aikimsoo Ai KimSoo

Kyungsoo é um aluno de Letras Coreano/Literatura Portuguesa. Ele gosta muito de suas aulas de Poesia Portuguesa I, mas está tendo algumas dificuldades em interpretar as Cantigas de Amigo. E para conseguir interpretá-las, Kyungsoo conta com Jongin.


Kurzgeschichten Nur für über 21-Jährige (Erwachsene).

#aikimsoo #kaisoo #lemon #sexo #yaoi #gay #universidade
Kurzgeschichte
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Cantiga de Amigo

Notas

Então, eu plotei essa fic no meio da minha aula de Poesia Portuguesa I. Não vou falar muito dela, porque acho que ela está bem explicadinha. Era uma tentativa de pwp, mas eu nunca consigo escrever só pwp hahah Vou dar uns vocabulários importantes pra vocês entenderem, mesmo que eu fale deles no meio do enredo.

ONDAS - significa o desejo. AMIGO - namorado nas cantigas trovadorescas faz um bem a mim, fez bem a mim - significa sexo. Fazer um sexo para a pessoa AMANTE - aquele que ama AMADO - aquele que é amado "mi a senhor" - minha senhora ATENDENDO - esperando

*Cantigas de Amigo - são poesias trovadorescas, do período medieval de Portugal. As cantigas contam sobre o sexo entre uma jovem e um homem, podendo ser de diversas maneiras. O amor é consumado, ou seja, o sexo.

*Cantigas de Amor Cortês - são poesias trovadorescas, do período medieval de Portugal. Essas cantigas têm como objetivo sondar a subjetividade masculina, enquanto eles estão apaixonados por uma senhora da realeza. Eles fetichizam o adultério. É uma mulher amada e um amante que sofre pelo amor que não pode ser consumado. Ele prefere que o amor não seja consumado. O nome da dama nunca é revelado.

*Cantigas de escárnio e mal-dizer - são poesias trovadorescas, do período medieval de Portugal. Eles têm como objetivo escarnecer, degradar, as mulheres feias. Nas cantigas de amigo, sempre são moças jovenzinhas e no auge da puberdade que protagonizam as poesias, enquanto nas cantigas de amor são mulheres da realeza, nobres. A cantiga de escárnio trata das doenças transmitidas sexualmente, do sexo homoafetivo e de várias coisas. As de mal-dizer citam o nome da mulher ou homem envolvido.



Cantiga de Amigo

-Jongin, eu quero um orgasmo. – Kyungsoo adentrou o quarto, que dividia com o melhor amigo, em um rompate.

-Quê?! – o moreno estava indo se sentar em frente ao computador, quando seu melhor amigo chegou dando aquela notícia maluca. Na mesma hora, Jongin caiu no chão, literalmente.

-Eu não aguento mais ouvir o professor de Poesia Portuguesa I falando sobre sexo, sexo, sexo, sexo. Ele citou até o livro "O erotismo" de Georges Bataille e descreveu uma das passagens do livro falando sobre o orgasmo. La petite mort é como o Bataille chama o orgasmo. Traduzindo fica "A pequena morte". – Kyungsoo narrou e se jogou de qualquer jeito na cama do moreno, já que ela estava mais perto da mesa do computador. – Ai o professor, no meio da explicação, estava falando que há uma morte do nosso personagem social... – e enquanto explicava, Jongin se levantava e sentava na cadeira, prestando total atenção ao que o melhor amigo dizia. – Porque ninguém sabe como ele é no sexo, assim como ele não sabe como nós somos no sexo. E sabe o que isso me disse?

-Acho que posso ter uma noção. – Jongin respondeu, mas foi ignorado, porque Kyungsoo tinha feito uma pergunta retórica.

-QUE NEM EU SEI QUEM EU SOU NO SEXO! – o menor esbravejou, ficando de pé novamente. – As Cantigas de Amor Cortês, as Cantigas de Amigo... PRINCIPALMENTE AS CANTIGAS DE AMIGO! Elas falam de sexo o tempo todo, Jongin! O tempo toooooooodinho! Falam como é bom o orgasmo e etc. Mas eu nem sei o que é um orgasmo.

-Mas isso não...

-ISSO ME INFLUENCIA SIM! Sabe por quê? – tornou a ser retórico e dessa vez, Jongin ficou calado perante a explosão do amigo. – Porque eu não consigo maldar as coisas e o professor fica chamando a gente de ingênuo.

