chiisanahana Chiisana Hana

Junto aos filhos, Shiryu revive momentos importantes através de cartas e lembranças cuidadosamente guardadas por Shunrei.


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Capítulo I

História escrita para a Semana Shiryu de Dragão e para o Desafio Epistolário, desafios promovidos pela comunidade Saint Seiya Super Fics Journal.
Ignorei o fato de Hyoga desconhecer a existência de Shoryu.
As datas dos eventos foram estimadas.
Sobre a cronologia adotada: o Next Dimension se passa em meados de 1990, portanto considerei que Shoryu foi encontrado por Shunrei nesse ano. No Ômega, Ryuho tinha 13 anos nos primeiros eventos do anime, segundo sua ficha oficial no site da Toei. Sendo assim, considerei que na época em que foi escrita a fic, ele estava com 14 anos e Shoryu com 23.


RECORDAÇÕES


“A letra manuscrita me toca. Encerra sempre um segredo, distinto do contido nas frases, não é grafologia primária, mas, pelo desenho das letras, das palavras, vislumbramos o desenhista, o autor, sua mão, sua caneta, seus pensamentos acavalando-se e dos quais pouco resta no papel.”(1)



Capítulo I



Shiryu observava Ryuho digitar velozmente no smartphone novinho. Sabia o que ele estava fazendo: trocando mensagens no WhatsApp com a namorada, Yuna. Sentia-se grato por poder proporcionar aos dois filhos esse tipo de comodidade moderna, ao mesmo tempo em que lamentava por eles não terem vontade nem paciência para o encanto das cartas escritas à mão, com o sentimento colocado em cada letra. Além do mais, quando a memória do smartphone ficasse cheia, fatalmente eles apagariam as mensagens e tudo se perderia. Ou talvez as armazenassem em um cartão de memória que acabaria perdido ou esquecido em alguma gaveta.

Na adolescência de Shoryu, o moderno era mandar SMS. Shiryu já havia sido atingindo pela mancha negra de Marte, por isso não viu o rapazote com seu telefone do tipo 'tijolão', mandando as mensagenzinhas para todo lado. Agora ele e Ryuho viviam com seus smartphones, sempre conectados, vendo e-mails, mexendo nas redes sociais. Diziam que elas aproximavam as pessoas. Shiryu pensava justamente o contrário. Os garotos pouco se relacionavam pessoalmente, faziam tudo através do computador ou celular. E onde ficava o sentimento? O olhar? O toque? Os cheiros?

Lembrou-se do seu tempo de adolescência, quando constantemente passava temporadas longe de casa, lutando ou recuperando-se dos ferimentos que lhe foram causados pelas lutas. Poucas tinham sido as vezes em que Shunrei pudera acompanhá-lo, até porque nem sempre ela ficava sabendo de seu real estado de saúde. Procurava poupá-la o máximo que podia e somente quando o fardo era pesado demais é que permitia que a chamassem.

Nesse tempo, criou o hábito de escrever-lhe cartas. A imensa maioria nunca foi enviada e ela as leu somente muito tempo depois, quando já estavam casados e criando Shoryu.

Shiryu sentiu saudade desse tempo, então foi ao quarto e tirou de cima do guarda-roupa uma caixa forrada com papel florido em tons de bege e pink. O maço de cartas estava lá, amarrado cuidadosamente com uma fita dourada. Além delas, estava na caixa a primeira flor que ele tinha dado a Shunrei, um crisântemo que colocou no cabelo dela, há quase trinta anos. Ela tinha cuidadosamente posto a flor para secar e guardado numa caixinha de acrílico. Amava esse cuidado que Shunrei tinha com as lembranças dos dois.

Encontrou na caixa também mechas de cabelo de Shoryu e Ryuho. Com certeza o terceiro, que estava a caminho, teria sua mechinha de cabelo colocada ali. Não esperava que Shunrei engravidasse outra vez. Já tinha sido difícil ela engravidar de Ryuho e, depois dos anos que ele tinha passado com a mácula negra de Marte, Shiryu achou que tinha ficado estéril. Entretanto, foram surpreendidos pela gravidez e receberam-na com alegria, apesar de Shiryu ficar um tanto apreensivo por conta da idade de Shunrei. Shun tranquilizou-o dizendo-lhe que muitas mulheres tinham seus primeiros filhos com os quarenta anos que Shunrei tinha agora e que provavelmente não teriam problemas. Ele tinha razão. A gravidez já se aproximava do final e vinha transcorrendo sem sobressaltos. Ter mais um filho seria muito bom. Os dois mais velhos já estavam criados e um bebê traria renovação àquela casa.

