Nem todos os personagens foram criados para que pudéssemos amar, admirar ou sequer respeitar, apesar disso todos eles, sempre tiveram e sempre terão o que ensinar...

Eu não queria ter sido grosseiro com ele, pelo menos não foi minha intenção proposital, mas ele devia se pôr em seu lugar e começar a pensar que tudo e todos havia limites. Humor negro não era para o gosto de todos, a princípio não devia nem existir! Esperava do fundo do meu coração que, com o gelo que ele iria ganhar de mim dali em diante, começasse ponderar mais sobre o que dizia para as pessoas. Existia um limite para piada e, quando ultrapassado, já se tornava Bully.

"Queria ter permanecido ali por mais tempo" pensei. Todavia ao mesmo tempo não conseguia ignorar as coisas que poderia aproveitar para fazer se eu não ficasse mais tempo ali. No fim, era como um juiz julgando a si mesma, o corpo queria ficar, mas a mente não. O corpo queria sentir-se ser abraçado, mas a mente queria começar a por em prática seus planos. Desistindo do que devia ou não fazer, levantou-se e olhou com um olhar de despedida para cama. Amanhã poderia ficar mais tempo, acreditava

Apesar de inúmeras coisas atraírem sua atenção, jamais imaginou que aquilo que ela havia escolhido para si seria tão especial igual estava se tornando. Ela havia encontrado dentro de si mesma um novo caminho para seguir, um novo rumo ao qual tomar. E a partir daquilo uma nova pessoa ela estava se tornando.

Na mesma proporção que os dias eram bons, leves e agradáveis, o cansaço se fazia presente. Corroia primeiro a vontade de comer, depois a de levantar. Mas a verdade mesmo era de que apesar do corpo sempre estar pesado ele tinha aquela sensação de missão cumprida para passar.

"Mas o que se será de mim, além dessa única casca vazia, que apesar de ter mil e um sonhos, não consegue ir de encontro a nenhum?! Eis que espero um milagre? Mas que milagre seria maior do que o fato de poder sonhar?! Talvez eu não saiba, mas esperar que alguém caminhe com minhas pernas não é um milagre e sim esperar que alguém viva meu sonho para poder dizer que eu consegui, sem nenhum esforço no fim."

Alguns diriam que o paraíso se encontrava no céu, cercado de árvores, gramas aparadas e alguns conseguiriam até mesmo imaginar uma plantação de girassois. Outros diriam que o paraíso era ver suas metas cumpridas, casa limpa, dispensa cheia, netflix e nenhum aborrecimento para lhe entristecer o dia. Para mim, o paraíso era uma mistura de ambos com um toque de vida e uma pitada de sonhos que gostaria de viver um dia.

Meus passos eram vagarosos, tão devagar quanto minhas engrenagens do cérebro de manhã ao acordar. Mas o que me impulsionava a continuar sempre em frente, era o desejo de dar cada vez mais um passo em direção aos meus próprios sonhos. A cada passo, mesmo que lento, uma conquista e a cada conquista, uma vontade de continuar sempre seguindo em frente.

Finalmente, depois de longos anos, ele decidiu que era hora de voar com suas próprias asas. Na primeira oportunidade que teve, pulou pela portinhola aberta e bateu suas asas como nunca havia feito antes. Decidiu que era hora de começar a ver o mundo com seus próprios olhos e sentir texturas novas com seu bico. Decidiu que acima de tudo, agarraria com seus pés a felicidade e voaria sempre de encontro a ela.

Meus dias que eram regrados por calmaria e rotina, viraram coisas de ponta cabeças. O que eu simplesmente odiava! Mas então não se contentando somente com isso, você veio, fez uma de suas travessuras e antes que eu pudesse simplesmente brigar com você, você me sorriu, aquele sorriso banguela, que faz com que eu sinta uma enorme necessidade de te esconder do mundo e de todos. Tudo isso porque você me sorriu, me sorriu um sorriso que sem palavras, me mostrava o quanto eu ainda iria morrer por você

... Uma linda menina, cheia de sonhos e vontades. Decidiu que iria cumprir um de seus sonhos tão logo que não percebeu que perdeu os restos de seus dias quando se amarrou a alguém que a impediu de sonhar mais uma vez.

