Itachi sentia a adrenalina em suas veias e o corpo leve pela bebida ingerida horas atrás. Pela primeira vez em sua vida, estava fazendo algo ilegal e, surpreendentemente, não se sentia mal por isso. A princípio, deveriam apenas ter ido ao cinema para terem uma noite de casais, mas logo já estavam em um estacionamento de posto bebendo cervejas e agora iam invadir uma propriedade privada que, ao que tudo indicava, era uma lanchonete.
Estava observando Deidara tentando abrir a porta do estabelecimento com um grampo, enquanto Shisui vigiava a rua junto a Sasori. O local estava deserto por ser uma quadra comercial, mas não podiam ser descuidados. Shisui parecia extremamente animado com a invasão.
— Consegui — anunciou Deidara, abrindo a porta.
— Até que enfim, pensei que íamos passar a noite aqui fora — disse Sasori, passando por ele com pressa.
— Ah é, então por que você não abriu a porta antes? — Seguiu-o — Seu boneco assassino maldito.
— Eles são sempre assim ou é a bebida fazendo efeito? — perguntou Shisui ao se aproximando.
— Eles sempre são assim, mas com a bebida piora.
— Acho que tem razão. — Riu — Vamos entrar, é perigoso ficar aqui fora.
Shisui atravessou a porta e se virou para Itachi.
— Você está bem? — perguntou ao perceber que Itachi ainda permanecia parado, encarando a porta.
— Estou… — disse, segurando a mão do primo, que entrelaçou seus dedos. — Só me sinto estranho por estar fazendo algo tão errado assim, mas não me sinto mal ou culpado. Na verdade, estou gostando disso.
Shisui gargalhou e selou os lábios do amado com divertimento. Era engraçado ver como Itachi havia se tornado de fato mais rebelde depois que iniciaram o relacionamento.
— Eu estou orgulhoso por você, finalmente está agindo como um adolescente.
— Você quer dizer de forma inconsequente e imatura?
— Exatamente!
— Você é uma péssima influência, Shisui. Agora eu bebo e invado lugares à noite.
— Não fale assim, você nem está bêbado, só está mais soltinho. E lembre-se de que só se vive uma vez, e esse é o momento das nossas vidas em que podemos ser assim, então aproveite a rebeldia.
— Vocês vão passar o resto da noite parados aí? Tem jogos aqui.
— Já estamos indo, Deidara — avisou Itachi, fazendo o amigo sumir de sua vista novamente.
— Vamos logo — Shisui disse, fechando a porta e arrastando Itachi consigo.
Quando chegaram ao centro do estabelecimento, algumas luzes já estavam ligadas, e Deidara parecia brigar com uma das máquinas de refrigerante, enquanto Sasori permanecia sentado devorando um salgadinho. Havia algumas mesas espalhadas pela sala, um balcão com uma prateleira de bebidas e mesas de pebolim, sinuca e um Atari em um dos cantos. Certamente, teriam uma noite bem divertida pela frente.
— O que vamos fazer agora? — perguntou Itachi.
— Podemos vandalizar isso aqui ou só ficar de bobeira — Deidara respondeu tomando um gole de seu refrigerante.
— Somos invasores, não vândalos, pelo menos não ainda — Sasori disse, jogando as pernas sobre a mesa em que estava sentado.
— Não vamos vandalizar nada, vamos só curtir — concluiu, Shisui — E então?
— Acho que tem uma cozinha nesse lugar, não tem? Estou morrendo de fome e preciso parar de ver o mundo girar.
— Também estou com fome, loirinho — Sasori disse, olhando dentro do saco vazio de salgadinho e o amassando antes de olhar sugestivo para o outro. — Quer ir procurar a cozinha?
Deidara fez uma cara de indignação, sabendo bem que a última coisa que Sasori queria era comer, e se voltou para Itachi.
— Uchiha, vamos procurar a cozinha.
— É… — Olhou de Deidara para o namorado. — Eu vi uma sinuca ali, vou ficar e jogar com o Shisui.
— Puta merda! Se eu soubesse que você ia abandonar os amigos depois que começasse a namorar com ele, eu nunca teria trancado vocês naquela sala pra se acertarem.