-Mas não é ruim ser ingênuo, Soo. – Jongin lhe assegurou.

-Você não é ingênuo. Você tem 19 anos e eu tenho 20, mas você sabe o que é um sexo e eu não. Eu nem vejo graça em me masturbar, não vejo lógica em sentir prazer tocando a si próprio! Como é que eu vou saber as experiências sexuais? Eu preciso de um orgasmo, Jongin. – tornou a repetir impaciente.

-Essa sua ideia de fazer Letras e Literatura Portuguesa não me parece ter te feito bem nenhum. – o moreno comentou e iria ouvir uma penca de justificativas, então apressou-se a continuar falando. – Você já deixou claro que precisa de um orgasmo, então eu posso voltar pro meu dever? - quis interromper o assunto antes que ficasse ainda mais delicado.

-Como? – Kyungsoo perguntou voltando a se sentar na cama.

-Eu preciso fazer um trabalho da Teoria do Teatro III e você me assustou. – explicou enquanto ligava o computador. – Já escutei seu desabafo e...

-Eu não queria desabafar! – o menor resmungou. – Se eu quisesse, ia no Jongdae. Ele não está fazendo psicanálise à toa. - retrucou malcriadamente.

-Então o que você quer? – Jongin questionou, voltando a dar total atenção ao mais velho, enquanto o computador fazia o barulho de máquina ligada.

-Eu quero um orgasmo. – respondeu de prontidão.

-Só por causa das aulas? Isso não devia...

-Isso me atrapalha. Profundamente. Eu não maldo nada e me sinto um idiota por isso. Ninguém sabe que eu não maldo as coisas, mas quando o professor me olha, é como se ele soubesse e eu fico envergonhado por isso. – confessou brincando com os dedos.

-Hyung, você não deve querer fazer sexo e consequentemente ter um orgasmo, só porque acha que isso vai te ajudar a maldar as coisas na aula. Não é assim que as coisas são. – Jongin aconselhou o menor. Estava se sentindo o mais velho por estar sabendo dar conselhos.

-Então você não quer me ajudar com o orgasmo? – o menor perguntou cabisbaixo e Jongin travou.

-Como?!

-Eu só tenho você pra pedir pra me dar um orgasmo, não conheço e nem confio em mais ninguém pra isso. – explicou. Seu tom de voz era baixinho, deixando claro seu desapontamento.

-Kyungsoo, você tem noção do que acabou de dizer e do que me fez entender? – Jongin indagou incrédulo, chamando o amigo até pelo nome e não pelo apelido. Nunca chamava o mais velho pelo nome, sim por apelido ou de hyung, e ao fazer a escolha pelo nome todo, denotava sua seriedade a situação.

-Tenho sim. – o menor estava convicto e aquilo surpreendeu o mais novo.

-Você é gay? – questionou. Estava surpreso demais.

-Pensei que soubesse. Isso tá meio que na cara...

-Na cara de quem? Sua? Eu nunca cogitei você ser gay e tinha até dúvidas que você era hétero. – explicou e Kyungsoo riu.

-É engraçado, mas é trágico. – resmungou se colocando de pé. – Justamente por isso que eu não sei o que é orgasmo.

-Que obsessão, Soo!

-Você que não está entendendo a proporção de tudo! – retrucou irritado. – Eu não estou brincando, Jongin!

-E você quer o quê? Que eu te foda ou quer me foder? Olha o que você tá me pedindo! Não tem cabimento. Você está me pedindo isso só por que não consegue maldar as Cantigas de Amor das suas aulas de Poesia Portuguesa I? – Jongin ridicularizou. Não fazia isso por mal, só que a situação era absurda. Conhecia bastante seu hyung para saber que não era do seu feitio fazer esse tipo de coisa se não tivesse um significado especial. Era justamente por isso que Kyungsoo ainda era virgem e Jongin nunca tinha tentado nada com ele, mesmo que nutrisse um pequeno sentimento pelo mais velho. Estava muito surpreso que Kyungsoo fosse gay.

-Cantigas de Amigo. – o menor o corrigiu cabisbaixo.

-Que seja, hyung! Esse não é o ponto! – Jongin insistiu.

-E qual é o ponto então? – o menor questionou desafiador.