Se Fernando pudesse comparar o medo que sentia naquele instante com uma cor, com certeza ela escolheria o azul. Insistiu que gostaria de praticar snowboard na neve, mas o que não contava era que o socorro que foi prestado a ele após um incidente devido a um avalanche, acabasse com sua vida ali mesmo e da forma mais tortuosa possível. Aos poucos foi sentindo cada um de seus membros congelarem,até que por último não conseguisse mais focar os olhos a ajuda que só admirava fascinado seu sofrimento

Se Luis pudesse usar uma cor para comparar com seu medo, essa seria o vermelho, era o que ele pensava enquanto via seu sopro de vida ir embora junto com o sangue que escorria pela escada após ser empurrado do primeiro lance e ter parado no descanso sem cair pelo segundo.

Apesar dos seus olhos estarem pesados devido ao sono, a sua mente não produzia o silêncio necessário para que pudesse dormir.

Seus dedos denunciava aquilo que ela tinha feito um dia atrás, a cor cianótica não era devido a algo prendendo a circulação, e sim a evidência daquilo que ela tinha em sua cabeça, em seus cabelos. Suas madeixas reluziam em um tom forte de azul. Pois é, retocar o cabelo sempre fez muita bagunça, porque mesmo ela tinha escolhido aquela cor?!

Naquela sala, minha presença poderia ser considerada como a de um pequeno átomo para aquela mulher que berrava inconstantemente. Seus braços em posição de “x” em frente ao colo representavam tudo o que estava doendo ali, sua agonia e desespero eram representadas pelos seus gritos altos. Apesar da minha presença ser equivalente a de um átomo, senti toda a agonia dela como se fosse a minha, quando a Ortopedia fez a redução completa de seus ossos e os “tra tra tra” foram ouvidos em meio aos gritos.

Ôh, Ana Luísa. Corre aqui minha filha! - chamou a mãe em frente ao portão da sua casa. - O que foi mãe? - perguntou a sua filha após chegar até sua mãe que lhe gritava, com os pés descalços e com as mãos sujas, marcas de criança que corria na rua, com seus amigos, sempre trocando entre as brincadeiras. - É hora de entrar e tomar um banho. - Mas mãe, ainda está cedo! - Menina, você não disse que gostava do Joãozinho, o vizinho? Vai ficar ai na rua, toda fedida e ainda acha que ele tem que gostar

“Mateus, corre aqui” gritou a mãe do quintal O jovem, largou o controle do vídeo game na cama, bufando, calçou os chinelos e foi lá fora ver o que a mulher queria logo indagando “Mãe! Eu estava no meio de uma missão muito importante!” Ana, a mãe, virou com brusquidão, o olhar raivoso e então esbravejou “EU TAMBÉM ESTOU, NA MISSÃO DE TENTAR NÃO CRIAR UM FILHO INÚTIL E PREGUIÇOSO”.

O dia lá fora era escuro, as nuvens mostravam o quanto de água ainda poderia cair dos céus, e as árvores balançavam com brusquidão devido ao vento. Ana se recostou mais sobre o sofá, olhando pela janela, enquanto a fumaça do café recém passado subia de encontro com suas lentes de óculos as embaçando. Pensou que não existia nada melhor do que aquilo, então sua mente deu um estalo, como se algo viesse nas ideias para melhorar mais ainda, correu para o quarto e pegou seu livro favorito, agora sim!

Era uma vez uma história um pouco diferente do que a de um conto de fadas... Uma mulher, sem muitas pessoas na vida, que encontrou uma melhor amiga. Essa sua melhor amiga a explorava, mandando-a escrever histórias porque ela queria ler determinado assunto, e ela própria não conseguia escrever. Apesar de claramente parecer que essa amiga não gostava dela, esse era um único meio que ela havia encontrado para fazer com que ela continuasse nesse mundo de histórias, que era seu maior sonho.

Alice demorou para se sentir "encaixada" durante seus 25 anos. Sempre "viveu" a vida conforme as coisas fluíam, sem ambições, sem saber o que queria no futuro ou o que queria fazer com sua vida pacata. Aos poucos, começou a investir em si mesma e descobrir quais coisas as deixavam feliz. Aos poucos, passos foram dados em direção ao futuro, aos estudos e ao que queria ser. Apesar de ela não saber nada sobre isso, sabia que se ficasse parada somente vivendo, nada ia acontecer.

Que era necessário sonhar para continuar vivendo, era um fato. Antônio sabia bem disso, pois foi sonhando que conquistou tudo que hoje possuía. Mas estava ele lá, em uma tarde ensolarada, deitado na rede, quando um pensamento lhe assolou: "se vivemos de sonhos, de que vivem os sonhos?"