— Não seja dramático, Deidara, Sasori já se ofereceu para ir com você.
— Isso mesmo, Uchiha, jogue o cordeiro aos lobos — disse se afastando, seguindo para onde supostamente era a cozinha.
Shisui riu da cena, e, com um dar de ombros, Sasori se levantou de onde estava e seguiu Deidara, sumindo da vista dos amigos.
— Quer mesmo jogar ou só estava despistando o Deidara?
— Eu quero mesmo jogar.
— Okay.
Shisui foi até a mesa de sinuca e pegou as bolas que estavam dentro das caçapas, formando com elas um triângulo no veludo verde, enquanto Itachi foi pegar os tacos para que o jogo começasse.
— Quer estourar? — perguntou Shisui, pegando um dos tacos da mão alheia.
— Quero, mas, antes, o que acha de fazermos uma aposta?
— Aposta? — Itachi assentiu. — O que eu ganho com isso?
— Eu não sei, por que não jogamos e quem ganhar decide o que quer? — disse calmo enquanto passava o giz na ponta do taco.
— Tudo bem, espero que não se arrependa depois.
Itachi se inclinou sobre a mesa e lançou um sorriso escaninho para o primo ao apontar o taco para a bola, batendo com força. O centro do triângulo foi atingido, espalhando todas as bolas pela mesa, e a bola do canto, a número onze vermelho listrada, foi direto para a caçapa superior direita.
— Sem arrependimentos. — Voltou a se erguer — Eu fico com as listradas.
— Nada mal.
Itachi andou até o primo, ficando mais próximo que o necessário
— Pode me dar licença? — disse, colocando a mão sob o peito dele, descendo um pouco por seu abdômen antes de empurrá-lo de leve. — Ainda é a minha vez.
— Como quiser.
Confiante. Competitivo. Provocante. Itachi se debruçou sobre a mesa, esticando o braço e então bateu na bola marrom listrada, que foi encaçapada com sucesso. Dando mais uma volta na mesa, lançou ao primo um olhar superficial, abaixando-se outra vez na mesa e empinando a bunda de leve para então encaçapar a bola roxa.
Ele era bom, Shisui não podia negar. Itachi derrubou a verde com facilidade, mas errou a azul.
— Olha, eu não sei onde aprendeu a jogar tão bem, mas não vai ser assim tão fácil ganhar de mim — disse, ajustando o taco no ângulo desejado, olhando para Itachi que se pôs à frente da sua jogada, tentando distraí-lo. — Nem mesmo com o seu jogo sujo.
Shisui encaçapou o máximo de bolas que pôde, na tentativa de amenizar o prejuízo. Matou três e se preparou para encaçapar mais uma, deu a tacada, e a bola rolou rapidamente até a caçapa, mas acabou derrubando a branca sem querer.
— Que má sorte.
— É como dizem: sorte no amor, azar no jogo.
Itachi sorriu para ele e se inclinou para dar uma olhada nas bolas que restavam, levantando com um sorriso no rosto. Aproximou-se de Shisui e se abaixou outra vez, aproveitando-se da ousadia que a bebida lhe permitia ter. Empinou o quadril quase o colando ao de Shisui e o balançou de um lado para o outro.
Shisui colocou uma mão em sua cintura e o puxou de leve para si, quebrando o espaço restante entre os corpos. Por que seu oponente tinha que ser tão sexy?
— Pare de me provocar, Itachi...
Ele se ergueu, ficando perto demais de Shisui, que inalou o cheiro de seu pescoço, deixando uma mordida ali.
— Você não deveria tocar o seu oponente assim.
— O meu oponente também não deveria empinar a bunda para mim como você fez a pouco.
— Hum... Eu só estava tentando decidir onde iria ser a minha próxima tacada.
— Tudo bem... — disse ao se afastar.
Itachi voltou a se abaixar, acertando a bola azul listrada que estava alinhada à caçapa e a matou sem problemas. Preparou a tacada seguinte, mas, quando apontou para a bola branca, errou a tacada.
Shisui se aproximou do namorado que ainda estava inclinado e deixou que sua mão escorregasse entre as coxas dele, subindo-a devagar até a bunda. Itachi estremeceu e lhe lançou um olhar duro, talvez estivesse começando a irritá-lo, afinal, sabia que Itachi era um péssimo perdedor.