-Que eu preciso fazer meu trabalho. – respondeu e virou-se para o computador, ignorando o pequeno.Kyungsoo ficou incrédulo com aquela atitude do mais novo. Sabia que Jongin era gay, mas não pelo mais novo ter contado e sim por ter visto o mesmo com um menino quando estavam no ensino médio. O Do não reclamou nem nada, porque tinha em mente que ser hétero não precisava sentar e conversar com os amigos, família e parentes para dizer que era hétero, os homossexuais também não precisavam fazer o mesmo.

Foi por seguir essa lógica, que não se magoou com Jongin e também não viu necessidade de contar ao mais novo sua opção sexual. Se conheciam desde o primeiro ano do colegial e se apegaram de uma maneira que pareciam ser amigos há anos, desde a infância. Se conheciam como ninguém, embora a única coisa que tivessem deixado escapar fosse: que Kyungsoo era gay e que Jongin sofria de amor platônico pelo mais velho.

Fora esses dois segredos, ambos eram carne e unha, alma gêmea, a metade da laranja ou qualquer outra designação que quisessem usar para se referir a relação forte que compartilhavam. Tinham um laço tão forte, que decidiram prestar exames para a mesma faculdade, porque queriam estudar no mesmo lugar.

Claro que Kyungsoo tinha escolhido Letras Coreano - Literatura Portuguesa por sua paixão às duas línguas e Jongin tinha escolhido Artes Cênicas pelo seu amor a arte. Mas mesmo que soubessem que eram habilitações diferentes, o que importava é que estariam estudando no mesmo lugar e podiam ir almoçar juntos todos os dias, assim como compartilharem um apartamento e dividirem as despesas.

O dinheiro de passagem que gastavam todos os dias, dava para pagar aluguel de quarto e por isso decidiram fazer um acordo com seus pais: que dessem o dinheiro da passagem todo mês e eles se viravam para morar em um lugar mais próximo.

Claro que os pais ficaram receosos, mas resolveram aceitar a ideia dos filhos. Ambos eram responsáveis e se desgastavam demais estudando o dia todo, mereciam o voto de confiança. Saíam de madrugada e chegavam tarde da noite, o que os deixava cansados e até mesmo os colocava em perigo. Devido a todos os fatores, resolveram aceitar a proposta dos filhos e só os viam em finais de semana.E para Kyungsoo e Jongin não era problema algum morarem juntos. Se davam bem, se entendiam bem e não gastavam tanto. Abençoado era o signo de capricórnio operando na vida de ambos.

Mas enquanto pensava em toda sua história com o Kim, o Do se sentia realmente traído pelo amigo tê-lo rejeitado. Contava com Jongin para ajudá-lo no desempenho acadêmico, desde que este se preocupasse em sanar sua curiosidade sobre o orgasmo. Precisava entender sobre esse la petite mort para se dar bem nas aulas de Poesia Portuguesa I.

-Jongin? – tentou novamente, mas o mais novo apenas o ignorou. – Poxa, Jongin, fala comigo.-Estou estudando, Soo. – o moreno o advertiu.

Kyungsoo ficou emburrado. Jongin nunca lhe negava nada, então tomou uma decisão. Se pôs de pé e caminhou até o mais novo. Parou ao lado do mesmo, mas viu que seria totalmente ignorado, então aproveitou da distância entre Jongin e o computador - uma vez que o mais novo estava lendo um artigo e por isso estava um pouco afastado da escrivaninha - para passar sua perna direita por cima das pernas morenas e sentar no colo do amigo.

-Soo! – Jongin se sobressaltou com a atitude do mais velho. – Ficou maluco? Por que está fazendo isso?

-Eu quero sua atenção e principalmente, quero sua ajuda pra ter um orgasmo. – respondeu de forma manhosa. – Por favor, Jonginnie!

-Soo... – o moreno respirou fundo. Precisava de muito auto-controle naquele momento. – Você não percebe que perder a virgindade é algo muito delicado? Ainda mais pra você decidir perder por culpa de uma matéria?

-Então se eu falar que só quero, você cede? – perguntou esperançoso e se remexeu no colo do amigo. – Hum?

-Soo... Isso é perigoso. – Jongin resmungou e colocou as mãos na cintura do menor. – Vamos fazer um acordo?

-Que acordo? – Kyungsoo parou de se remexer, resolvendo prestar atenção em Jongin.

-Você vai às aulas por mais uma semana. Se você sentir que ainda quer e que precisa de um orgasmo, eu te masturbo e...

