Desde que vi Rick pela primeira vez, soube que ele seria o homem com quem passaria o resto da minha vida. Seus cabelos loiros e ondulados cintilavam com a luz do sol alaranjado naquela tarde de verão, seus olhos repousaram em mim e eu percebi os campos esverdeados que eles eram, seu sorriso, quando notou que eu o olhava de volta, o denunciou; ele também tinha sentido aquilo. Ele se aproximou de mim e começamos a conversar. Assim ficamos por longas horas, mas nem a eternidade seria tempo suficiente ao lado dele. Naquele mesmo dia demos o nosso primeiro beijo, fora tão doce, até nossas bocas se encaixavam. Ele fez todos os outros homens parecerem idiotas, estúpidos, cegos para a verdade. Mas então eu tive que me despedir e voltar para casa. Ele, claro, entendeu. Fazia questão de me acompanhar, porém eu consegui convencê-lo a não fazer isso, não queria que ele pensasse que eu era do tipo que acreditava que a vida poderia ser um filme de romance.
No dia seguinte a tarde não foi tão bela. Teve uma chuva horrorosa. Uma das mais fortes que eu vi até hoje, mas para a minha sorte, Rick estava lá. Dessa vez, não tinha como escapar, ele me levou até em casa. Fomos o caminho inteiro dando risada de nossos tropeções, de como escorregávamos na calçada, do quão ridículo tudo aquilo era, eu nem percebi o quão próximos estávamos, debaixo de seu casaco, que na hora nos servia de guarda-chuva.
Ele morava bem longe, mas isso não foi um empecilho nas próximas semanas em que ele foi me visitar. Diferente do que era esperado, não começamos a namorar logo de cara.
- Atualmente estamos juntos há cinco anos. Sinto como se ele fosse o amor da minha vida! Rick, eu te amo tanto... Lembre-se disso. E como eu tive toda essa experiência, reconheço almas gêmeas há quilômetros de distância, por isso posso afirmar com certeza que Genevieve e Hans são perfeitos um para o outro, e que não teria como isso acabar de outra forma. Sei que o casamento de vocês vai durar por toda vida. Felicidades aos noivos! - Termino meu discurso e escuto os aplausos. Minha irmã olha para mim com lágrimas nos olhos, esse é o dia mais feliz da vida dela. Rick ao meu lado encarava seu prato, com uma expressão apática, ele sempre ficava com essa cara quando eu fazia as minhas demonstrações de amor.
- Isso foi um exagero. - Ele comentou ainda olhando para seu prato. - Pareceu até que o casamento era nosso.
- Rick, bobinho, eu só quis mostrar que minha irmã também merece ser feliz, como eu sou com você. - Rick ficou mais desconfortável, me aproximei para beijar sua bochecha e ele ficou parado, sem reação. - Querido, está tudo bem? - Ele não respondeu. - Rick?
- Hã, sim, sim. Tudo bem.
- Você tem estado estranho a noite toda. Aconteceu algo?
- Nada. Tudo está perfeito. Apenas esqueça. - E voltou novamente seu olhar para o prato.
Achei melhor seguir seu conselho. Me esqueci dessa nossa conversa durante todo o resto da noite. Me diverti até a festa acabar. Eu já estava um pouco bêbada por conta de todas as taças de champanhe, por isso quando Rick e eu fomos de carro até a minha casa, a viagem fora silenciosa. Quando ele estacionou em frente ao meu portão, me inclinei no banco para beijá-lo.
Mas ele se afastou.
- Precisamos conversar. - Ele disse. Seco.
- Hum, ok. - Voltei à minha postura no banco.
- Eu quero terminar. - Rick não me olhava nos olhos. Aquele covarde!
- Como é? - Perguntei em choque, ainda sem acreditar. Sentindo lágrimas brotarem nos meus olhos e um nó se formar em minha garganta.
- Foi o que você ouviu. Por favor, não leve para o lado pessoal, é só que...
- SÓ QUE O QUE, RICK? - Eu estava dando um chilique. Eu odiava dar chiliques.
- Eu me apaixonei por outra pessoa. - Ele ainda não olhava nos meus olhos, portanto ele não viu que eu estava de fato chorando.
- Eu a conheço? - Tantas coisas para perguntar, e a anta aqui vai perguntar justo o que você não quer saber!
- Sim. - Ele parecia refletir. Decidindo-se se falava ou não.
- Como pôde fazer isso comigo? - Eu queria gritar, socá-lo, chorar, mas tudo o que eu fiz foi sair do seu carro.
Rick não esperou que eu entrasse em casa, arrancou o carro dali assim que eu fechei a porta, como se eu fosse radioativa. Entrei dentro da casa escura e fui direto para o meu quarto. A casa estava tão vazia, alguns minutos antes eu poderia jurar que ela não me mostraria o quanto que eu sou solitária.
Sentei na minha cama e comecei a pensar em Rick. No quanto ele me fazia feliz. E agora jogou isso fora. Cinco anos da minha vida, jogados fora em cinco minutos. Todas essas lembranças combinadas com as taças de champanhe, fizeram meu estômago embrulhar. Corri até o banheiro e vomitei tudo o que estava entalado. Então fiquei ali sentada, ao lado do vaso, abraçando meus joelhos, sentindo a dor da perda.
E pensar que aquele idiota deve estar se encontrando com ela nesse momento! Não é justo que eu seja a única a sofrer! Ele tirou cinco anos da minha vida, e agora eu não tenho como pedir de volta. Eu não merecia estar passando por isso. Eu não iria passar por isso!
- Alô, Cassy? - Nem esperei ela responder e já continuei: - Tem como você vir aqui? Eu estou passando por um momento horrível.
- O que aconteceu, doçura? - A voz suave de Cassy soou pelo meu telefone.
- Rick terminou comigo.
- Ah... Já está meio tarde e eu...
- Por outra pessoa. - O telefone ficou mudo por alguns segundos, chequei a tela para ver se ela tinha desligado. - Cassy?
- Não diga mais nada. Eu estou indo.
Vielen Dank für das Lesen!
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