Medea Eles balançam com o vento, sem tocar a ponta dos pés no chão. Amarrados com o amor materno, presos ao laço que os guiou para além do mar. As ondas mudas, presenciam o veneno e a forca, a dor superior que cega. Fechada, calada, vestida de luto. Seu orgulho é sua ruína. Medea, tão sábia, que derrama suas graças e maldições entre grinaldas e sangue de seu oco ventre. Quisera jorrar seu sangue ao escudo que conceber mais luz que se apaga. Ao fim, resta-me eu.

(...)Quase santo, metade anjo suicida, prostituta invertida Base para plantar os pés ou voar acima de Deus Sarcasmo escorrendo quente por minhas veias O amanhã nada mais significa quando o olho de neon da besta recai sobre mim.

A onda bate lentamente contra minha orelha Uma duzia de sonhos estragados quando a lua se fecha em torno de meu pulso Sonhos podem ser chamados de delirios alternativos, uma realidade paralela O acordar para outra vida, um piscar de um instante Traduzindo os códigos que o Pai celestial plantou em minhas mãos O rubro e o marfim não se mesclam, não se unem Inimigos Manchando uma nação com plástico e parafernálias infelizes Robóticas sementes de uma geração mal feita Anti-ontem, anti-tudo. (...)

(...)Um segundo passando, uma semana, cinco anos. Você era tão caótico, tão patético, tão permissivo. Quem apertou o botão de consciência que te permitiu escolher uma mortalha? Onde diabos eu estava quando isso aconteceu? Efeito psicossomático como um shot atrás do outro. Quando foi nosso último cigarro?

Há uma dedicatória que você nunca leu, em um livro que escrevi. Há um maço de cigarros que não compartilhei. Separando tal de qual, o lixo sempre acaba no mesmo lugar. Escolhas seletivas não te salvaram de você mesmo, meu amigo. Uma comitiva de adeus, uma horda de hipocrisia. Eu nunca fui ao seu funeral. Desperdício intenso de tempo, Você planejou antecipadamente? Não parecia seguro se agarrar nas entrelinhas. Meus segredos foram enterrados junto de você.