudo o que a senhora fez foi pelo meu bem. Ele tinha condições de ficar comigo… Ela tossiu e segurou minha mão. — Será que você pode me chamar de… — Mãe. — Ah… é tão bom ouvir… Ela fechou os olhos, saboreando o som da minha voz e, nunca mais os abriu.

Será que os mortes dizem a verdade? Será que antes de morrer você me disse o que eu queria ouvir? A dor estava em meu peito, era muito grande, te vi morrer muitas vezes nos meus sonhos, mas nunca pensei que ver você caído ao meus pés iria me machucar tanto. Lembro muitas vezes em que você me disse: um dia alguém iria só reconhecer o meu valor quando eu partir, mas eu nunca pensei que seria eu. Antes de você fechar os olhos e dizer adeus, você me disse sobre aquela tempestade de flores: eu te amo

Estou andando sem olhar para trás. Mesmo de longe consigo ouvir os berros dela, implorando para que eu volte. Quem disse que relacionamento abusivo é somente amoroso? Estou seguindo com o rosto molhado, mas não ouso me virar. Não dessa vez. Minha mãe pode gritar o quanto for, insistir para que eu volte, mas não vou voltar a sofrer naquela casa. Foram anos de dor. Chegou a hora de seguir em frente, com lágrimas e tudo. Seus gritos ainda eram audíveis quando sentei no último banco do ônibus.

Ainda estou confusa com tudo o que está acontecendo. Não consigo acreditar que você foi embora sem se despedir de ninguém. Eu estava magoada com você, e agora? Nunca desejei que você fosse, mas você foi e não tem mais o que eu fazer. Só me resta desejar que esteja a em um bom lugar.