— Minha vez — anunciou, afastando-se do primo.
Apontou a bola branca para a vermelha, que entrou na caçapa superior esquerda, logo tentando acertar a amarela na superior direita. A bola branca foi atingida com cuidado e raspou na amarela, que parou pouco antes do seu destino.
Itachi antecipou sua vitória ao perceber que havia errado e encaçapou a verde listrada, mirando logo depois na preta, mas ela passou longe da caçapa, e um suspiro de frustração saiu de seus lábios. Rapidamente, Shisui, encaçapou as duas restantes, e então sobra apenas a preta.
— Acho que o jogo está prestes a acabar — disse Shisui, passando o giz no taco. — Acima, à direita — anunciou e se inclinou para dar a tacada.
O taco bateu na bola branca, que deslizou pela mesa e encostou na preta, fazendo-a rolar até a caçapa, balançando na entrada por um instante. Shisui prendeu o fôlego, até que a bola caiu no alvo, com o som audível da vitória. Estava acabado.
— Acho que você tem uma aposta para me pagar, Itachi — disse, largando o taco e indo até o primo.
— Isso foi apenas sorte.
— Não seja um mau perdedor, ainda pode tentar ganhar de mim na próxima. — Fez bico, agarrando o namorado pela cintura — Eu até sobrevivi às suas provocações sem entrar no seu jogo sujo… Quer dizer, eu joguei um pouco sujo no final, mas…
— Okay! Me diga o que você quer de uma vez.
— Eu quero… — soou pensativo. — Um beijo.
— Isso é sério? — indignou-se. —Você podia ter pedido qualquer coisa, mas me pediu um beijo?
— Dois beijos então? — Itachi permaneceu em silêncio. — O que queria que eu pedisse?
— Alguma coisa que não tenhamos feito antes talvez.
Shisui respirou fundo. Há quanto tempo estava se segurando para não ultrapassar o limite? Não sabia, mas tudo se tornava ainda mais difícil quando Itachi queria fazê-lo ir além...
— Decidimos ir devagar, não foi?
— Estamos indo tão devagar, que paramos, e você não percebeu.
Não obtendo resposta, Itachi apenas afastou o namorado minimamente e girou seus corpos, empurrando Shisui até que se encostasse na mesa de bilhar.
— Você confia em mim? — perguntou ao encarar os olhos escuros do namorado.
— No que está pensando? — replicou receoso.
— Apenas responda.
— É claro que confio. — Suspirou. — Confio em você mais que em mim.
Itachi acenou positivamente e se aproximou, tomando a boca alheia com voracidade. O punho de Shisui se fechou sobre sua camiseta, mas um barulho alto vindo da cozinha os fez se afastar por um instante, e Itachi riu sobre os lábios alheios ao deduzir que Sasori e Deidara provavelmente estavam se divertindo também…
Uma das mão de Itachi deslizaram por baixo da camiseta do primo, que ficou tenso com o toque, mas não o repeliu. Os dedos então subiram até seu mamilo e os apertaram de leve, fazendo-o arfar e apertar com força a beirada da mesa… Céus, desde quando aquele lugar era tão sensível e onde Itachi havia aprendido aquilo?
A mão voltou a descer, e Itachi abandonou sua boca, começando a trilhar o caminho de sua orelha para então morder o lóbulo de forma vagarosa. Shisui sentia-se derreter diante os toques do namorado e fechou os olhos, mordendo o lábio para conter os sons que ameaçavam sair dela. A essa hora já estava excitado, o torpor da bebida se juntando à excitação enquanto a ereção de Itachi roçava em sua perna, Droga, queria-o tanto.
— I-Itachi… — sussurrou ao encostar suas testas.
— Não me peça para parar — Itachi disse, impulsionando o quadril contra o seu, enviando uma onda de prazer pelos seus corpos ao ter seus pênis se roçando através das roupas.
— Nós não… Merda... — Sentiu seu membro vibrar e agarrou a bunda do namorado, tentado a fazê-lo ir mais rápido para ter mais daquela fricção que extasiava seu corpo.