-Não! Não quero que me masturbe. Eu quero o ato, quero deixar de ser virgem e sentir meu orgasmo! – Kyungsoo interrompeu insistente e Jongin se segurou muito para não agarrá-lo naquele momento.

-Tá. Se você sentir que ainda quer, eu te ajudo a resolver isso, ok? – propôs.

-Por que não podemos fazer isso agora? – Kyungsoo tentou pela última vez.

-Fazer sexo com homens é diferente de fazer sexo com mulheres. – pontuou e Kyungsoo corou, porque tinha esquecido desse detalhe. – Eu também te conheço o suficiente pra saber que você pode estar se precipitando e vai se arrepender depois...

-Não vou!

-E, o motivo maior de todos é: Eu estou fazendo meu trabalho que é pra amanhã. Agora sai de cima de mim e me deixa fazer o meu trabalho! – mandou e empurrou o mais velho para longe do seu colo.Kyungsoo não reclamou, porque não tinha feito chuca ou qualquer outro preparo para ter sua primeira vez, assim como imaginava que Jongin não tinha feito nenhum também. Mas o que Kyungsoo não imaginava, era que os motivos iam muito além do que os que Jongin explicitou.

Jongin não mentiu quando propôs que iria ajudar Kyungsoo se o menor continuasse com aquela ideia maluca, mas o moreno precisava se preparar psicologicamente para dar essa ajudinha amiga. Não podia deixar que aquele simples favor ao Soo tornasse algo esperançoso para si. Seu amor platônico estava pedindo, praticamente implorando, para que dormissem juntos. Jongin seria chamado de maluco por muitos - por negar -, mas não queria ser um aproveitador e por isso tinha escolhido esperar. Estava entregue nas mãos do destino.


-x-


-JONGIN, É HOJE! – Kyungsoo adentrou o quarto todo irritado e Jongin o ignorou, pois estava lendo um livro sobre a história da dança. – NÃO ME IGNORA! – o menor reclamou.

Caminhou até Jongin, subiu em cima da cama do mais novo e sentou sobre o colo do mesmo. Jongin tentou se manter firme, porque já imaginava o que Kyungsoo queria, afinal, já fazia 1 semana.

-Jongin-ah! – Kyungsoo chamou de novo e se remexeu no colo do moreno.

-Soo, por que você faz isso comigo? – Jongin choramingou ao ter seu livro tirado de suas mãos e colocado de qualquer jeito na cama.

-Cavaleiro das armas escuras, Onde vais pelas trevas impuras, Com a espada sanguenta na mão? – ignorando o que o mais novo perguntou, Kyungsoo falava em um tom eloquente, lembrando o trote de um cavalo. Mas não era só isso que lembrava, pois ele aproveitava para quicar no colo do melhor amigo. – Por que brilham teus olhos ardentes E gemidos nos lábios freementes Vertem fogo do teu coração?

-O que é isso, Soo? – Jongin perguntou um pouco ofegante. Kyungsoo estava cavalgando em cima de si.

-Cavaleiro, quem és? o remorso? Do corcel te debruças no dorso... – e com isso o menor se debruçou sobre Jongin. – E galopas do vale através...

-Não acredito. – Jongin entendeu. – Você está recitando uma poesia?

-Álvares de Azevedo, um dos Romancistas mais jovens do Brasil, Meu sonho. – Kyungsoo respondeu e foi para bem pertinho do ouvido do mais novo. – Não fique de remorso, Jongin. Apenas siga a eloquência do poema, siga o ritmo dele. Você é apaixonado por música, não é? Você sempre foi bom em interpretar tudo o que sente através da dança. Sinta o ritmo e apenas deixe fluir. Quero que arranque gemidos dos meus lábios e alce fogo no meu coração.

-Você venceu. – o moreno declarou e antes que Kyungsoo pudesse se afastar de vez e sorrir travessamente, Jongin o segurou pela nuca e o puxou para um beijo.

Os lábios de ambos se chocaram em um desespero e necessidade absurda. Kyungsoo sentia- se envolvido pelas ondas do mar, mas não qualquer uma e sim as ondas das Cantigas de Amigo. O desejo tomava sua pele de uma forma, que somente Jongin era capaz de compartilhar, uma vez que Kyungsoo continuava a rebolar em seu baixo ventre.