Depois de olhar todas as relíquias da caixa, incluindo a delicada tiara de madrepérola que Shunrei usou no casamento, Shiryu desamarrou o laço que envolvia as cartas. Leu a primeira, escrita pouco antes do começo da Guerra Galáctica.


“07 de setembro de 1986


Olá, Shunrei!

Como estão as coisas? Espero que bem.

Por aqui, tenho procurado me manter concentrado. O dia dez está chegando. A expectativa pelo começo do torneio está bem grande. Estou confiante. Acho que tenho chances reais de vencer. Estou bem treinado e pronto para enfrentar meu oponente. Vou voltar para casa levando a armadura de ouro, pode ter certeza. Quero muito deixar você e o Mestre orgulhosos de mim. Já vi a arena. É incrível, uma réplica perfeita do Coliseu Romano por fora e uma arena super moderna por dentro.

Também revi a senhorita Kido. Ela não mudou muito, continua sendo uma pessoa arrogante.”

Shiryu parou de ler aí. Falava da arrogância de Saori na carta, mas agora se lembrava de como ele mesmo era arrogante e presunçoso. No dia de sua luta, entrou na arena certo de que era superior. Acabou derrotado, quase morto, salvo apenas porque Shunrei estava lá e sabia o que devia ser feito para salvá-lo.

– Eu era um idiota – ele constatou, rindo serenamente. – Um perfeito idiota. Mas é normal quando se é jovem...

Deixou de lado essa carta e passou a ler a seguinte.

“20 de fevereiro de 1987

Minha querida Shunrei,

Espero que esteja bem depois de tudo que passou por minha causa. Eu não suportaria perdê-la de forma alguma, mas perdê-la por causa do que eu sou seria a maior dor que eu poderia sentir. Eu não sei se aguentaria... Sinceramente não sei.

Através do cosmo, o mestre me disse que não aconteceu nada demais, mesmo assim só acreditarei quando a vir, quando olhar nos seus olhos.

Estou me recuperando bem aqui no hospital da Fundação e, claro, se estou escrevendo essa carta é porque recuperei a visão. Não sei como foi, só sei que quando voltei do mundo dos mortos, eu podia ver normalmente. Não é incrível?

Estou tão ansioso para revê-la...

Eu a amo tanto, Shunrei... Eu sempre amei, sempre... Ainda que nunca tenha demonstrado como devia... E quando o Máscara da Morte tentou matá-la, esse amor aflorou de uma forma que eu nunca esperei. Naquela hora eu soube que era capaz de qualquer coisa para protegê-la, porque, como eu cheguei a dizer a ele aos berros, você é o que eu tenho de mais precioso...”


Nunca tinha enviado essa carta a Shunrei. Quando a releu pouco antes de enviar, viu que se declarava a ela de uma forma tão aberta e visceral que não podia colocar o envelope no correio. Mostrou a ela somente muitos anos depois quando tudo que estava escrito já havia sido dito.

Passou para a próxima carta, que na verdade era só um bilhete rabiscado apressadamente. Não estava datado, mas ele sabia bem quando tinha sido escrito: pouco antes de sua partida para Asgard. A intenção era deixá-lo sob o travesseiro de Shunrei, para que ela o descobrisse apenas quando fosse dormir. Entretanto, não teve coragem e guardou o papel em sua própria gaveta, deixando-o ali, esquecido, por anos, até resgatá-lo e entregá-lo a sua destinatária original.


“Shunrei,

Sei que vai ficar magoada comigo mais uma vez, mas eu tenho de partir... Você sabe que tenho uma minha missão e não posso refutá-la. Eu te amo com todo o meu ser, isso nunca vai mudar, mas tenho de fazer o que é preciso.

Nunca se esqueça de que, aconteça o que acontecer, eu a amo...

Shiryu”


Continua...


(1) Bernard Giraudeau, em “As Damas do Vento”

22. April 2020 13:35 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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