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Reflexões nascidas a partir da conversa com Allana


Acabo de perceber, após um conversa sobre o futuro, após dar conselhos, e após ouvir conselhos em um recital de poema, o quão difícil é ser verdadeiramente tocado por um ensinamento. Recentemente, li uma frase que foi creditada a Buda: "Algumas coisas não podem ser ensinadas, elas devem ser experenciadas".

O poema "Use filtro solar", de Mary Schmich, trata de uma série de sugestões sobre como um jovem deve aproveitar sua juventude, e a importância de fazê-lo. Ao mesmo tempo, me vêm à mente uma série de recordações: os conselhos de um amigo próximo, um texto que meu irmão me escreveu, os conselhos que dou às minhas pessoas queridas. Eu não espero, nesse texto, oferecer ao leitor uma conclusão sobre tal assunto - para mim, o barato da arte é a subjetividade do espectador -, quero apenas deixar aqui minha reflexão. Quantos conselhos ouvimos na juventude? Quantos conselhos damos aos mais novos? Quantos somos capazes de reter e aplicar em nossas vidas?

Tal como Buda disse, sou capaz de listar uma série de coisas que dizia saber, porém, só descobri seus significados verdadeiramente a partir de minhas vivências. Minha irmã caçula disse "Tudo o que você me falou, eu já pensei...". Imediatamente lembrei de ter proferido a mesma frase ao meu pai. Nós sempre dizemos entender algo que ouvimos, e, de fato, até conseguimos enxergar um fundo de sentido e verdade, mas jamais seremos capazes de compreendê-lo em profundidade até experenciarmos.

"Oh, sim!", foi o que disse ao ouvir o poema, recitado por Antônio Abujamra (recital ao qual tomei ciência a partir de um amigo que muito admiro e considero sábio, diga-se de passagem ). Sim, concordei com suas palavras! Eu, uma jovem prestes a completar 23 anos, enxergo o fundo de sentido e verdade no poema, contudo, serei capaz de reproduzí-lo? Serei eu, uma jovem que convive desde bem cedo com responsabilidades, capaz de me cobrar menos? Capaz de me aceitar mais? Capaz de curtir a alegria e energia de minha juventude?

Entenda, esse não é um texto melancólico, escrevo-o para mim tal como um desafio, pois quero experenciar, viver, ser capaz de me alegrar em minha juventude. Tal escrito, por fim, me parece um conselho para mim mesma. E que eu seja capaz de seguí-lo!


Feb. 28, 2020, 2:27 a.m. 0 Report Embed 0
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