Na Poesia Trovadoresca, costumavam usar a natureza como uma forma de descrever todo o erotismo sentido na época. Ondas representavam o desejo e era assim que o casal de amigos, inspirados pelas Cantigas de Amigo, se sentiam no momento. Aquele ósculo não era puro, deixava explícito o prazer de ambos, ainda mais o que tanto fora reprimido dentro do mais velho.

Desesperados por mais contato, começaram a tatear a blusa um do outro e interromperam o beijo, para que pudessem se despir. Estar diante daquele tronco alvo, imaculado e agraciado com algumas pintinhas, causava em Jongin mais desejo. Tinha se reprimido por anos e por mais que nunca tenha cogitado fazer sexo com seu melhor amigo, porque ele não aguentava mais não saber o que era sexo, estava desfrutando muito bem da situação.

Cansado de ter o Do por cima de si e desesperado para deixar pequenas pinturas suas naquela tela em branco, Jongin inverteu as posições e posicionou-se por cima do mais velho. Roubou um beijo, novamente, enquanto suas mãos passeavam pelas curvas do corpo abaixo de si. Sentiu as unhas curtas do Soo tentarem arranhar suas costas, em uma forma de demonstrar seus primeiros momentos de prazer, e sorriu por ser capaz de proporcionar aquelas sensações somente com pequenos toques.

Aproveitando-se que o ar se fez necessário, desceu os beijos para o pescoço do Do. Beijou, em uma espécie de primeiro contato com o desconhecido, para depois começar a dar leves sugadas. Passava seu nariz pelo pescoço alvo, inalando o cheiro gostoso que o mais velho tinha. Kyungsoo parecia ter tomado banho a pouco tempo e aquilo alertou Jongin de que, dessa vez, seu hyung tinha vindo preparado para ter o seu orgasmo.

E gemidos dos lábios freementes saíam do Do. Seu prazer em sentir as sugadas de Jongin, em seu pescoço sensível, emitiam uma onda de sensações descomunais pelo seu corpo. O ponto que mais acumulava prazer era seu falo, visto que, nunca tinha sido agraciado com tanto estímulo. Jongin fazia questão de roçar ambas as intimidades, deixando as sensações boas elevarem-se um pouco mais.

Satisfeito com sua arte, desceu as carícias para os mamilos caramelados do mais velho. Passou a língua, sugou, beijou e sorriu diante cada ritmo solto pelos lábios do homem abaixo de si. Kyungsoo era uma mistura de prazer e perante aquele ato carnal, emitia melodias afrodisíacas para Jongin, um amante do ritmo e da dança. Se antes era apaixonado pela voz de seu hyung, agora se encontrava de quatro por ela. Kyungsoo era muito bom em gemer.

Enquanto distribuía carícias pelo corpo, uma das mãos adentrou as calças de Kyungsoo e agarrou o membro teso. O gemido, que saiu dos lábios de coração, foi muito mais intenso. A sensação de ter os dedos de Jongin tocando-lhe diretamente era sem igual. Não tinha gozado ainda, mas já podia considerar aquele pequeno momento como seu la petite mort.

O Do queria retribuir todas aquelas sensações maravilhosas que Jongin lhe proporcionava, mas não tinha forças para sequer pronunciar outra palavra que não fossem interjeições ou o nome de Jongin. Não queria ser a “mi a senhor” das Cantigas de Amor Cortês, que nunca sequer fez um bem ao seu admirador. Não queria ser o amado e deixar que o Jongin fosse o amante, mas era impossível tentar reunir forças para fazer qualquer outra coisa, enquanto estava tão entregue aos toques do mais novo.

Sabia que não podia ser a “mi a senhor”, porque era um homem e não uma mulher, mas pouco se importava. Gemer o nome de Jongin, no meio daquele ato todo, era a única coisa que lhe interessava no momento. Estava tão anestesiado de sensações, que não percebeu o moreno retirando suas vestes baixas. Nem mesmo tinha percebido fechar os olhos, apenas deu-se conta, quando sentiu seu membro ser acolhido por uma cavidade macia e quentinha.

Jongin estava feliz por poder presenciar todo aquele tesão que seu hyung nem mesmo fazia questão de esconder ou reprimir. Pelas reações que o corpo menor tinha, Jongin sabia que Kyungsoo iria se desfazer em seus lábios, mas não iria parar. Aquele era o seu objetivo, no final de tudo. Aliás, fora o próprio Do que o tinha pedido para lhe dar um orgasmo. Jongin mostraria o orgasmo da masturbação e das preliminares, para depois ensinar como era o orgasmo no ato em si.