Do outro lado da calçada, ele a admirava. Mulher bonita, mulher gordinha, mulher magrinha, tinha a alta, mas também a magra. Independente do que que os outros podiam dizer, para ele, que aprendeu desde cedo amar a si mesmo pela forma que era, notou que cada uma delas tinha uma característica explendida.

E se sua vida fosse uma perca total desde o dia em que você nasceu? Como se todas as forças sobrenaturais torcesse para que você se desse mal em tudo que ousaria ou pensaria fazer. Estava tão no fundo do poço, que pensava que mais nada na minha vida poderia dar errado. Ledo engano. Existiria alguma forma de sair dessa, sem sair prejudicada? (Em breve, uma nova história no perfil!)

Percebeu tarde que a linha entre o senso de dever e o que precisava ser feito por que tinha que ser, era tão pequena quanto seu próprio tamanho. Era senso de dever, como moradora daquela casa ter que fazer certas coisas, mas também era o que precisava ser feito, para que tivesse uma casa limpa e digna. Suspirou e achou que aquilo era cansativo, aquela linha de raciocínio era chata e não queria mais pensar em devaneios desnecessários. Era só fazer rápido e depois esquecer e aproveitar o resto.

O que a diferia daquelas outras pessoas? se perguntou ao ver usuários do sistema caps, mais cedo. Era uma pessoal mentalmente estável? O que precisava para se enquadrar nessa lista? Não sabia quando começou a se questionar, mas quando chegou na sua casa, sentou com seu notebook no colo e pesquisou "oms, quais são os três sinais de que sua saúde mental está em dia" Após longas pesquisas, pensou o quão maravilhoso seria de todos os seres humanos parasse e prestassem mais atenção em si mesmo.

Sentiu-se nostálgica, antes, dois anos há trás no mínimo, para todo canto que olhasse via as bandeirinhas coloridas, os chapéus e as inúmeras camisetas xadrezes. Já esse ano, tudo era mordido e morto, apesar de não ser festiva, adorava o clima que com essa época vinha, principalmente o quentão.

Não era normal, sabia que quando esse dia chegasse, ela com certeza não estaria bem da cabeça! Sempre dependeu daquilo, sempre usufruiu sem limites, o cheiro era seu pior atrativo, leva-a para outro mundo e quando conseguir ter em suas mãos, por em sua boca, era seu mais puro deleite. Mas naquele dia, errou a mão, seu café não ficou de seu agrado, e tomar uma xicara foi quase impossível, se negou a jogar uma garrafa inteira fora para fazer outro, esperaria no dia seguinte e faria um melhor.

Não sabia do que eram feitos os sonhos, mas sabia que queria aquilo para si. O homem que estava à sua frente perguntou: "e aí, vai querer ou vai ficar só olhando" A mulher fez um breve aceno positivo com a cabeça, confirmando que queria sim um sonho para si. O homem se aproximou e disse com calma na voz: "Então corre atrás, porque o único sonho que podemos esperar chegar até nós é aquele de comer, o resto os únicos que fazem acontecer, somos nós."

Em seus olhos um brilho de felicidade estava. Não conseguia desviar sua atenção daquela pessoa que ao seu lado dormia, pensou em tudo que passaram e de tudo que provavelmente ainda iriam passar e disso tudo uma única certeza tinha: queria poder estar ao seu lado para sempre.

+ Mas aos poucos e com pequenas atitudes, seu amor próprio foi sendo construído, primeiro um cuidado para com si mesma, começou a investir mais nela própria do que imaginava ser possível, foi amadurecendo e com isso seu auto amor crescendo. Não se senti completa, não ainda, mas sabia que estava indo pelo caminho certo.

Estava sempre de prontidão para ajudar ao próximo, sabia que quem plantava o bem, também o colhia, mas apesar de sempre ser aquela pessoa sorridente e prestativa, sabia que dentro de si tinha algo que não se encaixava com aquela personalidade. Não se amava o suficiente para amar alguém. +

O que era vida? O que era sonhar? O que era idealizar e realizar? Clara se perguntava, sempre teve aquela impressão de que estava ali, era um ser, mas não vivia, não de fato. Se viver era só existir, qual era o significado de tudo aquilo? Nada fazia sentido! Não tinha sonhos, não sabia o que queria ser daqui a alguns anos e odiava viver daquele jeito, sem propósito algum. Pensando e repensando, chegou a uma conclusão, viver era arriscar ser o que quisesse, e isso não era um desperdício.