Quando Itachi chocou seu quadril contra o seu novamente, Shisui fechou os olhos, tentando lutar contra a vontade de empurrar de volta, mas, assim que o ato foi repetido, a linha de raciocínio que o mantinha controlado se rompeu. Estava cansado de se preocupar tanto, Itachi queria aquilo ou não teria começado, mas ele havia bebido… Por que era tão difícil?
Sua mente se nublou e então desistiu de ser pensar. Com um rosnado, Shisui segurou o quadril do primo com as duas mãos e o puxou, movendo os corpos para frente ao mesmo tempo, tornando tudo ainda mais intenso. Itachi mal conseguia puxar o ar de volta para os pulmões sem ofegar e quando sentiu sua pernas perderem um pouco do equilíbrio e se apoiou nos ombros de Shisui, que tomou sua boca com necessidade.
Moviam-se de novo e de novo e, mesmo estando completamente vestidos, ainda conseguiam sentir cada centímetro da pele queimar de prazer. Shisui gemeu, sua boca ainda na de Itachi, e se projetou para frente, com movimentos erráticos, aumentando o aperto no traseiro alheio em uma tentativa falha de se estabilizar.
Estava prestes a gozar e sabia que Itachi também estava perto pela forma como ele mordia o lábio com necessidade. O rosto dele se contorcia em prazer e foi impossível não se excitar ainda mais com a visão. Sentiu-se molhado ao gozar na própria roupa, um gemido rouco abandonado seus lábios enquanto ainda chocava seus quadris para estender seu prazer. Espasmos tomaram conta do corpo de Itachi algumas arremetidas depois, ele gemeu alto, mas Shisui foi rápido, cobrindo a boca dele para abafar o som que ameaçava tomar conta do ambiente.
Ofegante, Shisui sentiu suas pernas falharem e se segurou na quina da mesa de bilhar, segurando também Itachi, que com certeza não estava em uma situação melhor que a sua.
— Isso foi… — Itachi disse, recuperando o ar. — Intenso.
— Até demais.
— Se confiar em mim mais vezes, isso pode se repetir.
— Se você começar a me ouvir, quem sabe.
— Não quero ser virgem até os quarenta anos, obrigado.
Shisui revirou os olhos. Itachi se afastou do namorado e deu uma olhada na situação em que estavam. As roupas amarrotadas e coladas no corpo devido ao suor, algumas mechas de cabelo coladas aos rostos... Qualquer um que os visse suporia o que tinha acontecido.
— Estamos péssimos — disse Shisui, dando uma olhada em si mesmo. — E precisamos de um banho.
— Precisam de um banho por que? — perguntou Deidara, aparecendo de supetão para a surpresa dos dois Uchihas.
Itachi olhou para o primo e depois para o amigo que era seguido por Sasori. Eles também não estavam do mesmo jeito que estavam quando foram para a cozinha.
— Que caras são essas? Por que estão suados e… — interrompeu-se, ligando os pontos, lançando um olhar malicioso aos dois — Não precisam responder. Já estava na hora, né?
— Nós não transamos, Deidara — Shisui disse. — Já você e o Sasori…
— Oh, Que pena para você e principalmente para o Itachi. — sorriu, olhando para o amigo. — Sentir um pau entrando em você enquanto não está tão sóbrio assim é uma das melhores sensações do mundo.
— Deidara! — disseram os Uchihas, em uníssono, enquanto Sasori balançava a cabeça em descrença.
— Ah, por favor, se quiserem bancar os inocentes, façam isso bem longe de mim.
— Eu devia esperar vocês pararem de brigar para avisar que o sol já vai nascer? — perguntou Sasori, sarcástico. — Temos que ir.
— Vamos embora, e, Uchihas, espero que não tenham deixado o DNA de vocês por aqui, porque, se a polícia investigar a invasão, são vocês que vão presos.
Itachi riu da cara de horror de Shisui, e Sasori tampou a boca de Deidara, começando a arrastá-lo para fora antes que outra discussão fosse iniciada.
— Às vezes, eu odeio ele — Shisui disse.
— Acho que é recíproco, mas vamos para casa, temos que tomar banho. — Itachi lançou um olhar sugestivo para o primo, que franziu as sobrancelhas.
— Itachi! Nem pense nisso!
Vielen Dank für das Lesen!
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