E como um virgem aos 20 anos, Kyungsoo não demorou a sentir sua pequena morte. Agora sabia como era avassaladora aquela sensação de poucos minutos. Uma parte de si tinha morrido – seus espermas – e outra tinha renascido, para que pudesse desfrutar mais daquela sensação. Seu personagem social não existia mais, ali, naquela cama de solteiro que tinha como dono o menino Kim. Entedia totalmente o porquê de Bataille ter escrito tão poeticamente sobre o orgasmo.

Ficou tendo seus pequenos espasmos pelo corpo e desfrutando daquelas sensações, quando sentiu Jongin mover-se. Abriu os olhos e encontrou o mais novo rasgando uma embalagem de camisinha. Pensou em pedir para ser ele a colocar a camisinha no moreno, mas deixou a ideia de lado ao lembrar que seu corpo estava um pouco mole e que era capaz de cometer algum ato vergonhoso e estragar todo o clima.

Mas se por um lado Kyungsoo temeu que fosse ser desajeitado, Jongin encontrava-se surpreso consigo mesmo por ter vestido seu falo tão rapidamente. Tremia de tanto prazer contido, que quando tocou em seu membro – para colocar a camisinha -, um gemido saiu de seus lábios. Não tinha se tocado, queria deixar para sentir a sensação maior quando estivesse dentro do seu hyung, que se encontrava em uma bagunça linda abaixo de si.

Como um trovador – bem mais inocente do que os da era medieval – Jongin não conseguiu deixar seu papel de amante das Cantigas de Código do Amor Cortês. Parou um pouco com sua afobação do momento e ficou admirando o mais velho. Os cabelos negros bagunçados pelo travesseiro branco, o peito subindo e descendo – demonstrando o quanto estava agitado -, os pequenos chupões espalhados pelo corpo e todo o conjunto revirado que o pequeno Do se encontrava, fizeram Jongin sorrir apaixonadamente e sentir o coração aquecido. Estava tendo seu amor platônico lhe fazendo tão bem, que resolveu voltar para todos os desejos que vinham como uma onda.Abriu as pernas alvas, vendo claramente a entrada de Soo e se curvou, colocando seu rosto entre as coxas roliças e lambendo o íntimo do menor. Kyungsoo se sobressaltou com a sensação, mas sentiu a fisgada em seu baixo ventre e ergueu um pouco o corpo, gemendo de prazer ao ver o rosto de Jongin em um lugar tão impróprio e proibido. Aquela cena era capaz de derrubar qualquer site de pornô que existisse.

Com muito amor e carinho, Jongin preparou seu amado da melhor maneira possível. Usou lubrificante, sua saliva, sua língua e seus dedos. Queria dar o melhor orgasmo de toda a vida do Do, para que ele pudesse ler suas cantigas de seja lá o que for, e poder perceber toda a malícia por trás delas.

Claro que foi inevitável o falo do menor perder um pouco de sua ereção quando Jongin penetrou o mais velho. Antes, só tinha sentido prazer e prazer, e agora se encontrava em uma bagunça de prazer e dor. Jongin gemeu alto e não fez questão de conter o som, teve que se segurar para não começar a se movimentar e machucar o mais velho.

Mas ao agarrar o membro de Kyungsoo em suas mãos e começar a masturbá-lo, sentiu o menor rebolar sobre si. Era ao aval que precisava para se movimentar. Estocou algumas vezes, enquanto o barulho característico dos corpos se chocando preenchia o quarto junto com os gemidos compartilhados. Não se demorou muito naquela posição, porque lembrou que tudo tinha começado com o cavalgar do cavaleiro das armas escuras.

Puxou o Do para seu colo e sinalizou para o que o mesmo fizesse os movimentos. Deitou na cama e deixou que Kyungsoo buscasse pelo próprio prazer, porque estava querendo sentir e apreciar toda a situação. Segurava a cintura do menor, apenas, para poder descontar tudo o que sentia ali. Sentiu seu falo estimulando o prazer alheio e sorriu, pois o gemido que saiu das cordas vocais do mais velho fora completamente enlouquecedor.