Sim, através do Inkspired Mobile, você pode editar, excluir ou alterá-la para esboço. Basta ir no seu perfil, selecionar "minhas microficções" e escolher uma das opções (editar ou apagar). Se quiser editar, você encontra a opção de deixar como esboço no canto inferior direito, se assim preferir. Depois de editar, basta atualizar! E para mais dicas, acompanhe o Conta mais, Inks!, e fique por dentro de tudo!

+ Após ponderar sobre o assunto, entendeu qual era o caso da sua irmã: conformismo. Ana simplesmente virou a costa e a deixou sozinha lá, se ela queria reclamar da sua vida porque tinha medo de tentar algo novo e sair da zona de conforto, ela que não ia ficar lá e ser afetada com aquilo. Seu maior desejo era conseguir sempre alcançar seus sonhos, independente se havia sempre uma pessoa aqui e outra acolá para a puxar e fazer desistir de prosseguir. Ela iria voar.

Ana olhava para o falatório da irmã que estava a sua frente, mas não conseguia de fato compreender o motivo de tanta reclamação. Se ela odiava tanto assim seu trabalho como dizia, Ana não entendia o porque ela não o deixava e procurava outro melhor, claro que compreendia as dificuldades no ramo profissional para uma mulher, mas ela sempre foi muito talentosa para ficar atada naquele simples mercado. Sua irmã já havia passado em inúmeras faculdades, mas mesmo assim ela nunca tentou uma de fato. +

O que era a luz no fim do túnel que muitos diziam? O que era a famosa lâmpada que se acendia sobre a cabeça após uma grande ideia? O que era viver e o que era morrer? Se perguntava o vento. Nunca havia presenciado nada disso, muito menos sabia o que era sentir a brisa contra o rosto, mas de uma coisa ele sabia e sempre foi consciente desde que percebeu sua própria existência. Ele era aquilo que proporcionava a vida.

Mas de que adiantava tanto esforço, se sempre parecia que a roda da vida não estava girando? Apesar de saber e ser a única notar o quanto estava se dobrando para fazer aquilo dar certo, havia momentos em que queria simplesmente desistir. Mas foi lá, respirou fundo mais uma vez e então arrastou o cesto de roupa para mais perto da máquina, mais um dia, mais um cesto interminável. E o processo se repetiria.

Apesar de Ana ter sempre tido aquela ínfima preguiça ao se levantar de manhã, aquele dia parecia que tudo estava pior. A coberta abraçava-a, o travesseiro estava confortavelmente encaixado em seu pescoço e repousando sua cabeça e a cereja do bolo mesmo era em quem seu corpo estava atracado. Parecia que ali era seu lugar ao mundo, apesar disso, sabia que precisava levantar e dar a boas vindas para o novo dia.

E com aquele ato feito mais um dos ciclos em sua vida se fechava. Após aquele, muitos outros ainda estavam por vir, mas não tinha como negar a sensação de missão cumprida. Larissa levantou-se de sua cadeira, a sala em completo silêncio, mas alguns olhos acompanhava seu movimento, as pessoas pensavam "mais um que acabou e eu ainda aqui". Suspirou, juntou suas coisas e foi até a professora entregando sua prova. Aquele simples gesto fechando mais um ciclo da sua vida.

Tudo ia bem, mas só bastou que um novo dia amanhecesse para que tudo mudasse da água para o vinho. Primeiro seu notebook apresentou defeito, infelizmente não podia ficar sem! Mobilizou-se para realizar a aquisição de um novo. Na semana seguinte, seu celular queimou, outro aparelho da qual não podia abrir mão de ter um! No meio da semana, sem celular, sem notebook, descobriu que seu azar ainda estava só por começar...

Ja tinha feito seu café da manhã, pelo menos nesse período da manhã havia abandonado a ideia de usar a mesa de refeições. Pegou seu prato com seus pães caseiro, seu copo de leite com café e rumou para o quarto, onde passaria pelo menos 4h a se seguir. Sentou-se na mesa do computador, empurrou os cadernos de lado para dar espaço para por sua refeição e começou a abrir as abas necessárias. Abriu Whatsapp, Drive e seu aplicativo para ver a aula, quando em um inesperado erro o computador parou

As pessoas se assustaram com o que o Prefeito havia de lado: - Façam seus estoques! - disse ele. Ninguém conseguia acreditar, justo o homem que devia apaziguar os nervosos que estavam aflorados era quem plantava o caos! Os mercados viraram um pandemônio e ao invés do ser humano pensar no próximo, acabaram com os estoques dos mais variados produtos. Nem papel higiênico tinha mais! Muitas das outras famílias entraram em desespero, não sabiam como se manteriam depois daquilo.

Descobriu da pior maneira que a vida era uma via de duas mãos, a primeira: 1- Depois de adulto você nunca tinha tempo. 2- As coisas para fazer dentro de casa nunca acabavam. 3- Para ter tempo para si própria, tinha que abdicar outra coisa (o famoso sacrifício). e 4 - As vezes dava só vontade de ignorar tudo e fazer o que quer e na hora que dá vontade!

De todos os sábados que se lembrava ter vivido, esse era o mais preguiçoso. Mesmo sabendo que tinha inúmeras coisas que poderiam e precisavam ser feitas sabia que um dia de preguiça não ia mudar nada.

O sono estava lá, era tanto que se fosse uma matéria prima seria como se fosse uma pedra enorme. Mas junto com ele tinha também um cérebro que não parava por momento algum de trabalhar. Os pensamentos a milhão e por mais que ela deixasse o celular de lado, a cabeça só projetava ideias mirabolantes e infundadas às vezes até tentadora. Mas ela queria muito dormir e pagaria qualquer preço por um pequeno e suficiente descanso.

Apesar de tentar manter o máximo possível as coisas em uma ordem, a garota se via perdida às vezes. Mas sempre fez questão de que seu filho dormisse cedo e acordasse cedo, isso porque apesar dela dormir tarde, seu dia começava logo que o sol raiava. Nem tudo que era planejado conseguia fazer, sim, ela ainda gostava de fazer planos, já era um hábito seu, mesmo sabendo que seu tempo já não era mais somente seu. Pelo menos quando começava de manhã parecia ter tempo o suficiente para o necessário

A garota amava fazer planos, antes de dormir planejava seu dia seguinte da forma mais meticulosa possível, desde o que faria de manhã até a hora de se deitar. Apesar de muitos odiarem rotina ela adorava ter a sua e os dias que não conseguia seguir seu próprio conograma se sentia meia lesada e não sabia por onde se seguir. Mas o que ela não imaginava era que em um dia, tudo o que planejou e tudo o que ainda estaria por planejar viria por água a baixo. Isso porque seu filho era imprevisível.

Meu marido dizia que eu estava sem controle, não conseguia ler sem ter, menos ainda assistir sem sentir em meus dedos e minha boca o seu sabor. Notei que realmente estava viciada em tudo, a textura, o sabor sútil, a firmeza por fora e suavidade por dentro, tudo aquilo era uma tentação para mim, mas quando comecei a notar que apenas um pacote no mês não estava sendo suficiente foi que me dei conta de que eu não era nada sem pipoca para comer no meus tempos livres.

Mas de adianta o que restou de mim? Uma casca vazia sem sonhos e nem esperanças de que serventia eu seria? Uma pobre alma presa dentro de um corpo fraco e lento. Me pergunto de que vale o esforço em continuar vivendo, mas então me recordo de que dias nublados todo mundo tem e que o amanhã, pode sim, ser melhor.

A mulher que era quieta e vivia um dia de cada vez conforme sua rotina renascida todo dia que era dia de faxina. Aumentava o volume no máximo que seus ouvidos conseguiam escutar, juntava seu corpo com o cabo do rodo e se entregava para aquilo que mais gostava de fazer em segredo. Ali ela se sentia viva, soltava sua voz, soltava seu corpo e acima de tudo mostrava quem realmente era.

No seu íntimo o que ela mais desejava era que as pessoas a aceitassem da forma que ela era, mas nem sempre o que queremos era possível obter, sabia disso. Mas para a sua surpresa encontrou refúgio onde jamais imaginou que teria, dentro da música. Os sons agradáveis a diziam que ela era perfeita do jeito que era e com isso em mente decidiu que não deixaria que alguém dissesse ao contrário.

Foi ali, naquele momento que eu havia me tocado de que ser feliz não era uma regra de vida, ser feliz era um estado. Minha família me proporcionava momentos maravilhosos de felicidades, mas também às vezes machucava. Sabendo que a felicidade era um estado em que o ser humano conseguia atingir, decidi que iria sempre procurar guardar os bons momentos e os maus seriam consequências.

Se eu pudesse comparar minha existência com algo, esse algo provavelmente seria o ar; faz as pessoas o sentir, faz as pessoas o temerem, mas para outras pessoas o frio é agradável e também esperado.