E como percebeu a busca, desesperada, de Kyungsoo para ser acertado ali mais vezes, Jongin o puxou para debruçar-se sobre seu dorso e começou a estocar com um pouquinho mais de rapidez. Aquela posição proporcionou que Kyungsoo tivesse seu prazer acertado várias vezes e que sua entrada se contraísse bastante. No meio de toda aquela loucura, Jongin sentiu seu prazer chegando e Kyungsoo também.

La petite mort


-x-

-Abram na página 25. Nós vamos ler a Cantiga de Amigo chamada Meedinho. – o professor ordenou. Sedia-m’eu na ermida de Sam Simion

e cercarom-mi as ondas, que grandes som!

Eu atendendo meu amig’, eu a[tendendo].

Estando na ermida ant’o altar

[e] cercarom-mi as ondas grandes do mar

Eu atendendo meu amig’, eu a[tendendo].

E cercarom-mi as ondas, que grandes som!

Nom hei [eu i] barqueiro nem remador.

Eu atendendo meu amig’, eu a[tendendo].

E cercarom-mi [as] ondas do alto mar,

nom hei [eu i] barqueiro nem sei remar.

Eu atendendo meu amig’, eu a[tendendo].

Nom hei [eu] i barqueiro nem remador

[e] morrerei fremosa no mar maior.

Eu atendendo meu amig’, eu a[tendendo].

Nom hei [eu i] barqueiro nem sei remar

e morrerei fremosa no alto mar.

Eu atendendo meu amig’, eu a[tendendo].

-Qual a leitura literal, sem as entrelinhas? – o professor questionou.

-Uma moça está na igreja esperando o namorado. – Kyungsoo respondeu e o professor sorriu para ele.

-Isso mesmo, senhor Do. – ele elogiou e o menor sorriu. Sempre sentava na frente e o professor sempre o olhava, como se esperasse que Kyungsoo sempre tivesse as respostas. Pelo menos, era assim que o Do se sentia. – Mas agora, vamos as entrelinhas. Sabemos que ela está na igreja e foi envolvida, de repente, pelas ondas de um mar. Como o mar foi parar ali?

-Tsunami. – Park Chanyeol respondeu e Kyungsoo revirou os olhos, enquanto a turma ria da palhaçada de seu amigo.

-Sim, no caso seria isso se nós fôssemos ingênuos. – o professor comentou rindo da gracinha do aluno. – Mas aqui, vemos que há as metáforas dos tempos medievais. Ondas, significam desejos, Amigo significa namorado, Atendendo é esperando e não há homem nenhum na narração. Vocês saberiam identificar o que isso significa?

-O orgasmo dela? – o menor respondeu baixinho.

-Fale mais alto, Do. Aproveite e desenvolva. – o professor pediu e o alvo corou.

-Com todo o tempo que nós estamos trabalhando com as cantigas e todas as metáforas que já anotei, tenho a impressão de que ela se masturbou na igreja. Quando ela diz que foi tomada pelas ondas e que estava sozinha, sem nenhum remador e esperando o namorado, me faz pensar que ela foi tomada por um desejo enquanto esperava o namorado chegar. – explicou deixando a voz morrer aos poucos. Achava ter se tornado um lunático depois de tanto orgasmo que Jongin o fez ter no dia anterior.-Exatamente, Do! – o professor ficou animado e o pequeno aluno arregalou os olhos em espanto. – Não podemos descartar nenhuma ideia, ainda mais sendo maliciosa sobre Cantigas de Amigos. Ela tinha marcado de encontrar o namorado ali, mas ficou ansiosa demais o esperando e começou a se masturbar, diante do altar, e então atingiu seu orgasmo. – o professor explicou para toda turma e Kyungsoo se sentiu feliz por ter, finalmente, acertado a porcaria de uma malícia de uma Cantiga de Amigo. – Semana que vem a gente analisa esse poema melhor. Podem ir embora. Lembrem-se: de inocente, pura e casta, a era medieval não tinha absolutamente nada. – e com isso liberou os alunos. Imediatamente todos se levantaram para sair. Era a última aula do dia, então todos se apressavam para ir para suas casas.

Kyungsoo foi um desses que saiu correndo, praticamente, da sala de aula. Olhou a hora e percebeu que Jongin já devia estar no apartamento que dividiam, então apressou-se a andar. Queria contar a novidade para o mais novo e fazer uma proposta, já que tinha desmaiado depois de tanto que se exercitou na noite passada. Só tinha acordado, para ir para aula, por culpa do próprio celular e o celular do moreno ficarem despertando escandalosamente.

O casal de amigos nem mesmo teve tempo de sentir o constrangimento depois do que fizeram. Kyungsoo sentiu depois, na hora do almoço, mas logo passou ao ver que Jongin agia normalmente e nem tinha tentado nenhuma gracinha para cima de si. Sabia que tinha escolhido certo ao pedir o moreno para saciar seus desejos, assim como tinha percebido que aquele ato carnal tinha ido muito além do que poderia ter cogitado.

Jongin tinha deixado, bem explícito em cada gesto, que gostava do seu hyung. Kyungsoo podia estar embebedado de prazer, mas conseguiu sentir e perceber os sentimentos do mais novo. Era justamente por isso que tinha uma proposta para Jongin.

E como o apartamento que viviam não era longe da faculdade, logo se viu abrindo a porta do lugar e encontrando Jongin sentado em frente ao computador, concentrado em algo que lia. Kyungsoo riu e colocou a mochila no chão, caminhando rapidamente até onde o moreno estava. Passou a perna direita para o outro lado e sentou com tudo no colo do melhor amigo.

-Jongin, hoje eu acertei a malicia de uma Cantiga de Amigo. – contou, sem deixar que o moreno conseguisse expressar seu enorme susto.

-Que bom! – o moreno sorriu contente, estava feliz pelo amigo, mas se sentia um pouco estranho com ele sentado em seu colo. Guardaria a noite passada até sua morte e não sabia como conseguiria viver sem poder tocar seu pequeno hyung. – Suas aulas de Poesia Portuguesa e Brasileira me parecem aulas de sexo.

-Erotismo disfarçado. Aprendi da pior maneira que somos ingênuos aos ler as poesias. – Kyungsoo corrigiu o mais novo e sorriu. Jongin arqueou uma sobrancelha e depois arregalou os olhos ao ter Kyungsoo roubando um selinho seu. – Jongin, que tal sermos amigos coloridos?

-Fico lisonjeado de saber que fui muito bem em meu desempenho ontem. – o moreno brincou, para disfarçar seu nervosismo.

-Não é isso! Quer dizer, também é. – o menor ficou um pouco corado. – Vamos ser amigos coloridos. Mas só podemos ficar um com o outro. – avisou.

-Eu nem mesmo concor...

-Jongin-ah! – Kyungsoo chamou manhoso e se mexeu um pouquinho, enquanto entrelaçava o pescoço alheio com seus braços. – Amigos coloridos, somente você e eu. Amigos. – insistiu e Jongin ficou confuso, porque tinha falado a última palavra em português. – Por favor!

-Com você rebolando desse jeito, não consigo pensar muito bem. – o moreno resmungou e Kyungsoo riu.

-Não é pra pensar, é pra aceitar. – o Do lhe assegurou. – Por favor, Jongin! Você nem mesmo tá se relacionando com ninguém! – continuou rebolando e sentiu as mãos possessivas segurarem sua cintura. Gostava daquele toque.

-Tá, Tá! Eu vou fazer esse sacrifício. – Jongin dramatizou e Kyungsoo riu, mas logo parou para beijar os lábios fartos do melhor amigo.

O que Kyungsoo não sabia, é que Jongin tinha aceitado aquela proposta, porque viu nela uma oportunidade de conquistar seu hyung.

E o que Jongin não sabia, é que ao dizer Amigos em português, Kyungsoo escolhera aquela palavra por conta do seu significado real nos cançoeiros trovadorescos.

Jongin queria ter Kyungsoo como seu namorado um dia e Kyungsoo já considerava Jongin um Amigo.


Notas finais

Gente, eu gostei tanto de escrever essa OS. Sei lá, eu achei muito genial. Eu meio que usei todo o conceito de poesia trovadoresca e tal. A Poesia do "Cavaleiros das armas escuras..." é Meu Sonho, do Álvares de Azevedo. A Cantiga de Amigo citada, foi a que me inspirou. Não pensem que eu viajei legal na hora de falar que a cantiga falava do orgasmo feminino, porque essa é a interpretação real dela. Existem estudos, inclusive estudei sobre na faculdade. Eu não sei mais o que falar, só que eu estou feliz com essa OS e pensando em imprimir e mostrar pros meus professores de poesia. Se tiverem alguma dúvida, podem me perguntar. Beijocas de tapioca doce.

27. Juli 2019 04:12 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Das Ende

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